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História The Judge - Explain to me


Escrita por: RGBSfics

Notas do Autor


SURPRISEEEEEEEEEEE huehue 3:)

Capítulo 14 - Explain to me


Fanfic / Fanfiction The Judge - Explain to me

CAMILA'S POV

— Lauren? O que você... — Shawn perguntou desviando o seu olhar dela e voltando a me encarar. — O que vocês...?

Engoli em seco, me segurando para não avançar no pescoço daquela filha da puta. Quem ela achava que era para tomar suas próprias conclusões em um problema que também era meu e achar que iria ficar tudo numa boa? Em que mundo ela vivia?

— Amor...

— Não pense besteira, ok? — A mulher me interrompeu, levantando as mãos em rendimento e saiu do box, o encarando. — Vim ver se a Camila estava bem como combinamos, daí decidi pedir sua base emprestada, esses mimimi's de mulherzinhas...

— Lauren entrou para lavar o rosto no box já que eu estava usando a pia e os seus cílios postiços caíram. — Falei feito uma metralhadora, ignorando as pausas entre as palavras. Isso acontecia quando eu não sabia mentir e estava muito nervosa.

— Pois é e a Camila, coitada, super emocionada com tudo isso que você preparou para ela hoje. — Jauregui disse com a expressão séria e, se já não fosse cantora, poderia ser uma perfeita atriz dos filmes de Hollywood. — Eu a acalmei, disse que você é um ótimo namorado, sempre foi uma ótima pessoa, um ótimo amigo...

— Foi exatamente isso, amor. — Cortei Lauren e rezei mentalmente para que ele acreditasse naquela história.

— Ah, tudo bem então. — Sorriu simpático e entrelaçou seus dedos nos meus. — Obrigado mais uma vez, Laur. Não sei como retribuir todo esse carinho que está tendo comigo e com a Mila.

— Amigo não é para essas coisas? Relaxa, eu irei fazer tudo o que estiver ao meu alcance, por você, inclusive ficar de olho nessa ai quando você não estiver por perto. — Piscou um dos seus olhos e eu sorri amarelo, abaixando o meu olhar e a vendo sair pela porta.

Ao sair do banheiro, descemos as escadas da mansão e eu encarei as pessoas com um certo receio sobre o que elas pensariam sobre mim. Analise esta cena com atenção: Eu subo quase que imediatamente para o banheiro e Lauren vai atrás. Demoramos quase meia hora sem dar nenhum sinal de vida, até que o meu namorado sobe até la e acaba com a farra, fazendo as duas descerem com cara de tacho, como se tivéssemos levado uma bronca daquelas. Agora, se lembra do assunto anterior na mesa de jantar? Homossexualidade. O que uma sapatão poderia estar fazendo há mais de meia hora com uma garota no banheiro? Engoli em seco ignorando o olhar de minha mãe pesar sobre mim. Suas intuições nunca falhavam quanto à mim e à Sofi. Droga, o que ela estaria pensando de mim agora?

Nos despedimos do senhor e senhora Mendes, que partiram em seus luxuosos carros dando uma carona para o papai, mamãe e Sofia, que já dormia em um sono profundo. Eu havia amado conhecer Normani e Veronica, amigas de Lauren, e havia me simpatizado bastante com Harry, o mesmo que havia me atraído até o lugar. O garoto até que era bem simpático, além de farofeiro, se igualando ao nível de Lucy, Dinah e até mesmo de Vero. Não queria nem ver a merda que daria quando esses quatro se juntassem em um único lugar.

— Eu já estou de partida, cambada! Mani, quer uma carona, gostosa? — Dinah disse, fazendo todos nós rirmos e deixando Vero um tanto quanto... insatisfeita com aquilo.

— Mani vai comigo. — Disse a mulher, com as mãos na cintura da morena.

— Deixa ela ir com a Vero, Dinah. Elas tem um rolo. — Harry disse, olhando cúmplice para Lauren que sorriu, o olhando de volta.

