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História The Judge - Last Night Memories


Escrita por: RGBSfics

Capítulo 6 - Last Night Memories


Fanfic / Fanfiction The Judge - Last Night Memories

LAUREN'S POV 

— Então você a levaria para a cama ou não se chamaria Lauren Jauregui? Já posso começar a te chamar de Lindsay? Amber? Jasmine ou Katherine? — Harry enumerava os nomes nos dedos e eu revirei os olhos cansada daquele assunto o tempo todo. 

— Foi modo de falar Harold, poxa. Eu tinha certeza que acertaria dessa vez. Eu sempre acerto. 

— Não, dessa vez quem foi que te acertou foi ela. E uma em certeira bem no meio da cara. Olha isso, ficou praticamente o contorno das mãozinhas da garota... 

— Não é pra tanto. Ficou vermelho porque eu sou branca pra caralho, não quer dizer que foi forte. Nem doeu, quase. — Falei observando atentamente a marca vermelha no lado esquerdo do rosto em meu reflexo no espelho. 

— " Nem doeu, quase"?! Close erradíssimo que você deu pra cima dela. Não é todo mundo que se encanta pelos seus belos olhos verdes. 

— E os seus "belos olhos verdes" já encantou alguém? 

— Na parada LGBT, vários caras na semana passada. Louis não quer, tem quem queira. — Falou se escorando no batente da porta do banheiro e cruzou os braços me observando. 

Minhas mãos estavam apoiadas uma em cada lado da pia enquanto eu ainda me observava. O que eu tinha feito de errado? Aquilo costumava dar certo quando eu só estava afim de pegar uma garota como aconteceu com a Ariana Grande, e ela nem era Dangerous Woman como adorava se exibir. Ela foi uma das mais fáceis da minha lista, ou aquele dia eu estava realmente foda. 

— Você gosta dele ainda, não? 

— Eu? De quem? 

— Louis! — Falei. Liguei a torneira, enchi minhas mãos com o máximo de água que pude e lavei meu rosto para tirar aquela aparência horrível de sono.  

— Credo! Já esqueci. — Sorriu convicto de que tinha me convencido e eu me virei para encará-lo. 

— E o que foram aquelas mensagens de anteontem que eu peguei no seu celular? — Cruzei os braços embaixo dos seios e o garoto engoliu em seco. 

— Assim, eu não corro atrás, mas é que não dá para esque... Espera! Meu celular tem senha, bitch!!! — Exclamou verificando o seu aparelho. 

— Não li conversa nenhuma e você acabou de confessar que ainda corre atrás dele! — Peguei a pequena toalha que estava pendurada na parede e sequei meu rosto e mãos, antes de voltar ao quarto e preparar minha roupa para tomar banho.

— Lauren, o assunto aqui é você e o seu micão na boate ontem e fim de papo. 

— Está com medo de falar sobre você e o Louis? 

— Medo por que? Não devo nada. — Disse o garoto indo em direção à porta da saída do quarto e pôs as mãos na fechadura, abrindo em seguida. 

— Quem não deve, não teme, Styles. — Pisquei um de meus olhos e abri a porta do Closet. 

— Fale menos e agilize mais. A Normani já chegou pra me ajudar à te zoar até chegar em São Paulo. 

— Vão se foder você e ela. Ah... — Parei por um instante. — Aproveite e leve a vaca da Veronica, ela me paga. 

O garoto gargalhou antes de sair e fechar a porta atrás de si.  



— Eu estou extremamente nervosa! — Normani disse enquanto olhava pela  janela do avião. 

— Calma nega, o avião já vai pousar. — Harry se certificou e voltou sua atenção para o celular em suas mãos. 

— Não é isso, é que... Agora que sou uma das dançarinas da Laur, eu vou ficar de cara com uma multidão em todos os shows e eu vou sempre ficar desconfortável assim. 

