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História The Judge - You'll Never Know My Reasons


Escrita por: RGBSfics

Notas do Autor


Voltamooos para a alegria de vcs heuheuheu vamos de fic pra relaxar um pouco, ne?! Porque depois de “Lauren foi presa”, “show privado”,”fandom fora do show’’,’’Camila pedindo p cantar junto’’, merecemos PQP T.T

E SOBRE A DONA LAUREN AMOR DA MINHA VIDA JAUREGUI, VAAAIII COM CALMAA PORRAAA, SOU CARDIACA DESGRAÇAAA, DEPOIS LEVA UNS PIPOCO P CARA N SABE PQ,TE AMO heuheu parei

Mas ainda to bolada ‘-‘

Enfiiiiiiim, aproveitem <3

Capítulo 17 - You'll Never Know My Reasons


Fanfic / Fanfiction The Judge - You'll Never Know My Reasons

LAUREN'S POV 

Abrimos a porta do quarto e nos deparamos com Camila prestes a cair em prantos, com o celular em uma das mãos e com a expressão nem um pouco agradável. Logo a minha mente negativa cogitou a possibilidade de ter morrido alguém, era óbvio que se pensasse aquilo vendo a mulher sofrendo daquela forma. 

— Camila, o que houve? — Me abaixei na frente dela e afastei um chumaço de cabelo que cobriam seu rosto. 

A garota não conseguia falar, apenas soluçava dando indícios de que se afogaria em lágrimas a qualquer momento. 

— Amor, me conte o que houve... — Shawn perguntou e logo se apressou em pegar o celular das mãos da garota, sem se preocupar em receber uma resposta da mesma. — Alô? Alejandro, o que houve?  

Observei a expressão da garota, analisei os traços de seu rosto cada vez mais vermelho e confesso que um sentimento de pena me invadiu. Eu não sabia o porque daquilo, não conhecia os seus motivos, mas sabia que fosse o que fosse, ela não merecia passar por aquilo. De carta forma, ainda bem que ela tinha Shawn ao seu lado. 

— Camila, o que foi que te deixou assim, meu Deus? — Perguntei novamente, sem receber nenhuma resposta em troca, e a observei cobrir o rosto com as mãos e respirei fundo antes de encarar o meu melhor amigo. 

— ...Presta atenção... passa o telefone para ele. Por favor! — O garoto ordenou com as mãos na cintura e sentou-se na cama, ao lado da namorada. Fiz o mesmo, pondo os pés para cima do colchão sem me preocupar e continuei o assistindo. — Falo com o proprietário, certo? 

— Shawn, o que você está fazendo? — Perguntei e o garoto me ignorou, voltando a conversar com a pessoa do outro lado da linha. Por que será que ninguém me escutava? 

— Eu só peço uma semana... Quer dizer, mais uma. — Deu uma longa pausa. — Eu sei que eles vivem pedindo ao senhor por várias semanas, mas agora sou eu quem te peço, não por eles, mas pela criança. Sofia tem cinco anos, minha namorada tem problemas cardíacos e está sofrendo aqui em New York sem poder fazer nada. 

— Camila tem problemas cardíacos? — Perguntei em um bom som para que ambos me escutassem, mas novamente fui ignorada. 

— ...Pela Sofia. Eu lhe garanto que pagarei os quatro meses atrasados com juros, só me dê uma semana, por favor. — Outra pausa longa e eu o encarei, roendo as unhas do meu dedo indicador. — Certo. Ótimo, muito obrigado, não irei lhe decepcionar. 

Engoli em seco e encarei a garota ainda com as mãos no rosto, enquanto o garoto finalizava a ligação. Shawn se aproximou de Camila e se abaixou, como eu havia feito antes e a garota o encarou pela primeira vez, com os olhos marejados pelo seu choro quieto. 

— Ei, ei... Não fique assim. Nós vamos conseguir resolver tudo... 

— Como vamos resolver tudo em uma semana? Até eu receber o meu salário do café, eles já estarão na rua, Mendes. — A garota riu sem graça. — Eu não tenho problemas cardíacos, mas provávelmente depois dessa... 

— Vamos dar um jeito. Confia em mim, por favor. Não sei como, mas nós vamos. — O garoto aproximou seu rosto do dela dela e selou seus lábios, de uma forma carinhosa. 