— Eeei, eu não tenho nada com a Vero. E sim, Dinah, eu aceito a sua carona. — Disse Normani, enganchado seu braço no dela.

Veronica revirou os olhos discretamente e disfarçou, falando alguma coisa com Harry. Todos nós, menos Shawn, havíamos ido para o portão daquela mansão maravilhosa, para esperar os respectivos taxis de quem estava indo embora. Harry havia pego um dos carros — digo, luxuosos carros — de Lauren, já que o garoto sempre fazia isso e, segundo ele, Lauren não se importava. Pois eu me importaria, e muito. Quanto aquilo deve ter custado pra ela emprestar assim, de mão beijada, como quem dissesse: " Ah pode pegar, amanhã me devolve. " ?

— Aah, vocês me desculpem, mas eu não quero ir com a Mila. — Franzi o cenho e encarei Lucy com uma expressão confusa. — Não estou afim de presenciar sexo ao vivo, por tanto Ally, minha querida, vamos guiar o doido daqui logo?

— Mas ela não vai fazer isso não, Lucy. Nós vamos com a Mila. — Ally cruzou os braços e fez uma cara feia para a irmã.

— Brooke, quer parar de ser chata? A gente vai e agora.
— Vocês parecem duas crianças. Parem de brigar. — Pedi, com uma feição irritada e com os braços cruzados, enquanto Ally bufava ao olhar para Lucy.

— A Iglesias vai junto, não se preocupem! — Lauren exclamou, empurrando a amiga, que a olhou confusa. — Faça o seu papel de alfa.

— Tá me despachando, demônia?

— Nunca! Vai que Iemanjá resolva devolver a oferenda... Aproveite que Lucy é um bom partido. — Disse a cantora, com um sorriso malicioso.

— Olha que eu sou heim, Jauregui. — Vives olhou para a mulher com o mesmo sorriso malicioso, e Lauren bufou, empurrando as duas para dentro do táxi.

— Eu não quero ficar de vela. — Ally falou, entrando pela porta do passageiro.

— Que vela? Da Camila você aceita sem pensar duas vezes né Safada? Traíra!

— Vão e divirtam-se. — Falei, cortando Lucy propositalmente, com os braços cruzados e presenciei o veiculo se afastar.

Assim que as meninas partiram, nós ficamos totalmente em um clima constrangedor, devido a ausência de assunto. Hora ou outra eu percebia Lauren me olhando pelo canto dos olhos disfarçadamente e sabia que Dinah tinha percebido. Aquela mulher deveria ter nascido com alguma mutação, não era possível que ela percebia os mínimos detalhes dos fatos e acertava sempre em suas conclusões.

— A baba está escorrendo, Jauregui. Limpa aqui ó... — Dinah disse, passando as costas das mãos no canto esquerdo da boca.

— Se concentra no táxi. — Avisou ignorando a fala da mulher e eu e Normani nos entreolhamos. Lauren poderia ser bem antipática quando queria.

— Eu sei que vocês duas se pegaram lá em cima, não adianta negar e eu vou falar uma coisa... — Dinah falou e eu a encarei, prendendo a respiração por um segundo. — Ficou um maior climão quando a Lauren foi atrás.

— Não pior do que o clima que ficou quando Shawn foi atrás. — Normani concluiu e Dinah concordou, reprimindo um riso.

— Não estou interessada no clima que ficou, só não quero que esse assunto saia daqui. Ok? — Lauren avisou e eu permaneci calada.

— Não que eu vá espalhar, mas... por que você está falando isso?

— Dinah, veja bem, se isso cai na imprensa, pode causar um enorme problema para vocês no programa e até uma desclassificação. — A loira fez uma cara de desentendida e Lauren bufou voltando a explicar. — Porque nenhum dos participantes podem ter contato com quem for da produção. São as regras dos programa, vocês não leram no regulamento?