— Ai Mani relaxa, depois de um tempo você se acostuma. Você dança pra caramba, é a melhor dançarina dos nossos ensaios. Você vai se sair super bem, pode confiar. 

— Harry tem razão. — Me pronunciei pela primeira vez na conversa dos dois e a garota me encarou. 

— Falam isso só porque são meus amigos. — A morena revirou os olhos e Harry riu. 

— Você sabe que eu sou bem sincero quando quero. — O garoto respondeu. 

— As atenções vão estar todas voltadas à mim, não se preocupe que ninguém irá olhar para você. — Analizei minhas unhas e foi a vez da menina rir. 

— Convencida. — Respondeu. 

O avião pousou normalmente em solo brasileiro e quando saímos do aeroporto, tinha uma quantidade ainda maior de fãs do que a que nos aguardava do lado de dentro. Haviam várias plaquinhas estendidas com algumas mensagens carinhosas e outras de boas vindas. 

— Lauren, eu amo você! — Disse uma garota dentre a multidão provavelmente em português e eu sorri para a mesma, terna. 

— Te amo! — Respondi no mesmo idioma com a única frase que eu conhecia e a garota começou a chorar como se tivesse realizando o maior sonho da vida dela. E estava. 

Peguei na mão de alguns outros fãs enquanto seguia para a van que nos aguardava e pedi desculpas por não poder tirar fotos ou dar autógrafos, mas naquele mesmo dia eu teria um show para apresentar e precisava estar no hotel o mais rápido possível. 

Normani e Harry entraram primeiro no veículo e logo após eu, que mantive a porta aberta pada dar lugar à Aaron que vinha atrás correndo. Ele havia embarcado em outra aeronave junto com os outros organizadores da equipe e as meninas da coreografia que passariam um último ensaio com Harry mais tarde. 

— O certo era você ter vindo comigo, Aaron. Você é o meu acessor... 

— Complicações em casa. Minha mulher acaba de ter gêmeos e olha onde eu estou. — O homem disse ofegante, fechando a porta do veículo. 

Assim como eu, Harry e Normani arregalaram os olhos provavelmente se perguntando a mesma coisa que se passava em minha mente: E o que ele estaria fazendo aqui ao invés de dar apoio à mulher e os bebês? 

— E o que você está fazendo aqui? — Harry perguntou o encarando e o homem sorriu tranquilo. 

— Era só ter me avisado, você sabe que eu entenderia! — Exclamei. 

— Não, claro. Eu sei, mas é que na verdade minha mulher está com os pais na maternidade. Não vai poder sair do hospital por esses dias porque os bebês nasceram prematuros e aquela coisa toda que eu não entendo. — Coçou a nuca em nervosismo e então voltou a falar. — Eles são lindos. São gêmeos!!! 

— Não, imagina. — Normani comentou e eu não pude deixar de rir. 

— Eles são bonitos? Têm que se parecer com Elisa porque se saíram com a sua cara, coitados. 

— Me poupe dos seus comentários, Jauregui. — Aaron disse ainda transbordando de felicidade. 

— Você ficou sabendo da última da Laur? — Harry perguntou e eu lhe lancei um olhar nada amigável. 

— Que última? Eu passei a noite em uma cadeira de hospital gente, completamente sem saco para celular.  Me atualizem. — O homem disse enquanto se acomodava em seu banco ao meu lado e eu apertei os olhos desejando que a voz do Harry fosse parar na puta que pariu toda vez que ele tocasse nesse assunto.

— Lauren, toda toda ontem na Highline Ballroom, se deu mal cumprindo um desafio de Veronica Iglesias, meu caro. 

— Lauren se dando mal em alguma coisa? Muito me adimira. — Disse Aaron me encarando e eu revirei os olhos. — E que desafio era esse? 

— Continuando — Harry voltou a falar — O desafio era pegar uma garota comprometida. 

— E ela pegou? — Perguntou o acessor. 