Apenas observei aquilo com o cenho franzido, ainda roendo minhas unhas e, quem me visse naquela situação, certamente me apontaria como um ser sem sentimentos. Camila enroscou os dedos no cabelo do garoto e respirou fundo, com o rosto encaixado na curva de seu pescoço, enquanto ele fazia um leve carinho em suas costas e quadris. 

Sem mais detalhes. 

Desci da cama e sentei ao lado do garoto, de pernas cruzadas no chão, com um sorriso irônico e pigarreei para lhes chamar atenção. 

— Eu... quero dizer que estou apta a ajudar. Qualquer quantia, qualquer coisa ou em qualquer hora eu estou disposta a ajudar a sua família. 

— Não precisa, Lauren. Eu darei o meu jeito. — A garota respondeu, e eu soltei um sorriso nasal. 

— Deixa de ser orgulhosa, Mila. Deixe-a mostrar sua solidariedade. — Disse Mendes. 

— Eu não preciso da solidariedade de ninguém, Shawn. Já passamos por coisas muito piores, iremos enfrentar mais essa. — A garota respirou fundo, já em seu lugar e encarou o namorado à sua frente. 

— Bom, como eu já lhe disse, podem contar comigo para o que for. Dinheiro não é um problema para mim, Camila. Podemos comprar um novo lugar para eles aqui perto de você, eu dou um adiantamento hoje mesmo para o proprietário e posso agendar a viagem deles de volta para cá amanhã pela manhã... 

— Não, Jauregui! Qual é a parte do NÃO que você não entendeu? — A garota me interrompeu. 

— Nós estamos lidando com um despacho de residência por falta de pagamento, Camila. Isso não é uma brincadeira qualquer, deixe de ser teimosa e me deixe ajudar, que mal há nisso? Não é um problema para mim... 

— Garota, você é burra ou só se faz? Eu disse que não! Não preciso do seu dinheiro, não quero a sua ajuda, não preciso de nada que venha de você. — Cabello não piscava, apenas me fuzilava ao soltar aquelas palavras — Não quero e não vou alimentar ainda mais o seu maldito ego. Não preciso da sua solidariedade, não preciso de você e nem nunca precisarei na minha vida, Lauren. 

— Camila, o que você está dizendo? — Shawn perguntou se afastando da garota, que não parecia estar nem um pouco arrependida de suas palavras. 

Em várias oportunidades, quando eu deveria ter permanecido calada, eu tive que abrir a minha boca. Mesmo sabendo como ela era, que poderia receber esse tipo de resposta da mesma, eu resolvi arriscar e o que eu recebi em troca de querer oferecer minha ajuda? Apenas patada, frustração de uma culpa que não era minha, descarregamento de raiva... como se eu fosse um saco de pancadas. 

Na verdade, eu costumava ser um saco de pancadas para todo mundo. Era isso o que eu estava me tornando ultimamente. 

— Shawn, eu te espero lá fora! 

E dizendo isso, marchei para fora do quarto, sem nem olhar para o rosto da latina, e bati a porta com força, fazendo um grande estrondo ecoar pela casa. 

Que merda aquela garota pensava que era para falar daquela maneira comigo? O que ela tinha naquela cabeça para tratar as pessoas daquela forma? Quer dizer, me tratar como se eu fosse uma desconhecida qualquer e eu estava muito puta por isso. Não por ela ter me destratado daquela forma, foda-se o que ela pensava de mim, mas porra... eu não pude fazer nada. N-A-D-A porque adivinhem: ela é a namorada do Shawn. O Shawn do qual eu odiava ver cabisbaixo, o Shawn que me alegrava, o Shawn meu irmão e o mesmo Shawn que não merecia ver uma discussão besta entre mim e Cabello. Sim, porque se não fosse ele, eu teria falado umas boas verdades na cara dela e de verdades eu entendia perfeitamente bem na hora de dialogar com alguém. Mesmo que esse alguém fosse um completo desconhecido para mim. 

— Laur! — Ouvi a voz do garoto soar do portão, enquanto eu me apressava em abrir o lado do passageiro no carro, com dificuldade. — Eu te levo até em casa, tudo bem? 

— Tranquilo. — Dei de ombros entrei no veículo, esperando o garoto fazer o mesmo. 

Eu não podia tratá-lo com indiferença por causa da ingenuidade de Camila, ele não tinha culpa. 

