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História The Judge - The Challenge


Escrita por: RGBSfics

Notas do Autor


Tem um poquinho de Camren p vcs :p kk

Capítulo 5 - The Challenge


Fanfic / Fanfiction The Judge - The Challenge

CAMILA'S POV

— SHAWN! 

— Hum. — O garoto resmungou enquanto preparava o camarão para o yakissoba. Andei saltitando até a bancada e sentei ali, para que pudéssemos conversar melhor e eu não o atrapalhasse. 

— Consegui um emprego, mas vai demorar um pouco pra começar a receber. — Abaixei a cabeça e me distrai mexendo nas unhas. 

— Sem problemas, eu vou começar a ver uns projetos na empresa do meu pai, dá pra nos mantermos tranquilamente, não se preocupe. 

— E Lucy e eu vamos dar um trato no café do proprietário lá no centro, é por isso. O lugar tá meio xoxo e nós vamos ajudar. — Expliquei e ele ouvia tudo atentamente, sem tirar os olhos da comida. 

— Vocês estão fazendo muito bem, podem contar com a minha ajuda para isso. Me adimira esse seu jeito de ajudar as pessoas e se importar com elas. — Sorriu de lado se aproximando de mim e me deu um beijo terno. — Sabe o que a gente podia fazer agora? 

— Hum Hum. — Neguei o envolvendo com os braços e o encaixando no meio de minhas pernas. O beijei novamente e ele me tirou da bancada, me carregando até o sofá da sala e eu sabia o que aquilo significava. Se ele estivesse afim de fazer o que eu estava pensando, a gente talvez não sairia dali hoje. 

— Então você já vai saber. — Disse depositando vários beijos lânguidos pelo meu pescoço, me fazendo arfar sem ao menos ter me tocado.  

Suas mãos não se decidiam entre minhas coxas e barriga e sua respiração ofegante batia fortemente contra os meus lábios, me fazendo ter certeza de que ele esperava mais ansiosamente por aquele momento do que eu. 

Saí de baixo dele invertendo as posições e ficando por cima, sentada em sua cintura e sentindo perigosamente o seu membro dando os pequenos sinais de vida dentro da calça e suspirei por longos segundos. Fiz menção em tirar sua blusa, que já estava se tornando um impecílio, no mesmo momento que ele havia tomado a iniciativa de tirar a minha. Decidimos cada um tirar a sua, já que o planejado não iria dar muito certo e eu sorri ao perceber que seus olhos não se desviavam dos meus seios coberto apenas pelo sutiã de renda. Sorri marota e me aproximei de Mendes o provocando e prendi seu lábio inferior entre os meus dentes puxando até ouvir um gemido de dor em reprovação. 

Suas mãos sedentas envolveram meus seios e os massagearam perfeitamente, como se eles fossem feitos para estar em suas mãos, com o tamanho adequado. Distribuiu pequenos beijos seguidos de chupões pela região e suas mãos moveram até o fecho de minha saia jeans para enfim tirá-la. Foi como se um alerta soasse em minha cabeça e num movimento imediato, eu segurei suas mãos e o encarei profundamente nos olhos, me matando mentalmente por ter atrapalhado o momento e com uma raiva enorme de mim mesma por não ter conseguido ir a diante com aquilo pela milionésima vez. 

— O que eu fiz de errado? — Perguntou confuso e eu engoli em seco com os olhos completamente arregalados e com a respiração ainda ofegante de antes. 

— Nada, e-eu só... — Pisquei algumas vezes incrédula e soltei o ar pesadamente me sentindo derrotada. Levantei-me de sua cintura e sentei ao seu lado no sofá envergonhada demais para voltar minha atenção a ele e continuar dando qualquer que fosse a explicação desta vez. 

— Não se sente preparada ainda, é isso? — Perguntou e eu pus as mãos no rosto como se conseguisse me esconder de seus olhos nem que fosse por um segundo. 

— Me desculpa. Eu sou um desastre, não faço nada certo, não te faço feliz... 

— Ei, ei calma. Isso aqui não foi o fim do mundo. — Se aproximou de mim pra que pudesse me abraçar e eu me desvencilhei de seus braços, procurando pela minha camiseta e a vestindo do avesso do jeito que estava. 

