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História The Judge - The Big New York


Escrita por: RGBSfics

Capítulo 2 - The Big New York


Fanfic / Fanfiction The Judge - The Big New York


CAMILA'S POV

Faziam algumas horas que havíamos chegado em uma das cidades mais lindas do país e eu estava amando, pelo menos, tudo o que vi pelo taxi. Shawn havia me prometido que conheceríamos o resto de New York no dia seguinte e iríamos aproveitar o dia de hoje para arrumar as coisas em seus devidos lugares e ter uma boa noite de sono.

A casa que a Sra. Mendes havia nos cedido não era grande e nem muito pequena. Havia dois quartos — um deles com suíte — e o outro para hóspedes, um banheiro principal e uma cozinha bastante espaçosa com uma área de serviço ao lado da mesma. Havia um pequeno corredor que ligava todos os cômodos e dava-se inicio à sala, onde havia uma grande janela com uma visão privilegiada da cidade. 

A viajem não havia sido longa, apenas três horas de Miami e parecia que havíamos levado um dia inteiro para isso. Acordei no outro dia ainda mais disposta à conhecer o meu novo "lar" temporário, preparei um café da manhã com geleias e torradas — como mamãe amava preparar pra mim — e tratei de me enfiar de uma vez por todas debaixo do chuveiro. 

Assim que terminei, penteei meus cabelos me encarando no espelho e escovei os dentes, passei o antitranspirante e um creme hidratante que não podia faltar nunca na minha higiene pessoal. Sai do banheiro, ainda enrolada em uma toalha, e segui para o quarto em busca de uma roupa adequada. Além de odiar me vestir em um banheiro, a vantagem que o quarto tem é que você pode experimentar todas as roupas do guarda roupa e espalhá-las pela cama, guardar ali outra vez sem necessidade de trocar de cômodo e ainda é o lugar mais confortável da casa inteira.  

Optei por uma calça jeans clara rasgada, uma camiseta preta simples e um vans da mesma cor, escolhi uma jaqueta jeans da mesma cor que a calça e não poderiam faltar os acessórios. Peguei algumas pulseiras e brincos e espalhei no meu lado vazio da cama, reparei quando Shawn não só havia acordado, como estava me observando aparentemente por um bom tempo e isso me incomodava. 

— Por quanto tempo pretendia ficar me olhando? — O encarei com uma feição irritada, mas divertida, e ele riu. 

— Até você tirar essa toalha e me dar uma visão mais privilegiada das suas... curvas. — Concluiu e eu joguei um travesseiro em sua direção. 

— Ridículo, tarado, vira pra lá! Vou me trocar. 

Fiz um coque frouxo em meu cabelo e o prendi com uma caneta que havia em cima do criado mudo.  Incrível como eu me lembrava até de trazer esmaltes, mas esquecia a droga de uma pregadeira. 

— Jamais. Pode se trocar, não estou te segurando. — Levantou a mão em sinal de rendimento e eu revirei os olhos. 

— Então vou me trocar no banheiro. — Fiz menção em pegar as roupas que estavam em cima da cama e ele segurou meu pulso antes que eu completasse o ato. 

— Fica ai vai. Vou preparar nosso café da manhã porque pretendo ser um ótimo marido no futuro. 

— Já preparei faz tempo senhor " ótimo marido". — Me aproximei do garoto e roubei um selinho. Talvez dois. 

— E por que não me acordou? — Perguntou levantando-se da cama e se espreguiçando antes de se dirigir à porta. 

— Achei que não fosse necessário. — Joguei novamente outro travesseiro em sua direção, mas este ele havia segurado a tempo. — Além de conhecer a cidade, vamos à casa de Ally e Lucy. Quero fazer uma surpresa. 

— Você nem sabe onde é. — Deu de ombros e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. 

Abri a boca com a intenção de retrucar, mas realmente ele tinha razão e eu não fazia ideia de onde era. 



