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História The Judge - Worst troubles


Escrita por: RGBSfics

Notas do Autor


Ooi amorees \0/ ... Antes de tudo, por favor, não nos matem. Sumimos? Sumimos, mas não abandonamos. Temos que esclarecer que eu tive um probleminha com o meu computador, a BS passou um tempo criando um trailer e teve alguns probleminhas médicos, mas nada pra se preocupar, amém. To tentando me organizar com os capítulos para vocês porque eu sou muito, MUITO lerda e é isso. Desculpem por demorar nos "Camren moments", mas garanto que o Shawn jajá irá sair do caminho das namoradinhas "para a nossa alegria" KKKKKKKKK tá, é isso. Esperamos que gostem <3

Capítulo 16 - Worst troubles


Fanfic / Fanfiction The Judge - Worst troubles


CAMILA'S POV



As paisagens mais pareciam borrões de quadros artísticos, olhando-se pela janela daquele táxi. Era uma distância consideravelmente grande da casa de Dinah até a minha, mas graças a Deus eu já estava chegando e a única vontade que eu tinha era capotar na cama e dormir eternamente. 

O carro virou a última esquina e eu logo reconheci o portão de minha casa. Paguei o motorista e desci do carro, um pouco atrapalhada por estar procurando pelas chaves sem ao menos ter parado direito. Assim que as encontrei, adentrei o portão principal e logo depois, a porta que dava acesso ao lado de dentro, mas essa mesma já estava aberta. Fechei-a com o cotovelo e pensei em deixar a bolsa no sofá, mas um barulho estranho fez com que eu me abraçasse a ela e seguisse o som. 

Andei em passos lentos até a cozinha, e parei no meio do caminho ao ouvir algumas risadas divertidas, antes de então continuar, parar e encostar no batente da porta. 

— Fica quieta Laur, deixa eu fazer as cócegas direito! 

— Shawn... Para, caralho... Você sabe... Ai! — Lauren escorregou em alguma coisa e caiu no chão em seguida, sem conter as gargalhadas. — Eu tenho falta de ar... sai! 

Mesmo com os protestos da garota, Mendes parecia não se importar e, por um momento, aquela Lauren da mansão voltou em minha cabeça. Uma Lauren completamente diferente de quando estava a sós comigo, uma mulher completamente o oposto do que as pessoas conheciam e pensavam, sem qualquer resquício daquela Lauren Jauregui, a dona da grande voz da cultura musical e... arrogante. Bom arrogante ela ainda era, mas não com Mendes. 

Ela com Shawn era outra pessoa. Toda sua arrogância sumia, o seu mal humor aparente não se fazia mais presente e o seu egocentrismo era deixado de lado. Eu já havia percebido o quão importante um era para o outro, mas ainda não tinha os visto daquela maneira tão intima.  Era um "íntimo" bom, um íntimo bonito, um íntimo favorável e não um íntimo digno de ciúmes, como eu costumava sentir normalmente. Eu via no olhar de ambos que um precisava do outro como verdadeiros irmãos, que um se sentia, não bem, mas melhor com a presença do outro e aquilo, de certa forma, era bonito de ver. 

Com medo de que eles, e principalmente ela, me vissem, resolvi sair dali convicta de me trancaria no quarto e só sairia de lá com ela longe daquela casa. Dei alguns passos às cegas para trás, sem qualquer movimento brusco para não chamar atenção e, num piscar de olhos, a garota olhou exatamente para onde eu estava e sua fisionomia mudou de um jeito inexplicável. 

— Camila? — Ouvir a voz da garota soar e logo Shawn olhou para trás, se recompondo e tirando a farinha de sua roupa. 

Lauren fez o mesmo. Prendeu os cabelos em um coque desarrumado, ajeitou o seu piercing e bateu em seu próprio corpo para tirar o excesso da farinha. 

O jeito com que ela me encarava, me dava tremedeiras nas pernas, era uma coisa louca e inexplicável porque eu nunca havia sido atraída de tal forma por alguém antes, ainda mais por uma mulher. 

— O que vocês fizeram na minha cozinha? — Me aproximei da porta e me encostei ali, esperando uma explicação plausível de pelo menos um dos dois. — Irei para o meu banho e quero ver tudo isso tudo arrumado quando eu voltar. 

