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História The Judge - Home Sweet Home


Escrita por: RGBSfics

Capítulo 4 - Home Sweet Home


Fanfic / Fanfiction The Judge - Home Sweet Home

 

CAMILA'S POV 


— Mãe? Dá pra me ver? — Acenei com as mãos fazendo um sinal de que eu estava a chamando e ela correspondeu com um aceno de volta. — Agora vou te ligar todos os dias pela webcam. 

Shawn havia comprado um notebook para a minha mãe, que estava se preocupando diariamente comigo, e mandou enviar em seu endereço. Uma semana havia se passado e durante os últimos sete dias, Sofia ligava o Skype para que eu pudesse cantar para ela dormir, como fazia em casa de costume. 

Com o Skype ficaria bem mais fácil de conversar com eles e eu me sentiria bem mais próxima do que com uma simples ligação. Mamãe, que não era ligada nessas coisas de tecnologia, até que se empolgou bastante com a história de poder me ver meio "pessoalmente" e se certificar de que nada havia me acontecido. Por que as mães têm que ser tão paranóicas sempre? 

— Eu estou amando poder te ver filha. Nossa, você está mais gordinha, anda comendo muita besteira mocinha? — Fez uma carinha de brava e eu abri a boca em um "O" . 

— Estou? Oh meu Deus, eu preciso voltar para a minha dieta! O Shawn anda comprando muitas pizzas ultimamente, eu falei que iria engordar. 

— Você está linda, Kaki, como a branca de neve. — Sofia apareceu com o sorriso de orelha a orelha, me fazendo sorrir bem mais satisfeita. 

— Awn minha pequenina, como você está? Espero trazer vocês para cá em breve, isso aqui é um paraíso! — Disse abrindo os braços e inalando a maior quantidade de ar que eu conseguia. 

— Eu estou bem. Papai disse que está com saudade, mas teve que ir trabalhar. — Fez um biquinho triste. — Mamãe tá feliz, fez até um chocolate pra mim. 

— Ah é mãe? Quando eu estava aí a senhora não fazia. — Fingi irritação e a mulher riu. 

— Prometo que quando você voltar, eu faço só pra você. Agora tenho que desligar porque a senhorita Sofia tem escolinha. — Disse, vestindo um casaco em minha irmã que relutava para não colocar. — Está frio pequena. 

— Eu não gosto de usar casaco. Vão rir de mim. — Sofia disse emburrada. 

— Ei, obedece a mamãe. — Sussurrei — Vão rir de você se não colocar o casaco, isso sim! 

— Ouviu a sua irmã? Dá tchau pra ela. — Mamãe ordenou e a pequena balançou os bracinhos, jogando vários beijos no ar. 

— Vai com Deus princesa! — Copiei o ato da menina e me voltei à mamãe. — Vai me ligar depois, não vai? 

— Ligo filha. Fica com Deus. — A mulher se despediu e eu fiz o mesmo, desligando em seguida. 

Aproveitei que Shawn tinha ido resolver alguns assuntos importantes na empresa do pai e decidi me encontrar com Lucy para entregar alguns currículos de emprego nas várias lojinhas que haviam por aqui. 

O bom de Nova York era que que tinha loja de vários tipos e vendendo todo o tipo de coisa em um mesmo lugar. Todos que andavam pelo centro passavam nas lojas e sempre levavam alguma coisa que lhes interessassem, desde acessórios como brincos até roupas e tintas para pintar casas. Os restaurantes estavam sempre bem cheios, as pessoas que frequentavam as choperias formavam fila ao redor do estabelecimento dando gosto de trabalhar e vender sempre mais. Deixamos nosso currículo em quase todos os estabelecimentos, mas paramos por um momento e observamos um café que estava que havia apenas três pessoas. Decidimos entrar e escolhemos um lugar próximo ao balcão de onde o dono ficava e fizemos os pedidos, nos sentando logo em seguida. 

Percebemos que o senhor nos olhava atentamente e com uma feição curiosa, como se desejasse pedir algo. Lucy, que estava com os currículos nas mãos, desistiu de entregar os papéis e eu decidi ir por conta própria já de saco cheio daquele doce da garota. 

