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História The Judge - No Way Out


Escrita por: RGBSfics

Notas do Autor


LAUCY É O CARALHOOOOOO, BJS. KKKKKKKK Oooi amores, chegamos para mais uma atualização para vocês nesse dia tão conturbado. Primeiro de tudo, para a felicidade dos Laucy shippers, vamos continuar Shippando Camren sim e claro, e para as camrenzinhas: Desistir é para os fracos. Continuaremos firmes e fortes bem aqui. <3

AAAA E NÃO SE ESQUEÇAM, TODO AMOR P NOSSA LAURENZINHA ;)

Capítulo 15 - No Way Out


Fanfic / Fanfiction The Judge - No Way Out

CAMILA'S POV 

Acordei lá pelas sete da manhã com o despertador tocando. Tocando não, gritando, o que era totalmente desnecessário. 

Shawn já havia se levantado, então apenas forrei a cama e me enfiei debaixo do chuveiro, completando minha higiene matinal. Saí do quarto ainda sonolenta e dei de cara com Sofia, toda de rosinha e com um laço lilás em sua cabeça, mais parecia uma boneca do que a minha irmãzinha. 

— Kaki, eu não quero ir. Mamãe disse que vamos embora e eu não quero. — Fez uma carinha emburrada e eu a peguei em meus braços. — Diz para ela que você quer que a gente fique mais, diz Kaki, diiiiiiiz... 

— Sofi... Meu amorzinho, a mamãe está certa. Você tem que ir e em breve nós vamos nos ver outra vez. — Beijei sua testa. — E tem o computador, você pode me ligar sempre que quiser. 

— Mas eu vou querer subir no seu colo e não vai dar. Eu vou pra longe. — Um bico enorme cresceu em seus lábios e a garotinha abaixou sua cabeça, tristonha. 

— Eu vou te ver sempre que der, meu amor. Não fica assim, não. Fique feliz para me deixar feliz também, hein?! — Sacudi a menor em meus braços e ela sorriu. — Sorri mais... maaaaais... 

— Paraaaa eu quero fazer xixi. — Parei de sacudir Sofia e ela se mexeu para descer. 

Assim que colocou os pezinhos no chão, a pequena correu para o banheiro e eu... Eu iria sentir muita falta daquilo. Por que a minha mãe tinha que voltar para Miami justo naquele maldito dia? 

— Karla, precisamos conversar, minha filha. — Mamãe disse, me pegando de surpresa e eu dei um pulinho de susto. Droga, quando ela me chamava de Karla, não era um bom sinal. 

Entramos em meu quarto e ela fechou a porta atrás de si. Por que será que eu estava pressentindo que o assunto seria "Lauren Jauregui e os trinta segundos no banheiro"? Legal. Dava um belo nome para um filme se suspense. 

— Eu não queria ter que conversar isso com você, de verdade, mas eu te conheço. O que você estava fazendo com Lauren no banheiro? Você sabe que aquela menina é lésbica... 

— Algo contra? — Perguntei de relance e ela negou com a cabeça. 

— Apenas não quero que você cometa uma besteira de estragar o seu relacionamento com esse rapaz maravilhoso que está fazendo de tudo por você lá fora, meu anjo. — Ouvi suas palavras soarem sinceras e concordei brevemente com um aceno de cabeça. 

— Eu sei mãe, fique tranquila. Eu e Lauren não temos nada, nunca tivemos nada e nem teremos. Ela é a melhor amiga dele... 

— Pelo que eu fiquei sabendo, ela não sabia de você e nem você dela. 

— Whatever, mãe... Acredite em mim. Não aconteceu nada. — Garanti e tentei ao máximo olhar em seus olhos. Estava funcionando. 

— Você vai se comportar? Posso viajar tranquila? 

— Claro que pode. Eu não irei decepcioná-los, eu prometo. — Sorri de canto e a abracei. 

Como eu sentia falta daquilo. Daquele abraço de mãe sempre depois de uma bronca, ou depois de uma conversa séria seguida de um conselho que às vezes eu achava careta, mas sempre necessário. Minha mãe estava preocupada e eu sentia isso, senti no seu olhar no dia do jantar e aquilo me deixava apreensiva de certa forma. Me deixava querendo provar de que eu não tinha absolutamente nada com a mulher, por mais que eu soubesse que coração de mãe nunca se enganava, eu me sentia quase obrigada. 

— Eu amo você, filha. 

— Eu também te amo muito, mãe. 