— Se lemos ou não, não interessa. Mas sei que se isso cair na imprensa e formos desclassificadas, eu vou infernizar pra você sair perdendo nessa também.

— Ah, e você teria essa coragem?

— Pode apostar. — A olhei desafiadora e um sorriso sacana surgiu em seus lábios.
Minutos depois, Dinah e Normani entraram no táxi e eu dei as costas, voltando para dentro da casa sem perder tempo. Pela graça divina, Lauren não tentara nada e, por umomento, respirei aliviada por ela ter mantido uma distância consideravelmente longe, enquanto eu estava com Shawn.

Para o meu bem.

~

Chegamos em casa um pouco depois das duas da madrugada e meus pais, juntamente a Sofia, dormiam silenciosamente no quarto. Decidi que não comeria nada, apenas esperaria Shawn deitada — depois de um demorado banho, é claro — para que ele pudesse esclarecer toda aquela história que já estava me corroendo por dentro.

Não demorou muito até que ele viesse com quatro barrinhas de cereal e se deitasse ao meu lado. Peguei três para mim e ele me encarou com um olhar divertido, enquanto eu as escondia.

— Não é justo. — Reclamou, comendo um pedaço da que estava em sua mão.

— Começa a falar em três...dois...

— Eu sabia que você iria me cobrar isso. — Rolou os olhos e eu gargalhei, abrindo uma barrinha. — Bom, a Laur e eu somos amigos desde a infância...

— Essa parte eu já sei, prossiga.

O garoto me olhou com uma careta feia e eu lhe dei um tapa no ombro, fazendo com que ele gargalhasse, antes de começar a contar.

— Nossas famílias eram muito próximas e, como você sabe, meus pais vivem viajando e chegou uma certa hora em que eu não queria mais isso para mim. — Ele gesticulava — Eu havia crescido e garantido que eu iria ficar bem ao supervisionamento dos pais de Lauren.

— Isso foi uma escolha bastante complicada, eu imagino. Quase morro longe dos meus aqui.

Um vento frio gelado entrou pela janela entreaberta do quarto, fazendo com que eu levantasse a blusa de frio para que cobrisse melhor os meus ombros. Observei a fina linha em que os seus lábios se formavam, e vi quando o garoto abaixou o seu olhar, com um pensamento distante. Pensei em comentar alguma coisa, mas logo desisti, aguardando o momento em que ele pudesse dar continuidade.

— E chegou uma época em que eu estava mal... eu havia acabado de perder minha irmã mais nova e... — Engoliu em seco. — Ela foi a única que aguentou tudo comigo e me deu o maior apoio. — Aproximei uma de minhas mãos da sua e as entrelacei. — Isso pode parecer meio gay. — Sorriu e eu senti uma gota de sua lágrima cair sobre minha mão. — Mas até hoje eu não consigo ficar sem ela e nem ela sem mim por muito tempo.

— Se não quiser falar sobre isso, eu vou entender. — Respirei fundo e me aproximei do garoto, beijando seu rosto carinhosamente.

— A Aaliyah tinha dez anos quando foi assassinada por um vizinho nosso e eu não entendia muito naquela época. Sei que ele foi preso e meses depois, encontraram materiais de pornografia infantil em sua casa... — Parou por um momento e suspirou, antes continuar. Aquilo estava partindo o meu coração em pedacinhos. — Eu não sei e nem quero imaginar o que minha irmã sofreu nas mãos daquele cara...

— Amor...

— A vontade que eu tinha de matar aquele desgraçado continua aqui, por mais que... por mais que o tempo tenha passado, eu nunca vou esquecer. Nunca vou esquecer da cara daquele sujeito porque ainda dói aqui. — Pôs a mão livre em seu peito e eu já sentia meus olhos se encherem d'água aos poucos. — a Aaliyah era... nossa, como eu a amava. Ela era tudo pra mim.