Mantive os meus lábios fechados em uma linha tênue, e esperei até que o garoto pudesse dar partida com o carro. Eu queria me manter em silêncio, apenas aproveitando as imagens que passava da janela, mas tinha certeza que ele voltaria a tocar no assunto da namoradinha e sinceramente, eu não estava nem um pouco afim. 

— Lauren... me desculpe pelo mal comportamento de Camila. — O garoto coçou a nuca e respirou fundo antes de continuar. — Ela não costuma ser assim, ela é uma garota incrível. 

— Tudo bem... 

— A familia dela é tudo para ela, é seu porto seguro, nossa... não sei nem o que ela faz se eles forem para a rua de uma hora para a outra e... É sério, me desculpe. Ela é uma pessoa maravilhosa, não fique com uma impressão ruim dela por causa disso. 

— Ei, relaxa. Está tudo bem, eu entendo a garota. Não é culpa sua e muito menos dela tudo isso o que está acontecendo. — suspirei e prendi meus cabelos em um coque desarrumado. — É sério, se quiser a minha ajuda, pode contar comigo. Sempre, ouviu? 

— Obrigado, Lern. Eu, definitivamente, não sei o que faria se não fosse você. Eu jamais me perdoarei se eu não conseguir cumprir o que eu prometi à ela e à sua familia. 

Engoli em seco. 

Ele era tão bom pra Camila que comovia qualquer um. Ele fazia tudo por ela sem pensar duas vezes e o brilho em seus olhos se intensificava cada vez que ele se referia à garota, o que me fazia refletir severamente sobre os meus conceitos. 

— E... Você gosta mesmo dela, não é? — Cocei minha nuca e balanceia meus pés freneticamente contra o chão do carro em movimento. 

— Eu a amo, Lauren. Porra... desculpa. — Sorriu largamente e se desculpou por ter xingado. Às vezes eu me esquecia que ele raramente cometia tal ato.  — Ela é a mulher da minha vida. Eu sempre sonhei com uma menina assim, sabe... Respeitadora, meiga, humilde, delicada e acima de tudo: leal. Eu quero poder me casar com ela um dia, sinto que tenho a missão de fazê-la feliz para o resto de sua vida. Eu nunca senti isso por ninguém, você sabe. 

Engoli em seco novamente, me achando a pior amiga da face da terra. Eu não só estava convencendo Camila de traí-lo, como estava fazendo o mesmo, traindo nossa amizade. 

Que porra eu estava fazendo, por Deus? Eu estava prestes a destruir o relacionamento dele por caprichos meus, sem me importar com o que poderia estar em jogo. Definitivamente, eu estava com muita merda na cabeça para cometer essa infantilidade. 

Um bolo se formou em minha garganta e, naquele momento, eu daria um chicote em suas mãos para me espancar até que cansasse. Talvez assim diminuiria toda a culpa que havia se instalado em minha consciência. 

— Shawn... Pode parar aqui. — Pedi, tirando o cinto de segurança. 

— Mas ainda falta um bom pedaço, Laur, você tem certeza? 

— Tenho, daqui eu vou andando. — Depositei um beijo em sua bochecha e desci do veículo, sorrindo breve para o garoto que manobrou e fez seu caminho de volta. 

De uma coisa eu tinha certeza: se eu continuasse no mesmo ambiente que ele por mais cinco minutos, com aquela culpa que eu estava sentindo, era capaz de eu me jogar do carro em movimento como forma de se auto punir. 


CAMILA'S POV 

— Sossega o cu, Camila, porra! — Dinah gritou do outro lado da linha e eu me sentei exausta na cama. 

Já tinha organizado todas as minhas três malas de roupa para voltar para Miami, já estava totalmente arrumada para ir embora e só faltava ligar para o táxi, antes que Shawn voltasse e estragasse tudo. Mas pelo visto, não era ele quem iria estragar a minha viajem, já que tinha Dinah me surrando pelo telefone, só faltando sair dele para me matar. 

— O que você quer que eu faça? Fique aqui plantada enquanto a minha familia está prestes a ser enxotada de lá? 

— Você não vai para lugar nenhum. Você vai ficar ai... Cadê o Shawn? — Alterou a voz — Isso é hora daquele viado sair? 

— É uma ótima oportunidade de você me dar licença e desligar o telefone, para que eu possa sair sem ser incomodada, Jane. 

