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História The Kids Are Alright - AU Drarry mpreg - If I could change your mind, I would hit the ground running


Escrita por: nyymeria

Capítulo 22 - If I could change your mind, I would hit the ground running


Scorpius acordou com alguém de respiração pesada puxando seu cabelo. Pensou em gritar de susto, mas o alguém tossiu alto e tirou toda e qualquer dúvida de que era um fantasma. O garoto se virou e viu Albus sentado no colchão posto pelos seus avós, ao lado dele. O do meio tossia e respirava com bastante ruído, deixando o outro um pouquinho apavorado. 

- Al? Quer que eu chame seus avós? – Albus negou, Scorpius mexeu as mãos em agonia. – O que eu faço, então? 

O moreno apontou para em cima do guarda-roupa de solteiro. Havia um inalador cor de rosa em formato de elefante, lá. Não era a primeira vez que o menino tinha crises asmáticas durante a noite, então quase sempre cuidava disso sozinho. Excedendo quando sua respiração estava muito assustadora, o que não era o caso nesse momento. 

Scorpius pulou do colchão, agradecido pelos avós de Albus serem tão atento em ter um nebulizador em casa. Arrastando uma cadeira e centralizando próximo ao armário, subiu cuidadosamente e tirou o elefante rosa do seu lugar. Saltou da cadeira com um salto. 

- E agora? – Perguntou, se ajoelhando ao lado de Albus.

- Meu pai... coloca o remédio no bolso (respira) de fora... de fora da mochila. – Scorpius fez com a mão para que ele parasse de falar. Céus, o garoto jurou para si mesmo que iria passar toda sua vida procurando a cura para a asma de Albus. 

Dentro da mochila havia as medicações, por fora – Amém, Harry. – havia o número da dosagem correta. Scorpius fez tudo com atenção, colocou o nebulizador na tomada e suspirou feliz quando a conhecida fumaça branca saiu da máscara. Essa que foi parar no rosto de Albus logo em seguida. 

Scorpius ficou de lado para o garoto enquanto observava seu peito descer e subir ritmado, os olhos flutuando de sono, deveria ser cansativo passar por aquilo. Sua mão se esticou para segurar a livre de Al que apertou forte, sorrindo atras da máscara. 

- Obrigado. Pegou a Penélope bem a tempo. – Disse, a voz claramente abafada pelo aparelho. 

- Peguei quem?! – Será que ele havia aumentado demais a dosagem do medicamento e agora Albus estava tendo alucinações? 

Mas ele soltou a sua mão e apontou para o elefante rosa que vibrava sobre o colchão. 

- Penélope. Meu nebulizador. 

Scorpius abriu a boca soltando um grande “aaah” de compreensão, ele nunca iria imaginar que havia um nome. Albus agora virava seu rosto para o lado, realmente cansado. Sempre dormia em meio medicação, então não foi surpresa em alguns minutos mais tarde ele estar ressonando calmamente. O loiro retirou a máscara de seu rosto, ainda havia medicação, mas o outro garoto já havia caído em um sono ferrado. Desligou Penélope, mas não voltou o aparelho para o lugar. Deixou em cima da cômoda. 

Pensou em voltar para a cama, mas toda aquela emoção o havia deixado acordado demais para voltar a dormir. Talvez ele devesse tomar um copo d'Água e ir ao banheiro. Antes de sair do quarto, foi até a sua mochila e a fechou por completo, o zíper estava mostrando sua pasta que agora ele carregava para todo o canto. Albus vivia perguntando o que era, mas o loiro apenas respondia que eram alguma papéis bobos, desenhos e rascunhos do seu pai. Mentira. 

O conteúdo daquela pasta era importante, era algo que Scorpius tinha que ter dado a seu pai no momento em que tinha colocado as mãos. O medo falou mais alto, ele não queria de forma alguma que o estivesse no papel fosse verdade, então apenas o guardou em uma pasta empoeirada que ele encontrou no sótão e agora a carregava por onde fosse. 

Scorpius caminhou pelo corredor longo do banheiro até a cozinha, parou até a metade porque a luz estava acesa. Quem será que estava lá? Torceu para que não fosse James. O garoto estava com um péssimo humor e novamente com a mania de provocá-lo. 

Felizmente quem ocupava uma das mesas das bancadas era Lily, Vovó Potter, e ela estava debruçada sobre algum livro. O pequeno Malfoy se aproximou devagar, os pés descalços se encolhendo no piso gelado. 

- Oi! – Se pronunciou baixo, ficou pensando se Lily iria conseguir escutá-lo. 

A mulher percebeu a voz infantil invadir seus ouvidos e olhou por cima do livro. Seu sorriso era quente e familiar. Era o mesmo sorriso de Harry. 

- Problemas pra dormir? – Perguntou terna. 

Scorpius entornou a boca, não era bem um problema para dormir, imaginou se contasse o quer havia acordado preocuparia Lily. Resolveu deixar para lá. Albus estava bem e dormindo de qualquer forma. Se sentou na cadeira ao lado. 

- Certo, talvez um chá bem docinho te ajude. Ou você prefere um chocolate quente? – Ofereceu, colocando o livro de lado enquanto falava. 

