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História The Judge - Maybe we're ok now


Escrita por: RGBSfics

Notas do Autor


N/AS: Heeey :D Surpriseeeee hueheueh acabaram nossas cotas de caps. prontos T_T mas prometemos nos organizar (tudo culpa da RG 🌚🌚hueheu~BS 🌚)

AAAAAAAAAAAAAAAAAAA LEIAM AS NOTAS FINAAAAAAIS

LEIAM AS NOTAS FINAIS

LEIAM AS NOTAS FINAIS

LEIAM AS NOTAS FINAIS

LEIAM AS NOTAS FINAIS



AGR LEIAM Q O CAP TA MT BOOOM ❤❤



EEEEEEEEEEEE LEIAM AS NOTAS FINAIS 🌚 ❤

Capítulo 22 - Maybe we're ok now


Fanfic / Fanfiction The Judge - Maybe we're ok now


CAMILA'S POV 


Abri a porta do quarto em que eu estava instalada, com uma certa urgência, e me assustei ao ver Mendes com a sua mala aberta, pegando uma blusa qualquer e a fechando. Seus cabelos estavam molhados e assim que terminou de vestir sua camisa, deu total atenção para os cabelo para logo depois sentar-se para por os tênis. 


— O que você está fazendo? Que pressa toda é essa? — Perguntei me esquecendo totalmente do que acontecera minutos atrás com Lauren. 


— Eu preciso voltar para NY, Mila. Meu pai quer abrir mão da empresa, disse que vai sair sem mais nem menos e quer que eu assuma o posto dele. 


— Mas que ótima noticia! — Sorri incrédula e sentei-me no chão a sua frente. — Sabe que vai ser ótimo voltarmos? Já tive complicações demais nesse primeiro dia e eu... 


— O que? 


— Eu vou arrumar minhas coisas! — Dei um pulo me levantando do chão e ele me encarou com o cenho franzido. 


— Nada disso, eu vou voltar sozinho! — Disse amarrando o cadarço do outro pé de tênis — Preciso que você fique com a Laur por mim. Não quero estragar a sua viagem, não é justo você voltar. 


— Mas Shawn... 


— Escuta. — O garoto me interrompeu. — Eu não vou poder ficar. Eu prometi pra Lauren que não iria deixá-la sozinha... 
 
— Eu não tenho nada a ver com o que você prometeu a ela. 


— ...Ah, e evite as brigas, por favor. — Levantou-se da cama, puxando sua mala atrás de si. — Se cuida, eu amo você. — E dizendo isso, se aproximou de mim selando nossos lábios antes de abrir a porta do quarto e desaparecer. 
 
Soltei o ar, que antes estava preso em meus pulmões, e sentei na beira da cama ainda sem acreditar que ele estava fazendo aquilo. Às vezes as coisas pareciam acontecer de propósito, como se a vida quisesse me ver bem na merda mesmo e com Jauregui, o que era pior. 


Levantei-me praticamente desesperada, mas decidida a fazê-lo desistir de voltar, ou convencê-lo de que eu iria voltar junto. Eu não podia e não queria ficar no mesmo lugar que Lauren, mas não podia dizer isso a ele. Não todas as razões pelo qual não nos dávamos muito bem. 


Abri a porta do quarto, que o garoto havia batido minutos antes, e fiz o mesmo, ao assisti-lo saindo do quarto da amiga com ela correndo em seu encalço. 


— Eu não entendi nada Shawn, que dono de quê? Espera! — A garota gritava enquanto andavam apressados até o elevador. 


Por um momento pensei que Lauren fosse fazê-lo desistir dessa ideia, mas pelo visto, ele estava mesmo decidido a voltar para NY e não mudaria de ideia nem que Cristo descesse do céu e ordenasse para que ficasse. 


Me enfiei no cubículo junto a eles antes que as portas se fechassem e o assisti explicar a Lauren tudo o que havia dito a mim minutos antes. 


— Eu não vou conseguir ficar aqui sem você, Mendes que droga! — Exclamei enquanto o garoto suspirava. 


— Eu te chamei pra ficar aqui comigo, se fosse para você voltar eu tinha chamado outra pessoa... 


— Pois então Lern, é o que eu estava dizendo à Camila. É por esta razão que ela vai ficar. — A garota me olhou e eu revirei os olhos — Apesar dos desentendimentos de vocês, tenho certeza que não irão se matar. Eu preciso mesmo voltar, desculpem meninas. 