— Mas não é possível. Ninguém se disponibilizou a te ajudar? A Lauren!!! A Lauren é amiga do Shawn e ela é rica, talvez... 

— Hansen, ela já se disponibilizou, mas eu não aceitei. Não vou aceitar dinheiro dela, de maneira alguma e nem preciso de nada que venha dela. — Levantei-me e chequei se não havia nenhum sinal do carro de Shawn do lado de fora da janela. 

— Você disse isso a ela? 

— E ainda perguntei se ela era burra ou só se fazia e que não iria aumentar ainda mais o ego dela. Peguei um pouco pesado né? — Voltei a me sentar na cama, roendo o resto de unha que ainda me sobrava e encarei um ponto fixo no chão. 

— UM POUCO PESADO? IMAGINA, VOCÊ PEGOU LEVÍSSIMO! — A mulher gritou do outro lado, fazendo com que eu afastasse o aparelho celular do ouvido para que não me deixasse surda. — Você tem o que na cabeça, Cabello? 

— Eu não vou aceitar nada dela. 

— Ela quis te ajudar e você deveria ter... Olha, eu não vou falar mais nada porque você não tem que ouvir, tem que levar na fuça para aprender. — A ouvi e revirei os olhos — Agora tira essa roupa, cai na cama e dorme. Amanhã bem cedo eu estarei na porta da sua casa e aiiii de você se não estiver! 

— Dinah... — A ligação ficou muda de repente e eu apertei os meus olhos como se estivesse sentindo uma dor. 

Eu estava. A dor de ter sido deixada completamente no vácuo era o cúmulo. 

Levantei-me apressadamente da cama, alinhei os travesseiros enfileirados em cima da mesma e forrei um edredom em cima, exatamente no lado em que eu dormia. 

Haha, ninguém falaria que aquela não era eu. Estava idêntica a minha forma gorda da pizza de minutos atrás. 

Com uma dificuldade dos infernos, puxei as três malas para o lado de fora da casa e, antes de sair completamente, tranquei a porta que dava acesso à sala, e peguei a do portão para abri-lo em seguida. 

Eu o abriria, se ele já não tivesse sido aberto por Shawn, que ao se deparar comigo prestes a sair, parou por um momento e franziu o cenho, analisando a situação. 

— Camila, onde você pensa que vai a essa hora da noite? — Perguntou e eu encoli em seco, querendo cavar um buraco sob os meus pés e me esconder ali. 

— Shawn, eu preciso... 

— Eu não te disse que iria resolver? Você não vai a lugar nenhum nesse estado, que malas são essa? 

— Me dá licença? Você e nem ninguém vai me impedir de ir. Eu quero ver a minha mãe, quero me certificar de que está tudo bem, sai da frente Shawn! — Senti meus olhos marejarem, mas não permiti que as lágrimas rolassem. 

Eu não sabia como eu iria fazer para voltar à Miami, mas eu me sentia na obrigação de voltar a qualquer custo. 

— Você vai? E vai com que dinheiro? Porque eu não vou te dar. — Cruzou os braços e me encarou com uma expressão séria. 

— Eu me viro, peço um adiantamento agora para o John... 

— Você vai abandonar tudo? Abandonar a mim e aos teus sonhos assim? 

— Mendes, a minha familia é mais importante do que isso tudo aqui, será que você não consegue entender? — Limpei meu rosto molhado com as costas das mãos e suspirei ansiando por mais fôlego. 

— Não entendo. Desculpa, mas eu não entendo o porque de você não ter aceitado a ajuda da Laur. Não entendo essa sua vontade louca de voltar, se eu já disse que vou dar um jeito. É difícil confiar em mim? Eu já te decepcionei alguma vez? — Perguntou, fazendo com que as minhas palavras fugissem da minha boca. — Já te faltei com algum compromisso? Olha para mim. 

— Você não entende. 

— Não é assim que se resolve as coisas, você tem que parar de agir com impulso. 

— O que você quer que eu faça? Heim? — Perguntei sustentando o meu olhar a ele. 

— Entre, deite e durma porque amanhã é outro dia. Por esta semana está tudo bem, fique tranquila. 

— Mas semana que vem... 

— Semana que vem é semana que vem, amor. Vamos entrar? — Estendeu uma das mãos para mim e eu a encarei com um certo receio. Droga eu odiava ser contrariada. 