— Agora vamos, antes que eu desista, porque o voo é daqui a pouquinho. — Sorriu pouco e me soltou, abrindo a porta à sua frente. 

— Seria uma boa se desistisse mesmo. — Dei de ombros, observando a mulher parar no meio do caminho para me encarar. 

— Mila, me desculpe por... isso. Mas é que realmente... 

— Não se preocupe mãe. Está tudo bem. — Garanti e seguimos andando para onde papai e Shawn poderiam estar. 

Papai estava capinando a frente de minha casa — coisa que o fresco do meu namorado não fazia —, que já estava se tornando uma floresta de tanto tempo que aquele gramado não era aparado. Em troca disso, o garoto havia lhe dado uma caixa de charutos cubanos, que haviam deixado o meu velho soltando fogos de artifício pelas ventas. 

Horas mais tarde, Shawn pegou o carro e nos levou até o aeroporto, o que foi muito difícil para mim ver a minha irmãzinha chorando porque eu não iria. Eu sei que a maioria dos irmãos briga, ou não ligam muito para o outro, mas Sofia e eu éramos completamente diferentes. Não sei se era pela sua pouca idade ou se era porque só tínhamos uma a outra, mas ela era muito mais que uma irmã. Eu tinha um carinho de uma segunda mãe pela pequena. 

Depois de vê-los embarcar, fizemos o nosso caminho para casa, mas antes, Shawn decidiu passar em uma Starbucks para comprar algo e foi aí que eu percebi o quão eu estava com fome. Quem, no mundo, se esqueceria de estar com fome? Pois é, eu. Minha barriga vez ou outra gritava ao invés de roncar e os barulhos mais pareciam trovoadas do que outra coisa. Chegavam a assustar, acredite.

— Mila, eu vou comprar alguma coisa para a gente, você vai ficar aí ou...? — Mendes perguntou, desligando o carro. 

— Não, eu te espero aqui. — Sorri brevemente e depositei um selinho em seus lábios, antes de vê-lo sair do carro e caminhar até o lugar. 

Encostei minha cabeça no vidro ao meu lado e observei as pessoas caminhando lentamente pela cidade, como se não tivessem outros compromissos mais importantes a serem feitos. Senti meu coração diminuir mais cada vez que eu pensava em que acordaria dali por diante e não teria mais a presença da minha família em casa. Despedida era uma droga, se eu pudesse nunca me afastar das pessoas que eu gostava, eu daria tudo o que eu tenho em troca de mantê-los sempre perto de mim. 

Respirei fundo e ouvi o barulho do celular de Shawn tocar, do porta luvas. Peguei o aparelho e vi o nome “Lern” piscar repetidas vezes, mas dei de ombros e joguei o objeto novamente onde estava. Minutos depois, o aparelho voltou a tocar e então peguei e atendi de uma vez. 

— O que você quer? 

Um enorme bom dia para você também, namoradinha do meu melhor amigo. Tudo bem? — A mulher perguntou com uma voz irritantemente sarcástica e eu fiz uma cara azeda. 

— Quer parar de ser idiota e dizer logo o que você quer tratar com o meu namorado? 

Na verdade, eu queria tratar mesmo era da namorada dele, mas como querer não é poder, não lhe interessa. Eu ligarei outra hora. — Disse e de repente, a linha ficou muda. 

— Filha da puta! — Xinguei e joguei o aparelho pela janela do carro. — Ai, caralho... — Me apressei em abrir a porta do veículo e corri até onde o objeto estava, com a tela totalmente trincada. — O que foi que eu fiz? 

Peguei-o em minhas mãos e corri de volta para o carro, apertando os meus olhos desejando que aquilo tudo fosse mentira. Aquele iPhone era a segunda pele de Shawn. Ele não vivia sem aquilo e eu não queria nem imaginar quando ele descobrisse o que havia acontecido e, queira Deus, que ele nem em sonhasse com o motivo. 

— Ham... Shawn, sabe o que é?... — Falei tentando inventar uma desculpa — Seu celular caiu sem querer e... NÃO! Se não, não tinha feito esse estrago. — Estalei a língua e ensaiei uma outra frase. — Sabe o que é? Alguém ligou e eu me assustei, deixando cair sem querer do lado de fora. Espera, me assustei com o que? 