O garoto pegou o saco de farinha, enquanto a mulher pegava o de fermento e eu cruzei os braços imaginando o quão seria divertido vê-los limpando aquilo tudo. Olhei para a vassoura ao meu lado e, por um minuto, eu pensei que aquela seria a razão pelo qual eles estariam se aproximando de mim, mas eu estava completamente errada. 

— Não sem antes... — Disse Shawn olhando cúmplice para Lauren. 

— Nem se atrevem! 

Lauren me abraçou pela cintura enquanto o amigo me bombardeava com as mãos cheias de farinha. 

— ... Eu não estou brincando com vocês. Para Shawn! — Segurei os pulsos do garoto, mas Jauregui impediu, fazendo com que eu caísse sobre ela no chão. — Me solta Lauren, é sério. 

— Quanto mais você protestar, pior vai ser pra você... — A mulher disse com os braços ao redor do meu corpo. 

Se eu conhecia bem a dona Lauren, ela estava se aproveitando demais da situação. Resolvi parar de relutar e pegar o máximo de farinha que eu podia, e joguei em sua cabeça, fazendo o mesmo com Shawn depois. 

Após alguns minutos naquela idiotice infantil, me joguei exausta no chão, de tantas gargalhadas que eles conseguiram me arrancar. Shawn se jogou do outro lado, exausto e Lauren fez o mesmo. 

Nem pareciamos três adultos comportados, como costumávamos ser.  

— Ai meu Deus, temos que assar a pizza, Mendes. — Disse a dos olhos verdes, olhando para o amigo. 

— Temos... — Shawn respondeu, mas ambos continuaram no mesmo lugar. — Vamos? 

— Vamos! 

Os dois suspiraram em uníssono, ainda em seus lugares. 

— Vocês acham que a pizza vai assar sozinha? — Perguntei sem obter resposta. Levantei do chão e tirei o excesso de farinha da roupa, os encarando. — Quero tudo arrumado depois que eu sair do banho, por favor. 

— Você já disse isso, não somos surdos e você também bagunçou, gata, pode nos ajudando. — Lauren disse se levantando e Shawn gargalhou. 

— Está rindo de que, seu palhaço? Vocês começaram com isso, vocês terminam. 

— Estou rindo das duas. Vamos Laur, ela está certa! — Disse o garoto, pegando a vassoura. 

— Certa? Isso não é justo, Peter! — Revirou os olhos e eu sorri satisfeita. 

— Eu sempre estou certa! — Respondi por fim. 


LAUREN'S POV 



Após rechear-mos a massa, pus a pizza no forno e terminamos de limpar aquela nojeira que havíamos feito em praticamente todas as partes daquela cozinha. Eu tinha uma certa noção, mas se soubesse que daria aquele trabalhão todo só para limpar, eu jamais tinha entrado nessa brincadeira. 

Já faziam alguns minutos que Camila havia ido tomar o seu banho e Shawn e eu engatavamos uma conversa aleatória esperando a pizza assar. 

— A Mila já acabou, quem vai primeiro? — O garoto perguntou ao ver a namorada saindo do quarto. 

— Pode ir, sem problemas. — Sorri amarelo. 

— Não vai ficar tímida se ficar só com a Mila ai, vai?— Disse com um tom preocupado e eu reprimi uma gargalhada. — Aquele dia na mansão você me pareceu bem tímida ao ir chamá-la... 

— Não vou ficar tímida. Eu acho. — Dei de ombros e ele depositou um beijo em minha bochecha antes de seguir para o quarto. 

Se ele soubesse que o que rola entre a gente não tinha nada a ver com timidez... 

Por outra lado, um foguete, cujo sobrenome era Cabello, passou por mim parecendo não notar a minha presença. Se eu odiava quando ela fazia isso? Tirem suas próprias conclusões. 

Estalei a lingua e dirigi meu olhar até a mulher, que procurava por algo no armário. Misericórdia. Que Deus me perdoe pelos meus pensamentos impuros, mas aquele pseudo-micro-mini-short que ela estava vestida, estava me deixando desnorteada. Por um segundo eu tinha me esquecido até qual era o meu nome, só pensava em como eu queria tirar aquilo com Shawn em casa ou fora dela. 

Porra, Camila não facilitava as coisas. Que culpa tenho eu? 

— Ow... — Chamei e puxei a garota pelo braço. 