— Tem outro jeito? — Revirei os olhos e resolvi aceitar, selando minha mão na dele e voltando para dentro da casa. 



De todas as noites que eu passei em claro na vida, aquela tinha sido a mais longa. Além da preocupação sem fim com a minha familia, aquela história de Lauren querendo se passar por boa moça me deixava completamente irritada. 

Shawn, Dinah, Karen, Lucy, o mundo todo poderia apoiá-la, defendê-la e o que fosse, mas eu conhecia a pessoa que ela era por dentro. Conhecia a verdadeira Jauregui, quando todos viravam as costas ou fechavam os olhos e ninguém me faria ver o contrário disso. 

— Está mais calma? — Shawn perguntou, enquanto caminhávamos pela areia da praia de Coney Island. 

— Calma? Quem estava nervosa? É manhã de sábado, não preciso ficar... "não calma". — Tirei alguns fios dos meus cabelos do rosto e segurei o vestido com dificuldade para não levantar por causa do vento. 

— Eu estou falando sério. 

— Quem aqui não está? — Olhei de um lado para o outro, como se procurasse por alguém. — Eu? 

— Camila, presta atenção. Eu estou reparando a sua antipatia desde a noite anterior, quando cuspiu aquelas palavras horríveis na cara da Lauren. — Shawn suspirou e eu sorri sarcástica. — Não gosto desse seu tom sarcástico. 

—Sou obrigada a rir o tempo inteiro? Sou obrigada a saltitar de alegria diante de uma situação em que a minha familia está prestes a ir para o olho da rua e eu tenho que depender dos outros para que isso não aconteça? 

— Não, você não é obrigada. Mas não tem necessidade de descontar a sua frustração nas pessoas desse jeito. — Parou por um segundo e me encarou. — Você não está dependente de ninguém. Eu te ajudei porque sou seu namorado. A sua família é a minha família, os teus problemas são os meus problemas e eu me sinto na obrigação de ajudá-los. 

— Não quero que se sinta obrigado a ajudá-los só porque é o meu namorado. Não quero te trazer problemas e dor de cabeça... Isso não é um problema seu. 

— Você está sendo ingrata comigo. Está sendo comigo da mesma forma arrogante em que foi com a Lauren. 

— Qual é a sua Shawn Mendes? Você quer comprar uma briga comigo para defender a amiguinha? — Joguei os tênis que estavam em minhas mãos de qualquer jeito no chão e o encarei igualmente. — Se ela fosse mulher o suficiente, ela não fugiria como fez. Me enfrentaria e resolveria as coisas ali, sem precisar te usar para fazer isso por ela. 

— Não quero comprar briga de ninguém, mas que droga. Isso não precisa ser assim Camila, pelo amor de Deus. A Laur não é o tipo de pessoa que você idealiza. 

— E que tipo de pessoa você acha que eu idealizo? Eu conheço ela o suficiente para saber que ela não é quem diz ser. 

— Como você pode ter tanta certeza assim? — Perguntou, me fazendo cair na real sobre a que ponto eu havia chegado na conversa. 

E eu havia chegado em um ponto em que ele não poderia saber. 

— Eu... não sei. Não interessa. — Passei as mãos com nervosismo pelos cabelos, emaranhando-os e bufei com os olhos fechados. — Só... não discuta comigo quando eu acho que estou na minha razão ok? Você me pediu para ficar ontem e eu fiquei. Agora não vem me dizer onde eu errei e o que eu deveria ou não ter feito. 

— Está na sua razão? — O garoto riu sem humor. — Eu já me segurei muito por você, Camila. Pode me dizer o que você quiser, mas não ofenda Lauren dessa forma. 

— Eu a ofendi? Achei que estivesse dizendo verdades. As pessoas deveriam se solidarizar pela humildade delas, não pelo seu ego. 

— Você está sendo completamente infantil. 

Ao ouvir aquelas palavras saírem de sua boca, eu pensei duas antes de virar as costas e o deixar falando sozinho ali. Não só pensei, como virei e apressei ainda mais os meus passos para longe, sem me importar em estar descalça ou para onde eu iria. 

— Onde você vai? — O garoto perguntou vindo em minha direção e eu me apressei ainda mais, o fazendo desistir, não sei por qual milagre dos céus, sem o direcionar nenhuma palavra em resposta. 


