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História The Judge - Revenge


Escrita por: RGBSfics

Notas do Autor


Oláááá amores :D Só pra avisar que tem mais um capitulo. Logo logo vai ter momentos bons de Camren, calmem T_T precisamos realizar todo planejado antes de Camren acontecer, maaaaaaaaaaaas, temos uma surpresinha pra quem deseja continuar lendo as nossas histórias. Aguardem 3:)



(O FOGO NO CU DELAS TA NO FIIIIIIM,AMÉEEEEM.SOSSEGUEM AS XAROCAS ~BS)

Capítulo 21 - Revenge


Fanfic / Fanfiction The Judge - Revenge


LAUREN'S POV

— O que foi? Ta boa a vista? — Perguntei ainda com a toalha em minhas mãos.
A garota simplesmente travou. Não tirava os olhos de mim, não piscava, não respirava, não se movia e em outra ocasião, eu me sentiria um tanto constrangida com aquilo.

— A-as... — Pareceu ter esquecido o resto da frase, voltando a piscar algumas vezes — As malas, trocaram. Trocaram... as malas...

Com um sorriso esperto, olhei para trás de mim e lá estavam as malas da garota. Pois é, alguém esperto demais havia trocado as malas e juro que dessa vez não tinha dedo meu nessa história.
E num piscar de olhos, a latina, que antes nem se movia, praticamente avançou para tentar pegar seus pertences, mas como uma boa garota que sou, não iria deixar isso sair barato para ela, ou deveria?

— Me dá licença, Lauren! — Ordenou e eu olhei bem dentro dos seus olhos fixos na parte nua do meu corpo. — Sai da minha frente...

Me aproximei de um dos seus ouvidos e sussurrei baixo:

— É só passar.

Voltei à minha posição de inicio e sorri para a garota que tentava ao máximo se segurar. Sua respiração estava falha, seus olhos ainda estavam grudados em meu corpo que estava perigosamente próximo do seu.

Num impulso, sem que eu esperasse, a garota a avançou em mim e me surpreendeu ao grudar os seus lábios nos meus com ansiedade. A sua língua hábil e delicada se envolvia na minha e se moviam como se se entendessem perfeitamente bem.

Agarrei-a pela cintura, de modo que ela ficasse encurvada para trás e a levantei, derrubando tudo o que eu via pela frente, sem me importar com o prejuízo enorme que aquilo me daria.

Sorri de lado em um dos intervalos do beijo e a coloquei sentada em alguma coisa em que eu não tinha ideia do que era e nem estava interessada em saber. Enquanto voltávamos de onde paramos, minhas mãos deslizaram sobre sua panturrilha perfeitamente definida, enquanto a outra emaranhava os fios dos seus cabelos soltos. Apertei fortemente uma de suas coxas grossas, ouvindo um gemido desaprovador da morena, que aproveitava cada segundo daquele momento.

Senti-a chupar a minha língua com força e levantar uma de suas pernas, a encaixando em minha cintura.

Incapaz de dar continuidade ao beijo, me afastei minimamente e decidi "avançar o sinal", com a aprovação da mais nova que buscava cada vez mais por oxigênio e gemia a cada parte tocada por mim em seu corpo.

— Laur, a Camila está ai? — Ouvi a ultima voz que eu desejava ouvir aquela hora e, com ela, três leves batidas na porta, que fizeram com que eu me afastasse totalmente de Camila.

— Merda! — Passei as mãos na cabeça com uma certa frustração e me abaixei para pegar a toalha do chão, me enrolando em seguida.

— Olha o que você fez! — A garota exclamou e eu ri incrédula.

— Eu? Você que me agarrou igual a uma louca, garota!

— Eu queria a minha mala! Quer dizer, quero!

— Filha, é só você pegar e vazar daqui. — Revirei os olhos e puxei a mala da garota, colocando-a em sua frente com uma certa rapidez, o que fez com que a bagagem caísse.

— Você está me achando com cara de uma das suas cachorras?

