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História The Joke was on Me - Capítulo I


Escrita por: Callme_stegois

Notas do Autor


Então.. :}
Primeiramente, eu não leio HQs então a história vai ser diferente, inclusive diferente de qualquer animação/filme que tenham os personagens... :}
Segundo, eu queria algo diferente com relação ao começo das coisas e saiu isso ai... :}
Terceiro, espero que gostem... :}

Capítulo 1 - Capítulo I


      Nove meses atrás a desconhecida pintora Arleen Quinzel descobriu sua segunda gravidez indesejada.

Quatro anos antes, Arleen costumava passar o tempo em uma cafeteria perto de sua casa para encontrar inspiração para seus quadros. Lá havia um garçom alto, com cabelos alaranjados feito o pôr do sol e pele tão claro que parecia porcelana.

Seu nome, Arleen nunca se preocupou em saber. Gostava de ficar sentada perto de uma das janelas do lugar e observar o garçom conversando com seus colegas de trabalho, percebeu que o mesmo gostava de criar enigmas e charadas simples, mas que faziam as pessoas se sentirem menos estressadas com o dia a dia.

      Arleen era casada com Harry Quinzel, um renomado psiquiatra da cidade em que viviam. Se conheceram em uma exposição para pequenos artistas onde Arleen estava presente com seus quadros. Harry havia se encantado pela pintora no mesmo momento em que colocou seus olhos nela. Magra, olhos claros como a água mais cristalina e cabelos tão loiros que pareciam brancos ao longe.

Harry era alto, moreno e com um charme extremamente envolvente. Um ano depois acabaram se casando e todo o charme presente naquele fatídico dia foi por água a baixo.

Harry não tinha paciência com nada nem ninguém, não sabia ser amável ou ter o mínimo de educação com as pessoas. Era impossível imaginar como um homem como aquele conseguia ajudar as pessoas e por isso, Arleen saia de casa para pensar. Para fugir da realidade. A realidade que ela mesma se colocou e não tinha forças para se ver livre.

      A cafeteria era seu refúgio, e o garçom engraçado acabou se tornando um grande amigo. As conversas nunca ficavam chatas, eles sempre tinham sobre o que falar e ele não se importava de ouvir as histórias sobre o casamento ruído de Arleen.

Com o tempo, o sentimento se mostrou diferente. Aquele homem era tão gentil e caridoso, se importava tanto com a pintora e sempre estava lá para ampará-la quando chegava triste por outra briga com Harry.

Era uma noite de sábado quando Arleen chegou na cafeteria toda molhada pela chuva forte que caia. Não haviam mais clientes, o estabelecimento já estava fechado e apenas uma luz ao fundo estava acesa. Arleen sabia que o garçom costumava ficar até tarde arrumando tudo para não precisa chegar mais cedo no outro dia.

  Começou a bater no vidro e percebeu certa movimentação no interior da loja. Ele abriu a porta e percebeu a mancha roxa presente no olho direito de Arleen, e enquanto gentilmente ele a ajudava a secar os cabelos foi ouvindo a narração de como Harry decidiu que estava sendo traído e que isso ele não permitiria, de como doeu levar um soco no rosto e de como a pintora estava disposta a abandonar tudo e ir embora.

E naquele momento um beijo foi dado por ele e aceito por ela, e no chão daquela cafeteria, Arleen pôde finalmente dizer que pelo menos uma vez na vida amou e foi amada da mesma forma.

      No outro dia precisou voltar para sua casa para arrumar suas coisas, afinal seu amável garçom decidiu que ela moraria com ele e que tudo seriam flores. Mas, ao chegar percebeu que o inferno era de fato pessoal e intransferível.

Harry estava fora de si, irritado por ter passado a noite fora e dessa vez ela nem tinha como negar qualquer coisa. Seu marido estava incontrolável e a prendeu no quarto para que nunca mais saísse, Arleen até tentou lutar, mas ele era maior e mais forte e bem mais louco.

      Naquele quarto Arleen não saia para nada, as empregadas traziam bandejas para que ela fizesse suas refeições e a noite Harry chegava do trabalho e dormia ao seu lado, apenas lhe dirigia a palavra quando precisava de sexo. Muitas vezes Arleen se não a fazer qualquer coisa, mas para Harry um não era respondido com um tapa então acaba sendo mais fácil e mais saudável fisicamente ceder e chorar em silêncio depois. Afinal a culpa toda era dela e ela precisava aprender.