Fazia cerca de duas horas que estavamos apreciando a beleza novaiorquina dos Estados Unidos e realmente era uma beleza única. A Estátua da Liberdade era muito mais linda vendo-se de perto do que pela TV, revistas ou jornais. Tínhamos ido ao Central Park, um dos pontos turísticos mais lindo da cidade e tomamos um sorvete antes de ir para o tão esperado Rockefeller Center. 

Desde que havia saído de Miami, não parei nem por um segundo de pensar em visitar este lugar. Não pelo conjunto magnífico de apartamentos, o que era algo encantador vendo-se de perto também, mas pela área de patinação que dava um ar mais lindo e elegante ao lugar. Ver todas aquelas pessoas ali se divertindo em família, ver a felicidade estampada em seus rostos me deixava bem e me transmitia uma energia positiva. Eu poderia ganhar o meu dia apenas sentada e os assistido. 

— Vem, vamos patinar. — Shawn me tirou de meus devaneios, mas continuei olhando para a área, onde várias pessoas patinavam e muitas delas caiam. 

— Eu não sei fazer isso, olhe aquela mulher... — Apontei com a cabeça e ele olhou em direção à cena de uma mulher caida enquanto um homem a ajudava a se levantar — Eu vou pagar um mico igual. 

— Não vai porque eu estou aqui pra não deixar que nada de mal te aconteça. Vamos? — Perguntou me entregando um par dos patins de gelo e eu os peguei, ainda pestanejando.

Calcei-os lentamente para que desse tempo suficiente de fazê-lo desistir — sem sucesso — , quando a única coisa que despertei foi ainda mais vontade de me ajudar com aquilo. 

— Shawn isso não vai dar certo, eu não quero fazer isso! 

— Confia em mim... Me dá a sua mão. — Disse enquanto deslizava pelo gelo e me levava consigo. — Tire as mãos da grade Mila. 

— Não consigo. Meu pé vai entortar, não consigo ficar em pé aqui direito... — Choraminguei o fazendo gargalhar de uma forma exagerada. Se eu não estivesse desesperada, tinha dado um belo de um tapa doído naquele rosto. 

— Sua imaginação é tão fértil quando o assunto é desastre, que me impressiona. Coloque as mãos nos meus ombros e faça o que estou pedindo... 

— Não tenho que te obedecer. 

— Tem sim!  — Exclamou. — Você, por um acaso, sabe patinar sozinhha? 

— Mas você é mais novo, eu não tenho que te obedecer. — Fiz um biquinho irritada e ele me encarou paciente.

— E daí? O dia que você souber patinar sozinha você reclama da minha idade, mas agora sem condições. — Revirei os olhos enquanto fazia o que ele havia pedido, já estava ali mesmo, o que custava? 


LAUREN'S POV 

Depois de um tempo navegando nas redes sociais, levantei ainda pela manhã — costumava sair tarde da cama  nos dias de folga — e percebi que Harry, pela primeira vez na vida, tinha me ouvido e ido pra casa, e pra isso acontecer, ou havia levado alguém que eu sabia muito bem quem era, ou estava bêbado. Meu apartamento só tinha comida de verdade quando Harry cozinhava — e fazia de tudo muito bem, por sinal — ou quando Normani ou Vero faziam ou traziam algo, mas como já havia passado de uma da tarde, certamente não viriam mais. Pedir comida Italiana ou Japonesa também seria uma ótima ideia, mas eu realmente estava com saudade dos meus dotes culinários e não estava nem um pouco afim de ficar atoa. 

Enquanto colocava a àgua para ferver em uma panela, na outra eu fritava os empanados de frango que estava no freezer há mais de dias e por sorte não tinha passado da validade. Cortei algumas batatas para fritá-las em seguida, mas antes, pus o macarrão para cozinhar bem na hora que o barulho ensurdecedor da campainha tocou. 