— Com licença... O senhor está aceitando currículos para trabalhar aqui? — Perguntei e o senhor de aparentemente uns 80 anos, me olhou totalmente tristonho e suspirou. 

— Ai minha filha, eu estou quase fechando este café sabe... — Sentou-se em seu banquinho e abaixou a pequena TV velha que chiava irritantemente. — Ninguém nem se quer dá uma passadinha por aqui, já tentei várias vezes ressuscitar este lugar. Os funcionários pediram as contas e eu não tenho o dinheiro suficiente para lhes pagar. 

— Espera, a gente pode ajudar o senhor! — Lucy disse levantando repentinamente da mesa e eu a olhei incrédula. Que porra ela estava fazendo? — Podemos Mila. 

— C-como é Vives? A gente precisa de um lugar que nos pague pra ontem, você enlouqueceu? — Perguntei como se mandasse a garota acordar pra vida e ela riu sem humor. 

— Eu sinto que vou morrer à qualquer momento de preocupação com este lugar, minhas filhas. Vou morrer culpado por não conseguir pagar os antigos funcionários... 

— Como é o nome do senhor? — Lucy perguntou e o homem sussurrou um "John" totalmente incompreensível — Nós vamos dar um jeito. Nós podemos deixar passar este mês, pra você tudo bem, seu namorado tem dinheiro e... 

— Mas eu não quero o dinheiro dele, é por isso que estou procurando emprego Lucy... 

— Escuta! Eu quis dizer que passar fome, nós não vamos passar. Olha pra esse senhor, ele precisa de ajuda e nós precisamos de um emprego. Ele nos dá uma chance e nós faremos valer à pena. — A garota falou empolgada e eu franzi o cenho confusa. 

— Como faremos isso? 

— Sem ofensas Sr. John, mas este lugar está morto, sem vida, acabado, velho, passado, arruinado, sem qualquer tipo de decoração e não apresenta muitas opções de cardápio para que as pessoas possam fazer suas escolhas. — Explicou. 

— E o nosso dever vai ser... ? 

— Como você consegue ser lerda à esse nível Camila? Vamos levantar isso aqui, é óbvio. Este lugar está ás moscas e faremos dele o melhor café que New York já visitou. Nós ganharemos lucro, o Sr. John terá como pagar os ex funcionários e ficaremos todos felizes! — Disse sorrindo e parou por um momento antes de sussurrar: — E nós empregadas. 

Engoli em seco pensando no trabalho que teríamos para transformar aquele lugar, mas havia concordado definitivamente com a garota. Mas e se por um acaso não desse certo todo aquele investimento? Dando certo ou não dando, eu daria a cara a tapa e apostaria todas as minhas fichas naquele lugar. 

— Lucy, você tem razão! Quando podemos começar, Sr. John? 

LAUREN'S POV 

Depois de meses sem visitar a minha família por conta dos shows, turnês e vários outros compromissos de trabalho, decidi acordar cedo e disposta a passar pelo menos este dia com eles. De tanto reclamarem que não tenho tempo, resolvi cancelar uma reunião de trabalho e remarquei para um outro dia disponível.

A volta para Miami trazia sempre um sentimento de estar em casa e várias lembranças diferentes ao mesmo tempo. Era o lugar que eu havia nascido e crescido, de uma família humilde e bastante pobre. Olhando para trás de onde eu estou hoje, é difícil até de acreditar que eu havia crescido financeiramente e os tirado do sofrimento e do medo de talvez no dia seguinte não ter o que comer, por exemplo. 

Toquei o interfone da casa e aguardei por alguns segundos até que alguém me atendesse. Olhei pela pequena fresta do portão e avistei uma Taylor bastante saltitante enquanto corria para me receber. Destrancou o mesmo e abriu com ansiedade, voando em meus braços em seguida. 

— Sua filha da mãe, você tem noção de que não nos vemos há dois meses? Puta que pariu, que saudades. — Disse me apertando ainda mais contra si. 