— Eu não consigo imaginar... Não consigo porque não sei o que faria se fosse a Sofia. — Abaixei meu olhar para as nossas mãos cruzadas e limpei meu rosto molhado pelas lágrimas.

— E Lauren esteve do meu lado o tempo todo. Nos meus momentos de bipolaridade, de mal humor, de fúria, de fraqueza... e naqueles em que só minha irmã poderia ser a solução. — Continuei imóvel apenas ouvindo o que ele tinha a dizer. Por um momento, me senti culpada por ter insistido naquela explicação, mas era tarde demais para voltar atrás e fazer com que ele desistisse. — Ela esteve mais do meu lado nesse momento do que os meus próprios pais.

Era impossível pensar que Karen, a Sra. Mendes, o abandonaria nesse momento tão difícil que era a perda de um membro familiar. Não sei o seu marido, que eu conhecia bem pouco, mas a mulher que era tão preocupada com o próximo, tão humilde e tão família, era inacreditável que abandonasse o filho desse jeito, e logo Lauren? Ela tinha um lado sentimental? Era impossível que estivéssemos falando da mesma Lauren.

— Enfim... Eu queria que a nossa amizade tivesse algo para simbolizar. Algo que nos unisse independente se os nossos destinos tomariam diferentes rumos... — Pegou sua correntinha nas mãos e eu sorri. Que ideia besta a minha de achar que ele era um Jaureguy. Eu saberia se fosse. — e foi o que aconteceu. Eu mudei de bairro, Lern mudou de cidade, eu conheci você, ela logo ficou famosa... — Deu uma breve risada. — Era o sonho dela.

— E vocês perderam totalmente o contato?

— Não, a gente continuou se encontrando de vez enquando, às escondidas, mas nem sempre por conta de sua vida muito corriqueira. — Fiz uma cara em dúvida e ele riu — Por exemplo, semanas atrás não nos vemos porque ela estava na Europa. Você não sabia, meus pais não sabiam e ninguém sabia que nos encontrávamos.

— Mas por que isso? O que tem de tão importante nessa amizade que ninguém pode saber? — Revirei os olhos e cruzei os braços debaixo dos seios.

Ciúmes? Isso não era ciúmes! Eu não tinha ciúmes de uma amizade, puff...

— Eu só não queria misturar as coisas. Não queria ser o melhor amigo da grande Lauren Jauregui, mas sim da minha Lern. Não queria que as pessoas soubessem disso porque iriam se aproximar de mim por interesse e não é uma coisa que eu ache certo, você entende?

— C-claro que sim. — Eu entendia? — Mas só não entendo o porque de ter escondido isso de mim. Quer dizer, eu nunca dei motivos para desconfiar de mim.

— Ela é minha amiga, como uma irmã e você é a minha namorada. Assim como não contei dela para você, não contei de você para ela porque não havia necessidade. O que importa agora é que as duas mulheres da minha vida se conhecem e eu estou muito feliz. — Se aproximou de mim e selou seus lábios nos meus, mordendo o meu lábio inferior de leve.

Ah, como eu amava isso.

— Aquelas ligações suspeitas... — Me apressei em perguntar e ele gargalhou com as mãos na cabeça. — O que é? O interrogatório ainda não acabou.

— Mas você não desiste mesmo, Camila, meu Deus.

— Desistir é para os fracos. — Falei convencida, abrindo outra barrinha de cereal.

— Era ela em todas. Eu tomei o maior cuidado para que você não descobrisse, mas todo cuidado foi pouco. — Sorriu e eu o acompanhei, mais aliviada. — E antes que você pensasse, eu não te traí. Nunca faria isso com você, apenas combinei tudo com ela.

— Eu não pensei que você pudesse estar me traindo... Ah, meu Deus... Lucy e Ally... suas cúmplices? — perguntei surpresa e ele confirmou com um aceno de cabeça. — Por isso elas mudaram rapidamente de ideia e não queriam mais me ajudar a investigar o seu segredo...

— Vocês iam investigar o meu segredo?