Tirei o avental que usava e coloquei em algum canto da cozinha, andei em direção à porta de entrada e visualizei pelo olho mágico, era ninguém mais, ninguém menos que a Keana Issartel. Puta que pariu, uma sortuda maior do que eu por ter uma mulher dessas tocando a sua campainha em pleno domingo entediante, estava pra nascer.

Respirei fundo, arrumei meu short e minha blusa perfeitamente no corpo e prendi meus cabelos, dessa vez, com um coque no topo da cabeça. Passei as mãos no rosto na tentativa de fazê-lo ficar mais apresentável para um simples encontro casual e finalmente abri. 

Dio del cielo, aquela mulher não era uma mulher, era uma deusa.

— Jauregui? 

— Não, Ruby Rose. Volte três casas! — Ironizei. Ela bate na porta da minha casa e espera encontrar quem? — Brincadeiras à parte, entre. — Fechei a porta atrás da mulher e segui para a cozinha com ela em meu encalço. 

— Espero não estar atrapalhando, engraçadinha. — cruzou os braços na altura dos seios. 

— Você nunca atrapalha... Quer dizer, não neste momento. — Mexi o macarrão pra que ele pudesse soltar e desliguei o fogo, pondo pra escorrer. 

— Então, é que o açúcar lá de casa acabou e eu...

— Por que tanto acaba o seu açúcar, Issartel? — Perguntei chegando à conclusão de que, só aquele mês, já era a quinta vez que ela vinha atrás daquilo e as coisas não acabavam muito bem. 

— Gosto do seu açúcar. — Enrolou uma mecha dos seus cabelos com o indicador, me fuzilando com os olhos. 

— Aham, sei bem do que você gosta. — Sorri maroto para a garota e peguei a xícara de suas mãos, enchendo-a de açúcar. 

— E então... — Tossiu — alguma novidade além das que saem todos os dias nos sites? 

— hum hum. Só as que saem todos os dias nos sites! — Conclui, guardando o pote de açúcar no armário e voltando minha atenção ao macarrão. Qual é? Que conversa era aquela agora? 

— Compreendo. Deve ser bastante constrangedor ter sua privacidade invadida, imagino. — Afastou a mesma mecha de seus cabelos do rosto e cruzou os braços. 

— Pois é, mas a gente se acostuma não é? — Dei de ombros. —Sem querer abusar de você, mas lave essa colher que usei pra por o seu açúcar, por gentileza?

— Vou estar aqui sempre que você quiser abusar de mim, você sabe. — Piscou um dos olhos e se voltou à pia, me olhando com aquele olhar recheado de segundas intenções. 

— E este não é o momento. — Respondi seca, mas com a certeza de que ela não desistiria fácil e me provocaria até que eu cedesse. Era assim sempre que vinha atrás de uma xícara de açúcar, e confesso amava esse jeito insistente dela. 

— Como queira. — Mordeu seu lábio inferior e segurou seu decote com um dos dedos deixando a maior parte dos seus seios a mostra. 

Ao perceber que eu não parecia muito interessada, pegou a esponja com sabão e esfregou totalmente desajeitada na colher. A garota provavelmente era uma filhinha de papai que nunca havia sido pobre na vida e aquela seria a primeira vez que lavava alguma coisa, nota-se pela preocupação com as unhas feitas e aqueles mimimis todos. 

Finalmente havia terminado de preparar o meu básico macarrão, que daria para me manter alimentada pelo resto do dia e Keana continuava lavando a bendita da colher pequena que nem suja estava mais. 

Eu já estava pronta para reclamar quando a mesma me fez engolir em seco, passando a esponja coberta de sabão pelos seios e me encarando de uma forma, ahn... sensual demais. Cruzei os braços apenas a observando curiosa para saber qual seria as próximas cenas e, como se tivesse lido meus pensamentos, a garota espremeu o objeto deixando que a água encharcasse sua blusa e o que tivesse la dentro. Peguei sua xícara para entregá-la na intenção de fazer a garota desistir daquilo, mas desisti de pronunciar qualquer palavra quando ela se aproximou de mim me surpreendendo com um beijo demorado. Minha mão livre agora estava apalpada em seu quadril, apertando-a ainda mais contra o meu corpo a fazendo arfar. 