— Pegou. 

— Essa é a minha garota! Se tem uma coisa que essa mulher é boa além de cantar, é pegar mulher. 

— Aí é que você se engana, querido novo papai de gêmeos. Acontece que dessa vez a Jauregui pegou uma m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a que estalou um tapa bem no meio de sua fuça. — Harry disse e Aaron se aproximou, procurando a marca. — Ah, não dá para ver. Ela tapou com base. 

— Mais engraçado que Lauren Jauregui apanhando da "menina da boate" é ela usando maquiagem por conta própria! — Disse o acessor. 

— Dá para vocês pararem de falar como se eu não estivesse aqui para me defender? — Me pronunciei e os dois me encararam. 

— Então se defenda. — Disse Harry. 

— Nesse caso, não tem como se defender. Lauren Jauregui, a maior pegadora do mundo da fama... 

— Pelo amor de Deus! A mídia nem sabe que eu pego mulher. — Falei interrompendo Normani. 

— Eles suspeitam. Mas cá entre nós, mesmo você bancando a solteira, virgem e Hétera para os Jaureguys, para nós você é a maior pegadora do mundo da fama. Só que agora, passou vergonha na boate. — Disse o coreógrafo arrancando risadas de Normani e Aaron. 

— Vocês vão continuar com isso até quando? A garota não entendeu a minha atitude, estava com o namorado dela lá, super normal. Se eu soubesse um pouco mais dela, já tinha tentado outra vez. — Falei analizando minhas unhas enquanto os três gargalhavam incessantemente. 

— TENTARIA OUTRA VEZ? Essa gosta de apanhar. — Aaron disse em seu raro estado de humor, o que era difícil de acontecer. 

— "Vai safada, bate mais" — Harry afinou a voz para imitar o que a garota diria e fazia movimentos de tapas no ar com as mãos. 

— "Bate mais que eu gamo" — Normani completou quase caindo de sua poltrona e eu quase me joguei dali com a van em movimento e tudo, só assim eu pararia em um hospital e ficaria longe daqueles babacas.  

— Vão se foder todos vocês. Espero não ter que encontrá-los antes do show, se não eu juro que quebro um nariz. — Disse abrindo a porta do veículo assim que o mesmo parou no estacionamento do hotel. 

— Olha, ela está boladinha. — Disse Normani saindo logo depois de mim. 

— Banca de machona pra gente, mas ontem quando apanhou, ficou igual a um pinto molhado na chuva. — Harry disse e eu lhe lancei o dedo do meio, antes de entrar no estabelecimento. 



Havia acabado de chegar no hotel em São Paulo e estava na recepção fazendo o check in antes de subir para o quarto. O funcionário havia me entregado o cartão de acesso e o controle remoto para que eu pudesse abrir as janelas, ligar a TV, entre outras funções mais. Peguei o elevador e observei os três idiotas ainda rindo da minha cara como se estivessem assistindo o melhor filme de comédia de suas vidas, até a porta do cubículo se fechar completamente e eles sumirem de minha visão. 

Chequei as horas em meu celular e o mesmo indicava 20h15min, conclusão: Eu estava atrasada pra caralho para o show que iria se iniciar às 20h30min e não tive nem tempo de cochilar. Não daria mais tempo para nada, teria que cancelar tudo, teria que remarcar ou sei lá. Aaron iria ficar muito puto da vida com o meu atraso e... Ele também estava atrasado! Havia me desencontrado agora pouco dele na recepção. 

Havia algo de muito errado nessa história. 

A porta do elevador se abriu e eu praticamente voei para o quarto 312, passando rapidamente o cartão para que a porta se abrisse e me desse passagem. Minhas malas já estavam no centro do cômodo, — Não me perguntem como elas vieram parar ali — o que facilitou na hora de pegar as roupas e me virar para procurar imediatamente pela suíte, quando ouço o chuveiro ligando, como se tivesse alguém tomando banho. 