Pensei por um segundo, amaldiçoando o nome de Lauren e a xingando de todos os nomes imagináveis por ter me tirado do sério a ponto de quebrar um celular. Abri o porta luvas outra vez e joguei o aparelho ali dentro de qualquer jeito, voltando ao normal e fazendo a melhor feição que eu conseguia, ao perceber que Mendes se aproximava com algumas sacolas da Starbucks. 

Sacudi as pernas em um movimento frenético e o observei abrir a porta do motorista, com o olhar sereno. Dei um sorriso breve e o garoto me encarou. 

— Está tudo bem? 

— Claro, por que não estaria? — Sorri sem graça e ele colocou sacolas no banco de trás, girando a chave na ignição e dando partida. 

— Lauren ficou de me ligar, esqueci o celular dentro do carro... — Disse pondo uma das mãos no porta luvas e eu arregalei os olhos. 

— Espera! Ela não ligou. — Afastei as mãos do garoto dali e ele deu de ombros, desistindo. 

Sabe quando você sente a morte na pele? Foi definitivamente a sensação que eu senti naquela hora, mesmo sabendo que ele, no máximo, se lamentaria e não faria nada. 

— Vou esperar então a hora que ela puder ligar. Combinamos de ela ir almoçar lá em casa hoje, já que John te deu folga e eu não tenho nada na empresa do meu pai... — Disse sem desviar sua atenção do trânsito e eu permaneci em silêncio — Tudo bem para você? 

— Na verdade... Eu combinei de ir à casa de Dinah... — Cocei a nuca e abaixei meu olhar. 

— Tem certeza? Não quer almoçar com a gente? 

— Eu marquei com ela antes, nem sabia que a Lauren viria... — Cocei a nuca e o encarei pelo canto dos olhos. 

— Quer que eu te deixe lá? 

— Prefiro. — Respondi me sentando melhor no banco do carona e abrindo o whatsapp para confirmar o endereço com a mulher. 

~

Eu havia chegado cerca de uns quinze minutos na casa de Dinah e, desde que abrira a porta para mim, se trancou no banheiro e não deu mais nenhum sinal de vida. 

Descruzei as pernas e cruzei novamente para o outro lado, peguei um livro de boas maneiras que estava  cima do sofá e folheei até encontrar algo interessante e que me distraísse.

— "O mundo é como um espelho: sorria para ele e só verá sorrisos... Você pode não falar o idioma de um determinado país, mas ao sorrir para as pessoas, todos o compreendem e retribuem. — Estreitei os olhos e dei continuidade à leitura — O sorriso serve como um... blá blá blá... E como aceno silente e simpático... Quando olhares se cruzam. " Olhares se cruzam? 

Porque eu havia pensado imediatamente em Jauregui? Parecia que tudo o que eu estava vivendo naquele dia se resumia à Lauren Jauregui e aqueles malditos olhos verdes do inferno. Shawn tinha que começar a parar de incluir sua amiguinha em nosso cotidiano se não a coisa iria ficar muito feia e eu estava falando sério. 

Bufei impaciente e joguei o livro de lado, levantando-me e seguindo até a porta do banheiro onde Dinah estava trancada havia mais de séculos. Pensei em esperar até que ela abrisse, mas e se tivesse acontecido algo? Eu estava realmente preocupada e não me perdoaria nunca se ela estivesse... Não aconteceu nada com Dinah, sossega. 

— Cheechee... Está tudo bem? — Bati três vezes de leve na porta e ouvi o barulho da descarga se fazer presente. Reprimi um riso e continuei a espera da mulher, com os braços cruzados. 

Logo a porta foi aberta, revelando uma Hansen com a feição como se estivesse sentindo alguma dor e eu logo voltei com a expressão para o modo "preocupado". 

— China, está tudo bem? 

— Lógico, por que não estaria? — Disse respirando fundo e logo o odor tomou conta do que antes poderia ser chamado de "ar puro"

— Porra Dinah, misericórdia! — Tapei o nariz com as mãos enquanto a mulher gargalhava, vindo em minha direção para me abraçar. — Credo, sai daqui. Você me conheceu quando? Semana retrasada? Nossa, eu teria vergonha de cagar na sua frente assim...  

Sai da frente da mulher e corri para a sala, com ela atrás de mim. 

— Ué Chancho, vai me dizer que você não caga? Não solta pum? Não fica naqueles dias? Não faz xi... não, xixi você faz porque eu já ouvi um daqueles barulhentos. Você bebe quantas caixas d'água por dia? — Perguntou e eu sentei no chão recuperando meu fôlego, depois de ter corrido a sala inteira. 