O beijo era quente e sem qualquer preliminar, fazendo com que nossos lábios doessem prazerosamente, nos proporcionando ainda mais fôlego para continuar com aquilo. 

De repente, o estrondo da xícara caindo se fez presente e nos assustamos olhando automaticamente para o chão, onde havia espalhando diferentes tamanhos de cacos de vidro. 

— Você quebrou minha xícara. — Se afastou com uma das mãos na cabeça mostrando-se arrasada. 

— Você provocou, não tenho culpa. — Rebati. 

— Ela tem um valor sentimental. 

— Não posso fazer nada. — Dei de ombros. 

— Pode e vai pagar caro por isso. — Me olhou desafiadora. Peguei a vassoura que estava do meu lado esquerdo e a estendi com a certeza de que ela jamais varreria o chão nem que por um favor. 

Continuei segurando a vassoura pra que ela pegasse e a mesma revirou os olhos, pondo o objeto de lado e voltando de onde havia parado. Tirei sua blusa em meio ao beijo e em uma breve pausa, afastei tudo de sobre a mesa e a coloquei sentada, virando minha atenção aos seus seios. A melhor parte do corpo de uma mulher era, definitivamente, os seios. A massageei por cima do sutiã e abocanhei sem me preocupar com o pano que me atrapalhava. A garota gemia baixo como se aprovasse e recebi aquilo como um convite pra que eu continuasse. A filha da puta adorava provocar, e mesmo com os "castigos" que recebia por isso, não aprendia que não se deve brincar com Lauren Jauregui jamais. 

— Vamos logo com isso Jauregui... — Sussurrou me puxando para outro beijo, dessa vez, rápido até demais. 

Parti o beijo e deslizei sua saia social sobre suas pernas e assim que o fiz, subi depositando vários beijos pelo local, fazendo uma trilha de beijos apenas para irritá-la. Ouvi a campainha tocando uma, duas, três vezes, mas seja quem fosse iria embora em segundos, tudo o que eu queria e precisava, estava ali, prestes a ser invadida à qualquer momento. Com uma das mãos em sua intimidade e a boca colada na sua, ouvi o barulho da porta ser aberta e a voz tão conhecida de Vero se fez presente, me fazendo bufar frustrada. 

— Jauregay, Jauregay, quando eu penso que já vi de tudo, você me surpreende. — respondeu deixando algumas das várias sacolas de supermercado em cima da bancada e nos deu as costas continuando — Eu vou entrar novamente com a Normani, e espero encontrar tudo em ordem como haviamos imaginado. 

Pegou a morena pelo pulso, arrastou de volta à saída e fechou a porta com um estrondo me fazendo revirar os olhos e socar a mesa com irritação. Por outro lado, a garota à minha frente se apressava em vestir sua saia e blusa enquanto procurava por seu par de scarpin preto, o encontrando debaixo da mesa. 

— E aí sapatão, viemos lhe fazer uma visitinha. — Disse Iglesias entrando novamente. 

— Se não for lhe atrapalhar, é claro, não é Vero? — Agora foi a vez de Mani, soando cúmplice. 

— Com certeza, imagina. — Respondeu olhando de soslaio para Keana, que saiu da casa sem dizer nenhuma palavra. 

Todo amigo tem um jeito que te irrita, mas Harry e Vero passavam dos limites. O defeito do garoto era se aproveitar da minha casa, da minha comida, da minha cama e outras coisas mais, achando que era de seu direito. Veronica não era diferente, aparecia a hora que bem entendesse e se eu não abrisse a porta, a mesma destrancava com sua chave reserva, o que me deixava bastante irritada. 