E tinha, porque eu não estava louca e nem ouvindo coisas. 

Meu coração se acelerou em meu peito e então respirei fundo antes de dar pequenos passos até o lugar. Abri a porta do banheiro e a imagem turva de uma mulher nua dentro do box se fez presente e então estreitei meus olhos para que pudesse enxergar aquilo melhor. Seria bom demais para ser verdade, chegar em seu quarto de hotel e ter uma mulher completamente nua em seu banheiro, tomando um banho daqueles. 

— Me passa a toalha, por favor. — A garota disse me tirando de meus devaneios e me encarava sem se importar com a minha presença.  

Se fosse uma pessoa qualquer eu, imediatamente, cancelaria o show já que estava atrasada, remarcaria para um outro dia e mudava todos os meus planos para aquela noite, mas não. Tudo o que eu fiz foi congelar diante da mulher e a encarar nos olhos, como se ela me devesse alguma explicação. 

— A toalha?! — Insistiu e eu a peguei pelo braço, arrastando-a para o centro do quarto sem me importar se ela estava nua ou se eu estava a machucando. 

— O que você está fazendo aqui? Por que você estalou um tapa na minha cara sem eu ter feito absolutamente nada? Por que você... não. Me diz seu nome, para começar? Eu preciso saber quem é você! 

— Precisa saber quem sou eu? Quem deve alguma explicação aqui é você, que me beijou sem mais nem menos na frente do meu namorado. Ele ficou irritado, sabia? — A garota disse se aproximando de mim e eu parei de respirar por alguns segundos.  

— Pouco me importa o seu namorado. — Peguei novamente em seu braço e apertei fortemente. — Que maldito tapa foi aquele que você me deu? 

— Gostou? Quer outro? — A garota perguntou mordendo o lábio inferior. — Aposto que sonhou a noite toda com... 

— OS MEUS AMIGOS NÃO PARAM DE ME ZOAR COM ESSA DROGA! — A soltei e pus as mãos na cabeça olhando para o teto do quarto encarando aquilo como um problema. 

— Você me usou. Foi uma garota muito má, Lauren! 

— Eu não sei seu nome. — Perguntei e a observei me dar as costas e caminhar de volta para o banheiro, provavelmente em busca de sua toalha. 

Pensei por alguns minutos antes de me apressar  seguindo-a e a encontrei secando os seus cabelos com um sorriso sacana nos lábios. Me encostei no batente da porta e observei seu corpo nu se movendo enquanto movimentava suas mãos com a toalha. Já a achava gostosa, nua em minha frente então, era o paraíso. 

— Me diz seu nome. — Pedi mais uma vez e a garota negou. — Por que não? 

— Na hora certa, você saberá? — Se enrolou no pano e se aproximou de mim com cautela. — Gosta quando te batem assim... — A mão da garota se espalmou agora do meu lado direito do rosto e eu gemi baixo de dor. Minhas mãos foram parar automaticamente em sua cintura apertando-a e a garota tirou lentamente. — Sem tocar. 

A morena se aproximou dos meus lábios depositando um selinho demorado no local antes de começar um movimento de sobe e desce com seus seios fazendo um atrito agradável nos meus enquanto eu lutava para não tocá-la novamente. 

Em um movimento brusco, a peguei em meus braços e a guiei para a cama enquanto a garota sorria entre os vários selinhos que distribuia pelo meu rosto e boca. Minhas mãos foram imediatamente em sua toalha enrolada ao corpo e arranquei mais que de imediato aquele maldito empecilho para então dar início ao que eu estava planejando fazer desde a noite da boate. 

A garota inverteu as posições ficando por cima de mim, me fazendo praguejar mentalmente e se levantou, como se não estivesse apta para o momento. A encarei sem entender sua atitude e a observei caminhar sem roupa para a porta que dava acesso à saída do cômodo. 