— O que está acontecendo aqui? Porra, Camila, eu pedi para você me esperar no quarto... — Disse o garoto após invadir o quarto desesperadamente.

— Amor, desculpa, mas eu precisava vim pegar as minhas coisas...

— E atrapalhar a porra do meu banho, entrando no quarto alheio e nem se quer bateu na porta antes. — Rebati e ela entreabriu a boca como se não acreditasse no que estava ouvindo.

— O quê? Eu bati sim sua infeliz! Você não respondeu e eu entrei.

— Eu realmente não acredito que vocês estão brigando outra vez! Me recuso a ficar no mesmo ambiente em que as duas estiverem, a partir de agora! — Shawn exclamou e puxou suas malas junto com a da garota, nos deixando a sós novamente.

— Vai lá, cachorrinha. Corre atrás do namoradinho. — Ironizei e a garota virou as costas, seguindo o mesmo caminho que o namorado.

Não sei o que era pior: Shawn empatar a foda dos outros ou Camila me jogar a culpa do beijo que ela mesma começara por livre e espontânea vontade.

Não, o pior era eu estar sendo novamente uma amiga cuzona e traíra.

~

Era por volta de meio dia quando decidimos ir a procura de algum restaurante em uma cidade vizinha. Cambridge era uma cidade definitivamente encantadora e... pequena, perfeita para qualquer tipo de ocasião. Não haviam paparazzis, multidões de fãs e a imprensa talvez nem imaginasse que eu estivesse ali, tinha coisa melhor?

Eu estava me sentindo em um verdadeiro conto de fadas LGBT e esperava profundamente encontrar minha princesinha em uma daquelas ruazinhas perfeitinhas e bonitinhas daquela cidadezinha limpinha...

Eu era muito sonhadora quando queria.

— Dizem que dá pra conhecer toda a cidade a pé por ela ser relativamente pequena. — Aaron disse com as mãos no bolso enquanto caminhávamos alinhadamente um do lado do outro pela rua silenciosa.

— Mentira? — Camila perguntou boquiaberta e Shawn balançou a cabeça positivamente.

— Podíamos ir conhecer os Colleges da Universidade de Cambridge. — O garoto disse entusiasmado — Isaac Newton, Charles Darwin e Stephen Hawking estudaram lá, não é o máximo?

— Definitivamente não, amor. Eu não quero saber de nada que me lembre o ensino médio, pelo amor de Deus!

— Pois eu acho uma ótima ideia! — Contrariei Camila, que revirou os olhos. — Eu sempre fui uma grande fã de Hawking.

— Aposto que não sabe nem quem foi. — A garota revidou e eu a encarei com um olhar esperto.

— Ele não foi, bonitinha. Ele é! — A encarei por alguns segundos e desviei minha atenção para a minha frente. — E a minha citação favorita dele é: "Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança." Muito foda.

— A sua cara essa frase. — Shawn comentou e eu sorri.

— Não sei nem quem é esse Stephen King sei lá o que, mas a gente já pode achar algum restaurante? Estou morrendo de fome. — Aaron passou as mãos na barriga, com uma careta feia de fome.

— Como assim? Todo mundo conhece ele. — Respondi gargalhando alto.

— Mas é aquele ditado da minha mãe né, eu não sou todo mundo. — Estalou a língua e eu dei de ombros. — Agora vamos comer pelo amor de Deus.

— Calma ow morto de fome. — Dei um esbarrão em meu acessor e apontei para um restaurante pequeno do outro lado da rua. — Olha um ali, siga-me os bons?

CAMILA'S POV

O restaurante era bem pequeno, mas aconchegante. Eu amava lugares assim.
Pegamos uma mesa de quatro lugares, onde eu sentei ao lado de Lauren e de frente para Shawn que estava ao lado de Aaron que estava de frente para Lauren. Enfim, meninas de um lado, meninos do outro para ser bem exata.

Pegamos o cardápio para escolher o que iriamos comer, mas pra falar a verdade, eu não fazia a mínima ideia do que significavam aqueles nomes esquisitos.