— Você é foda Peter, que saco! — Lauren Exclamou com as mãos nas temporas. 


A porta do elevador se abriu e saímos praticamente enganchadas uma de cada lado do garoto que andava a passos largos até o hall do prédio. 


— Aaron ficou de resolver o necessário da minha "não" estadia no hotel, vocês não precisam se preocupar. — Parou de repente e depositou um beijo na testa da amiga, antes de selar nossos lábios novamente. — Se eu souber que brigaram, vão se ver comigo quando voltarem. 


Sem se quer pensar duas vezes, fez sinal para um táxi que se aproximava após deixar uma hóspede na porta do edifício e entrou, sem nenhuma cerimônia. Observei o táxi até que ele sumisse das minhas vistas, ainda sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Isso só podia ser uma brincadeira, e de muito mal gosto! 


Apertei os olhos tentando fazer daquilo um pesadelo e notei uma movimentação diferente onde Lauren estava. 


— Issartel? Mas... nossa! — A voz da mulher me chamou atenção, mudando para um tom "felizinho" demais para quem estava chateada com a partida do melhor amigo. 


— Você anda muito sumidinha lá de casa ultimamente, o que aconteceu? Eu estou com saudades suas! — A loira abraçou Jauregui, que apertou levemente a bunda da garota como se tivessem intimidade suficiente para aquilo. 


— Ah, eu não preciso te dizer outra vez que a minha vida é corrida, preciso? 


— Vida de superstar, eu entendo linda. — A tal Issartel deu uma piscadela para a mulher a sua frente. — Mas a gente precisa por os "papos" em dia, se é que me entende... 


— Claro, você subiria até a minha suíte ou prefere algum outro lugar mais... restrito? — Lauren perguntou, me deixando um tanto boquiaberta com aquele papo ridículo. 


Essa então deve ser mais uma para a sua lista de piranhas que ela leva pra cama. Mas até que me surpreendeu... Ela costumava escolher melhor as suas presas. 


— Você, melhor do que ninguém, sabe que eu adoraria, mas infelizmente estou indo embora. Tenho que visitar meus pais na França, metade da familia no Japão e negócios, muitos negócios me aguardam em New York... — A loira disse contando nos dedos o tanto de tarefas que ela precisava realizar, como se estivéssemos realmente interessadas naquelas porcarias todas. 


— Compreendo... 


— Você mesma, gracinha. — A garota disse apontando pra mim e interrompendo Lauren. — Eu deixei minhas malas praticamente na rua, que cabeça a minha... — Riu sem humor, batendo em sua própria testa — Você poderia... tirá-las dali? Quanto o Hotel te paga para trabalhar aqui? Te pagarei o dobro, mas só porque sou boazinha. 


Lauren gargalhou estrondosamente com as mãos na barriga, enquanto a mulher me encarava com uma cara de "puta-merda" esperando pacientemente até que eu fosse pegar as suas malas. 


— Não, eu não poderia, minha senhora. — Balancei a cabeça negativamente e cruzei meus braços rente aos seios. 


— Você pode me chamar só de "você". Esta não é a sua função por aqui? 


Respirei bem fundo para não avançar na cara daquela patricinha metida a rica que achava que podia tratar todo mundo como bem quisesse. O seu olhar superior já era o suficiente para me irritar sem precisar que Lauren o fizesse por si só. 


— Não trabalho aqui. — Respondi seca, soltando o ar dos meus pulmões. 


— Hum... — A garota me olhou de cima a baixo com os olhos estreitos e mordeu o lábio inferior com desconfiança. — Está me trocando, Laur? 


— O que? Eu e ela? Não viaja, não. — A garota riu meio tímida, passando as mãos nos cabelos para disfarçar. 
Além de mentirosa, agora é cínica... 


— E vocês? — Encarei-as ao perguntar e elas me encararam de volta, confusas. — Vocês têm algo? 


Franzi o cenho e pisquei algumas vezes me arrependendo por um segundo de ter feito aquela pergunta. 


— Claro que temos... 


— Não! Quer dizer... — Jauregui interrompeu a garota, que a fuzilou de repente. — Nós ficamos outro dia. 


— Nós "transamos" outro dia, linda. — A garota sorriu para mim e depositou um selinho rápido em Lauren, que fechou os olhos. O selinho foi rápido, mas tão rápido que eu quase não vi. 


