História The Intruder - Capítulo dois

~Yugi's pov

Entrei no palácio pela estreita passagem que era feita para escravos, disfarçando-me entre a multidão. - todos estavam muito ocupados com seus afazeres e não notaram um "nobre" entrando pela passagem errada.

A festa já havia começado há alguns minutos, mas eu não estava preocupado com o fato que eu estava atrasado, e sim com a possibilidade de ser pego! - será que era certo arriscar a minha felicidade e bem estar apenas para ver a vida de uma corte fútil? Não, eu já estou aqui, não dá para voltar atrás!

Caminhei de cabeça baixa, sentindo os olhares que antes estavam desatentos, se voltarem para mim.
Inesperadamente, senti algo ou alguém bater em mim, e em seguida, um grande barulho ressoou no estreito e longo corredor. - Levantei minha cabeça ligeiramente, ainda com medo.

Abri minha boca em surpresa, ao ver uma jovem garota recolhendo guardanapos incessantemente no chão. - seu corpo tremia, e ela aparentava estar com medo. Seria de mim? Ou do Faraó?

"Aqui, deixe-me te ajudar." Falei baixo, certificando que o meu tom de voz era gentil.

Os olhos da garota se arregalaram, como se eu tivesse falado algo absurdo.

"N-não, Lorde! Não é necessário! Isso não é algo que um nobre deva fazer!" Ela disse trêmula, recolhendo os inúmeros guardanapos com o mesmo pânico de antes. - agarrei sua mão, e vi seus ombros ficarem tensos imediatamente.

"Eu faço questão de ajudá-la, afinal, foi a minha falta de jeito que nos deixou nessa situação..." Eu ri, percebendo o quão desastrado eu podia ser.  Os músculos da garota relaxaram um pouco, mas continuavam tensos.

Ouvi um pequeno riso sair dos seus lábios.

"Se o Lorde faz questão, não acho que esteja no meu poder impedi-lo..." Um sorriso brincava em seus lábios. " Mas por favor, você poderia não mencionar esse acidente ao Faraó?" E ali novamente, estava o medo presente em sua voz, medo da morte, de ser punida. Medo do Faraó.

Segurei suas mãos levemente, apertando-as.

"Nem uma palavra, prometo." Eu disse sorrindo, enquanto recolhia o resto dos guardanapos que no chão estavam. Ela sorriu de volta, seu rosto estava ligeiramente corado.

"Lorde, você é muito bondoso." Ela disse enquanto pegava os guardanapos já recolhidos da minha mão. "Acho que o mínimo que posso fazer para retribuir o favor que o senhor fez, seria levá-lo ao salão onde a grande comemoração está ocorrendo. Lorde, o que você faz nessa ala? Nobres como você não deveriam estar na ala dos escravos."

Encarei minhas mãos, pensando em uma resposta rápida, e a mesma logo veio.

"Seria muito gentil da sua parte, obrigado... e eu estava na comemoração e acabei me perdendo. Esse palácio é bem grande..." Minha resposta não foi uma total mentira. De fato, eu estava meio perdido.

A garota riu, alisando os guardanapos. - Ela me guiava pelo palácio, e pelo barulho da música que aumentava, percebi que estávamos perto do meu destino. Voltei a ficar nervoso de forma imediata.

"Lorde, se importa se eu perguntar algo?" Respondi que não, mas no fundo me senti nervoso pois não queria inventar mais mentiras.

"O senhor é amigo do Faraó?" Essa pergunta me pegou totalmente de desprevenido. Eu esperava perguntas sobre o lugar que eu morava, ou sobre a minha família que eu provavelmente teria que inventar para não dar informação sobre a real!

"B-bom, não temos muito contato... ele é uma pessoa muito ocupada e não tem muito tempo para a nossa amizade."

A garota arqueou suas finas sobrancelhas, e por um minuto, surtei. Será que a minha história não havia sido convincente o suficiente?!

"Lorde, eu posso não ter percebido isso por do quão distraída eu antes estava... mas você é muito parecido com o nosso Faraó!" Eu não podia falar nada sobre isso, pois nunca havia visto o Faraó pessoalmente e nunca havia ido em seus discursos na cidade. Mas isso de fato aumentava a minha curiosidade para vê-lo em pessoa.

" S-sim..." Falei em um tom tão baixo, que deveria ser considerado um sussurro, mas ela pareceu ouvir.

"Bom Lorde, foi um prazer conhecê-lo, mas aqui estamos, no salão principal!" Ela indicou com as mãos para uma bela e enorme porta de madeira que estava ao meu lado.

Ela fez uma longa reverência e saiu, deixando-me sozinha com os meus pensamentos.

Coloquei a mão na maçaneta da porta, eu não tinha como voltar atrás.