— Sim, quer dizer... Não! Eu achei que estivesse com outra. Oh, meu Deus. — Pus as mãos na cabeça num falso desespero e gargalhei de minha própria idiotice. — Se eu pelo menos lembrasse o dia do nosso aniversário de namoro, eu poderia ter chegado à essa conclusão.

— Ainda bem que não lembrou. Iria estragar toda a surpresa, minha linda. — Disse e depositou um beijo em minha testa e eu me aconcheguei em seus braços, onde me parecia o melhor lugar do mundo para me manter segura.

Saber daquela história toda, que envolvia o seu passado com Lauren, havia me deixado bem melhor. Me fazia sentir uma pessoa mais importante, pelo simples fato de ele ter confiado em mim para contar contar os seus segredos e até os seus piores momentos dele. Eu realmente não conhecia esse lado de Lauren, sempre a via como uma pessoa forte e extremamente segura de si, mas o que ela representava na vida de Shawn era uma coisa linda. Agora eu entendia o porque daquela comemoração toda em sua mansão. Por mais que ele tivesse pessoas super importantes em sua vida, a mulher ocupava um cargo único em seu coração e eu não me sentia capaz de opinar ou criticar.

— Eu já lhe disse que te amo?

— Não.

— Já sim, Mendes. — Fechei meus olhos e ouvi uma risada gostosa do garoto.

 

LAUREN'S POV

 

— Eu ainda estou cabrera com essa história, Mani! — Me joguei de qualquer jeito na cama da garota e ela me olhou feio.

Ela e Iglesias tinha uma mania muito chata de " não toque em nada " e isso era insuportavelmente irritante, quando o que eu mais queria era me sentir a vontade em suas casas.

Acordei bem cedo naquele dia e, sem nem comer nada antes, me arrumei e fui imediatamente para o apartamento novo de Normani. Pois é, eu já tinha pago a vista, mesmo com ela enchendo o saco para parcelar em 10, 20, 30 vezes, mas eu não achava justo dar uma casa para Vero e não ser legal com ela. Harry? Ele que se dane, o viado tinha dinheiro suficiente para comprar uns mil prédios daquele.

— Namorada do meu melhor amigo cara, que roubada. Estou me sentindo igual daquela vez em que éramos crianças, eu tinha achado uma bola de futebol e estava super feliz porque havia achado uma bola nova para jogar. Corri para mostrar a ele e, para a minha infelicidade, a bola perdida era dele e eu tive que devolver. — Cocei minha cabeça comparando os fatos. — Não que Camila seja um produto, mas... Cara, ele estava na boate com ela quando eu a beijei. Já pensou se ele tivesse visto?

— Ela era a garota da boate então? A que te deu aquele tapa na cara e que deixou o seu rosto completamente vermelho, parecendo que tinha sido atropela...

— Por favor, poupe-me os detalhes. Falando assim, me faz parecer que sou uma passivinha e isso é uma tremenda ofensa. — pus as mãos no peito com uma expressão falsa de ofendida, e ela gargalhou. — É sério, acredite.

— A única coisa que eu não consigo acreditar ainda é em como você conseguiu sobreviver à essa situação. Eu no seu lugar, sentaria e choraria. Já pensou se ele descobre que você dá uns pega na namorada dele? Acabou a fraternidade, a amizade, acabou tudo. — Sentou-se ao meu lado e puxou um travesseiro para o seu colo.

— Acabou nada. Ele vai ficar chocadinho, óbvio, mas a nossa amizade é muito além de uma namorada qualquer. Eu mesmo já terminei vários relacionamentos por causa dele. — Me arrastei até o travesseiro em seu colo e deitei minha cabeça ali, recebendo um carinho gostoso da morena.

— O que? O que vocês têm afinal?

— Por que a gente precisa ter algo? Você não acredita em uma amizade verdadeira entre um homem e uma mulher?

— Claro, Laur... Eu e o Harry, por exemplo. — A garota disse e eu gargalhei. — O que foi?