Ou não vi. Não sou obrigada. 


— Você deveria provar essa daqui. — continuou, dando um tapa na bunda de Lauren que gargalhou baixo — Ela é maravilhosa. 


— Ah para Keana... 


— É sério. — A garota disse piscando um dos olhos, dessa vez para mim, e empurrou suas malas com dificuldade para o lado de uma Lamborghini prata. — Te espero lá em casa quando voltar heim Jauregui. E foi bom te conhecer, garota. 


— É Camila! — A corrigi revirando os olhos, sem receber uma resposta da mesma. 


Lauren e eu viramo-nos de volta ao hotel e sem dizer mais nada uma com a outra, pegamos o mesmo elevador em que descemos com Shawn. A garota apertou os devidos botões que levassem até o nosso andar e então observei a porta se fechando lentamente à nossa frente. 


— A Keana é gostosa, fala a verdade. — Ouvi sua voz dizer e a encarei com as sobrancelhas em um V — Ela é muito gostosa. Só consegui reparar em seus seios turbinadinhos olhando para mim. 


— Poxa, que bom, Jauregui. — Comentei, nem um pouco afim de continuar com aquilo. 


— Uhum. — Resmungou e eu revirei meus olhos, entediada. 


— Garota ridícula. 


— O Que, Camz?

 
— Nada. — Conclui e respirei fundo, aguardando em silêncio as portas se abrirem. 



Desde que eu me enfurnara em meu quarto — grande demais para se estar sozinha, arght —, não havia saido mais para nada. Não era a mesma coisa sem Shawn. Não tinha tanta intimidade assim com Aaron para sentar e bater um papo por longos minutos, o máximo que fazíamos era concordar um com o outro quando estávamos em grupo. E mesmo assim porque estávamos em grupo. 


E Lauren... Bem, sem comentários. 


Levantei-me da cama no outro dia de manhã, disposta a conhecer nem que fosse uma ruazinha daquela cidade. Londres era muito linda para ficar em casa quando se está nela. 


Fiz minha higiene matinal sem pressa, escolhi um vestido fresquinho, de acordo com o tempo que favorecia e peguei minha bolsa de mãos. Liguei para casa para me certificar se estava tudo bem com mamãe, papai e Sofia, depois liguei para Shawn e perguntei como iam as coisas, mesmo sem estar realmente interessada naquilo, e desliguei.

 
Chamei o elevador que não demorou muito a chegar e desci até o café do hotel para pedir algo que espantasse a minha fome. 


— Camila Cabello? Você por aqui? — Aaron comentou com o seu inseparável notebook debaixo de um dos braços. 


— Tudo bem, Aaron? 


— Tudo sim. Ah, a Laur ainda não saiu dos aposentos dela, teria algum problema eu me sentar com você para o café ou...? 


— Claro que não, imagina. — Sorri amigável e o homem retribuiu. 


Fizemos nossos pedidos e escolhemos uma mesa, nos sentando em seguida. Até que não foi tão ruim quanto eu pensei que fosse, até porque o homem é bastante comunicativo e aquilo meio que ajudou um pouco a nos soltar. 


Conversamos sobre o meu emprego, sobre o dele, sobre a minha vida com Shawn e sobre a vida dele com a esposa e os bebês. Até sobre Lauren nós falamos, por incrível que fosse. Ele, assim como o Shawn, parecia ter a mesma visão de menina boa que ela era e eu não entendia o por que de eu ser a única que não conseguia enxergar aquilo. 


— Mas é, não entendo por que vocês vivem discutindo. Muitas vezes são por coisas idiotas, vai me desculpar, mas é. — O acessor disse, unindo os lábios em uma linha tênue. 


— É, eu sei bem... Mas não adianta Aaron. Sempre que uma estiver em um lugar em que a outra estiver, vai sair faisca. — Suspirei antes de encará-lo. 


— Pode ser que vocês tenham uma impressão errada uma da outra. É a única explicação. 


— Vamos mudar de assunto? — Perguntei animada. — Que tal irmos à London Eye? 


— Agora? 


— Sim! Sempre tive muita vontade de conhecer e agora que Shawn foi embora, não tenho ninguém pra ir comigo. — Abaixei a cabeça tristonha e ele sorriu. 