— Chega. Não aguento mais. Não encosta em mim com essas mãos de fezes, sua porca! — Gargalhei e ela me acompanhou chegando ainda mais perto e conseguindo finalmente me abraçar. 

— Amizade é isso, passar cheirinho de fezes para a outra. 

— Que nojo! Sai Jane. — Gritei tentando me desvencilhar de seu abraço, mas a garota estava com a ideia fixa de que iria continuar ali. — Ok, se não me deixar levantar, eu conto tudo para a Mani. Tudo o que eu vi aqui. 

— NÃO! Por Deus. Aquela lá eu tenho que mostrar o meu lado fofo e carinhoso para não espantar a mulher. — Me soltou e se jogou exausta no chão, de frente para mim. 

— Vai, me conta tudo o que está rolando entre vocês! — Ordenei e ela me e carou confusa. — Você e Normani.  

— Aah... Rolando nada, oras. Acho que ela é louca naquela Vero. — Coçou a cabeça e voltou sua atenção para mim. — "Ah mas a Vero" , "quando a Vero" , "só que a Vero" o tempo todo. 

— Mas... 

— Mas nada, isso não vai ficar assim! Chamei ela para ir ao Nobu, Chancho, tenho certeza que ela vai parar de falar naquela Vero sem sal pelo resto de sua vida. 

— Tá, mas... Nobu é muito caro Hansen. — Franzi o cenho e ela me encarou divertida. 

— Já ouviu falar no Hospital Mount Sinai? — Perguntou e eu fiz que sim com a cabeça — Meu pai é o diretor daquele lugar. É só falar em Gordon Hansen que o país inteiro se curva aos meus pés. 

— Deixa de ser ridicula, caozeira. — Gargalhei e ela fez o mesmo — Ainda não entendi o que o seu pai tem a ver com o Nobu. 

— Quer dizer que eu recebo uma boa quantia de mesada do velho e agora finalmente vou poder gastar com algo que preste. 

— Eu só queria ser uma mosquinha pra saber o que irá rolar nesse jantar. — Fiz uma cara de segundas intenções e ela retribuiu. 

— Muitos beijos, muitas mãos naqueles peitos, muito sexo aqui nesse mesmo chão que você está esparramada agora... 

— CREDO! Você não tem mesmo vergonha Dinah Jane Hansen! — Exclamei e levantei apressadamente, seguindo até a cozinha enquanto ela rolava de rir no chão. — Palhaça. 

Eu gostava disso nas pessoas. Mesmo ela contando sobre a importância de seu pai no hospital mais conhecido da cidade, mesmo com toda a quantia que recebia do mesmo, ela continuava uma pessoa humilde. Essa sim era uma amizade que eu queria levar para o resto da vida. Uma pessoa que não priorizava os bens materiais, uma pessoa disposta a dar a cara a tapa e crescer de uma forma honesta para alcançar os seus sonhos e uma pessoa completamente espontânea, sem qualquer resquício de não-me-toques. Tinha amizade melhor do que aquela? 

Ally e Lucy que não me ouçam. 

Cozinhamos um tipo de macarrão bem simples de ser feito —mais conhecido como macarrão estantaneo, não riem — E sentamos para comer na mesa que ficava no centro de sua enorme cozinha invejável. 

— Faz tanto tempo que eu não como isso que quase me esqueci de que eu era viciada... — Falei dando a terceira garfada e ela me olhou, limpando a boca com um guardanapo. 

— Falando em comer, como vai o seu caso com a famosa Lauren Jauregui? 

— Por que "falando em comer" ? — Me engasguei brevemente — E nós não temos um caso. Eu tenho namorado, me respeita. 

— Falando em comer porque vocês se comem e vocês tem sim um caso! Escondido do Mendes. 

— Eu só beijei ela uma vez, Jane. 

— DUAS! 

— Duas, mas foda-se se foram três ou quatro, o que importa é que nunca mais vai acontecer. Eu não quero ter que carregar um búfalo na consciência. — Enrolei o macarrão no garfo e soltei, repetindo o ato algumas outras vezes antes de levá-lo a boca. 

— Mas acontece que você já traiu o que tinha que trair. Do que vai adiantar agora uns beijos a mais ou umas dedadas a menos? 

— Não fala assim China. Eu amo o Shawn! 

— Ama mesmo? 

— Amo! 