— Você não vai... — Comecei com as seguintes palavras quando ela fez exatamente o que eu estava duvidando: abriu a porta e pôs-se para fora completamente nua. 

Levantei-me rapidamente indo de encontro a porta para impedí-la, mas ouvi meu celular tocando e voltei para atendê-lo, porém não havia ninguém ligando. Era o som do despertador e só então quando abri os olhos percebi que nada daquilo era real. 

Eu estava em um fucking sonho erótico com aquela filha de uma mãe! 

Respira, Jauregui. 

Chequei as horas no celular que marcava 18h00 da noite ainda e graças aos céus eu não havia me atrasado. 

Por um lado eu me sentia aliviada por ter sido somente um sonho, mas o que mais me deixou intrigada foi o fato de que os seus toques, os seus beijos... sua imagem nua estava completamente viva em minha cabeça. Como se ela tivesse acabado de sair por aquela porta minutos atrás e tudo fosse real. 

— Porra de garota! — Gritei jogando o travesseiro em direção à porta do quarto e bufando frustrada. 

Agora, de uma vez por todas eu me sentia na obrigação de encontrar essa maldita onde quer que ela estivesse. 

CAMILA'S POV  

Durante toda a noite anterior, aquele maldito beijo que Lauren Jauregui havia me roubado não saia nem por um segundo da minha cabeça. Não por que era a Lord Jauregui, mas algo nela fez com que eu me sentisse melhor depois de todo aquele estresse que envolvia meu namorado e sua ex. 

Shawn e eu havíamos percorrido todo o caminho de volta sem trocar uma palavra se quer um com o outro e, em casa, falamos apenas o necessário antes de deitarmos para dormir. Quer dizer, ele dormiu, já eu, rolei de um lado para o outro encontrando alguma posição confortável mas nenhuma me parecia adequada. Não conseguia pensar em mais nada e em ninguém a não ser naquele momento e na pessoa que havia proporcionado aquela confusão toda em meu interior. 

FLASHBACK ON 

De repente tudo havia sumido. O lugar, a música alta e até a preocupação de Shawn com Mag. Meus olhos haviam se fechado e tudo o que eu conseguia fazer era sentir a sua boca na minha. A mulher havia me beijado sem mais nem menos, sem trocar uma palavra sequer me deixando completamente confusa. 

Suas mãos não se decidiam entre minha cintura e minhas costas e tudo o que eu mais queria era sentar sobre ela e aprofundar ainda mais aquilo, que por incrível que pareça, eu estava adorando. O jeito diferente como ela manuseava sua lingua estava me deixando cada vez mais fora de mim e só naqueles poucos segundos ela havia me levado ao céu sem ao menos me conhecer. 

O que havia levado Lauren Jauregui até mim e me beijado daquele jeito, sem mais nem menos, me pegando desprevenida? Ela era famosa, tinha quem ela quisesse nas mãos, uma menina bonita, com o mundo aos seus pés... O que levaria ela se aproximar de mim daquela forma? Uma menina de família pobre, que nem dos EUA era, com roupas de marcas desconhecidas e totalmente simples? 

E o que havia levado a cantora beijar uma mulher? Será que era lésbica de verdade? Será que EU era lésbica? Será que eu estaria me tornando uma através daquele beijo? E o pior de tudo: Eu estava gostando! 

De repente a culpa de uma traição, o peso do olhar de Shawn e todos aqueles pensamentos negativos voltaram em minha mente e eu decidi parar com aquilo o mais rápido possível. Sim  já tinha feito a merda, mas quanto menos estendesse aquilo, seria melhor para o meu subconsciente. Pisquei algumas vezes desejando que um pó de pirlimpimpim caisse sobre mim e me teletransportasse para a casa de minha mãe para que eu pudesse ficar sozinha em meu quarto. 

— Por que fez iss... 