LAUREN'S POV 

— Vero, desliga isso. — Normani parou no centro da sala da mulher e a observou, com as mãos apoiadas na cintura. — Está atrapalhando a minha conversa com a Laur, se você quer saber. 

— Não, eu não quero saber. Não quero saber também dessa sua amizadezinha com aquela Dinah Janete. — Veronica virou os olhos e aumentou o volume da TV. 

— Nossa, ainda com isso? Achei que já tínhamos feito as pazes. — A morena bufou. Tinham?  — A última vez que estive com Dinah foi aquele dia na casa da Laur, e o nome dela não é Janete. É Jane. 

— Foda-se o que é que ela se chama. Não fizemos as pazes porque você não me deu um beijinho para selar o ato. — A mulher fez uma cara emburrada e eu gargalhei, achando aquela cena patética e ridícula. 

— Vero... 

— Ok... Um abraço serve. — Interrompeu a garota, fazendo uma cara idêntica a aquele emoji da luazinha amarela, a propósito, e abriu os braços para abrigar Normani neles. — Sabe que eu te amo. 

— Também gosto muito de você, Verozinha. — Mani se afastou com um sorriso simpático. 

— Não sabe climatizar. 

— De quantos "nãos" você precisa para entender que a Mani não quer colar velcro contigo, Iglesias? A pessoa quando está apaixonada, ela é trouxa né? 

— Lauren, você fica na sua, sapatão. Está de boa lá com a sua bunduda gostosa, não tem nem do que reclamar. — Iglesias desligou a TV e se virou para onde eu estava juntamente com Normani. 

— Eu e a " minha bunduda gostosa " não estamos desse jeito ai que você está pensando. — Revirei os olhos e ambas as duas me encararam boquiabertas. 

— Porque estão na frente do Shawn. Porque por de trás... 

— Não, Vero. Nem por de trás. — Enfatizei e Mani me encarou. 

— Você está séria. — A mulher disse, analizando melhor minha expressão e eu soltei uma risada sem humor. 

— Briga de marido e mulher é assim mesmo. Quer dizer, mulher e mulher. — Iglesias se corrigiu, fazendo com que dessemos gargalhadas — Depois vão estar novamente no banheiro, se agarrando as escondidas... 

— Qual é a parte que você entendeu de que não temos nada e que nem eu vou tentar mais nada com ela? 

De repente, nossa atenção foi desviada para o cachorrinho que arrastava um ursinho com dificuldade pela boca. A cena era tão engraçada e, ao mesmo tempo, tão fofa que não deu tempo de Vero me responder e/ou passar um sermão no pequeno, como sempre fazia quando ele cometia algo de errado. 

— Então a coisa está mesmo séria? O que ela fez pra você que eu mato essa desgraçada? — Vero perguntou pegando o animalzinho do chão junto ao ursinho. 

— Não, ela não fez nada. Só que... Eu não acho certo o que estamos fazendo. — Cocei a cabeça. — Mesmo que a gente não tenha tido "aquele romance" de verdade, ou algo a mais, não sei... Shawn não merece uma traição da parte dela e muito menos da minha. 

— Pensasse isso antes de trair! 

— Veronica Iglesias, que indelicadeza é essa? — Mani perguntou a encarando. — Não é bem assim. Quando a gente gosta de alguém, o coração não quer saber se é homem ou mulher, casada ou solteira, namorada do amigo ou não... 

— Mas nós não nos gostamos, Mani. — A corrigi e ela me olhou confusa. 

— Não? 

— Eu que insisti para ficar com ela, eu que insisti na história de alcançar o meu objetivo de conseguir arrastar ela para a minha cama, enfim... acabei convencendo a menina do que eu queria. Menos de levá-la para a cama, é claro. — Fiz uma cara de paisagem e logo após ri do que tinha acabado de falar. — Acho que levei a sério demais quele desafio de Vero no começo disso tudo... 

Eu estava definitivamente decidida. Não estava dizendo aquilo da boca para fora apenas para me convencer mais daquilo do que a elas. Era a hora de manter a minha postura e o meu controle, agir como uma adulta e não como uma adolescente rebelde cheia de vontades a serem cumpridas. Era hora de me colocar em meu lugar e de exigir respeito primeiramente de mim, para que os outros pudessem me respeitar. 

— E o que mais? — Vero perguntou. 