— Harry é o maior gay da face da terra e você é uma sapatão encubada, Normani. Daí não tem como surgir nada além de apenas amizade.

— Harry é gay, mas eu não sou sapatão. — Bufou baixo. — Falando em sapatão, aquela Dinah é da espécie de vocês?

— É? — Perguntei confusa.

— Eu quem estou perguntando.

— Sei lá, ué.

— Ela veio com uns papo louco de que a gente precisava ser muito amigas, que ela tinha gostado muito de mim e perguntou como ia a minha vida amorosa. — A garota disse, me fazendo rir. — Eu disse que não namorava e ela começou a conversar passando a mão na minha perna...

— E só isso?

— Como assim, só isso? — Perguntou e eu revirei os olhos, sem que ela visse.

— Tem mais coisa ai que você está ocultando.

— Não tem não, Jauregui.

— Eu sei quando está mentindo, Mani. Te conheço há anos, garota.

— Tá... Eu não ia te contar, mas é que... Assim, antes dela sair, a gente conversou e tal. Ela me falou da vida dela e conversa vai, conversa vem...

— Fala, porra!

— Laur, ela me deu um beijo no canto da boca, quando saiu do táxi. Eu juro, não tava esperando por aquilo. E antes dela sair, ela me chamou pra ir no Nobu com ela...

— NO NOBU?? Ai ai, se Veronica Iglesias souber...

— Quando eu souber de que, vadias?

Firmei os lábios em uma linha tênue e olhei para cima, encontrando uma Normani completamente congelada. Também não era pra tanto, não era como se ela estivesse traindo Veronica. Ou era? O mais foda disso tudo, era que elas escondiam o que tinham. Sim, o que tinham, porque se tem uma coisa que eu tinha certeza, era que ali tinha.

Quê?

— Não-é-nada...

— Kordei foi chamada para sair ontem, pela Dinah. Aquela amiga da Camila, sabe? — Olhei de Vero para Normani e ela escondia o rosto entre as mãos.

Sorri divertida, disposta a colocar mais lenha na fogueira para que uma revelasse qual era dessa "amizade" entre as duas, e esperei até uma se pronunciasse.

— Dinah? Aquela avatar gigantesca de um metro e noventa e quatro de altura? — Vero perguntou com o cenho franzido e eu reprimi um riso. — E você aceitou, Mani? Pelo amor de Deus, olha o que você vai responder...

— Eu disse que sim! Tá, se você quer saber. Ela é um amor de pessoa, e não mede isso tudo. Para de implicância com ela. — Kordei respondeu e voltou a mexer na minha cabeça enquanto eu ria descontroladamente.

— DISSE QUE SIM? E EU NÃO SOU UM AMOR DE PESSOA? VAI SE FODER, NORMANI. — Veronica se exaltou e sentou de qualquer jeito no chão do quarto.

— Você é. Eu te amo muito, mas Vero... — Suspirou e encarou a mulher. — O que a gente tem não é nada...

— COMO ASSIM O QUE A GENTE TEM NÃO É NADA?

— O que vocês têm? — Me sentei ereta na cama, imediatamente e encarei ambas as duas que me olhavam com os olhos esbugalhados.

— A gente não tem nada! — Falaram em uníssono e eu franzi o cenho.

— Vocês querem me fazer o favor de contar? Porra, eu sou a melhor amiga de vocês! — Exclamei. 

— Mas é sério, Laur. — Iglesias disse e desviou o seu olhar de mim para Normani. — Na verdade, eu não estou nem ai. Quer sair com a Dinahvatar, você sai. Estou tranquila e de boa. Vou levar Lucy para sair também.

— A Lucy? — Agora foi a vez de Normani perguntar, desacreditada.

— Lucy? — Repeti.

— É, gente. Ela é muito gata, a gente se deu super bem no banco de trás do carro, se é que vocês me entendem...