— Ok, e o que vocês estão fazendo aqui numa hora dessas? — Sentei em uma das cadeiras da mesa e as observei séria, com uma enorme vontade de chutá-las dali naquele exato momento. 

— Tínhamos hora para aparecer na casa da nossa melhor amiga? — Kordei retrucou, fuçando em alguma coisa dentro das sacolas. 

— Eu poderia estar, sei lá, — Cocei a cabeça pensando em alguma alternativa que explicasse o momento — em reunião ou dormindo por exemplo...

— Transando por exemplo... — Vero me interrompeu, mas logo foi interrompida por Normani.

— E que reunião heim Laur, na cozinha ainda. 

— Eu estou morrendo de fome e não sou obrigada a aguentar vocês de piadinhas à meu respeito, com licença. — Levantei e segui em direção ao armário onde ficavam os pratos. 

— Está morrendo de fome, mas me pareceu querer comer outra coisa... 

~

Veronica e Normani, como eu havia imaginado, passaram praticamente a tarde inteira me zoando pelo ocorrido com Issartel. Eu nunca poderia imaginar que à qualquer momento elas pudessem chegar e me surpreender logo na hora H, mas eu já deveria ter me acostumado de que delas não se deve esperar nada — ou tudo — ainda mais quando Iglesias estava no comando. 

Em um determinado momento do dia, mais especificamente no finalzinho da tarde, Harry havia aparecido com cara de poucos amigos para completar a cereja do bolo da minha desgraça, como se já não bastasse minhas duas melhores amigas me torrando a paciência o dia inteiro. 

— Mas é pra acabar mesmo, o que você está fazendo aqui Harry? — Perguntei com as mãos na cintura, perguntando-me mentalmente o que eu merecia para aturar aquilo. 

— Vim dormir Laur. Tive um dia chato ontem e vim me consolar com a minha best, será que posso? 

— Não!!! — Mani, Vero e eu dissemos em uníssonas e Harry voltou para a porta de onde havia entrado minutos antes. 

— Já que as minhas melhores amigas não me querem, mergulharei no whisky no bar do Jimmy. Falsas, jamais olhem na minha cara! 

— Ai curly, volta aqui e para de viadagem. — Respondi comendo o milézimo cookie que Mani havia preparado. 

— Que curly? Faz tempo que não vejo um cacho nessa cabeça. — indagou a morena. 

— Vá se foder Normani, eu sempre vou ser o curly da Laur. — Respondeu o garoto se sentando em meu lado e pegando o último cookie que me restava. — Vamos brincar de verdade ou desafio? 

— Olha aí o crianção. — Gritou Veronica. 

— Crianção que inventa brincadeiras legais quando essa porra está um tédio e a velhonica brinca bem abeça. — Harry rebateu. 

— Hummmmmm né. — Mani zoou e eu gargalhei alto. — Vamos brincar sim, todo mundo. Essa brincadeira ai que vocês brincam despertou minha curiosidade. 

— O que é isso Mani?  Não sou chegada à pênis, sai pra lá três pernas. — Vero empurrou Styles que caiu em cima de mim e só o que eu sabia fazer era rir, me divertindo com os dois. 

— Tenho três pernas? E os seus quatro braços, como vão? 

— GENTE CHEGA! Pelo amor de deus, eu não aguento mais rir. — Pedi absorvendo a maior quantidade de ar que os meus pulmões aguentavam e me recompus. — Vamos lá, vou girar a garrafa primeiro! 

Corri até a cozinha e procurei por uma garrafa de alguma coisa, mas como eu não tinha o costume de guardá-las em casa — pelo menos não as vazias — , talvez nunca encontraria. 

— Acho que não tenho garrafas aqui. — Bati na testa frustrada. 

— Como você não tem garrafas ai Lauren? Todo mundo tem pelo menos uma garrafa de vinho em casa! — Gritou Normani da sala. 