— O que mais o que? — A encarei confusa. O que mais ela queria? 

— O que mais você tem a discursar sobre essa ladainha toda ai? 

— E o que mais que eu só queria uma diversão. Agora vejo que não vale a pena, pelo Shawn, por saber que ele gosta dela de verdade e eu não serei canalha ao ponto de estragar anos de um namoro por uma vontadezinha besta de comer a menina, sendo que depois eu vou enjoar porque figurinha repetida não completa o meu álbum. Soei bem Facebook agora. — Sorri convencida e Normani me olhou feio. 

— Nossa, que horror Laur. Achei que você gostava dela de verdade. Estava Shippando Camren já. Vocês me iludiram. — A morena fez uma falsa cena de choro e eu ri. 

— Camren? Isso é o que, por exemplo? 

— Lauren, porra! Eu achei que eu fosse lerda, mas você está de parabéns. — Vero bateu palmas e foi aí que eu me toquei sobre o que era o tal "Camren". 

— Shippando eu e a Camila...? Mani, em que mundo você vive de achar que, por obra dos santos, vamos ficar juntas? 

— Me da licença que o ship é meu e se reclamar, eu faço fanfic. — Kordei disse convencida e eu balancei a cabeça negativamente, desacreditando na situação. 

— Então você está mesmo certa disso? — Veronica perguntou e eu sussurrei um " do quê?" baixinho. — De você e Camila?! 

— É serio, ela é namorada do Shawn. Eu não quero nem saber dessa mulher como um ser "pegável". A partir de hoje para mim, ela é homem...

— Ai você radicalizou. Está de sacanagem, só pode. — Vero me interrompeu, fazendo uma cara engraçada e, por mais que eu estivesse com uma enorme vontade de rir, eu me segurei. 

— Você está certa, Laur. Quanto mais longe de confusão voce ficar, melhor. — Mani concluiu e eu concordei, encarando Vero que nada disse e estava com uma puta cara de quem não estava acreditando nem um pingo naquilo. 

— Não sei não... 

— Você não sabe de nada, Veronica, cala a boca. — Normani disse. 

— Um a zero pra Maniiii! — Comemorei com o braço esquerdo levantado, mas nenhuma das duas me deram ideia. — Parei. 



Era praticamente meia noite, quando saímos, Normani e eu, da casa de Vero, depois de falar várias merdas e atacar o armário da mulher em busca de algo para comer — bom, dizia o bom ditado que amigo era para aquelas coisas. 

Deixei Kordei em sua residência e segui a estrada vazia, a caminho da minha. O tédio, que andava lado a lado comigo, bateu, obrigando-me a ligar o rádio em uma estação qualquer, apenas para calar o grito do silêncio. 

Eu odiava silêncio. 

... I know we’re young and people change
And we may never feel the same
So, baby tell me what you say... 

Uma música do 5 Seconds of Summer tocava já no fim, o que era uma pena, já que eu amava essa música, e eu comecei a cantar junto. 

— When the girls... When the girls talk, when the girls talk boys... — Cantei, tentando fazer uma dança sensual no volante. — WHEN THE GIRLS... WHEN THE GIRLS TALK, WHEN THE GIRLS TALK BOYS... Ai porra, tem que ser When the girls talk girls, meninos. Close errado nessa música ai... Arght, eu estou falando sozinha. Sou uma louca. 

Bati no volante, ainda me mexendo no ritmo da música, e de repente, um vulto surge no visor do carro. Sim, só poderia ser um vulto porque ninguém em sã consciência andaria sozinha por uma rua deserta e atravessaria a rua sem olhar para os lados. Se eu atropelei a mulher? Puff, eu posso ser uma péssima motorista, mas pela graça divina, consegui frear a tempo e não sei por qual motivo ela havia caido mesmo assim. 

Bufei irritada e abri a porta do meu lado, para conferir se estava tudo bem com a mulher. Quem sabe se ela fosse uma gata, eu até daria uma carona a ela até a minha casa, por que não? 

— Foi mal ai. — Tentei me desculpar, mas a mulher não me respondeu. — Mas a culpa foi sua, moça. 

Me aproximei da garota para ajudá-la a se levantar e me assustei, ao ver o estado deplorável em que Camila se encontrava.


Notas Finais


Eee aiii?? como estamooos?? faleeeeeeem povooo heuheu


T.T


~RGBS


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