- Eu posso?! – Os olhos do pequeno brilharam. Seu pai não deixava que ele ingerisse açúcar antes de dormir. 

Vovó Potter riu da expressão de surpresa e felicidade do menor, e estalou um beijo em suas bochechas rosadas. 

- É claro que sim, além do mais, meu chocolate quente afasta todo tipo de coisa ruim. Você vai conseguir dormir facilmente depois de tomar uma caneca. 

Scorpius sorriu, balançando suas pernas em cima da cadeira. Enquanto ele observava Lily mexer nos armários e fogão, ficou pensando se seria muito ruim ele contar seu segredo a ela. Não parecia que sairia correndo para seu pai e fazer fofoca, talvez ela entendesse... Oh, sim! Talvez ela o ajudasse. 

Momentos depois, a caneca estava a sua frente soltando fumaça. Tomou um gole pequeno e sentiu todo seu corpo, inclusive seus pés gelados, ficarem mais aquecidos. Estava doce mas não a ponto de enjoar e tinha pequenos pedaços de marshmallow dentro. Isso já fez o coração de Scorpius ficar menos pesado. Lily também tinha uma caneca e deu piscada por cima dela para o garoto. 

Ele respirou fundo e decidiu falar.

- Lily? 

- Hum? 

Se remexeu na cadeira. Lily tinha aquele olhar profundo, intimidava um pouco. Scorpius abaixou o olhar e sabia que suas próximas frases sairiam um pouco gaguejadas. 

- Se... Se vo-você, tivesse algo para contar a alguém, mas estivesse com medo do que vai acontecer depois. O q-que você faria? 

Ele se arriscou a olhar rapidinho o rosto de Lily, que agora estava pura calmaria. Ela bebeu um pouco do seu chocolate.

- Essa pessoa é alguém que você confia e ama muito? – Scorpius balançou a cabeça afirmando. Lily abriu um sorriso. – Então não precisa temer, seja o que for, a pessoa vai entender o que você fez. 

Scorpius mordeu o lábio. Ela não poderia saber sem saber do que se tratava. 

- Posso te mostrar o que é? – Os longos cílios batendo em espera. Lily pousou a caneca e murmurou em afirmação. 

Rapidamente escorregou da cadeira e percorreu o corredor mais uma vez até o quarto. Abriu a porta devagar, Albus ainda estava no colchão dormindo, assim como Lily na cama de cima. Suas mãos percorreram no escuro sua mochila e de lá a tal pasta com o segredo. 

Voltou para a cozinha, Lily já estava recolhendo as canecas mas se sentiu novamente quando o menino colocou a pasta em suas mãos. Ela o olhou, suas bochechas ficando mais uma vez vermelhas. Tudo bem, ele pensou, Vovó Potter vai entender. 

Os olhos verdes percorreram o papel, um grande suspirou foi soltado e isso fez o coração de Scorpius perder uma batida. Mal, essa reação era ruim. Em seguida a mão de Lily foi até a testa e sua expressão era preocupada. 

Com certeza aquilo não era bom. 

Scorpius sentiu seu chocolate quente querer voltar do seu estômago. 

- Você  precisa mostrar isso a Draco, querido. Esconder só vai piorar toda a situação de vocês. – Aconselhou assim que deixou de analisar o papel. 

Lágrimas quentes começaram a irritar os olhos do garoto que imediatamente foi pego nos braços macios da Vovó. Sua cabeça pousou no ombro da mulher que percorria com as mãos as costas da criança. Vai ficar tudo bem, ela dizia, mas para o pequeno em seu colo tudo estava começando a piorar. 

-x- 

Scorpius observava seu pai escrever em sua sala. O garoto estava parado na porta, sendo o mais silencioso que podia, a pasta nas mãos. Ele tinha resolvido contar no dia seguinte, mas todos estavam tão animados com o aniversário de Vovó Lily e com a barriguinha de Draco que estava crescendo a cada dia, que o garoto resolveu esperar toda a euforia de bolo e conversas sobre bebês passar. 

Seu pai digitava e se encostava na cadeira, os dedos esfregando os lábios enquanto lia tudo o que fazia escrito. As vezes tomava um gole de suco, acariciava a barriga e limpava os óculos de descanso na blusa marrom clara larga. Scorpius pensou se era melhor ele voltar mais tarde, mas foi surpreendido. 

- Suas pernas vão ficar cansadas de ficar em pé ai, petit. 

Draco se virou com a cadeira e chamou o garoto para perto em um aceno das mãos. Devagar e inseguro, Scorpius se aproximou do pai, uma sobrancelha levantada o encarou. 

- Papa, eu uma coisa pra te mostrar. – Pensou que se falasse logo seria mais rápido de tudo aquilo passar. Estendeu a pasta para seu pai, apenas. Os dedos longos e finos do outro seguraram a pasta plástica com pequenos mickeys nela. Scorpius escondeu o rosto entre os braços, se apoiando na mesa, ele não queria ver aquilo.