— E por que ele veio te trazer até aqui? Ainda perguntou um sonoro " Tem certeza de que não quer ir almoçar com a gente?", coitado. — disse e eu não consegui segurar um riso. — Você é a vaca mais caozeira que eu conheço, nem tínhamos marcado nada aqui em casa. 

— Faz de conta que marcamos. — Fiz uma cara óbvia e agora foi a vez dela de rir. 

— Você estava fugindo da Lauren, não é? Eu te disse que estava com dor de barriga e que não era para vir. — A mulher falou, me fazendo gargalhar ainda mais do que antes. 

— Ah... Mas China... — Respirei tentando recuperar o fôlego — Se eu soubesse que sairia aquele cheiro poluente de valão de dentro de você, eu tinha aceitado os seus concelhos e voltado para casa. 

— Não era de valão. — Fingiu uma cara triste. — A culpa é sua. É bom que da próxima vez não vem meter a besta onde não é chamada. 

— Para! Não aguento mais rir... 

— Mas voltando ao assunto "Lauren Jauregui", você saiu fugida dela não foi? 

— AAAAAAH, NÃO, DENOVO ESSA MULHER NÃO... — Gritei alto fazendo a mulher rir, desistindo do seu macarrão já frio e eu levantei, me afastando da mesa e tentando ao máximo fugir daquele assunto. 


LAUREN'S POV 

Depois de várias tentativas falhas de ligar para Shawn, resolvi aparecer em sua casa, depois de almoçar com Keana em um restaurante próximo, depois de muita insistência da mesma — Deixando claro que foi apenas um almoço e nada demais —.  Claro que eu iria pelo meu melhor amigo, mas ficaria feliz ao me deparar com Camila e mais satisfeita se ela não fizesse a difícil para o meu lado. 

Toquei a campainha da casa do casalzinho feliz, e esperei até que uma alma bondosa abrisse a porta para me receber. Para a minha infelicidade, a garota não estava em casa, mas isso não impediu que eu me sentasse com Mendes para que colocassemos os papos em dia. Era sempre bom me encontrar com ele porque ele me fazia esquecer da vida, me fazia esquecer da mídia, do mundo e o melhor, trazia aquele gostinho bom de passado que eu amava. 

— Agora eu misturo o fermento e o açúcar, certo? — O garoto perguntou com uma tigela nas mãos e eu fiz que sim com um aceno de cabeça. 

— Não esquece de regar com água morna e misturar bem para dissolver. Da última vez que deixei você fazer uma pizza sozinho, ficou uma merda. — Falei e o garoto riu, se lembrando bem daquele momento deplorável. 

— Uma merda porque você sabe que eu sou péssimo em massa de pizza. Muito confuso isso aqui. 

— Lembro-me perfeitamente do dia em que minha madrinha ensinou para mim e para você, lerdeza. — Falei fazendo um monte com a farinha sobre uma bancada e colocando o sal ao redor. 

Eu gostava de fazer as massas com bastante calma, detalhadamente e com muita atenção, já ele queria acabar logo, quanto mais pulasse etapas era melhor e, na maioria das vezes, não saia como o esperado. 

" Não tenho muita paciência para pizza" era a sua resposta de sempre. 

— Você lembra dela? 

— Da sua madrinha? — Confirmei e ele deu de ombros. dar de ombros não era resposta. — Você lembra do Justin e da Leah?

Uma das manias mais feias que ele tinha era se fazer de desentendido em um determinado assunto, apenas para mudar para outro. Claro quele lembrava da minha madrinha, como alguém pode não lembrar da tiazinha que sempre o cedia cookies quando brincávamos de restaurante no quintal de casa? Ok, isso não vem ao caso. 

— Óbvio que lembro! Principalmente de você cheio de mimimi com a Leah quando eu saia de perto. 

— Eu? Eu nada. Recusei um beijo dela por sua causa, Lern. Você tem que me valorizar por isso, ninguém vai se sacrificar tanto assim por você além de mim. — Sorriu convencido e eu revirei os olhos. 

— Uma pena que ela era hétera. Minha eterna e inesquecível primeira crush. — Quase cantarole. 

Abri uma cavidade no meio e coloquei a água com fermento e açúcar ali, formando uma massa com as mãos em seguida, e sovando depois de fazer uma bola. Aquilo era uma perfeita massagem para as mãos. 

— Lembra daquela vez em que pulamos o muro da dona Brigite só pra tomar banho de piscina? — O garoto gargalhou e eu fiz o mesmo me lembrando
o da cena. 