— Já escolheram o que irão comer? — Aaron perguntou confuso. — Eu odeio restaurante francês por isso.

— Isso aqui é um restaurante francês? — Shawn perguntou nos encarando com a testa franzida e Lauren confirmou.

— Eu também não fazia ideia de que isso era um restaurante francês. — Comentei olhando ao meu redor. — Vamos procurar outro?

— Por mim tudo bem. — Shawn concordou se levantando, então Aaron e eu fizemos o mesmo.

— Por mim tamb...

— Nada disso, sentem ai! — Lauren se pronunciou interrompendo o acessor e então voltamos a nos sentar. — Eu conheço alguns pratos, quero que experimentem um maravilhoso.

— Só você mesmo pra salvar a pátria, Laur, Deus te abençoe. — Aaron comemorou de uma forma engraçada, o que me fez rir.

— Un serveur, s'il vous plaît? — Lauren fez um sinal com a mão e rapidamente um dos garçons vieram ao seu dispor.

— Puis-je vous aider, mademoiselle? — O garçom careca pareceu perguntar.

— O que eles estão falando? — Perguntei para ambos os garotos e eles fizeram um sinal de que também não sabiam.

Algo me dizia que aquilo não me cheirava muito bem...

— S'il vous plaît trois têtes de veau pour eux et en français à spaghetti pour moi. — A mulher sorriu agradecida e o homem anotou algo em seu bloquinho, antes de sair.

— O que? — Perguntamos os três em uníssonos, dirigindo nosso olhar à mulher.

— Calma gente, eu pedi três pratos simples, não irá demorar nem dez minutos. — Aaron abriu a boca a tentativa de falar algo, mas ela continuou. — Eu sei querido acessor, eu sei que você está morrendo de fome.

— Esse lugar tem um cheiro bom. Parece um daqueles fast foods...

— Isso amor, só de pensar me dá agua na boca... — Lambi os lábios e fechei os olhos imaginando um hambúrguer bem gigante na minha frente.

Assim que abri os olhos, Lauren me encarava mordendo os lábios — acho que pelo fato de eu estar lambendo os meus. — e eu engoli em seco, voltando minha atenção para outro ponto que não fosse nela.

Depois de Shawn quase ter nos pego no quarto do hotel, ela ainda conseguia dar aqueles moles na frente dele? Mas que droga de garota, ela queria me foder no sentido mais espancador possível da palavra.

O garçom se aproximou da mesa novamente com os três pratos nas mãos e os entregou para mim, Aaron e Shawn em seguida, enquanto Lauren apenas observava com o queixo apoiado nas mãos à mesa.

— Cadê o seu, Laur? — Shawn perguntou e a garota deu de ombros.

— Ele vai trazer, oras. Agora experimentem e me digam se não é uma culinária dos deuses! — Sorriu ansiosa e eu olhei dela para o prato.

Olhei para a "coisa" diante de mim e me apavorei. Entrei em pânico. Cutuquei aquilo com o garfo e percebi de que tratava de uma coisa meio gelatinosa.

Olhei para a minha frente e observei Aaron cutucando a comida e provando aos poucos. Shawn, que de inicio havia quase passado mal, estava comendo meio que normalmente.

— Shawn... — Sussurrei e ele pareceu não ter ouvido. — Shawn!

— Hum?

— Eu não consigo comer isso. É nojento. — Fiz uma careta e engoli em seco.

O garoto se virou para mim.

— Parece feio, mas não é tão ruim. Prova e você vai ver.

— Mas eu não consigo provar!!! — Sussurrei um pouco mais alto desta vez.

— Ah, o que é isso Camz? — Lauren me encarou e sorri completamente sem graça. — Não acredito que você fará essa disfeita.

— Mas é que...

— Uma colherzinha, vai. — A mulher insistiu e eu encarei o prato.

— Me desculpe gente, mas isso parece vômito, eu não vou comer! — Respirei fundo e afastei o prato de perto de mim, apertando os olhos com força.

