História The Intruder - Capítulo seis

Atem’s pov

O belo garoto a minha frente parecia assustado, como se tivesse visto uma assombração. Será que a minha proposta havia sido ruim? Será que ele achava que eu estou indo rápido demais? – eu devo analisar tudo o que eu fiz até esse momento, e ver se eu estou indo muito rápido, eu não quero assustá-lo.

“Sim, eu sou.” A doce voz do garoto que eu tanto admirava despertou-me dos meus devaneios.

“Do que você está falando?” Digo, sem entender o que estava acontecendo. Será que fiquei preso em meus pensamentos por muito tempo? – A postura do menino enrijeceu, e ele voltou seu olhar as suas unhas, parecendo nervoso.

“Vossa majestade perguntou se eu era filho de algum nobre, e por fim eu respondi.” Algo me dizia que ele estava mentindo, mas decidi ignorar a minha intuição no momento.

“Eu adoraria conhecer a sua família, poderia me apresentar a eles?” Por um momento eu vi uma fagulha de medo percorrer o rosto do menino, que abaixou de modo rápido o seu rosto. Seus ombros estavam tensos, e suas unhas aparentavam estar se fincando nas pálidas palmas de suas mãos. O que o deixou tão nervoso? Seria o meu interesse repentino em conhecer a sua família? – Eu queria saber tudo sobre ele. Tudo o que ele odiava, amava e até das coisas que ele apenas gostava. Eu queria saber o que o incomodava, e sobre seus pesadelos e sonhos. Eu queria saber tudo sobre aquele pequeno anjo, desde os mínimos detalhes. É normal pensar assim de alguém que você mal conhece?

“Perdoe-me por desapontá-lo, Faraó, mas eles não estão aqui no momento.” Ele disse seus olhos ainda no chão e logo continuou. “Mas agora, eu tenho que ir.”

Ele fez uma atrapalhada reverência e virou-se de costas, indo em direção à porta. – antes que ele pudesse sair, corri até a sua direção e segurei sua mão firmemente. Ouvi murmúrios através do salão, e eu estava ciente que os olhos estavam em mim, mas não liguei. Eu já estava acostumado com toda essa atenção, e tinha mais coisas importantes na mente no momento.

“Eu disse algo que te ofendeu?” Digo em um tom baixo, tentando não deixar a minha voz parecer trêmula, mas falhando.

O pequenino virou-se em minha direção lentamente, seu rosto ainda inclinado para o chão.

“Não, vossa majestade.” Ele disse, a tristeza presente na sua voz me magoou imensamente. O que eu havia feito para deixa-lo nesse estado?

“Você aparentava estar tão feliz antes, mas agora parece estar com pressa para me deixar. Por favor, me diga o que aconteceu!” Eu digo com a voz ainda trêmula, tentando conter a vontade de prendê-lo em meus braços e não o deixar ir. – O garoto vira em direção à porta, e suas trêmulas mãos alcançam a maçaneta.

“E-eu não pertenço a esse lugar...” Ele por fim diz, abre a porta de forma bruta e sai correndo pela mesma. – Sinto uma forte dor no meu peito, algo que eu nunca havia sentido antes. Sinto algum tipo de liquido escorrer pelo meu rosto, e lentamente coloco a minha mão no mesmo.

Eram lágrimas.