— Laur! — Agora foi a vez de Harry. 

— Ham? 

—  Vê dentro do microondas, se eu deixei alguma garrafa de vodka. Se tiver vodka dentro, pode jogar fora... 

— HARRY STYLES!!! Você sabe que eu odeio desordem e... puta que pariu, dentro do meu microondas NÃO... — Choraminguei pegando a garrafa pela metade e despejando todo o conteúdo dentro da pia. Voltei à sala e sentei-me onde estava antes. — Você. Nunca. Mais. Faça. Isso. Ouviu bem? 

— Se eu colocasse na geladeira, você iria jogar fora sua... 

— Ah, ela ía mesmo. Igual fez com o meu maço de... — Vero interrompeu Harry e foi logo interrompida por mim. 

— Bebidas são para beber moderadamente. E se não vai mais utilizá-las, o lugar delas é no lixo. — encarei Vero à minha frente — E maços de cigarro não deveriam nem sair da fábrica e se por um acaso, Iglesias, eu souber que você encostou apenas um dedinho que seja nessa coisa, eu vou enfiar todos no seu rabo. 

— EITA PORRA QUE NO MEU RABO NADA ENTRA! 

— Por isso mesmo! — Concluí e a mulher se calou. Por outro lado, Harry e Normani se contorciam de rir, deixando Verônica bastante irritada. 

Segurei pelo meio da garrafa e a girei. O objeto demorou algumas vezes até parar de se mover e apontar para Harry. A minha pergunta estava mais do que pronta. 

— Verdade ou desafio Harold? — Perguntei. 

— Verdade óbvio, a última vez que cumpri um desafio seu, quase morri. — Respondeu e eu gargalhei ao lembrar do dia em que o desafiei a engolir uma colher de molho de pimenta. 

— O Louis foi a razão pela qual você não dormiu aqui? E vocês brigaram?

— Sim, foi por causa dele e não sou obrigado a responder a outra pergunta! — Pegou a garrafa com rapidez e a girou, apontando para Normani que preferiu verdade. — Mani, você tem certeza de que é cem por cento hetera? Seja sincera. 

— Tenho certeza. Muita certeza. Não me vejo com uma mulher jamais. — Respondeu com os dedos cruzados. 

— Sabe que se cruzar os dedos é sinal de que está mentindo não sabe? Deixa o seu cinquenta por cento sobressair que te mostro que sabemos ser melhores do que os homens. — Vero olhou para Normani que revirou os olhos impaciente e girou a garrafa, apontando novamente para Harry. 

— Harry!!! Você mesmo viado, verdade ou desafio? — Normani olhou do garoto para mim e conclui que se ele escolhesse a verdade, ela perguntaria o que eu tanto queria de saber. 

— Desafio caralho! — Bufou irritado e eu bufei também, só que de indignação. Ele iria ter que me falar o que aconteceu com Louis, mais cedo ou mais tarde. 

— Te desafio a... — A garota pensou por longos segundos que mais pareciam uma eternidade de logo chegou à uma ideia — Plantar bananeira na calçada do pédio lá embaixo. 

— Na frente de todo mundo que passar? Mas nunca que eu vou fazer isso. Eu tenho uma reputação de garoto mais educado da América, mais bem vestido da América e coreógrafo de Lauren Jauregui, você tem noção de que amanhã essa palhaçada sai até no New York Times? 

— Para de reclamar Harry, quer voltar pra verdade? Me convém bastante! — Exclamei e ele negou freneticamente. 

— Prefiro pagar o mico!!! 

Levantamos super empolgadas — Harry nem um pouco — , saímos do apartamento e pegamos o elevador que nos levaria para baixo com maior rapidez. Na calçada do edifício haviam uns três paparazzi apenas, e cerca de uns trinta fãs, que foram se multiplicando ao nos ver com Harry fazendo a tal da bananeira à pedido de Normani. A garota não parava de rir chamando alguns fotógrafos pra que pudessem aproveitar bastante a cena, e então Harry desceu da parede ainda mais irritado do que antes. Depois de assinar alguns autógrafos e tirar várias fotos com os fãs, subimos para o apartamento, nos sentamos novamente e Harry girou a garrafa que apontou exatamente para Veronica. 