— Eu não consigo te satisfazer, talvez você precise de uma garota que tenha o que eu não tenho. — A vontade de chorar me invadiu naquele momento e só o que eu queria era sentar naquele chão e chorar até que o cansaço me vencesse. — Você não me merece... 

— Camila, para com isso. Você já se ouviu? Quem disse que você não me faz feliz? — Riu sem humor e se levantou do sofá indo ao meu encontro e eu encostei a cabeça em seu peito deixando finalmente que as lágrimas rolassem. — Isso é a coisa mais normal do mundo, ouviu? Não se culpe por isso. 

— Eu estraguei tudo! 

— Não, você não estragou. — Acariciou meu couro cabeludo fazendo um cafuné gostoso e eu me afundei mais em seu peito, inalando a maior quantidade que eu conseguia de seu perfume. — Eu vou esperar o tempo que for Cabello. Eu vou esperar pelo seu tempo porque eu te amo, vou estar aqui cuidando sempre de você e não vou deixar que nada te chateie. 

— Me desculpa? — Sequei os meus olhos com as costas das mãos e ele segurou meu rosto para que eu pudesse o encarar. 

— Não se desculpe. Não foi culpa sua, tudo bem? Vamos esquecer isso. — Juntou seus lábios nos meus com um selinho demorado e sorriu amigável. — Eu ainda não terminei o yakissoba e acho melhor a senhorita me ajudar porque senão, não termino hoje. 

— Porque é lerdo. — Falei com humor, mas ainda chateada e entrelacei seus dedos no meu. — Eu amo você. 

~

Passei uma longa parte do meu dia pensando naquelas três palavras que há algum tempo eu temia em dizer, mas que agora pouco havia saído sem querer e eu não me sentia mal por isso, tampouco com remorso. Shawn havia me feito rir durante todo o almoço e depois de um tempo, já tinha até esquecido o incidente que eu havia causado. 

Eu me sentia culpada toda vez que queria fazer as coisas certas, mas não conseguia por medo idiota. Eu já namorava com ele há mais de um ano, confiava cegamente a ponto de dar minha vida por ele e numa simples demonstração de amor eu falhava. Não sabia o que acontecia, não sabia porque isso acontecia, só sabia que eu não queria mais aquilo pra ele. Ele merecia ser feliz, merecia alguém que o fizesse se sentir bem, se sentir amado de uma forma diferente e eu me sentia tola o bastante pra não conseguir proporcionar isso a ele. Odiava apenas o fato de que talvez eu estivesse o magoando e aquele pensamento me corroía por dentro. Por mais que ele dissesse que estaria tudo bem, no meu subconsciente não estava e me obrigava a me sentir cada vez mais decepcionada comigo mesma.

Voltei à realidade e encontrei minhas meus dedos perdidos em seus cabelos enquanto ele repousava a cabeça em minhas pernas com os olhos fissurados em Resident Evil. Poderia passar quinhentas vezes seguidas a série inteira, que ele assistia as quinhentas como se fosse a primeira sem reclamar. 

— Não aguento mais esse filme. Já gravei até as falas. — Bufei entediada. 

— Vamos sair então? 

— Preguiça de sair hoje, amor. 

— Você não quer fazer nada. Se decide, Resident Evil o resto do dia, ou sair dessa casa um pouco. — Falou enquanto abaixava o volume da TV para que pudéssemos decidir direito o que faríamos. 

— Arght, pra onde você pretende ir à noite? — Perguntei. 

— Boates, barzinhos, sei lá. 

— Boates?! Quero experimentar uma daqui! — Disse empolgada, levantando-me do sofá. — Vamos, antes que eu desista. 

— Ah, vou te levar na Highline Ballroom, uma das melhores daqui, você vai adorar. — Disse o garoto, desligando a televisão e me acompanhando até o quarto. 

— Espero que você esteja certo Mendes! — Exclamei e dei de ombros satisfeita. Com o tanto que isso me tirasse do tédio, estaria tudo numa boa. 


LAUREN'S POV 

" ...Highline Ballroom ás 20h, não se atrase Jauregay! 
Xx Iglesias.