— Ah, sua gorda, eu também estava morrendo de saudades, mas cadê o papai e a mamãe? — Falei largando a garota depois do ato e entrando rapidamente à procura de um dos dois. 

— Ahn, mamãe está na cozinha preparando os seus tacos, e papai... Jogando golfe. Não quer saber do Chris? 

— TACOS, ADORO TACOS! — Exclamei animadamente — E cadê o Chris? 

— Chris casou, teve um filho e... — Disse a garota contando nos dedos?

— O que?! — Perguntei assustada. 

— Calma, em apenas dois meses não dá pra fazer isso tudo. — Gargalhou — Apesar de que vindo do seu irmão, tudo é possível. 

— NOSSO irmão, não se esqueça. — Deixei minha bolsa em cima do sofá e segui para a cozinha com Taylor ainda atrás de mim tagarelando sem parar. 

— Infelizmente, Chris foi buscar a namorada dele na casa dela. A garota é super sua fã, você tem que ver as loucuras dela... 

— Ah não Taylor — parei por um momento no meio do caminho e me virei para a garota. — Eu vim para visitar a minha família e não estou nem um pouco a fim de presenciar ataque de fã histérica hoje. 

— Diga isso à eles... 

— FILHA! — Ouvi a voz de mamãe atrás de mim e corri para o seu abraço. Como eu sentia falta daquilo. — Me conta como está indo tudo em sua carreira, na sua vida... Adivinha o que eu estou cozinhando? 

— TACOS? — Perguntei entusiasmada como se não tivesse certeza do que era e a mulher fuzilou Taylor com o olhar. — Não foi a Tay que me contou. 

— Eu vou ligar para o papai, depois eu volto... — Disse a garota fugindo do olhar de nossa mãe.

— Eu vou cortar essa língua da sua irmã. Mas conte-me das suas turnês, as novidades... 

Sentei-me com minha mãe no sofá da sala principal da casa e contei a ela tudo o que havia acontecido durante esses últimos dois meses que ficamos sem nos ver. Contei detalhadamente a apresentação do Good Morning America que, diz ela, ter assistido do inicio ao fim com a família toda reunida neste mesmo lugar, o que eu acho meio difícil. Papai havia chegado horas depois do golfe e havia me recebido com o mesmo entusiasmo dela e Taylor, diferente de Chris que havia me visto e me cumprimentado como se tivesse me visto ontem. Já a namorada dele, bem, era minha fã e havia me recebido com bastante euforia. Infelizmente eu não escapei das fotos e dos autógrafos nem dentro da casa da minha própria família. 

— Eu não acredito que abracei a Lauren Jauregui, que beijei a Lauren Jauregui, que ela autografou meu braço, que estou na casa da família dela e o melhor: ELA É MINHA CUNHADA!!! — Disse provavelmente gravando um Snap para compartilhar com os amigos. Fiquei a observando de soslaio e bufei impaciente. 

— Ela é doida assim mesmo filha, toda vez que vem aqui, grava um estepe espalhando que está na casa da família Jauregui. Dou boas risadas com ela. — Disse meu pai com um jornal nas mãos. 

— É Snap, pai. Snap. — Taylor o corrigiu e o homem deu de ombros pouco se importando. — Essa aí tem um parafuso a menos. Um não, vários. 

— Qual o nome da maluca? — Sussurrei para que a garota não escutasse, o que foi em vão já que a mesma tinha se voltado à mim com os ouvidos completamente apurados. 

— Elizabeth, mas pode me chamar de Liza. Futuramente, Liza Jauregui. Que sobrenome perfeito! — Disse com um sorriso de orelha a orelha, sendo surpreendida por Chris que praticamente a arrastou para o lado de fora. — Chris, eu estou conversando com a sua irmã... 

— Acho que você já conversou demais por hoje. Vamos, vou te levar para casa. — Disse o garoto finalmente fazendo algo que preste e eu suspirei aliviada, como se tivesse tirado um peso das minhas costas. 

— Os tacos estão na mesa. Preparei vários para não correr o risco da Laur comer todos. — Mamãe disse empolgada e seguimos todos para a sala de jantar. 