Ela estava com um cheiro irritantemente gostoso de mel, o que me fez querer comê-la mais do que aquela pizza assando no forno. 

Comer num bom sentido, sempre. É claro. 

Ela parou de frente para mim, com uma caixinha de leite condensado em uma das mãos, e me encarou com uma caretinha fofa de emburrada. Bateu os pés no chão, como uma criancinha fazendo birra, e eu tive vontade de pegá-la nos braços e... Não! Deletem essa parte.  

— Ia passar assim, rebolando na minha frente, sem falar comigo? 

— E eu tenho que falar contigo? 

— Lógico. Afinal, nós... 

Gesticulei com uma das mãos desistindo de continuar a frase, mas desejando que ela entendesse e resolvesse aceitar de uma vez que tínhamos algo. 

— Lauren, de uma vez por todas, não tem nós. E fala baixo pelo amor de Deus! — Sussurrou de um jeito engraçado e que me fez rir. 

— Claro que tem nós, ou você acha que eu vou acreditar nessa sua ceninha de que não vai acontecer mais nada? 

— Vai acreditar porque não tem. E solta o meu braço. — Arrancou o braço de minha mão e olhou para o local extremamente vermelho. 

— Isso é conversa para boi dormir, você sabe. — Soltei uma risada nasalada e ela revirou os olhos. 

Sem pensar duas vezes, a tomei em meus braços e arrisquei um beijo naquela latina abusada. Mostraria a ela que nem ela seria capaz de cumprir com aquela tese maldita que havia se instalado em sua mente e que não passava de uma conversinha besta. Ela gostava, eu sei que ela gostava quando eu a pegava daquela forma. Ela relutava, fazia doce, mas adorava quando eu a pegava desprevinida e a surpreendia daquela forma. No fundo eu sabia o quão ela poderia estar viciada em mim e essa ideia me fascinava. 

— Você... Quantas vezes eu vou ter que te falar que acabou, Lauren? — Se afastou limpando a boca com as costas das mãos. 

— Depois que você se entrega ao beijo, não adianta mais limpar, bonitinha. — A olhei convencida e ela fechou as mãos em punho. 

Era incrível como eu conseguia irritá-la sem precisar fazer muito esforço. 

— Eu não me entreguei! Fui praticamente estuprada. 

— Estuprada? — Explodi em gargalhadas. — Para de exagerar. Não adianta negar. 

— Se você não tem respeito à mim, pelo menos, tenha ao seu melhor amigo que não tem ideia do tipo de pessoa que você se torna quando ele vira as costas. — Apontou o dedo em minha direção e eu o abaixei. 

— E que tipo de pessoa eu me torno? — Encarei-a nos olhos — E que tipo de pessoa você se torna quando ele vira as costas e eu apareço? 

— Eu não... — Coçou a cabeça irritada. 

— O problema é que você sabe a verdade, mas não consegue andar nela. Se ilude com o que você não consegue cumprir que é dizer "não" para mim, não com a boca, mas com o corpo que reage sempre quando eu lhe toco. — Pisquei um dos olhos e sorri de lado, seguindo até a sala e me sentando no sofá para ver TV. Ou fingir assistir algo. 

Shawn havia me dito que a garota odiava bagunça e, naquele momento, já havia enchido o sofá de farinha.  Foda-se, era bom para servir de castigo quando ela fosse limpar. 

Esperei até que o garoto saisse do banho, segui meu rumo para o banheiro do casal, a fim de dar umas investigadinhas bobas nas coisas deles — sem qualquer objetivo, é claro.  

Sentei-me na tampa do vaso, abri a pequena gaveta do armarinho de parede e encontrei algumas... eu nem sabia como eles usavam aquilo. 

— Eca. — Falei com uma cara de nojo ao pegar a embalagem de uma camisinha fora da validade. 

Quanto tempo fazia que eles não transavam? 

Arght, só de pensar em sexo hétero já me embrulhava o estômago, imaginar sexo hétero entre o meu melhor amigo e Camila, me embrulhava o corpo todo. 

Joguei a embalagem de volta à gaveta e voltei a vasculhar, agora, as outras. Haviam cordões enferrujados de Camila, escovas de dente ainda fechadas, papel higiênico... nossa, não consigo imaginá-los fazendo... Arght. Só de imaginar Camila sentada nesse mesmo vaso fazendo isso, me tirava o desejo da mente. Credo. 