Não sei por que, mas sempre quando se tratava de Vero, algo de péssimo estava para acontecer. Essa mulher adora uma adrenalina, adora estar na beira do perigo e isso era bom, mas não sempre. Ela havia me desafiado a pegar uma garota comprometida, com o namorado presente e havia escolhido uma das maiores casas noturnas e mais frequentadas de New York e o que eu posso fazer senão cumprir? 

Eu sou do tipo de pessoa que odeia desafios, mas quando me desafiavam, eu me sentia na obrigação de cumprir e não dar pra trás. Não faz meu tipo ferir meu ego e deixar por isso mesmo, eu precisava manter a minha palavra e mostrar que eles estavam lidando com Lauren Jauregui, não com qualquer pessoa. 

Ouvi a porta do apartamento ser destrancada e eu já imaginava quem era antes da pessoa ser revelada. Bufei baixo e revirei os olhos ignorando a presença do garoto. O mesmo se aproximou brincando com as chaves que faziam um barulho irritante e me encarou antes de pigarrear. 

— Não faça essa cara. Quer desistir? — Perguntou sentando-se ao meu lado. 

— Está brincando? Já me viu desistir alguma vez? 

— Eu gosto assim. — Sorriu de canto e me abraçou de lado. — Então por que essa cara de merda? 

— Porque você chegou. — Falei, o garoto me olhou sério e eu gargalhei antes de me levantar. — Vamos que a hora não espera. — Peguei meu celular em cima da mesa e o coloquei no bolso traseiro da calça. — Queira Deus que Vero tenha a decência de escolher bem a garota. 

SE for uma garota. Vai que ela muda de ideia e escolhe um cara... 

— Olha bem na minha cara.  Encontrou algum vestígio de que eu nasci pra pegar um cara? 

— Eu não perco isso nem por uma transa com o Louis. — Disse Harry, batendo a porta atras de si, assim que saímos do apartamento. 



This One's For You do David Guetta — com a maravilhosa de mulher, que era a Zara Larsson — tocava aparentemente no volume máximo dentro da boate, tão alto que meu coração pulsava junto à batida. Aquele lugar estava mais cheio que o normal e Vero havia me desafiado aqui justamente por isso. Se desse merda, seria das grandes. 

Harry, que conhecia aquele lugar de cabo a rabo, seguia na frente enquanto eu ia atrás a procura de Veronica que provavelmente viria com Normani. As pessoas suadas se esbarravam umas nas outras fazendo aquela coisa "maravilhosa" que era a mistura de odores e coisas que provavelmente não fariam se estivessem sóbrios, e eu encarava aquilo com uma expressão, digamos, assustada. 

Olhei para todas aquelas pessoas sem a menor vontade de me enfiar em uma boate quando tudo o que eu mais queria era estar em uma turnê, por exemplo, ou fazendo qualquer outra coisa que não estivesse na mira de Iglesias. E para a minha alegria, minha agenda de shows indicava que eu teria uma apresentação no dia seguinte na a América do Sul e esperava mais ansiosa por isso do que criança por doces em dia de halloween. 

— Elas não devem ter chegado. Fizemos quase uma Tour pelo lugar. — O garoto disse com as mãos no bolso do casaco jeans. 

— Elas deveriam estar aqui. Daí eu cumpriria de uma vez por todas a minha parte no trato e iria embora feliz, tudo numa boa. — Bufei, fazendo meu pedido ao barman e me sentando em um dos bancos de frente para o balcão. 

— "Trato"... — Harry gargalhou — Você fala como se fosse esconder algum cadáver ou algo do tipo Lauren, credo. 

— Cadáver eu vou virar se isso tudo aqui der merda. — Falei olhando ao redor de mim — Já tem um olho ou outro me reconhecendo dentro desse lugar gigante pra caralho e lotado. Se o Aaron descobre... 

— Esse Aaron é seu pai? Manda em você ou...? 

— Não Harry. Ele organiza a minha vida profissional, não me atrapalha em nada, muito pelo contrário, me ajuda e me adianta bastante. Eu sei que tenho uma vida lá fora, diferente do que eu sou aqui, com você e as meninas... — Bebi um gole do whisky que o homem havia me entregado. 

— Eu não encontro mais aquela Lauren determinada, sem medo de ser o que é de alguns meses atrás. Falando bem sério agora, onde você foi parar? 