Um dos momentos que eu mais amava nessa vida, era me reunir com a minha família em volta da mesa de jantar e conversar sobre assuntos aleatórios enquanto comíamos e ríamos. 

— Chris foi levar a doida em casa e jajá está de volta. — Avisei com a jarra de suco natural nas mãos, me servindo. 

— Ah, coitada da menina. É muito sua fã sabia? — Mamãe retrucou. 

— Mas mãe, ela não largou um minuto do meu pé desde que chegou. Eu quero chegar em casa e me sentir livre, não assediada como nas ruas. 

— A Laur está certa, mas se fosse eu no lugar dela, na casa do meu maior ídolo, faria até pior. — Taylor disse e eu ri sabendo que aquilo não era nem um pouco um exagero, conhecendo bem a minha irmã, ela faria mesmo. 

— Você vai dormir aqui, não vai? Eu mesmo que preparei seu quartinho do jeito que você gosta lá em cima. — Agora foi a vez de papai, mudando completamente de assunto. 

— Mas pai... 

— Não aceito um não como resposta. 

— Não tem outra alternativa não é? — Perguntei e o homem fez que não com a cabeça. — Está bem. 



Eu havia aceitado o pedido de meu pai e passado a noite ao lado deles, como eu não fazia há muito tempo, e posso dizer que me senti novamente em casa, na época de quando eu era criança, acordava e os encontrava reunidos para o café da manhã. 

Não demorei muito à voltar para NY, pois minha agenda estava completamente lotada e só pude sair da casa dos meus pais com a promessa de que voltaria mais vezes sem falta, nem que eu tivesse que cancelar outros encontros importantes como foi neste caso. Como sempre, a despedida foi um momento muito difícil, mas suportável. Não teve aquela sensação de "adeus" como costumava ter, mas um sentimento de "vejo vocês em breve" que eu torcia pra que chegasse o mais rápido possível. 

Normani havia me esperado no aeroporto, já que tínhamos um compromisso importante naquele dia e que Aaron arrancaria fora a minha cabeça se eu faltasse mais este. Bom, não era muito pelo meu assessor que eu estaria visitando uma instituição de caridade infantil, mas por mim. Eu me sentia na obrigação — além de ser bastante prazeroso — de voltar totalmente minha atenção para elas, para que se sentissem amadas e com a certeza de que existia sim alguém ali por elas. 

Saltamos do táxi bem em frente ao " Jardim dos Girassóis" — nome que pertencia ao abrigo — e fomos recebidas por flashes e mais flashes de câmeras que não eram muito bem vindos à ocasião, mas que faziam questão de serem inconvenientes . Entramos sem nos importar com o grande número de paparazzis e representantes de sites de fofoca que aguardavam ansiosos por informações. 

Assim que adentramos o lugar, fomos recebidas com um abraço em grupo de milhares daquelas crianças que sorriam alegremente, como se tivessem ganhado o presente mais esperado do ano. Sempre que era possível, Mani e eu os visitava pelo menos uma vez no mês e de tantas idas e vindas eu acabei gravando o nome de algumas e me familiarizando ainda mais com o rostinho delas. 

— Tia Laur, temos mais uma nova amiguinha aqui no lar. — Gregory sussurrou puxando a minha blusa pra que eu desse atenção à ele e eu me ajoelhei para ficar da sua altura. 

— Temos é? E cadê ela? — Perguntei procurando por alguém diferente no meio daquele mundo de pequenas pessoinhas que estavam espalhadas pelo refeitório. 

— É a Tiff. — A garotinha saiu por de trás do menino envergonhada e eu sorri para ela, passando total segurança. — Ela é a Lauren Jauregui, sempre ajuda a gente e não deixa faltar nenhum alimento. A que eu te falei que consegue passeios legais e levou a gente no teatro uma vez. 

— Eu não conheço você. — Disse a garotinha se escondendo novamente atrás de Gregory. 