— Vamos. Deixa eu só terminar esse cappuccino. 


Concordei e esperei até que ele terminasse o seu café, que estava demorando um século por sinal. 

LAUREN'S POV 


Conforme eu descia as escadas, com a ideia de ser uma garota mais fitness naquele dia — o que estava sendo difícil —, mais elas se multiplicavam, aumentando ainda mais a minha vontade de pegar o elevador. 


A gente inventa cada coisa quando não tem nada de melhor para fazer... 


Pois bem, peguei o elevador faltando apenas três andares para o hall do hotel e cheguei em menos de um minuto. Se estivesse naquela escada ainda, não teria chegado nem na metade. 


Fiz o meu pedido na recepção do café do hotel e avistei Aaron e Camila em um bate papo bastante animado, como se fossem melhores amigos de anos. Que eu me lembre, eles não tinham tanta intimidade assim e como Camila conseguia falar numa boa com ele, enquanto comigo era só discussão? Tudo bem que eu dava motivos e... mesmo assim. 


Agradeci a mulher que me atendeu e me aproximei da mesa em que estavam. Camila, assim que me viu, sussurrou alguma coisa para Aaron e saiu de perto, sem se quer olhar na minha cara. 


— Bom dia, Aaron. — Pigarreei antes de me sentar. 


— Bom dia, Laur, dormiu bem? — O homem me encarou com o olhar sereno e eu dei de ombros concordando. — Eu dormi também, obrigado. 


— Não perguntei. 


— Grossa, ia te chamar pra ir à London Eye agora, mas depois dessa... 


O encarei por cima da minha xícara de café, quase me engasgando com o conteúdo. 


— Na roda gigante? — Perguntei recebendo a confirmação — Mas vem cá... a Camila não vai não né? 


— Por que eu chamaria a garota se eu sei que vocês não se dão? 


— Não sei... vai quê. — Dei de ombros, voltando minha atenção para o café. 


— Eu vou pegar um casaco lá em cima, vai me esperando na recepção, okay? — O garoto perguntou e eu concordei, o acompanhando com o olhar até que ele sumisse completamente do lugar. 


Terminei o que eu estava fazendo e antes de ir para o lugar marcado. Passei uma água no rosto, fiz algumas caretas no espelho para exercitar os músculos e sai do banheiro, caminhando até onde Aaron estava. 


Ou deveria estar. 


— Cadê o Aaron? — Camila me surpreendeu com três toques no ombro. 


— E eu que sei? — Respondi sem vontade. Eu até sabia, na verdade, mas ela não estava merecendo aquela informação não. 


— Ele me prometeu que estaria aqui no horário certo... que droga, eu falei às dez e meia e já são dez e cinquenta e dois... 


— E você está esperando ele pra quê? Posso saber? — Perguntei confusa enquanto a garota checava seu relógio de pulso sem parar. 


— Vamos à roda gigante. — A garota disse empolgada e eu estreitei os olhos. 


— Hum... Então aquele maldito te chamou? 


— Não, eu quem chamei ele, por quê? 


— Por que ele me chamou! — Revirei os olhos com a certeza de que ele estava tramando para cima de nós. 


— O quê? Eu disse pra ele não te chamar! 


— Vocês iam sem mim? — A encarei por longos minutos antes de pegar o celular do bolso e discar o número do acessor. — Aaron? Que história é essa de... 


— Lauren? Ai... a ligação está péssima. — O homem tossiu do outro lado da linha — Meu celular vai acabar a bateria, me deu a maior dor de barriga aqui e não vai dar pra ir não, viu.  


— Aaron, Aaron eu te conheço. Eu sei que isso é mentira, o que você está armando??? — Perguntei encarando Camila que roia as unhas e revirava os olhos a cada cinco segundos. 


— Ah Jauregui, leva a garota pra sair e não se mete na minha vida não.  


— Aaron... — Tentei chamá-lo, mas ele já havia desligado a chamada. — Ficou mudo. Que filho da puta. 


— E o meu passeio, como fica Lauren ? 


— Ah, filha, não tem mais passeio não, sinto muito. — Cruzei os braços na altura dos seios enquanto ela me encarava igual a um cachorrinho pidão. — Não, nem vem. Não vou com você. 


— Mas Lauren, o que custa... 


— Vocês iam sem mim, nem pensar. — Virei-me para o lado oposto, fazendo birra. — O que aconteceu com a Camila vingativa de ontem? 