— Continuo sendo a mesma, meu caro. Apenas não misturo as coisas. Além de tudo, sou uma pessoa discreta, você sabe disso mais do que ninguém. E se eu tomei a iniciativa de vir até aqui hoje e não amarelar, é porque eu ainda sou a mesma Lauren e vocês terão que me aturar até o fim de suas vidas. 

— Até porque se amarelasse nessa coisinha de nada, eu iria te nomear a maior frouxa da face da terra. E ai, Harry, tudo bem? — Vero surgiu do nada do meio das pessoas dançando, e sua voz não mostrava dificuldade nenhuma de sobressair dentre a música alta. 

— Hum... Onde está a Mani? — O garoto perguntou. 

— Não quis vir. Disse que era muito arriscado o que eu estava fazendo... 

— E É! Olha Iglesias, esse lugar está mais cheio que o normal. Me adimiro não ter chegado um fã para implorar por um autógrafo meu, se isso der merda na minha carreira eu acabo com a tua vida... 

— Ei, calma. Só pedi para você beijar uma menina... 

— Comprometida... — Harry completou, cantarolando e interrompendo a mulher. 

— Ok, comprometida e daí? Essa que é a graça do desafio. E pegar garotas é o que mais a Laur sabe fazer. Pegar a Dua Lipa mano... Puta qu... — Pegou o meu copo de whisky em cima do balcão e deu um grande gole. 

— Acho que ela ficou incomodada porque você levou a crush dela para a cama. — Harry falou e eu gargalhei no mesmo instante. 

— Querem fazer o favor de calar a boca? — A mulher disse e eu voltei ao normal, enquanto Harry lutava para não continuar rindo da situação. 

— E a gente faz o que enquanto você não escolhe a garota? — Perguntei pigarreando em seguida. Olhei para o meu copo, agora vazio, desacreditando que a mulher tinha bebido mais de meio copo apenas com o assunto da Dua. 

— Que tal curtir? Faz parte. 

— Veronica, eu não vim aqui para curtir. Amanhã eu tenho um voo marcado então se você puder seguir logo com isso eu te agradeço bastante. 

— Apenas... Curte um pouco amiga. 

— Caralho... Arght! — Observei a mulher ir para o meio da pista de dança e sua imagem foi praticamente devorada pela multidão que dançava como se o mundo fosse acabar no segundo seguinte. 

Harry deu de ombros e apontou para a pista com a sobrancelha. Respondi com um aceno de cabeça que eu não iria, e  ele girou nos calcanhares seguindo para o mesmo caminho de Vero. 

Olhei em meu relógio de pulso, que marcava exatamente nove e doze da noite e bufei impaciente prevendo que eles iriam encher a cara até às quatro da manhã dentro desse lugar. 

Pedi outro whisky ao mesmo barman que havia me atendido antes e o mesmo prontamente se virou para ir buscar. Tamborilei meus dedos no ritmo de Work da Rihanna e cantarolei algumas partes da música antes de pegar o copo. Agradeci ao homem pela bebida e dei o primeiro gole, já acostumada com a ardência. O homem continuou me encarando como se quisesse algo a mais de mim e eu franzi o cenho confusa com aquilo. 

— Ham... Posso ajudar em alguma coisa? — Perguntei um pouco constrangida com a situação e o cara se aproximou. 

— A senhorita é a Lauren Jauregui, presumo?! 

— Sim, e... ? 

— E... que bom, já a vi por aqui outras vezes e nunca tive a oportunidade de trocar uma palavra com a senhorita... 

— Você, por favor. — O corrigi e o homem continuou. 

— Perdão, você. Nunca tive a oportunidade de trocar uma palavra com você... — Parou por alguns segundos como se fosse continuar a frase e eu balancei a cabeça para que ele continuasse, mas foi em vão. 

— E você quer uma foto, um autógrafo ou algo do tipo? Pode pedir, eu já estou acostumada com esses tipos de... 

— Você tem namorado? — Solteira uma risada nasalada e continuei o encarando incrédula. — Digo, é uma mulher bonita não é? Claro que alguém iria querer namorar alguém como você, mas você está tão sozinha aqui, sem companhia.

— Não, eu não estou sem companhia, e o fato de estar sozinha não te dá certeza de que estou solteira. Ou dá? — Beberiquei um pouco do álcool em meu copo e tamborilei novamente meus dedos sobre o balcão. 