Deus, o que eu estou fazendo aqui?

— Prova. Quantas pessoas carentes querem um prato de comida e não tem? Quantos deles queriam estar comendo Tête de Veau e você disperdiçando?

— Tetê do que? Isso é apelação, Jauregui. Não adianta!

— Eu espero no fundo do meu coração que você se sinta culpada por estar jogando a comida fora...

— Tá, tá, tá... ok! — Franzi o cenho com uma careta feia e aproximei o prato de mim novamente.

Olhei ao meu redor e os três estavam parados, me encarando como um doente por futebol ansiava por um gol do seu time a qualquer momento. Respirei fundo e peguei o prato, cutucando a coisa pela milésima vez.

Calma Cabello, não é um vômito. É uma comida. Normal.

É só pegar um pouquinho, mastigar e engolir. Não há nada de mal naquilo.

Ok.

— Eu vou provar! — Garanti mais a mim mesma do que a eles e coloquei um pouco daquilo na boca.

Mastiguei aquela coisa melequenta e percebi um gosto meio avinagrado no tempero. Eu odiava vinagre, mas até que não estava a pior coisa do mundo mesmo.

— E ai? — Lauren perguntou ansiosa.

— Até que não é ruim. Dá para comer. — Dei de ombros e peguei uma quantidade maior desta vez e comendo.

— Viu, eu disse, amor. — Shawn sorriu e eu encarei Aaron que ainda lutava para comer o seu "Tetê" de não sei o que.

— Ham... Laur, isso aqui é o que especificamente? — O acessor perguntou curioso e a mulher o encarou.

— É um prato tradicional da culinária francesa. — Respondeu galanteadora. — Trata-se da carne da cabeça do vitelo descolada, recheada com a língua e uma parte do cérebro, enrolada e amarrada... não entendo muito bem, mas é isso.

— Você só pode estar brincando com a nossa cara. Você está, diz que está Jauregui, porque se não estiver EU VOU VIRAR ESSA PORRA TODA NA SUA CARA!

— Ah, outra vez não! — Shawn abaixou a cabeça com as mãos nas têmporas enquanto eu me levantava da mesa em fúria.

— Você vai comer isso... — Enfiei minhas mãos no prato sem nenhuma delicadeza e avancei em cima da mulher fazendo com que ela comesse aquela droga.

— Pelo amor de Deus, Aaron tira essa garota de cima de mim!!! — A mulher gritou enquanto eu passava a carne nojenta em sua face, me mordendo de ódio por ter me feito comer aquilo.

O acessor rapidamente me segurou por um dos braços, enquanto o mesmo garçom que havia nos servido antes me segurou do outro lado, me afastando da mulher que ria cinicamente achando aquilo o maior humor do século.

— Eu não quero mais ficar nesse lugar com essa garota! Eu estou irritada, estou tão puta a ponto de amassar a cara dessa infeliz, que ódio! — Dei um chute entre as pernas do garçom que estava muito "próximo" das minhas pernas e puxei meu braço das mãos de Aaron.

— Pra que tanto ódio nesse coraçãozinho lindo? Foi só uma brincadeirinha, Mila, que coisa. — A garota deu de ombros limpando o rosto com uma toalhinha de mãos.

— Me aguarde sua imbecil, me aguarde! — Observei um outro funcionário se aproximando com um prato sensacional de espaguete e colocá-lo na frente da mulher que suspirou antes de se sentar novamente para comer — Você não vai comer isso ai não!

— CABELLO!!! — Exclamou ao assistir o seu prato ir de encontro ao chão, se espatifando de uma forma linda e que não deixasse nenhum fio intocável para contar história.

— Isso foi só um aviso.

E dizendo isso, peguei minhas coisas em cima da mesa e rumei para fora do local com Shawn em meu encalço.

 

LAUREN'S POV

Eu definitivamente estava morrendo de medo das ameaças da Camila. É sério, mas tão sério que eu nem conseguiria dormir aquela noite.