— Verdade ou desafio Velcro? — Perguntou. 

— Verdade! — a mulher respondeu. 

— O seu sonho sempre foi pegar a Mani e fazer ela se converter à sapataria? 

— Isso é verdade? — Perguntei rindo da cara das duas e uma pontinha de curiosidade surgiu em minha mente. Será que não havia acontecido nada mesmo entre as duas? 

— O que? Não! Converter a Mani eu quero, mas pegar? Puff, lógico que não. 

— Fala a verdade Vero! — Insisti, cruzando as pernas. 

— Isso não me convenceu? O que você tem à dizer Kordei? — Harry alfinetou e eu encarei a garota que estava vermelha de tão envergonhada. 

— Não tenho nada com a Vero, ela é minha melhor amiga gente. — A morena respondeu franzindo a testa, e quando surge aquela ruguinha de preocupação, é por que ali tinha. 

— Vou girar! — Iglesias alertou e girou a garrafa que apontou para mim. 

Não, isso não poderia ter acontecido jamais. Vero, quando se tratava de mim, inventava as piores perguntas possíveis e na última eu tive que revelar que peguei sua ex, que inclusive, estava na brincadeira. 

— Consequência! — respondi sem pensar duas vezes e Vero sorriu maliciosa. 

— Sua consequência vai ser um pouquinho diferente Jauregay e será cumprida quando eu ordenar. 

— Como assim Vero? — perguntou Harry, confuso. 

— Eu estou com medo. — disse Normani. 

— Manda logo  Iglesias, eu sei que vem bomba mesmo! — Exclamei. 

— O seu desafio será pegar uma mulher comprometida em uma boate lotada. O que me diz? 


CAMILA'S POV 

— Finalmente em casa! Pena que não temos o endereço de Ally e de Lucy. — Falei me jogando exausta no sofá. 

— Amanhã a gente liga pra elas. — Shawn deu de ombros e entrou para o quarto. 

Eu não poderia negar que estava um pouco incomodada com aquela "vida de casados" que estávamos levando, sempre tive um certo medo de ficar sozinha com garotos, mas até que com ele estava sendo divertido. Ele nunca faria algo que me prejudicasse e que me deixasse desconfortável, muito pelo contrário, era o meu segundo dia aqui e ele havia me proporcionado um dos melhores momentos da minha vida. 

Levantei-me e segui para o quarto. Peguei uma camisola curta e decidi que tomaria banho no banheiro principal, já que o do quarto Shawn estava usando. Assim que terminei, o garoto havia pedido uma pizza, como se já não bastasse todas as besteiras que haviamos ingerido o dia inteiro durante o nosso passeio pela cidade. 

— Eu vou ficar uma gorda com isso. Não vou aguentar nem subir no palco do The Voice pra cantar. — Sentei-me de frente para ele na mesa e me servi com um pedaço da pizza. 

— Gorda ou magra você é perfeita Mila. — Acariciou meu rosto e eu fechei os olhos aproveitando o momento. — Eu amo você. 

Aquelas três palavras me fizeram engasgar mesmo sem ter posto nada na boca. Com um ano de namoro, nunca haviamos trocado aquelas palavras e naquele exato momento senti que as coisas seriam cada vez mais serias. Shawn era um garoto serio, não era daqueles que fica com você hoje e no outro dia simplesmente te esquece. Eu queria aquilo pra mim, queria aquele amor, mas eu tinha medo de não estar o correspondendo da mesma forma e não ser merecedora daquele sentimento. Eu o amava, muito, mas sentia que aquele não era o momento certo para dizer aquilo. 