      Um mês depois de todo esse tormento, uma suposta doença cai sobre Arleen e finalmente ela sai do quarto para ir ao médico. E nesse momento ela tem esperança de que fugir quando não estiverem prestando atenção e correr para a cafeteria. O problema – claro – veio quando o médico seriamente a olhou e disse que estava grávida. Como poderia fugir agora? Não tinha dinheiro, seu garçom não ganhava muito para sustentar os dois, imagina um bebê.

Essa dúvida não se fez problema por muito tempo afinal, Harry soube sobre a gravidez e pelas suas contas era impossível ser seu filho. Não queria a criança, mas também não poderia abortá-la. Ainda era considerado um grande médico pelos pacientes e isso mancharia sua reputação.

     Arleen ficou trancada durante toda a gestação e quando a pequena menininha nasceu, pela segunda vez sentiu que amava e era amada da mesma forma. Sentimento que mal durou, horas depois Harry chegou do trabalho e percebeu com repulsa o bebê sendo alimentado pela mãe. Precisava dar um jeito naquela coisinha, não podia criar uma filha que não era sua, que era filha do amante de sua mulher. O que seus colegas iriam dizer? E a ideia surgiu na sua mente. Simples, rápida e sem suspeitas de qualquer traição.

     Arleen passou apenas uma noite com sua bebezinha. Na manhã seguinte, Harry cancelou todos os compromissos e dirigiu para a cidade vizinha com Arleen e a criança. Na cidade havia um orfanato num campo mais afastado, sem muitas construções ao redor.

A pintora trazia seu bebê em uma pequena cesta verde, coberta por um cobertorzinho numa mistura de vermelho e laranja dado por Harry para que a criança não passasse tanto frio, afinal ele não era um monstro, não é.

Ironicamente, a cor do cobertor fez Arleen lembra dos cabelos do garçom e pai da criança. Uma dor enorme surgiu em seu coração e lágrimas começaram a correr por seu rosto, sua mente trabalhava em possíveis respostas para uma simples pergunta que costumava se fazer nos últimos meses da sua vida: Por que?

      Arleen deixou a cesta e sua pequena filha na porta do orfanato. Escondido dentro da cesta havia um pequeno papel escrito um nome. Pelo menos isso a pequena teria. Pelo menos isso a pequena Lilian ganharia de sua mãe, a única coisa que teria de sua mãe. Seu nome.

      Anos depois, a notícia de sua segunda gravidez veio como uma bomba. Arleen não queria ter um filho vindo de todo aquele abuso que recebia de seu marido, mas o que ela podia fazer? A única certeza que tinha era que dessa vez, a criança ficaria com ela. O bebê não era de nenhum amante. Mulheres em cativeiro não têm amantes.

Nos últimos meses, a gravidez estava acabando com Arleen. A barriga enorme, enjoos constantes, dores por todo o corpo e Harry não a tratava melhor apenas por estar grávida. Nem seu próprio deve significar algo para um homem como aquele.

Os médicos que a acompanhavam diziam que o repouso era absoluto e que a gravidez havia se tornado complicada devido a fraqueza e aos machucados de Arleen, já que ela era uma pessoa muito desastrada como dizia Harry.

      O grande dia chegou e as dores eram praticamente insuportáveis. Arleen gritava naquele hospital, por seu rosto o suor escorria como se fizesse 50º graus dentro da sala onde estava. As enfermeiras iam de um lado para o outro monitorando o estado da paciente.

Arleen fazia tanta força e sentia tanta dor que jurava por vezes sentir seu coração parar por alguns segundos e voltar. O bebê nasceu bem e – novamente – menina.

Talvez fosse sua sina ter apenas filhas. Arleen sorriu com esse pensamento e no instante seguinte sentiu uma dor em seu peito tão grande que nem conseguia gritar por socorro. Só conseguia focar na dor que sentia e em como as enfermeiras estavam desesperadas. Sentia seu corpo pulsando para cima e para baixo e alguns choques que pareciam estar tão longes que só sentia uma pequena coceira perto das costelas. Foi a última coisa que Arleen sentiu.

Talvez fosse sua sina não poder ter suas filhas.

- Como é sobrenome, Sr.? – Perguntou a responsável pela documentação.

- Quinzel.

- Certo. E o nome da menina?

- O nome é Harleen. Harleen Frances Quinzel.


Notas Finais


Quarto, se não gosto finja que sim que eu não vou saber mesmo... :}


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