Antes mesmo que ela terminasse a frase, reuni toda força que eu consegui e a atingi com um tapa do lado esquerdo de seu rosto. Quem ela estava pensando que era? Só por que é uma pessoa pública acha que pode sair beijando qualquer pessoa e ficar por isso mesmo? 
— Você é louca ou o que? — Perguntei a encarando nos olhos antes de sair marchando até onde Shawn estava, agora menos empolgado do que antes. — Vamos embora! 

Continuei com os meus passos para o lado de fora, sem nem olhar para trás e o esperei para que pudesse dar partida com o carro e me levasse dali o mais depressa possível. 


FLASHBACK OFF 



— V-O-C-Ê-O-Q-U-E??? — Perguntou Lucy andando de um lado para o outro sem acreditar no que eu havia acabado de contar sobre Lauren. 

E sobre Shawn: Ainda não tivemos a oportunidade de conversar oficialmente sobre o ocorrido. Para falar a verdade, eu estava com um pouco de medo dele tomar uma decisão radical e acabar com o nosso relacionamento de uma vez por todas. Querendo ou não, aquele beijo foi uma traição que mesmo eu tendo relutado no inicio,  me rendi depois, como se não tivesse outra escolha. 

— Lauren Jauregui me beijou. — Repeti novamente e a garota parou, me encarando. 

— Que? 

— Misericórdia Lucy, a Lauren beijou ela ontem, é tão difícil de entender? — Ally falou para a garota, que arregalou os olhos parecendo finalmente ter caído sua ficha. 

— A Jauregui? Tem certeza que era ela? Semana passada mesmo eu encontrei uma mulher igualzinha... — Balancei a cabeça afirmativamente enquanto ela falava — Não pode ser. Não sei se pulo de alegria ou se pulo no teu pescoço! 

— M-mas relaxa Lucy... Ela é toda sua, vocês vão casar, ter filhos, tudo o que você quiser e sonha como fã, mas eu não quero nada. Não significou nada, fique tranquila. — A garanti e ela soltou o ar que estava preso em seus pulmões. 

— Agora senta, Tereza! — Ally brincou e a garota sentou no sofá, mais calma. — Mas e o Shawn? Ele não foi com você? Viu tudo? 

— Foi comigo e viu tudo. Deus queira que ele não arrume minhas coisas e me coloque daqui para fora hoje. 

— Vocês ainda não se falaram? — Lucy perguntou e eu neguei. — Você sabe que pode ficar lá em casa, caso algo aconteça, não sabe? 

— Eu sei meninas. — Confirmei e abaixei minha cabeça um pouco triste. 

— Ei, ninguém vai te por pra fora daqui e ele não vai terminar contigo. Eu vou rezar e vai dar tudo certo. — Ally disse e eu sorri amigável. 

— Allyluia irmã. Deus há de ajudar a Camilinha e me ajudar a ter a sorte que ela tem de beijar aquela Deusa maravilhosa. 

— Sossega Lucy. — Disse Ally para a irmã. 

— Vá até a boate hoje. Vai que esse seja o seu dia de sorte. — Encarei Lucy com um sorriso esperto e ela me olhou tristonha. 

— Ela está no Brasil. Vai fazer um show promocional no Rio de Janeiro e em São Paulo e deve demorar uns três dias para voltar. Tudo o que eu queria no mínimo, era ir em um show daquela vagabunda pelo menos uma vez na vida. — Lucy choramingou arrancando risadas minhas. 

— Lucy não tem jeito. Como você xinga uma pessoa que você ama? Você sabe o que significa a palavra vagabunda? Por Deus! — Ally a encarou e a garota mostrou-lhe a lingua. 

— Coisa de fã Brooke, deixa pra lá. — Falei ainda sorrindo e as duas viraram a cara uma para a outra. 

— E depois do beijo? Você pediu uma foto? Um autógrafo? Abraçou a mulher? Disse que... 