— Ei Tiff, pode confiar em mim. — Peguei nas mãozinhas dela e a trouxe de encontro à mim. — Eu sou uma tia muito legal sabia? Eu nem te conheço e já te amo muito. 

— Ama? — Perguntou e eu concordei sorrindo — Posso te abraçar? Minha mamãe nunca deixava eu abraçar ela. Dizia que eu iria passar todos esses carocinhos para o braço bonito dela. — Disse a menina segurando o vestidinho branco e eu percebi que realmente havia pequenos caroços espalhados, como uma espécie de alergia. 

— Mas é claro meu amor, vem cá. — puxei a garotinha para os meus braços e senti que algumas lágrimas já corriam pelo meu rosto. Pisquei algumas vezes antes de me afastar e encontrei Normani de pé em frente à nós. 

— A Tiffany tem cinco anos, veio pra cá na semana passada e foi encontrada perdida, abandonada pela mãe. A única coisa que sabem até agora, é que a mulher deixava a filha vários dias sozinha e muitas vezes sem ter o que comer. Não é isso Tiff? — Normani passou a mão pelos cabelos da pequena, que concordou imediatamente. 

— Greg, continue cuidando dela direitinho. Você fez um ótimo trabalho viu? — Sorri, depositando um beijo na bochecha do garoto e logo depois em Tiffany. 

Levantei-me e segui até onde ficava a sala da diretora do abrigo e dei três batidas antes de abrir a porta. O lugar era bastante humilde, mas bem conservado. Ao entrar, encontrei Hannah Wilson, que era psicóloga e tinha formação em direito, já havia trabalhado outras vezes em ONG's e possuía uma experiência ótima com crianças. Além de ser uma grande amiga minha, era uma pessoa de grande confiança e que levava à sério aquele trabalho e tinha um enorme carinho para com os pequenos. 

— Lauren, estive com a Normani há poucos minutos, como vai? — Perguntou a mulher se levantando para me cumprimentar. Hannah não era uma velhinha acabada como todos imaginavam, tinha lá os seus quase quarenta anos, com a aparência de uma mulher de 30 e corpo de 20. 

— Eu percebi. — Sorri simpática, sentando na cadeira de frente à ela que estava por de trás de sua enorme mesa. — Eu vou bem e a senhora? 

— Senhora me deixa com quase setenta anos, eu ainda sou uma garota. — Rimos e a mesma me serviu um café — Eu estou bem. 

— E como vão as crianças? Vejo que estão todas muito bem, alegres até demais. 

— Pois é... Semana passada um jogador de futebol esteve aqui. Cristiano Ronaldo se não me engano, jogou futebol com eles, trouxe presentes e leiloou uma camisa original autografada para o lar. 

— Eu fiquei sabendo quando estava em uma Tour pela Europa, fiquei muito feliz de verdade com a iniciativa dele e que finalmente estamos conseguindo fazer com que isso aqui chegue aos ouvidos de pessoas importantes. — beberiquei um pouco do conteúdo na xícara e continuei — Aliás, as minhas doações estão sendo o suficiente? 

— Ah, claro, você tem contribuído bastante pra conseguirmos levar este lugar, obrigado mesmo Jauregui. 

— Eu que agradeço. Sabe que eu, mais do que ninguém, quero contribuir para o futuro dessas crianças e qualquer coisa, você tem o meu celular pessoal e o de trabalho. Não pense duas vezes antes de ligar. 

— Tenho sim senhora, pode ficar despreocupadas, você e a senhorita Kordei. O seu comercial em prol do abrigo tem atraído muitos colaboradores graças à Deus, se continuar assim, vamos longe. — Hannah falou despreocupada e eu suspirei aliviada ao saber que estava tudo em ordem. 

— Hannah, e a Tiff? É realmente verdade o que a Normani me contou? 

— Infelizmente sim, essa menina sofreu muito nas mãos da mãe que é uma irresponsável, todos sabemos. Mas pelo que eu sei, ela irá responder por abandono de incapaz e pagar por isso. — Disse a mulher assinando alguns papéis que estavam em cima de sua mesa. 