— O que aconteceu com a Lauren putona de ontem? — Arqueou uma das sobrancelha e eu quis rir. Quis, mas não ri. 


— Vamos embora logo, antes que eu mude de ideia. 


Percebi a garota comemorar levemente com as mãos, mas ignorei. Precisava manter minha pose de má até o resto do dia pelo ocorrido de ontem. 



Andávamos lado a lado pelas ruas em um silêncio um tanto desconfortável. Ter a garota ali e não falar com ela era péssimo quando já tínhamos um histórico bastante cheio, mesmo que de complicações. 


Era notável que a maioria daquelas pessoas estavam ali para um programa familiar, ou com os filhos, ou com a namorada — notava-se também a quantidade enorme de casais ao redor — e eu, bem, estava com Camila e isso era meio estranho. 


Eu não sabia muito o que fazer, na verdade nem tinha. Tínhamos acabado de ter uma discussão no dia anterior e agir como se nada estivesse acontecendo era impossível, pelo menos da minha parte. Ela havia me deixado irada, ela era chata, eu provocava, mas parecia que ali, naquele momento, não era a mesma Camila Cabello que eu estava acostumada a lidar. Era estranho porque todo aquele estresse que eu adotara no dia anterior, também havia sumido e eu estava completamente zen. 


— Vai um algodãozinho doce ai pra adoçar a vida do casal tristinho? 


Parei de repente, com as mãos no bolso da calça, e me virei para encarar o tiozinho que sorria de orelha a orelha com vários saquinhos de algodão doce, coloridas. 


Olhei para Camila que faltava pouco para enterrar um buraco no chão e se enfiar dentro. 


— O senhor tem certeza? Olha bem pra gente. — Soltei uma risada incrédula. — Nada a ver nós duas. 


— Não são? — Balançamos negativamente a cabeça e ele ofereceu um algodão para cada uma. — Então esses algodões mágicos irão unir vocês no futuro. 


— Só pode ser brincadeira. — Gargalhei e o homem me olhou sério. 


— É verdade. Acreditem. — O velho sorriu novamente e eu balancei a cabeça em negação outra vez, procurando pela minha carteira no bolso. 


— Lauren, deixa que eu pago o meu! — Camila exclamou estridente, puxando a barra da minha blusa para baixo. 


— Eu pago, relaxa. — Tirei algumas notas da carteira e o entreguei, vendo-o arregalar os olhos. 


— Mas aqui tem dinheiro para pagar todos esses e muitos outros, menina. E-eu não tenho troco, mas podem ficar com os algodões... 


— Não precisa se preocupar. Continue fazendo o seu trabalho e fique com o troco para você. — Sorri simpática, tirando o doce do saco logo depois. 


— Deus as abençoe, de coração. — O homem disse antes de se afastar sorrindo e então eu continuei em passos lentos em direção à roda gigante, com Camila ao meu lado. 


— Ham... obrigada. 


— Não há de quê. 


— Eu te devolvo o dinheiro depois. — A garota disse se desfazendo de seu saquinho. 


— Não precisa, use para tirar a sua familia do sufoco. — Continuei comendo o doce e percebi que ela havia aumentado ainda mais os passos, impedindo-me de alcançá-lá. — Camila, espera... 


— Você continua sendo a mesma babaca e imbecil de ant... 


— Eu sei, você tem razão. — Cocei minha nuca e respirei fundo antes de continuar. — Eu não falei por mal. 


— Falou por bem? 


— Eu não quero brigar contigo hoje, sério. De verdade. Foi mal. 


— Tudo bem. — A garota revirou os olhos e entrou na fila para subir na roda e então fiz o mesmo. 


Pessoas subiam, pessoas desciam e só de saber que eu iria ficar trancada lá dentro por meia hora, já me dava uma crise de claustrofobia antes mesmo de entrar. 


O bom disso tudo era que eu iria estar com camila,  trancada, sozinha, mas infelizmente eu não podia fazer nada com ela. Não se eu não quisesse estragar tudo, o que não era mesmo a minha intenção. 


Entreguei os tickets para a mulher e, em menos de um minuto, já estávamos lá dentro com aquela roda enorme subindo e nos privilegiando com aquela visão maravilhosa de toda Londres. 