Sorri comigo mesma enquanto caminhávamos até o píer que ficava a uma distanciazinha consideravelmente grande do restaurante. Eu ainda estava fedendo a Tête de Veau e aquela merda parecia que estava impregnada nos tecidos da pele. Mesmo depois de ter lavado bem o rosto com o sabonete barato daquele estabelecimento, havia perdido a fome com aquilo tudo e não conseguia tirar aquele cheiro nem por reza braba.

Debrucei no corrimão de madeira e olhei para baixo, tentando encontrar o meu reflexo no rio, o que era impossível, óbvio. As águas escuras possuíam o retrato perfeito do céu nelas, deixando o lugar ainda mais lindo e prazeroso de se observar. Daria um belo cenário de sexo com...

— Oi? Você é Lauren Jauregui, certo minha filha?

Virei-me vagarosamente para trás e encarei a velha, de aparentemente uns noventa anos, sentada confortavelmente em sua cadeira de rodas.

— Ham... Sim, em que posso ajudar?

— Vocês formam um lindíssimo casal, sabiam? — A mulher sorriu ao perceber Aaron ao meu lado, que estava com o cenho franzido. — Eu gostaria muito de tirar uma foto com vocês para jogar na cara das minhas bisnetas bestas.

— Tia, nós não somos um casal...

— Rapaz, chame a sua avó de tia, não acha que eu estou tão velha assim, acha? — A mulher fez uma pose engraçada e eu encarei o acessor, antes de gargalhar alto.

— Não, claro que não. — Dei de ombros e resolvi ignorar ao que ela se referia à mim e a Aaron como um casal.

Nos colocamos um de cada lado da senhorinha e esperamos até que a mesma pudesse bater a selfie em seu iPhone, muito moderno por sinal.

— Como vocês são bestas, eu quero um beijo de vocês, ora essa! — A velha reclamou e então nos aproximamos de seu rosto, depositando um beijo de cada lado das suas bochechas molengas. — Vocês são burros ou o que? Quero o beijo do casal.

— Er.. Senhora, nós não somos um casal...

— Minhas bisnetas vão ficar loucas quando me verem ao lado do casal mais famoso do pop... — A idosa disse me interrompendo e eu bufei impaciente.

— Mas é que não tem como MESMO nós sermos um casal. Vamos dizer que... não existe essa possibilidade. — Respirei fundo, tentando não soar rude, encarando a mulher que estava com os olhos estreitos sobre mim. — Ou você tira a foto do jeito que estamos agora, ou não tira. Eu sinto muito.

— Fazer o que né. Os jovens de hoje tem muita frescura besta. Na minha época um beijozinho era só depois do casamento e olhe lá, vocês deviam era aproveitar o século de vocês...

Aquela conversinha já estava me deixando impaciente. Tudo o que eu queria naquele momento era pular daquele píer só para não ter que ouvir mais a voz dela, mas apenas sorri e mostrei a parte mais simpática de mim diante daquelas fotos.

— Muito obrigado, vocês são uns amores, benzadeus. — Disse a velhinha ao nos cumprimentar novamente e se virando para ir de encontro a um grupo de pessoas atrás de nós.

— Puta merda, que velha chata! — Xinguei revirando os olhos. — Deus me perdoe, coitadinha.

— Você não vai pro céu, Laur. — Aaron comentou e então rimos, indo de encontro ao casal feliz que se comiam no corrimão do píer.

Uma cena linda.

— Ah, aí estão vocês. — O acessor disse, chamando atenção dos dois "ocupadinhos".

— Camila e eu estávamos conversando sobre casarmos em um lugar como esse, o que acha Laur? — Meu amigo perguntou justo na hora em que a minha própria saliva se perdeu pelo caminho e resolveu descer pela traquéia, me causando uma enorme crise de tosse devido ao engasgo.

— Quê?

— Casar, sua lerda. Eles estão pensando em se casar em um...

— Tá legal, já entendi! — Interrompi Aaron. — E-eu acho uma boa. Por que não? — Encarei a garota, que me olhava com uma certa insegurança. — Se ela é a pessoa certa pra você... Ideal, fiel... leal...