Fechei as gavetas e me despi, entrando debaixo do chuveiro em seguida. Comecei a imaginar o que eles já não deveriam ter feito ali, ou em vários outros lugares da casa e sacudi a cabeça na intenção de afastar aquele pensamento ridículo. Não, eu tinha que ter em mente que a Camila era virgem, nunca ficou "daquele jeito" com homem nenhum e vai continuar assim até eu completar a minha meta de conseguir levá-la para a minha cama. 

É isso, Lauren. Por mais gostosão que o meu amigo parecesse ser, eu tinha que ter em mente que os dois... Droga, é  Claro que já! Eles moravam na mesma casa, dividiam mesma cama, é claro que já dormiram juntos. 

Ou não só dormiram. 

Apertei os meus olhos e me enrolei em um roupão limpo, que Shawn havia pegado para mim, e sai imediatamente daquele cubículo que só me trazia pensamentos inapropriados para a ocasião. O plano era entrar, tomar o meu banho e sair feliz para comer a pizza, mas não foi bem o que aconteceu. A minha mente teimosa cismava em pensar apenas no que não prestava e o que eu não queria saber. 

Abri a porta do quarto e caminhei pelo corredor, em direção à cozinha. A forte imagem explicita naquela sala de estar não estava me agradando em nada. 

Parei por um segundo e franzi o cenho, observando aquele beijo ridículo dos dois no sofá, naquele mesmo sofá onde eu havia enchido de farinha. Pelo visto o meu plano de irritar Camz havia ido por ralo abaixo. 

— Ham-hram... — Pigarreei e os dois me olharam com os olhos estatalados, talvez devido ao pequeno susto. — Peter, eu vou pegar uma roupa sua, tem problema? 

— Claro que não, Lern... 

— Claro que tem! — Camila interrompeu o namorado e nós a olhamos, sem entender. — A Lauren não pode sair por ai vestindo suas roupas. O que as pessoas vão pensar? 

— Eu estou pouco me fodendo para as pessoas, Camz. — Revirei os olhos e ela me olhou feio por causa do apelido. 

— Não tem nada a ver amor, ela sempre usava as minhas roupas emprestadas quando éramos crianças... 

— Quando eram crianças, pretérito passado, não são mais. Não tem por que ela usar as suas roupas agora. 

Mordi meu lábio inferior, a xingando de todos os palavrões possíveis em minha mente e encarei o garoto que não havia se pronunciado ainda. 

Qual é paspalhão? Vai deixar a sua namoradinha te mandar agora? 

— Então me empresta as suas. — Sugeri. 

— O QUE? — Perguntou a garota, exaltada. 

— Boa ideia! — Shawn exclamou. 

— Nem pensar! Você pode ir com esse roupão ai mesmo, a gente te empresta por hoje... 

— O que você está dizendo, Camila? — Shawn perguntou. — Ela é uma pessoa pública... 

— Gente, espera... 

— E daí? — A garota me interrompeu. — E depois ela vai entrar no carro e só sair na mansão dela, o que tem demais? 

— O que tem demais é você está completamente louca Mila. Laur..  — Shawn falou, se levantando do sofá. — Eu vou pegar uma peça minha para você, espera. 

O garoto passou por mim e eu sorri com malícia para a garota, que fumaçava de ódio com a atitude do namorado. Me aproximei da garota e sentei-me ao seu lado, fazendo com que ela se afastasse. 

— Então quer dizer que você quer me ver por ai de roupão? Eu sabia que você era safada, mas fazer isso na frente do namoradinho... — Estalei a lingua repetidas vezes, o que fez com que ela revirasse os olhos e bufasse irritada. 

Era legal ver como a garota reagia à minha presença. Uma mistura de prazer, ira, e ao mesmo tempo, timidez. Aquela garota era uma mistura perigosa. 

— Você quer calar essa boca? — Disse sussurrando e eu gargalhei. Sempre gargalharia quando ela fizesse isso. 

— Está sussurrando por que? Quer esconder o que temos de quem? Do Shawn? 

— Nós não temos nada, eu já te disse isso! Mil vezes! 

— Ah, você não deve estar lembrada. Vou refrescar a sua memória então! — Falei, me divertindo com a sua expressão. 

— Cala essa boca, Jauregui, porra! — Sussurrou, me beliscando. 