— Não, você está certa. Andei pesquisando mais sobre você estes dias, vi que você costuma frequentar o estabelecimento e não vi problemas em chegar em você. — O cara coçou a nuca com uma mão, em nervosismo e com a outra, se aproximou da minha livre. 

— Problema nenhum. — Afastei minha mão da sua — Aliás acredito que tenha muito trabalho lhe aguardando e é melhor você ir. 

— Está me dispensando? Olha que há muitas que disputam pelo meu corpo. — Disse galanteador e eu estalei a língua. 

— São poucas as coisas que me atraem e, acredite, não sou como "muitas" que perdem seus tempos disputando por coisas fúteis. — Sentei-me ereta no banco e o olhei nos olhos — Em resposta ao estar te dispensando: entenda como quiser. 

Levantou as mãos como se dissesse um "ok" e sem dizer mais nenhuma palavra, deu-me as costas indo atender — lê-se: dar  cima de — outra garota. Terminei de beber o whisky e mordi os lábios pensando sériamente se continuava ou não com aquela babaquice toda. 

CAMILA'S POV 

Entrei na boate e não pude evitar que o meu queixo caisse ao ver o tamanho daquele lugar e a quantidade de pessoas que se entregavam totalmente à musica aproveitando cada segundo ali. Nunca havia ído à um lugar como aquele antes, tudo era muito novo para mim e por esta razão, eu devo ter ficado um pouco desnorteada com toda aquela vibração do lugar. 

— Quer beber alguma coisa Mila? — O garoto perguntou e eu fiz que não com a cabeça. — E comer? 

— Não se preocupe comigo, eu estou bem. — Sorri simpática e ele deu de ombros, se colocando por de trás de mim e dançando no ritmo da música com as mãos em minha cintura. 

Me senti um pouco desconfortável com aquilo mas resolvi ceder. Não estava a fim de ter outra cena de constrangimentos como a que havia acontecido mais cedo, agora, em local público. 

Entrelacei minhas mãos nas suas e sorri comigo mesma ao imaginar no quão sortuda eu era por tê-lo sempre ao meu lado. 

— Não acredito. Eu só posso estar sonhando que Shawn Mendes finalmente apareceu na Highline Ballroom depois de meses de convencimento! — Uma menina baixinha e ruiva apareceu praticamente surtando em nossa frente, fazendo o garoto me soltar e abraçá-la como se ela fosse uma melhor amiga sumida por anos. Os olhei sem entender absolutamente nada e esperei por alguma explicação de ambos, com os braços cruzados debaixo dos seios. 
— Nossa, pois é. Eu tenho tentado vir, mas com este problema na empresa do meu pai, eu estou sem tempo para quase tudo e, nossa, que sorte te encontrar por aqui. — Ele falava olhando a garota nos olhos e segurando-a pelos ombros como se tivessem intimidades suficiente para isso. 

E tinham?

— Vim com algumas amigas, você me conhece o bastante para saber que eu odeio ficar de vela. Mas me conta, veio curtir, pegar muitas garotas...? 

Primeiro, desde quando ela vem tentando o convencer de vir até aqui, sendo que eu nunca havia ouvido ele falar dela antes? Segundo, ficar de vela? Por que não vai pra pista dançar ou alguma outra coisa ao invés de atrapalhar a noite dos outros? E terceiro, pegar muitas garotas?*Ela ainda não me percebeu aqui ou se faz de cega? 

— Que nada Mag, eu não ando com essa bola toda ultimamente. — Mendes sorriu ao falar, agindo como se tivesse solteiro ou algo do tipo. 

— O que?! Você é extremamente lindo, olha esses músculos. Deixa qualquer uma louca. — A tal da Mag pegou em seus braços e Shawn curvou a cabeça para trás gargalhando. Qual é? Não vi nenhuma graça no que aquela vadia acabou de dizer. — Se eu soubesse que você malharia e ficaria... assim — Apontou para o seu corpo e eu estreitei ainda mais os olhos a encarando — eu jamais teria terminado o nosso namoro. 

Namoro? Que porra era aquela?

— Se não fossem os seus ciúmes idiotas, talvez teríamos até casado, quem sabe. — Deu de ombros e a garota sorriu. 