— Ela é uma criança tão encantadora. Me parte o coração saber que a maioria delas sofrem nas mãos dos próprios pais. — Suspirei pesadamente e ela concordou com um aceno de cabeça. 

Passamos mais algumas horas conversando sobre assuntos voltados às crianças e de vez ou outra, sobre as nossas vidas pessoais e profissionais. Eu gostava de conversar com ela porque além de ser uma pessoa mente aberta, era mais velha e tinha experiências muito maiores que me faziam aprender cada vez mais com ela.

Após o término da conversa, saímos de sua sala e eu fui diretamente ao encontro das crianças que brincavam animadamente com Normani no parque enorme que pertencia à instituição. O lugar era bem espaçoso, capaz de abrigar até mais do que todos aqueles trezentos e poucos pequeninos que haviam ali. 

— Quem quer desenhar comigo agora? — Gritei para que todos me ouvissem e me seguissem até a sala de pintura que havia sido recém-construída por um pedido meu, com doações de fãs em um projeto que eu havia criado meses antes. 

Mani e eu havíamos saído do local somente às 22 da noite, depois de colocá-los para dormir e resolver alguns assuntos da minha última doação que ficaram pendentes. Do lado de fora já não havia mais fotógrafos e jornalistas, o que ajudou na nossa volta para casa e não nos ofereceu nenhum tipo de problema como da última vez que automaticamente xinguei um deles. 

— Você ficou quieta de repente, aconteceu algo Mani? — Perguntei encarando-a e franzi o cenho em dúvida. 

— Não se preocupe comigo Laur. 

Dei de ombros, destravei as portas do carro e entramos em silêncio, o mesmo que estava me matando profundamente, já que ela e eu sempre tínhamos o que conversar por mais que estivéssemos brigadas, o que não era o caso. 

— Foi a Vero? 

— Que Vero? Você e Harry não desistem das suas teorias não é?! — Perguntou e eu ri negando com as mãos no volante. 

— Você sabe que pode contar comigo, não sabe? — Encarei-a e ela suspirou entristecida. — Eu sei que está acontecendo alguma coisa e se você não me contar, eu vou descobrir. 

A garota continuou sem responder uma palavra se quer sobre o tal assunto que a perturbava e eu arqueei uma das sobrancelhas a pressionando. Eu, mais do que ninguém, sabia quando estavam mentindo pra mim ou simplesmente omitindo algo, mas Nornani se entregava muito fácil. Além de não saber mentir muito bem, não conseguia omitir um assunto por muito tempo quando pressionada. 

— É que... Eu fui demitida da empresa e estou preocupada porque não sei o que fazer. Meu aluguel vence semana que vem e... Eu não queria te envolver nisso, esquece. — Disse balançando as pernas freneticamente e roendo as unhas de nervosismo. 

— Não queria me envolver? Eu sou sua melhor amiga, você deve sim me contar as coisas Normani. Não deve guardar seus problemas só para si. 

— Isso é problema meu, não é uma obrigação sua. 

— Os seus problemas são os meus problemas! — Exclamei prestando atenção no trânsito calmo e parei em um sinal vermelho. 

— Nós viemos de táxi, como seu carro veio parar aqui? 
— Tenho os meus contatos, não muda de assunto. — Exigi e pigarreei por alguns minutos. — Eu vou conversar com Harry e você vai entrar para a coreografia. 

— O-que? 

— Isso mesmo que você ouviu. Eu quero você na minha coreografia, vai ser até bom pra mim porque não tenho intimidade com nenhuma das garotas e com você vai ser mais fácil... 

— Espera, eu vou trabalhar com você? Viajar para todas as turnês e... — Assenti com um sorriso satisfeito — Não, eu não posso aceitar. Eu tenho que dar um jeito, sei lá. — A garota falou e eu revirei os olhos impaciente voltando a dirigir. 

— Não é como se eu te desse outra alternativa Kordei. Você vai e ponto final! — Exclamei convicta da minha decisão repentina e a garota gargalhou, me abraçando em seguida e agradecendo até o último fio dos meus cabelos.   

 

 

 

 

 


Notas Finais


:)


~RGBS


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