Enquanto Camila se ocupava em tirar fotos do seu celular, eu me ocupava em reparar no quão gostosinha ela estava naquele vestido, santo Deus. Era uma tortura imensa ter aquela mulher comigo, mas não tê-la para mim. 


Suspirei pesadamente e tentei disfarçar na hora exata em que ela iria me pegar de surpresa, com os olhos tatuados em sua bunda. 
Pigarreei e tratei de sentar naquele chão encarando o sol que ameaçava a dar as caras na cidade. Tenho pra mim que ele estava meio tímido. 


Essa era boa. Sol meio tímido? Como eu era besta. 


Ri comigo mesma, sentindo a presença da latina ao meu lado, olhando para o mesmo horizonte em que eu estava. 


Silêncio. 


Oh, clima chato. Eu odiava não ter um assunto se quer com quem quer que fosse. Odiava me sentir acanhada porque aquilo me inferiorizava de certa forma e me incomodava o fato de eu não ter uma relação muito amigável com a garota. 


— Você já deve ter vindo muito aqui, eu imagino. — Comentou de repente e eu confesso que quase me assustei com aquela iniciativa dela. 


— Eu? Não, essa é a minha primeira vez. — Cruzei as pernas ainda sem tirar os olhos do sol. — Sempre que venho à Inglaterra, nunca dá tempo. 


— A sua vida não pode ser tão corrida assim. — Soltou uma risada baixa e eu a acompanhei. 


— Ah, pode acreditar. O fato é que quando nos conhecemos, eu já estava comprometida com o programa e ele meio que abafou os meus shows. — Dei de ombros. — Talvez quando eu voltar a velha rotina, você não me veja mais, ou nem tanto. 


— E eu vou agradecer aos céus. — Disse ela. Estalei a língua e revirei os olhos para só então gargalhamos juntas. 


— E a sua vida? 


— O que tem? 


— Conta ai, ué. — Desviei os meus olhos do céu e a encarei. 


A senti meio presa para se abrir comigo. Eu sei que não lhe parecia a melhor pessoa para perguntar aquilo, mas eu realmente queria saber mais dela. Eu precisava saber mais sobre ela desde a primeira vez em que a vi. 


— Eu..  levo uma vida normal. Sou uma menina cheia de sonhos, que deseja viver da música, que trabalha honestamente e sempre fiz isso para ajudar os meus pais... não tenho muito a ser dito, na verdade. 


— Eu gostaria muito que você me deixasse a ajuda-los. Pelo menos em um terço disso tudo, não pelo meu ego, mas de coração. — Engoli um pedaço do algodão que eu já havia esquecido que estava ali, quase inteiro ainda. 


— Eu não quero causar nenhum incomodo, mesmo que pra você não seja. Gosto de conseguir resolver os meus problemas sozinha, sabe. 


— Eu seu como é, acho que sou bem assim também. — Sorri, sem humor. — Isso me lembra da minha vida antes da fama, eu... esquece.


— Ah, agora fala. 


— Deixa pra lá. 


— Lauren... 


— Eu nao quero falar disso, ok? — Pisquei algumas vezes e me recompus, continuando em seguida. — Quero saber de você. Como está sendo a sua experiencia com o The voice? 


— Normal. Era o que eu sempre esperei, sabe, fazia parte do meu sonho. — A menina sorriu inocente. — Até agora está tudo bem, acho que nunca me senti tão feliz como eu estou agora. 


— Isso é bom. — Comentei. 


— É sim. — Camila concordou voltando a comer o seu doce, que agora estava no fim. — E sobre a entrevista de hoje à noite? 


— O que tem? 


— Sei lá, deve ser demais ser entrevistada pelo James Corden. — A latina falou enquanto afastava uma mecha dos seus cabelos para trás da orelha. 


— Isso também faz parte do seu pacote de sonhos? 


— Sim. — Ela confirmou e então rimos. 


NÓS RIMOS. JUNTAS. Aquilo era extremamente inacreditável. 


— Eu estou bem nervosa, pra ser bem sincera. Sempre fico ao dar entrevistas. — Declarei e ela me olhou com os olhos arregalados, como de eu estivesse dito algo de impressionante. 


— O que? Não é possível. Você passa muita segurança e tranquilidade pra quem está assistindo. 


— Pois é, eu já sofri muito com isso também, mas este não é o maior dos meus problemas. Procuro sempre focar em alguma coisa mais interessante e na hora eu nem me lembro do nervosismo. — Dei de ombros. — Mas tem vez que não dá. 