— Meus ciúmes se chamavam Anna, e te juro que se ela passar na minha frente agora, a raiva continua a mesma. 

— Ciúmes? 

— Ciúmes! — A garota confirmou e eu pigarreei um pouco mais alto, os fazendo direcionar suas atenções para mim. 

— Como assim "ciúmes" do meu namorado? — Entrelacei minha mão na dele e a encarei desafiadora. 

— Desculpe, mas quem é você? 

— Não querida, quem é você. — A corrigi e o garoto se pôs entre nós, finalmente nos apresentando, coisa que estava demorando e muito para acontecer. 

—Ei, esta é a Camila, minha atual namorada, e Mila, essa é a Magdalena, uma grande amiga... 

— E ex. A melhor ex, mas amiga. — A garota o interrompeu e os dois riram como se aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo e olha que o Shawn nem havia bebido ainda. 

— Muito legal te conhecer Mag, mas... 

— Magdalena, para você. — Corrigiu. 

— Whatever, Magnalena, como queira. Mas já estamos de saida, que tal você voltar para as suas amigas? — Perguntei fazendo com que ela se tocasse e saisse dali, mas não era muito a intenção dela me escutar. 

— Mas vocês não acabaram de chegar? — 
A garota perguntou sarcástica. 

— Estava nos bisbilhotando? — Devolvi a pergunta e novamente Shawn interveio nas provocações. 

— Ei. — Bufou — Mag tem razão Mila, acabamos de chegar... 

Você não percebe que eu não estou a fim de permanecer na presença da sua ex ou melhor amiga? — O interrompi sussurrando em seu ouvido. 

— Atrapalho? 

— Claro que não Mag, Mila... o que tem demais ela nos fazer companhia? — O garoto perguntou me fazendo rir desacreditando no que ele havia acabado de dizer. Mag riu irônica com as mãos nos bolsos da jaqueta tão vermelha quanto o tom de seu cabelo e eu bufei frustrada. 

— Nada demais. — Levantei as mãos em sinal de rendimento e me afastei do garoto. — Os incomodados que se mudem, não é mesmo? Pois quem vai sair sou eu. 

— Camila! 

— Sem problemas Shawn Mendes, eu estou bem. Pode continuar ai a conversa sobre o lindo passado com a sua ex. 

E dizendo isso, me afastei dos dois e andei até onde havia um amontoado de pessoas pedindo bebidas e aproveitei para pedir um coquetel alcoólico de frutas. Dei uma breve olhada para trás e vi que Shawn continuava conversando intusiasmado com aquela Magdalena e a única vontade que eu tinha no momento era pegar um ácido sulfúrico e jogar naquela cara de bumbum de bebê que ela tinha. 

O que ele tinha na cabeça para ter namorado algum dia com aquele projeto de vadia? Pelo amor de Deus, ele evoluiu e muito quando me pediu em namoro, não porque eu sou bonita, mas porque todo mundo consegue ser melhor do que aquela... mulher. 

O barman me entregou a bebida com um enorme sorriso no rosto e eu o devolvi, mesmo sem a menor vontade de fazer aquilo. Bebi o coquetel como se estivesse com sede, tamanha era a raiva que possuia, até que senti um esbarrão em meu ombro esquerdo que quase fez com que eu derrubasse o líquido do copo que segurava. A olhei pronta para reclamar ou xingá-la de todos os nomes que eu conhecia, até perceber que era ela. A mesma mulher que eu havia visto semanas atrás no GMA, e que seria a jurada do The Voice do qual eu participaria daqui à alguns dias. Meu olhar se direcionou instantaneamente para a sua correntinha exatamente igual a de Shawn e a certeza de que ele fosse um provável fã dela só aumentava. 

Lauren Jauregui estava bem do meu lado, com um sorriso incrivelmente lindo e com aqueles mesmos olhos verdes de um tom tão vivo que tanto me chamou atenção mesmo que pela TV. Ela parecia não prestar muita atenção ou não fazer questão da minha presença ali, obviamente porque ela não me conhecia para isso, mas meu coração estava batendo tão rápido que eu mal segurava o copo com uma mão só. Tratei de desviar meus olhos para frente e acabar de vez com aquela bebida para pedir outra porque eu já estava sem condições de me manter sóbria naquele lugar. 