— Vamos embora? Já está meio tarde. — A garota desviou o seu olhar do meu, com um sorriso tímido e se afastou do garoto, fazendo o caminho de volta sozinha.

— O que deu nela? — Mendes perguntou e Aaron e eu encolhemos nossos ombros como forma de mostrar que não sabíamos.

~

Durante todo o percurso de volta para o hotel, Camila veio me encarando como se eu tivesse matado sua mãe da maneira mais cruel possível. Eu tentava ignorar ao máximo, mas aquilo estava me deixando muito desconfortável a ponto de estar realmente com medo de suas ameaças.

Subi para o meu quarto de hotel afim de relaxar. Eu não faria mais nada, não sairia daquele quarto por nada e nem se quer voltaria a ver os meus amigos pelo resto do dia. Precisava de uma ducha demorada, pediria um almoço/jantar em seguida e só depois eu dormiria até o outro dia. Parecia exagero, mas chegar de uma viagem de mais de 7 horas e ainda ter que encarar a estrada apenas para almoçar em Cambridge, não é para qualquer um.
Ignorei o fato de a banheira estar lindamente me aguardando em seu perfeito estado e me enfiei debaixo do chuveiro mesmo, após ter me despido.

Ignorei também o fato de que eu precisava de uma ducha demorada, quando tudo o que fiz foi o necessário que minha higiene exigia e me joguei exausta na cama no centro do quarto. Céus, como eu precisava daquilo! Eu poderia ter orgasmos múltiplos apenas por saber que eu não precisaria levantar dali por um bom tempo.

Peguei o telefone em cima da mesinha próxima à cama e disquei o número para pedir um prato que me satisfizesse até a hora que eu acordasse. Eu precisava comer. Eu queria comer e muito.

— Ahn... vocês teriam alguns chilaquiles por gentileza, acompanhado de um suco natural qualquer? — A pessoa do outro lado da linha confirmou a comida mexicana e me perguntou se podia ser um suco de laranja. — Uhum. Ok.

Coloquei o telefone no lugar e me joguei novamente para trás, aguardando um dos servidores chegar.

 

CAMILA'S POV

Pedir o prato foi a tarefa mais fácil do que eu teria imaginado, pegá-lo na cozinha quentinho ainda, nem se fala. Mas o que foi mais fácil mesmo, além de prazeroso foi ter aberto o quarto de Jauregui e perceber que a mesma estava dormindo em sua cama, apenas com um roupão de banho.

Ally Maria cheia de graça, não faz isso com o meu pobre coração! Agora não!

Você está puta Camila! Cega de ódio. Você vai chegar e enfiar a comida na boca daquela filha da mãe e ela nunca mais olharia na sua cara. Nunca mais faria brincadeiras idiotas e adotaria um ódio descomunal por você. É isso que você quer. Por um momento, pareceu que o mesmo diabinho de antes tinha se feito presente no meu ombro esquerdo e eu novamente estava super a fim de satisfazer a sua vontade. 

Com um pé de cada vez, entrei em silêncio, minimizando até minha respiração e encostei a porta atrás de mim. Com os mesmos passos, me aproximei de onde a mulher estava dormindo tranquilamente, com a boca completamente aberta e foi o momento exato de cumprir o que eu havia ido fazer ali.

Vontade não me faltava de tascar um beijo naquela desgraçada. Apenas peguei um pedaço do conteúdo do prato e joguei delicadamente em sua boca, que caiu perfeitamente fazendo com que a mulher mastigasse ainda de olhos fechados. Quando os abriu e percebeu minha presença, cuspiu imediatamente a comida, fazendo uma careta de nojo e rolando para o outro lado da cama para que ficasse longe o suficiente de mim.

— Mas que porra você está fazendo aqui? — A mulher perguntou, fechando ainda mais o seu roupão. — Eu já não deixei claro que não te quero aqui, Cabello?