— A primeira vez que nos vimos, foi lá na boate. Ele sabe que fui eu quem te beijei? — Ela reprimiu os lábios e eu a encarei mais profundamente. — Não? Oh, meu Deus. Ele não sabe de nada mesmo. 

— Se você não calar essa boca... 

— E ele sabe o que aconteceu no banheiro no dia da primeira audição? Aquele dia eu pude sentir o prazer exalando de sua pele, foi uma das melhores sensações que eu também já tive. 

— Lauren... 

— E no jantar lá em casa? Como nos pegamos naquele banheiro... Cada vez que eu te beijo, é uma nova sensação, Camz. Como se eu estivesse fazendo aquilo pela primeira vez, mesmo já tendo feito antes... 

— Que sensação tão boa é essa, Lern? — Shawn perguntou com a muda de roupa nas mãos e seu celular na outra. 

Olhei dele para Camila, e a mesma só faltava explodir de tão vermelha que havia ficado. Sorri de canto e dei de ombros. 

— Estava aqui contando para ela do dia... 

— De nenhum dia, vai mudar de roupa, Lauren! — Camila disse, me empurrando do sofá. 

— Não do dia especificamente, meu caro amigo, mas de quando entro nos palcos para cantar. Disse para ela que é sempre uma nova sensação para mim, como se eu estivesse fazendo aquilo pela primeira vez, mesmo já tendo feito varias vezes antes. 

— Ah. Aí, amor, é muito bom você já ir aprendendo com a Laur, para quando estiver seguindo o mesmo caminho que ela. 

— Eu não tenho nada para aprender com ela! — Disse a latina, ligando a TV em um programa qualquer. 

— Então, essa é a roupa que eu irei vestir, certo? — Apontei para as roupas em suas mãos e ele concordou. 

— Sim, mas... Você sabe como o meu celular quebrou, Mila? 

— Eu o que? — Disse a garota se fazendo de desentendida. 

— Hoje mais cedo, quando sai do carro, o vidro do celular já estava todo quebrado e não me lembro de tê-lo deixado cair em algum lugar. — Disse o garoto, pensativo. 

— Ham... E ele não está nem ligando? — A garota perguntou e Shawn fez que não com a cabeça. 

— Ah, mas hoje quando eu liguei para confirmar a minha vinda, a Camila atend... 

— Quando a Laur ia ligar para confirmar a vinda dela, talvez já estivesse quebrado porque eu nem ouvi tocar! — A garota me interrompeu, me olhando feio. 

— Não, Camila. Chegou a tocar sim e você... 

— Talvez deve ter ligado para o número errado, porque essa merda já estava quebrada! — Aumentou o tom de voz e eu sorri satisfeita com o medo em seu olhar. 

— Eu não estou entendendo, meninas. — Disse Mendes. — Mila, como você já sabia que estava quebrado quando a Laur ligou? 

— Oras, é óbvio. Porque não tocou. — Bufou, mas eu ainda sentia sua respiração de nervosismo. — Se tocasse eu teria atendido e te passado o recado. 

— Mas como quebrou? Isso é o que eu quero saber! 

— É, Camila. Quem quebrou? — Perguntei depois de Shawn fazer o mesmo e senti o seu olhar me esfaquear por um segundo. 

— De tanto o carro se mexer gente... Ai, eu já vi vários casos de celulares quebrados por andar no porta-luvas. 

— Eu nunca ouvi, você já Shawn? — Perguntei com a intenção de por mais lenha na fogueira. Qual é? Estava divertido. 

— Isso nunca aconteceu... 

— Há uma primeira vez para tudo, meu amor! Lauren, por favor, vá se trocar. Ainda estou afim de comer a pizza. — A garota mudou de assunto. 

— Mas você não ia fazer um doce com o leite condensado que pegou na cozinha? 

— Ela ía comer outra coisa? — Shawn me perguntou e eu fiz que sim com a cabeça. 

— Obvio que não! Eu cansei dessa conversa idiota. — Bufou pela milésima vez e eu a observei seguir para a cozinha. 

Shawn e eu gargalhamos e eu entrei de volta para o quarto, enquanto ele ia atrás da namorada. 


CAMILA'S POV 



Estávamos em nosso segundo pedaço de pizza, na mesa da cozinha conversando amigavelmente — por incrível que parecesse — sobre músicas. 

Era um assunto que eu gostava, Lauren gostava e entendia bem e Shawn não gostava e nem entendia bem. 