Era isso! 

Não podia ser a Lauren. Com toda certeza eu estava bêbada e não estava mais no meu juízo normal. Com tantos lugares por aqui, Lauren vai se sentar justo ao meu lado? Olhei novamente para o lado e a mulher estava olhando para o lado oposto impedindo-me de olhar novamente para o seu rosto. 

Óbvio que não era ela.  

Revirei meus olhos e me concentrei em pedir outra bebida, quando senti novamente algo em meu ombro esquerdo, desta vez sendo toques suaves e breves. A olhei imediatamente e outra vez eu enxerguei Lauren em minha frente. Isso era sinal de que eu precisava de mais álcool em meu corpo ou de que eu havia extrapolado de uma vez por todas o meu limite? 

Pigarreei baixinho e a encarei a espera de que ela dissesse alguma coisa, mas não, ela não disse. Pareceu se satisfazer apenas em me observar, como se tivesse encontrado um tesouro dentro de minhas pupilas e eu comecei a ficar desconfortável. Tão desconfortável que era incapaz de mexer um músculo se quer de meu corpo. Abri a boca algumas vezes na tentativa de quebrar aquele silêncio, mas as palavras não saiam porque talvez me faltasse voz e coragem. 

De repente tudo havia sumido. O lugar, a música alta e até a preocupação de Shawn com Mag. Meus olhos haviam se fechado e tudo o que eu conseguia fazer era sentir a sua boca na minha. A mulher havia me beijado sem mais nem menos, sem trocar uma palavra sequer me deixando completamente confusa. Por mais que eu soubesse que aquilo era errado, eu havia me entregado por inteira ao beijo e me sentia como se estivesse experimentando um beijo de verdade pela primeira vez na vida. 

Suas mãos não se decidiam entre minha cintura e minhas costas e tudo o que eu mais queria era sentar-me sobre ela e aprofundar ainda mais aquilo, que por incrível que pareça, eu estava adorando. O jeito diferente como ela manuseava sua lingua estava me deixando cada vez mais fora de mim e só naqueles poucos segundos ela havia me levado ao céu sem ao menos me conhecer. 

LAUREN'S POV

Já havia ingerido cinco copos de whisky e dois de dry martini. Nunca havia ficado com tanto tédio em toda a minha vida dentro de uma boate incrivelmente cheia, por mais impressionante que parecesse ser. 

Deixei meu copo em cima do balcão e me enfiei no meio da multidão a procura de Veronica que praticamente engolia uma garota na parede. Decidi me meter entre a pegação e puxar a mulher pelo braço sem nem me importar se ela iria perder a garota ou sei lá o que iria acontecer. 

— Você está louca? Ela é italiana, você sabe quando é que eu terei uma segunda chance dessas Jauregui? 

— Foda-se o que ela é, dá pra escolher logo o meu alvo ou eu vou ter que ir embora sem cumprir essa merda? — Perguntei a encarando e a mulher gargalhou.

— Calma sapatão, eu já estava mesmo vindo te procurar... 

— Pude ver o quanto você me procurava dentro da boca da italiana.  

— É sério. — Iglesias afirmou antes de continuar. — Eu já escolhi a garota. 

— Mas já? Assim do nada? 

— Não é do nada minha cara Lauren Jauregui, eu venho observando o casal desde que uma cena me chamou atenção. Ou melhor, um alguém muito chamativa por sinal. — A mulher sorriu de canto e eu não entendi onde ela estava querendo chegar. 

— Que casal? Que cena? Que alguém? 

— Presta atenção naquela Caipora ali. — Apontou com a cabeça e eu segui meu olhar até a mulher de vermelho. — Desde que ela encontrou o casalzinho, a morena do bundão está puta de ódio. 

— Ela não me parece puta. 

— Mas está com ódio. — Disse sorrindo de lado. — Você até que vai fazer um favorzinho a ela. É notável que está morrendo de ciúmes do namoradinho que parece bem empolgado com a ruiva. 

— E você quer que eu vá até eles e beije a garota? Não mesmo! 

— E não mesmo. Olhe, ela está indo pedir uma bebida. — Olhei na direção em que ela apontava e segui os passos da mulher com os olhos — É a hora perfeita para você ir e enrolar até o namorado da garota ir atrás e quando ele for, você tasca o beijo! 