— E-eu... também. — Dei um breve sorriso e ele se inclinou na mesa para que pudessemos nos beijar. 

Havíamos passado toda parte do tempo, enquanto comíamos, conversando sobre o nosso passado desde a infância até onde nos conhecemos. Lembro-me como se fosse ontem, eu atrasada para a primeira aula de física, com prova de geografia no terceiro tempo e eu nem ao menos havia estudado. Ally e Lucy sempre me chamavam pra que pudessemos ir juntas, mas neste dia definitivamente eu não havia escutado. 

Decidi entrar pelo estacionamento do colégio, certamente os diretores não me veriam e então eu subiria pelo elevador dos professores — já que estavam todos em aula — e nem se quer os alunos me notariam ali há uma hora dessas, certo? Errado!  Menos Shawn. O orgulho dos professores, o garoto mais conhecido pela sua extraordinária inteligência e facilidade de interagir com as pessoas, principalmente as garotas. Confesso que não foi dificil me encantar por aquele belo par de olhos e aquele sorriso cativante, mas também não dei moleza quando nos conhecemos. Eu quase não o suportava. 

— Você me fez comer o pão que o diabo amassou Camila, nunca sofri tanto pra conquistar alguém em toda a minha vida. — Respondeu o garoto, comendo um pedaço da massa. 

— Você poderia até tirar 10 nas matérias, mas não foi tão esperto assim quando o assunto se tratava de mim. 

— Naquele momento do estacionamento eu tive a certeza de que seria minha... 

— Ahaha nada convencido. — O interrompi e parei por um segundo antes de continuar. — E se não fosse pela insistencia de Lucy, jamais estaríamos juntos hoje.

— Ah isso é verdade. Serei eternamente grato à ela por isso e em falar nelas, podemos chamar ela e Ally para passar o dia com você amanhã, o que acha? 

— Super de acordo. — bebi um pouco da coca cola que estava no copo e o lancei um sorriso em gratidão. — Eu sinto tanta falta delas... 

Ally e Lucy eram irmãs de criação desde os cinco anos de idade, quando a mãe de Lucy veio a falecer e como a menina não havia crescido com seu pai, a única familia que a acolheu foi a de Ally. Anos depois, quando as meninas fizeram 15 anos, os pais de Ally também se divorciaram e as meninas tiveram que se mudar para Miami, onde a mãe de Ally havia conseguido um emprego e as matriculado onde eu estudava e assim nos conhecemos. Foi bastante doloroso quando elas precisaram voltar para NY para viver com o pai de Brooke, já que a mãe dela não estava dando conta de criá-las sozinha apenas com o pagamento da lanchonete onde trabalhava e a pensão que o Sr. Hernandez lhes pagava. Enfim, nossa amizade só havia se fortalecido apesar da distância. 

— Mila, vem cá. —me assustei ao ver que Mendes estava na janela e eu ao menos havia visto se levantar. Fui ate o garoto que olhava para um ponto fixo no céu e o acompanhei com o olhar. — A primeira noite de muitas que assistiremos juntos. 

— E se eu não passar nem da primeira fase? E se os jurados não forem com a minha cara? E se eu não conseguir cantar? — Apertei sua mão entrelaçada à minha e encarei seus olhos. 

— Não se preocupe, você é ótima no que faz. Confie apenas em você e o mundo estará em suas mãos. Aquele palco foi feito pra você, acredite. 

— Obrigado, de verdade. Por tudo. — O beijei ternamente e voltei à vislumbrar a cidade da janela. — Espero que possamos passar bastante tempo por aqui, eu ia adorar. 

— E vamos. Vamos procurar um emprego por aqui, organizar nossas vidas até isso tudo terminar e ... 

— Vamos viver vários momentos como este, conhecer pessoas novas e fazer coisas diferentes. Aqui, nessa grande New York, como sempre desejei. — Conclui. 


Notas Finais


:)

~RGBS


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