— Não Lucy, eu dei na cara dela literalmente. — Falei calmamente e a garota se engasgou. 

— E você fala isso assim? Como quem diria "Ah, quem nasce na China é Chinês" ? Você tem noção de quem é Lauren Jauregui, Camila? — A garota choramingou novamente e eu franzi o cenho. 

— Para mim ela é uma pessoa normal. Que agiu errado e levou na cara por isso. E eu daria nas várias outras vezes que tentasse outra vez. 

— Mila, sem querer defender a mulher, mas você tem noção de que ela é Jurada do The Voice na qual você irá participar? Se ela implicar com você, é uma jurada a menos. — Ally disse preocupada e só então eu parei para pensar naquele detalhe. 

— Pode ser que eu tenha exagerado... Mas se ela me aprovar ou não, vai ser pelo meu talento ou não, gente. — Falei pensativa. 

— Ou não mesmo. Você feriu o ego da mulher. Tudo o que ela faz sai nos sites e se isso sair amiga... 

— Ai meu Deus, Lucy! Que droga. — Levei as mãos até os meus cabelos e me levantei do sofá mais nervosa do que antes. 

— Não é querendo te desanimar amiga, mas se ela não te aprovar, é por birra porque você canta muito. Todo mundo viraria aquela cadeira para você. — Lucy disse e eu a encarei perplexa enquanto Ally não conseguia pronunciar uma só palavra. — Não, não fique assim. Pensamento positivo, ok? Vai dar tudo certo. 

A garota levantou e veio ao meu encontro, me dando um grande abraço. Claro que eu não iria me deixar abater, mas aquilo havia me deixado um pouco intrigada. Respirei fundo e logo depois abracei Ally que retribuiu ainda calada, sorri para a mesma e a garanti que iria ficar tudo bem. Não era nada demais, afinal. Ou era? 

Eu esperava que não fosse. 

A porta da sala se abriu, relevando um Shawn mais exausto que o normal devido ao cansaço do trabalho — ou era irritação sobre o assunto que eu sabia muito bem qual era e que precisaríamos resolver antes que algo explodisse em mim. 

— Oi meninas. — Cumprimentou as duas e se aproximou de mim, me dando um beijo na testa. 

NA TESTA? 

— Bom, já estávamos de saída, não é Ally? — Lucy pegou a irmã pelo braço e a arrastou para a saida. 

— Claro, nos vemos depois então Mila? — A menor perguntou e eu afirmei, as seguindo até o portão principal. 

— Tenho que resolver umas coisas pendentes do café com Lucy, mais tarde eu passo lá, certo? — As duas concordaram e se despediram de mim, antes de virar a rua e desaparecerem completamente das minhas vistas. 

Fechei o portão e logo depois entrei para a casa. Shawn não estava na sala como eu pude perceber e provavelmente estaria no quarto ou tomando banho. Eu preferia acreditar na segunda opção, já que iniciar uma discussão no quarto era uma idéia péssima e eu odiava aquilo. Odiava brigar com ele e odiava ficar mal com ele porque era com ele que eu me sentia bem. 

Esperei por volta de sete minutos — Tempo necessário que ele levaria para tomar um banho — E decidi adentrar o quarto e acabar de uma vez por todas com aquela agunia. Ele estava apenas de Boxer, virado para a janela e secando seus cabelos com a toalha. Aquela visão era uma das minhas favoritas e vê-lo daquele jeito, sem estarmos bem um com o outro me deixava para baixo. 

— Shawn... — Pigarreei e ele olhou para trás momentaneamente, me encorajando a seguir em frente. 

— Precisamos conversar, Cabello. — Arrancou minhas palavras e eu abri a boca algumas vezes na tentativa falha de falar alguma coisa, mas tudo o que eu fiz foi me sentar na cama e esperar pelo momento certo para começar aquilo. 


Notas Finais


:)

~RGBS


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