— E ainda dizia, com a maior cara de pau, que gostava de mim. — Disse Normani. — Ainda se acha no direito de opinar a minha relação com Dinah!

— Ah, já é uma relação? — Vero perguntou com um sorriso sarcástico. — Depois quer fazer a linha da hétera.

Eu realmente achei que aquela conversa seria divertida, mas me assustei ao ver que ela havia tomado um rumo completamente desagradável. Eu não sabia que rolava ciúmes dessa forma entre ambas as partes, mas agora que eu sei que rola, as coisas ficam ainda pior do que eu imaginava e a certeza de que rolava algo entre elas, só aumentou.Harry precisava saber.

— Não te devo satisfações.

— Não deve? — Veronica perguntou para a mulher, que revirou os olhos.

— Não!

— Então tá. — Veronica concluiu e saiu do quarto, batendo a porta em seguida.

~

Depois de um tempo, as coisas haviam ficado muito tensas entre Veronica e Normani. As duas não se falavam e nem se quer trocavam olhares, o que era muito, mas muito estranho. Eu nunca havia presenciado algo do tipo entre as duas, ainda mais Kordei que era completamente na dela. Eu não conseguia ver as duas juntas, mas não conseguia pensar o contrário do fato delas terem um relacionamento às escondidas. E se tivessem? Qual seria o problema de revelar? Mas não, tem que dificultar muito as coisas e me deixar com uma pulga atrás da orelha, parecia até castigo.

Veronica ainda estava no apartamento novo da garota e preparava algumas panquecas. Eu não gostava muito, mas pelo cheiro dava-se para deduzir que sairia uma coisa bastante comível, pelo menos.

Diferente dela, Normani navegava em seu notebook em um site de fofocas qualquer e me parecia bastante interessada no que lia. Para falar a verdade aquele silêncio infernal estava me matando. Vero era uma pessoa que adorava bagunça e agora, parece que arrancaram suas cordas vocais.

— Gente, pelo amor de Deus! — Me levantei e peguei o controle remoto da TV, subindo em cima da mesinha de centro de Normani.

— Desce. Agora! — A morena falou entre dentes e eu balanceia a cabeça negativamente.

— We go hard or we go home, we gon do this all night long, we get freaky if you want... ? — Cantarolei e apontei o controle para que Mani pudesse continuar o trecho da música, mas tudo o que ela fez foi revirar os olhos. — Vai, Mani: Na-na-na-na-na... ?

— Deixa de se chata! — Bufou e virou o rosto para o outro lado.

— We go hard or we go home, we gon do this all night long, we get freaky if you want... ? — Corri para a cozinha desta vez e apontei o controle para Vero, que sorriu divertida.

— Na-na-na-na-na... — Cantarolou e eu gargalhei com as mãos na barriga. — O que foi?

— Agora é: Bitch, I'm Madonna, lerda.

— Aah tá. Bitch, I'm Madonna... Bitch, bitch, I'm Madonna... — A mulher sacudiu a cabeça no ritmo da música invisível e eu a acompanhei.

— LAUREN, VEM DAR UMA OLHADA NESSE SITE! — Normani gritou da sala, mas eu ignorei, voltando a cantar " Bitch, I'm Madonna " com Vero.

Senti o celular vibrar em meu bolso, e resolvi atender depois de tanto ignorar a quele aparelho insuportável.

— Fala Aaron, eu estou de folga! — Bufei, me sentando em um dos bancos da bancada.

— Eu sei, Lord Jauregui, mas acontece que eu preciso te lembrar dos próximos eventos. A final, você já sabe para onde irá nos próximos dias, não sabe?

— Não. — Obviente eu não sabia. Para que eu gastaria minha rica memória com isso, se eu tinha um lembrete ambulante trabalhando para mim?

— The Late Late Show com James Corden.

Porra! Eu havia esperado tanto por esse dia!  


Notas Finais


Eeee aiiiii??? Como estamooooos???



:)



~RGBS


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