— Vim lhe apresentar esta culinária ma-ra-vi-lho-sa, Jauregui. Coma. — Subi em cima da cama e fiquei de pé de modo que eu pudesse avançar nela a qualquer momento. — Você não vai se arrepender.

— Quantos quilos de veneno você colocou na minha boca? — Perguntou, andando apressadamente para o outro canto do quarto. Confesso que aquilo estava mais do que divertido.

— Não é veneno, sua boba. Prova. — Pulei para o lado da garota, que encarava o prato boquiaberta, outra passagem fácil pra que eu colocasse um outro pedaço da comida em sua boca. — "Quantas pessoas carentes querem um prato de comida e não tem? Quantos queriam estar comendo essas Criadillas e você disperdiçando?" — Fiz exatamente da mesma forma em que ela me convencera a provar o prato no restaurante.

— Garota, eu não quero saber quem passa fome ou quem deixa de passar. Quero saber que drogas são essas Criadillas!

— Eu não sei muito bem... — Pus o prato de lado e apoiei uma das mãos em minha cintura, fuzilando-a. — Uns dizem que é testículo de boi, outros já dizem que é de porco...

— TESTÍCULOS??? — A mulher gritou, cuspindo todo o chão do quarto em seguida e pondo dois dedos na garganta para forçar o vômito.

— Ah para, Lolo, estavam gostosos. Ainda pedi fritinho, sorte sua... — Analisei minhas unhas, com um sorriso irônico e a encarei, com a face até vermelha. Aquilo era de tentar vomitar ou de ódio mesmo?

— Olha, chega! — Lauren exclamou se aproximando de mim, me pegou pelos braços e me jogou de uma forma grotesca em sua cama, fazendo o meu coração disparar. — Acabou a palhaçada!!!

Segurei o meu braço esquerdo, onde havia ficado a marca da palma de sua mão, e a encarei com os olhos arregalados. Eu nunca tinha visto Lauren brava daquela maneira. Só de pensar na sua voz firme e alterada para falar comigo me dava algumas leves tremedeiras.

— Quem é você pra falar comigo dessa maneira? — Perguntei tentando enfrenta-la, mas engoli em seco quando a mesma se aproximou de mim novamente.

Eu juro que se eu tivesse um rabo, ele estaria entre as pernas naquele momento.

Eu encarei Lauren enquanto a mesma me encarava nos olhos e era como se a qualquer momento ela fosse me beijar. Eu não sabia se eu estava insegura porque aquilo poderia acontecer a qualquer momento, ou se era porque eu não sabia o que iria acontecer. De certa forma, isso me causava um certo medo.

Sua testa colou na minha como um ímã e eu já sentia a minha respiração ofegante bater em sua face e voltar outra vez para mim. Meu coração dava murros em meu peito e o sangue circulava quente e rápido em minhas veias, me fazendo perder totalmente os sentidos do meu corpo.

— Você sabe por que está aqui, não sabe? Na verdade, não era nem para você ter vindo, porque eu não mencionei o seu nome em nenhum momento nessa viagem. — Franzi o cenho confusa, ainda ofegante — Será que você não percebe que eu estou pouco me fodendo para você?

Meus olhos marejaram de repente e eu lutei para que elas não rolassem ali, na hora mais inapropriada para se fazerem presentes.

Jauregui se afastou de mim e eu respirei fundo me preparando para ouvir qualquer que fossem suas palavras contra mim.

— Sai daqui, Cabello. Desapareça da minha frente, finja que nem me conhece se for possível. — Disse controlada, quando tudo o que eu pensei foi que ela fosse gritar comigo e dar um show como eu faria em seu lugar.

— Eu vou. Mas não por que você está mandando, Lauren. Vou por que eu não quero ter que olhar para a sua cara mais.

E dizendo isso eu levantei da cama sai em passos largos, sem dizer ou ouvir mais nada da mulher que bateu a porta rudemente atrás de mim. 


Notas Finais


Eeeeeeeeeee aiii ?? Como estamoos?????


ai ai .... 3:)


~RGBS


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