— Você é muito boa no que faz. Nossa, todo mundo te acha super foda, segura, não é atoa que arranca orgulho de todos os seus fãs. — Camila sorriu amigável e eu devolvi o sorriso, querendo quebrar aquele clima esquisito que havia de instalado entre a gente. 


Esquisito, mas um esquisito bom, que eu gostaria de repetir mais e mais vezes, se fosse possível. 


— Cabello, você reparou que esta é a primeira vez que estamos tendo uma conversa civilizada? — A garota riu empolgada, curvando sua cabeça para trás — Até que você não me parece mais aquela insuportável de antes. Melhorou uns 5% do seu quesito "legal"... 


— Como você consegue ser ridícula, Jauregui? — Ouvi a garota protestar e recebi um tapa no ombro, seguido de um empurrão. 


— Ow, isso dói. Não elogio mais. — Passei a mão pelo local atingido, fazendo uma careta de dor. 


— Você até que é legalzinha também. 


— Eu sei. — Conclui, gargalhando depois e a contagiando também. 


Talvez estivéssemos numa boa, agora.  



De onde eu estava, eu conseguia ouvir o barulho da platéia cada vez que Corden pronunciava o meu nome. Às vezes era difícil de acreditar que apenas o meu nome causava tamanho efeito nas pessoas e aquilo me deixava extremamente feliz, mas ainda assim não era o suficiente para me manter segura. 


Me olhei no enorme espelho que ocupava toda uma parede e suspirei pesadamente. Onde estaria aquele viadinho do Harry que sempre me passava segurança antes de entrar nos palcos? 


Aquela era uma das raras vezes em que eu viajava sem ele e parece que seria a primeira em um milhão que eu não recebia uma palavra de segurança do mesmo. Ele sabia o quão eu ficava ansiosa e nervosa, podia ao menos ligar ou... SMS. 


Corri imediatente até a minha bolsa e chequei meu celular, com cinco chamadas perdidas de mamãe e um SMS. Abri a caixa de entrada com entusiasmo e sorri comigo ao ler "curly" na parte de cima da frase que dizia: 


" Pensou que eu não ia aparecer né viada?! Arrasa lá, estou te vendo pela TV. Qualquer passo em falso nesse salto agulha que você der, vai se ver comigo amanhã quando chegar em casa. All the love - H. " 


Porra! Harry já havia chegado e eu estava com uma puta saudade daquele filho da puta, céus. Agora mais do que nunca eu precisava voltar pra casa! 


Mandei uma mensagem para mamãe e desliguei o celular, me preparando finalmente para entrar no programa. 


— " Bem vindos de volta, vamos conhecer a nossa convidada de hoje? — Meu coração se acelerou ao ouvir a voz do apresentador. — Seja muito bem vinda, Lauren Jauregui! " 


Soltei o ar dos meus pulmões, coloquei o melhor sorriso em meu rosto e tentei caminhar normalmente em cima daquele salto. Eu não poderia se quer tombar para o lado, ou então Styles daria na minha cara quando eu voltasse. 


Acenei para a platéia antes de me sentar e avistei Aaron e Camila sentados na primeira fileira, acompanhando a todos com as palmas. Olhei para a latina que me encarava de volta, com um sorriso enorme no rosto, e sorri no mesmo instante em que ela fez um "ok" com as mãos, se referindo ao que estava tudo bem. 


Em meio à todo aquele nervosismo, aquele gesto foi mais do que o suficiente para me manter calma. De alguma forma eu me senti mais tranquila e relaxada, como se nada mais pudesse me atingir naquele dia. Desviei minha atenção dela para o apresentador que já começara com suas piadinhas cotidianas e foi assim o resto da entrevista. A pessoa que eu menos queria ali, agora estava sendo o meu maior suporte. 

 

 

CAMILA'S POV 

 

  —  LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!! huehueheuheuheueh

 


Notas Finais


Como estamooooos??? 🌚



HISTÓRIAAAAA NOVAAAAA MEUUUU POVOOOOOOO

Queríamos que dessem uma olhada no "one" ( que não é one HEUHEEU era p ser🌚 ) que escrevemos e já postamos aqui . Leeeeiaaaaaaaam

Trailer : https://www.youtube.com/watch?v=MOyp46DzfVQ


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