~Atem's pov
O misterioso garoto fez uma profunda reverência, e manteve seu belo rosto para a direção do chão, privando-me da visão dos olhos e rosto do mesmo. - Seu corpo tremia levemente e seus ombros pareciam muito tensos.
"Você pode levantar, pequenino." Falei no tom mais gentil possível, algo me dizia que o garoto estava bem sensível no momento e eu não queria piorar a situação.
O garoto levantou, mas ainda manteve sua cabeça abaixada e seu corpo continuava a tremer como antes, porém de forma mais intensa. - Eu não queria que ele tivesse com medo de mim, eu queria poder conhecê-lo, mas se continuasse nesse ritmo, seria muito mais complicado.
"Não tenha medo, por favor. Eu só quero conhecê-lo..." Minha voz saiu muito trêmula, como se estivesse embargada. O que não era bom para um faraó como eu, que não deveria mostrar nenhum sinal de fraqueza. - ao ouvir a minha voz, o garoto lentamente levantou o seu rosto, dando-me a visão de seus magníficos olhos novamente.
O esboço de um fraco sorriso brincava em seus lábios, e no momento, aquilo foi o suficiente para me fazer sorrir.
"Gostaria de dançar comigo?" Ofereci, receoso com a resposta.
Para a minha surpresa, o pequenino abriu um pequeno sorriso, e assentiu lentamente com a cabeça.
Ele segurou a minha mão, e arregalei os meus olhos em surpresa. - O garoto puxou sua mão novamente de forma bruta, e medo manchava seus belos olhos.
"Me d-desculpe, Faraó. Eu sei que cruzei meus limites e não acontecerá novamen-" Eu o interrompi, agarrando suas mãos e apertando-as gentilmente. - Ele tremia mais do que antes, com medo de receber alguma punição por ter me tocado sem a minha permissão.
Mas ele não deveria estar assim, apesar de ser extremamente proibido me tocar, eu nunca poderia puni-lo. - Eu não sabia porque me sentia daquela forma sobre alguém que não conhecia, e também eu não sabia explicar o motivo do seu toque ter dado arrepios por todo o meu corpo, mesmo sendo um breve e rápido toque de mãos.
"Não tenha medo, eu não irei te punir... pode segurar minha mão se quiser. Você tem a minha permissão." Eu reforcei o que eu disse apertando as mãos do garoto levemente, e senti o mesmo apertar de volta. E aquele já familiar arrepio percorreu o meu corpo novamente.
"M-mas, por que? Nós não conhecemos um ao outro! O que te motiva a me dar permissão para tocar nosso Deus na Terra?" Respirei fundo, começando a guiá-lo em direção ao centro do salão, onde variados nobres estavam dançando com seus pares.
"Não verdade, eu não sei explicar isso nem para mim mesmo..." Minha voz parecia insegura e refletia o meu humor no momento. Eu estava com medo de avançar muito na nossa relação, eu estava com medo de assusta-lo.
"Tente explicar para mim, meu Faraó, por favor... Eu só quero entender essa situação melhor." Sua voz era baixa, porém não inaudível. Começamos a dançar junto com os outros nobres, e durante a dança tentei criar uma resposta plausível para o meu comportamento diante a ele, mas nenhuma pareceu boa o suficiente.
Os olhos curiosos do garoto encaravam diretamente os meus, ametista e vermelho, uma mistura peculiar que poderia dar um bom resultado, ou não.
"Faraó?" Disse o garoto, enquanto fazia delicados e graciosos movimentos, tão belos quanto o mesmo.
"Sim?" Digo receoso, já sabendo o que ele irá dizer.
"Vossa majestade não respondeu a minha pergunta." Ele disse, com um brilhante sorriso no rosto, seus olhos nunca deixando os meus. - O pequenino dançava muito bem, eu não me surpreenderia se ele não tivesse nenhuma falha.
"Desculpe, durante esse tempo estivesse elaborado uma resposta." Digo rindo, ainda encarando-o nos olhos. - ele retribui o riso, com um belo sorriso brincando em seus lábios.
"Quando vossa majestade decidir me contar, estarei pronto para ouvir. A propósito, Faraó... Você é um ótimo dançarino." Ele disse em um tom genuinamente animado, embora seu rosto estivesse um pouco corado. Meu coração acelerou ao ouvir tal elogio sair da boca de um ser tão maravilhoso quanto ele.
"Não melhor do que você, pequenino."
O garoto corou levemente com o elogio, e direcionou seu olhar para a parede, como se a mesma fosse muito interessante.
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