— Hm.. Tasco o beijo? — Perguntei. 

— Hurrum. — Iglesias confirmou. 

— Ai depois eu apanho do namorado dela e fica tudo certo? 

— Ele não vai te bater, olha a cara de lezado do coitado. Vai cumprir ou vai dar pra trás? 

— Veronica, você é a maior filha da puta que eu conheço! — Bufei e desviei meu olhar dela para a garota que parecia realmente irritada. 

— Eu também amo muito você, melhor amiga. Agora vá que eu vou ficar aqui aproveitando a cena. — A mulher me empurrou e eu andei até a garota. 

Arrumei os meus cabelos de uma forma meio bagunçada, mas com um certo charme e sorri galanteadora. Pra que aquilo tudo para conquistar uma hétero comprometida? Ela nunca olharia pra mim ao menos que soubesse quem eu era. 

Quem não sabia quem eu era? O mundo todo sabia.

Esbarrei em seu ombro de propósito, com a intenção de fazê-la me perceber ali, mas nenhuma palavra foi dita por ela. Eu esperava no minimo um surto da garota, um ataque de fúria ou algo do tipo para que eu pudesse iniciar o que estava destinada a cumprir de uma vez, mas a garota pareceu nem se importar. 

Com um sorriso sacana, ao perceber que seus olhos pesavam em mim, virei-me para o lado oposto a ela sacudi as pernas em um movimento rápido, como se aquilo diminuisse a minha ansiedade e a olhei de soslaio, percebendo seu desconforto com a situação. 

Finalmente ela havia tirado os olhos de mim e eu pude perceber o quão gata ela era. Não uma gata qualquer, mas a gata, em especial. Seus seios sem o sutiã era nítido pela blusa e sua calça apertada contornava bem suas belas coxas e... bubum avantajado. A garota estava com tudo em cima, era uma obra divina de Deus, esculpida com total foco para que não houvesse nenhum erro sequer. Seus cabelos lisos estavam presos em um rabo de cavalo alto que deixava sua nuca a mostra, como eu desejaria provar aquilo céus. 

Ela bebericava aquele coquetel de uma forma tão sexy que eu me esqueceria de Vero, e de qualquer outra coisa para tê-la aquela noite somente para mim. 

Em um ato impensado, vi minhas próprias mãos se aproximarem dela e cutucar o mesmo ombro que eu havia esbarrado, quando de imediato, nossos olhares se cruzaram. Eu poderia ler o tipo de garota que ela era apenas com um olhar, poderia ler seus pensamentos, adivinhar os seus desejos e passar um belo tempo ali, apenas os observando. 

A garota fez menção em dizer algumas palavras, mas parecia ter desistido por um motivo desconhecido, ou nem tanto assim. Não é todo dia que uma Lauren Jauregui aparece em sua frente e te encara como se nunca tivesse visto um ser humano na vida. 

Desviei meu olhar para a multidão atrás dela e pude ver seu namoradinho vez ou outra a observando, como se tomasse conta de longe, mas continuava com a ruiva no maior papo e sinceramente, se eu tivesse que escolher entre as duas, a morena com certeza iria me ganhar sem mais discussões.

Sem pronunciar nenhuma palavra, resolvi tomar a iniciativa e começar aquele beijo que, no início, a garota relutou, mas conforme nossos lábios foram se acostumando e o beijo se tornando ainda mais intenso, ela se entregou como se fosse incapaz de interromper. 

Uma de minhas mãos foram parar em sua cintura, enquanto a outra passeava por suas costas a procura do sutiã e tive a certeza de que eu não estava louca quando ao perceber que ela não o utilizava. Aquilo me deixava cada vez mais interessada nela e a vontade que eu tinha de levá-la para casa se tornava cada vez maior. 

Seus lábios eram macios e seu beijo era terno, sem pressa alguma como se já soubesse que aquilo não acabaria tão cedo. Sorri entre o beijo e a garota finalizou bruscamente com a feição ainda confusa, mas eu não estava nem um pouco afim de terminar tudo ali, daquele jeito. Ela iria ser minha, na frente de quem fosse e eu a levaria para a cama, ou não me chamava Lauren Jauregui. 


Notas Finais


E aí? Como estamos?

:)


~RGBS


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