Uma vez ou outra pegava sua guitarra para tocar, arriscava escrever uma letra, mas isso nunca havia sido o seu forte. O seu foco sempre foi gerenciar grandes empresas, grandes negócios, administrar grandes áreas, fazer grandes parcerias com empresas do mesmo nível ou até com as que estavam em concorrência. 

— As duas estão se juntando contra mim! — Exclamou o garoto e Lauren riu divertida. — Eu acho que a música não é um caminho confiável. Eu sempre disse isso a vocês. 

— Está querendo me desanimar antes de ganhar o The Voice? Valeu pela força ai, namorado. — Respondi comendo um pedaço de pizza. 

— Não é querendo te desanimar, amor, mas para mim, não dá. Eu me sinto muito mais seguro tendo formação em alguma coisa, tendo experiência profissional no currículo e atuar em uma área para crescer cada vez mais. 

— Mas Peter, se o sonho da pessoa for a música, viver disso, tiver amor por isso e correr atrás, ela vai conseguir. Foda-se quanto tempo isso exigirá dela, foda-se o quão ela terá de se esforçar. Se ela não desistir, ela consegue. 

— Sim, Laur, mas e se de uma hora para a outra você começar a perder contratos? Shows? Patrocinadores? Fãs, o que é pior? — Shawn encarou a garota, e ela o encarou de volta sem se intimidar em dar uma daquelas respostas inteligentes como de seu costume. 

— Isso acontece até com um super dono de uma empresa. E se de uma hora para a outra vocês começarem a perder clientes? Contratos? Parcerias? Negócios? Do que irá valer o seu diploma profissional numa hora dessas? Isso acontece. — Lauren parou de comer seu pedaço de pizza e cruzou as mãos em cima da mesa, apoiando o queixo nelas. — E ai sabe o que você faz? Recomeça. Recomeça de cabeça erguida, com álbuns novos, correndo atrás de novos contratos, novos projetos, novas parcerias, novas ideias... A vida é assim. Tem horas que ela te coloca para baixo, tem horas que ela fode com voce, mas que graça teria se tudo fosse movido apenas de vitórias sem obstáculos? É preciso lutar, tentar e ter em mente que irá sempre conseguir. A queda serve para te levantar, seja qual for a situação que você está vivendo. 

— Você fala pra caralho, Lauren. Só fiz algumas perguntas e você me vem com um livro mental de lições de vida? — Shawn gargalhou e a garota se levantou, pegando os pratos sujos. 

— Você me conhece bem o suficiente para saber que eu adoro fazer isso. 

Meu namorado também levantou para ajudá-la e eu fiz o mesmo, guardando algumas coisas que tínhamos usado, na geladeira. 

— Deixa que eu lavo a louça porque, conhecendo bem vocês, irão detonar a minha cozinha. — Me pronunciei e Shawn riu, se aproximando da amiga com um pano de pratos nas mãos. 

— Limpamos, não limpamos? Deixa de ser chata. — A garota respondeu, ensaboando as louças. 

— Hum, você, cheia de não me toques lava louças? — Cruzei os braços debaixo dos seios e encarei a cena. 

— Há muito sobre mim que você não faz ideia, minha cara Camz. 

— Camz? De onde você tirou isso? Adorei o apelidinho. — Shawn respondeu com uma voz gay, fazendo com que rissemos. 

— Essa frase deveria ser do Styles. 

— Só pensa naquele seu amiguinho novo. — Disse, fazendo-se de enciumado para a amiga. 

— Awn, você está com ciumes. — A mulher o olhou com uma carinha fofa. Lauren sabia ser fofa? Hum. 

— Não estou. 

— Está sim. 

— Não! Chega! — O garoto fez um biquinho e Lauren beijou suas duas bochechas, antes de beijar sua testa e terminar com um beijinho no nariz. — Adoro quando você traz manias infantis do passado. 

— Para mim, um beijo carinhoso só é completo quando termina no nariz. O que eu posso fazer? — A garota perguntou e eles logo entraram em um outro assunto do qual eu nem conhecia. 

Em alguns momentos, eu me sentia completamente deslocada deles. Não me encaixava nos assuntos deles e eles não percebiam, o que me deixava um tanto irritada. Não era nem ela quem ficava de vela entre nós dois, era eu quem ficava para os dois. 