Dona Brigite era uma velha carrancuda e rabugenta, que sempre olhava feio quando nos encontrava na rua. Pelo que parecia, ela não gostava muito de crianças e jovens — de ninguém, na verdade —, sempre que surgia uma oportunidade, contava para os nossos pais o que aprontávamos na rua e fazia fofoca da vizinhança inteira. Não preciso nem dizer como foi que minha familia ficou sabendo de que eu gostava de menininhas. 

— Aquele dia estava muito calor e aquela velha nunca usava a piscina. — Rolei os olhos. — Foi até um favor que fizemos a ela. 

— Ela sabia que éramos loucos para entrar naquela porcaria. Sempre deixava uma escadinha do lado de dentro, encostada no muro e sempre trocava a água para nos atrair.  — Shawn disse pegando a massa das minhas mãos e pondo para descansar antes de assar. 

— O mais engraçado foi o marido dela chegando com uma espingarda enorme... 

— E VC E LEAH SAIRAM DE SUTIÃ PELA RUA A FORA— Falou alto, batendo palma e achando a maior graça naquilo. 

— Leah de sutiã... — Falamos em uníssono e encaramos um ao outro perplexos. 

— O que você disse, Shawn Mendes? — perguntei ainda rindo e ele escondeu o rosto com as mãos. — O que tem a Leah de sutiã? Fala agora. 

— Nada. 

— Diz! — Exclamei com uma ideia magnifica em mente. 

Peguei o saco de farinha em cima da pia e joguei no garoto que se protegia dos ataques. Como o esperado, ele pegou o saco de fermento e começou a jogar em mim, criando uma perfeita ceninha clichê, daquelas que eu odiava com todas as forças, mas que na hora me pareceu muito divertida. 

— Para Laur, eu não estou enxergando... — Disse com as mãos nos olhos e se ajoelhou, com uma feição preocupante. 

— Fresco, levanta daí logo. — Continuei jogando o conteudo em sua direção, mas ele havia parado realmente de reagir. 

Parei por um segundo e, preocupada, me abaixei em sua frente com as mãos entrelaçadas em seus cabelos enfarinhados. 

— Shawn? Está tudo bem? 

— Entrou um pouco de farinha nos meus olhos, eu não estou enxergando. 

— É sério isso mesmo, cara? Eu não quero me preocupar atoa. Se for mentira... 

— É sério, Lauren. Liga para uma ambulância. — Falou com a voz tremula e eu engoli em seco. 

— Mas ambulância não é para esses tipos de... 

— Liga! — Exclamou e eu me levantei rapidamente, virando-lhe as costas e tentando limpar as mãos em um pano qualquer antes de pegar o celular. 

Ouvi a porta da geladeira sendo aberta, mas não dei muita importancia. Digitei o número da emergência e, de repente, fui atingida em cheio pelas costas com um ovo, ouvindo uma risada exagerada do garoto atrás de mim. 

— Você. Vai. Me. Pagar! — Girei nos calcanhares e deixei o celular chamando em cima da mesa. 

Avancei sobre ele, derramando todo o resto de farinha em sua cabeça enquanto o mesmo gargalhava e tentava, de todas as formas, me fazer cócegas. Se tinha uma coisa que eu odiava era isso, porque você querendo ou não se rende devido aos ataques. 

— Fica quieta Laur, deixa eu fazer as cócegas direito! 

— Shawn... Para, caralho... Você sabe... Ai! — Escorreguei na gema exposta ao chão, se é que aquilo era possível, e cai sentada, com ele tentando me fazer rir. — Eu tenho falta de ar... sai! 

Um de seus dedos fizeram movimento em meu quadril e eu só conseguia rir daquilo. Ele conhecia meu ponto fraco principal e era sempre assim quando brincávamos ou quando ele queria me ver sorrindo. Era assim quando ele queria me fazer ficar feliz, quando eu me entristecia com algo ou quando, mesmo adulta, ainda tínhamos momentos infantis. Momentos esses que tínhamos o prazer de relembrar. 

Em um ato repentino, olhei para o batente da porta e lá estava Camila, com uma das mãos em sua bolsa de ombro, andando cada vez mais para trás como se não quisesse ser observada. 

— Camila? — Chamei e a garota parou exatamente no lugar em que estava. 

Agora não teria mais como fugir, bonitinha.


Notas Finais


EEEEE AIIIIIIIIIIII ?? COMO ESTAMOOOOOOOOOOOS, ?????



:/



~RGBS


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