Se tinha uma coisa que me irritava profundamente, era isso, e eu esperava não precisar nem esclarecer isso a eles. 

Desencostei da parede onde eu estava, e os dei as costas na intenção de sair do ambiente. Ligaria para Lucy, para Ally, para Dinah... certamente elas não me deixariam de fora dos assuntos e eu me chatearia menos. 

— Camila, não vai conversar com a gente? — Lauren fechou a torneira e me encarou com um garfo nas mãos. 

— Não, eu vou ligar para a Lucy. Fiquem a vontade. — Tamborilei um dos dedos na perna e a observei entregar o garfo para Shawn. 

— É porque a gente está conversando sobre um assunto desconhecido para você, não é? — Shawn perguntou. 

— Não, imagina... — "não, imagina" mesmo. — não tem problema. 

— Eu te conheço, Mila. —  Ah, agora você conhece? 

— De verdade, não tem problema. — Garanti, revirando os olhos e girando nos calcanhares, indo em direção ao quarto. 

Aquele quarto tem sido, ultimamente, a minha válvula de escape. Em todas as desculpas que eu dava, eu tinha que fugir para o quarto, que era o lugar que Shawn menos frequentava da casa e eu dava graças à Deus por isso, às vezes. 

Abri a porta do quarto e a fechei atrás de mim. Peguei o celular em cima da cômoda e deslizei o dedo sobre a tela, realizando a senha para desbloquear. 

Cinco ligações perdidas de dona Sinu. Isso me preocupava. 

Disquei seu número e logo a voz irritante da secretária eletrônica, se fez presente. 

" Você não tem credito suficiente para completar essa ligação. Recarregue... " 

Recarregue o caralho! Essas operadoras acham que eu tiro dinheiro de onde para recarregar todo dia? Era por essas e outras razões que ser pobre não estava nos meus planos. Certamente eu era rica em uma outra vida passada e havia me acomodado o suficiente para não saber nascer pobre nessa. 

Arght. 

Levantei na intenção de pedir o celular de Shawn, mas voltei a sentar ao me lembrar de que eu havia quebrado o mesmo. 

Bufei frustrada e me joguei para trás na cama, desejando que uma alma bondosa errasse seu número de telefone e os créditos caíssem para mim. 

Pedir Lauren? Nunca. Poderia ser minha mãe, mas eu não dependeria dela nem para usar um centavo seu com ligações. Por mais que fosse um mísero centavo dos vários um milhão e meio do cachê de cada show que ela fazia. 

— Liga, mãe... — Pensei alto e apertei os olhos com os dedos. 

Aquela demora toda para ligar novamente estava me deixando com o nervosismo à flor da pele. Por que eu tinha essa mania ridícula de por o celular no silencioso? Me xinguei mentalmente por isso, e logo ouvi o aparelho gritando ao meu lado. 

— Alô, mãe? Está tudo bem? — Me apressei e ouvi apenas uma lufada forte de ar do outro lado da linha. 

Meu coração apertou e começou a bater em um ritmo mais acelerado do que o normal. 

— Fala mãe. Tudo bem com a Sofia? Cadê o papai? 

— Filha, é o papai. Fique calma, por favor, ok? 

— O que aconteceu? — Perguntei e ouvi papai estalar a lingua do outro lado. — Fala pai! Cadê a mamãe? 

— Sua mãe está ali gritando com o proprietário da casa... 

— O quê? Por quê? — me exaltei e sentei corretamente na cama. 

— Atrasamos quatro meses de aluguel e estamos sendo despejados nesse mesmo momento. 

Minha respiração falhou e, por um instante, senti meu coração bombear sangue mais depressa para o meu corpo. Se eu não estivesse sentada na cama, certamente eu cairia naquele chão e acordaria só Deus sabe quando. 

Por que eles tinham essa mania de me esconder as coisas? Se tivessem me contado antes, eu teria ajudado, Shawn teria ajudado e eles não estariam nessa situação agora. 

Ouvi a porta sendo aberta e logo a imagem de Shawn ficou visível, com Lauren ao seu encalço. Eu não prestei muita atenção no que eles falavam, eu só sentia vontade de chorar e desistir de tudo em New York para voltar à Miami e enfrentar aquilo ao lado da minha família. 


 


Notas Finais


Eeee aiiiii ??? Como estamoos?



:)



~RGBS


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