O documento era de duas semanas atras. Tinha o nome de Draco, assim como o de Scorpius e Astoria, as assinaturas de advogados e do juiz da vara familiar do estado de Nebraska. Sua ex mulher mais uma vez entrou com um pedido de guarda. O grande problema agora era que, Astoria parecia alegar ter uma vida muito mais estável no momento. Ela alegava que Scorpius teria uma família tradicional, - isso o deixou levemente enjoado. – além de uma casa onde ele pudesse crescer e amadurecer como ele devia. 

As últimas linhas foram cruciais. As testemunhas que assinaram eram, além de Nick, o atual marido de Astoria, era sua própria mãe. Aquilo atingiu Draco com mais força que ele poderia querer, ele sabia que era tudo por causa do bebê que ele estava esperando e por mais uma vez afrontar as vontades de Narcissa. 

Ele iria perder Scorpius, precisava fazer algo. 

O garoto ainda estava com os braços cruzados sobre a mesa, o rosto escondido. Draco o puxou e pode ver seu rosto vermelho, ele chorava quietinho por medo da bronca e de ter estragado tudo. Com um pouco de dificuldade diante das mudanças em seu corpo, Draco o pegou no colo, o abraçando o mais forte que podia. 

- Não se preocupe, ninguém vai te tirar de mim. Entendeu? 

- Promesses pour moi. – A voz fraca quebrou o coração de Draco em muitos pedaços.

- Oui, Petit. Eu prometo. 

-x- 

- Harry Potter, eu não acredito que você fez isso! 

Draco estava prestes a por as mãos naquele pescoço que ele tanto amava e torcer até que o rapaz a sua frente parasse de respirar. 

Depois ele o colocaria no oxigênio e beijaria as marcas dos seus dedos. 

Mas sério, Draco estava muito, muito irritado com Harry naquele momento. 

E o cretino apenas observava Draco surtar, comendo cereal como se nada na vida fosse mais importante do que seu estômago vazio. 

- Você disse que não queria saber! – Se defendeu com a boca cheia. 

Draco jogou um guardanapo na cara do rapaz. 

- Tenha modos, Potter. Engole antes de falar. – Suspirou. – E eu realmente não queria saber! 

Harry pousou a tigela de cereal na pia e limpou a boca com a manga da camisa. Draco grunhiu para ele. 

- Você não precisa abrir se não quiser, Draco. 

O exame estava em cima da bancada, como se fosse uma muralha entre eles. Era a última ultrassonografia de Draco e nessa eles poderia descobrir o sexo do bebê. O que ambos concordaram em saber só na hora do parto, mas Harry – bendito seja – trouxe o exame para casa e agora Draco estava se coçando inteiro para saber. 

Droga! Além dos hormônios estarem bagunçando tudo, Potter não deixava as coisas mais fáceis e menos fáceis agora que ele estava rindo daquele jeito adorável e segurando o rosto de Draco com as mãos, deixando beijos por todo o rosto vermelho de irritação. 

- Eu sinto muito. Vamos esconder ou jogar fora, tudo bem? Você quer esperar, então vamos esperar. – Draco respirou fundo, acenando com a cabeça, ele não poderia resistir muito tempo aos beijos de qualquer forma. 

Uma de suas mãos puxaram Harry pelo suéter e seus lábios beijaram os dele suavemente. A risada feminina acompanhada de vozes de criança tensionou o corpo de Draco mais uma vez, tanto que ele mordeu a boca de Harry sem querer. 

- Ai! – Reclamou.

- E com ela? O que vamos fazer? 

Pansy havia chegado na fazenda naquela manhã. De mala e uma ideia de fazer Draco se casar a qualquer custo.

- Ela só quer ajudar. – Harry riu. 

Pela janela eles conseguiam ver as crianças correndo atrás da tia Pansy, e estavam tão agitadas como se a mulher fosse a melhor coisa que já aconteceram com elas. Draco suspirou, os ombros caídos e um bico formado nos lábios. 

- Vocês estão me pressionando. – Choramingou. 

A mão quente de Harry tocou seu rosto. 

- Não estamos. Se você conversar com ela sua decisão, ela vai entender. 

Acontecia que Draco já não estava mais tão certo sobre não oficializar aquela união. Principalmente depois das outras cartas que vieram e da ligação de Astoria na noite anterior. Ela implorava para que Draco fosse amigável e apenas entregasse Scorpius para ela. Completou que na situação que ele estava, não iria querer colocar a gravidez em risco passando por um processo. 

Além do que, ela estava em vantagem. Todos os pontos de uma mulher casada e estabilizada contra Draco, pai solteiro, grávido e morando com alguém que não era oficialmente seu companheiro. 

- Ei você... – Harry o chamou, olhar intrigado. Ele ainda não sabia de toda aquela situação. Draco precisava parar com a mania de esconder as coisas. 

- Pansy não está aqui só por que eu liguei falando sobre o anel que você me deu. – Disse, rindo um pouco com seu embaraçamento. Harry se afastou, cruzando os braços para o rapaz.

- Ah não? – Draco negou com a cabeça. 

- Não. – Suspirou. – Ela está aqui também por isso, mas porque Astoria a procurou, para que ela testemunhasse contra mim. Para tirar Scorpius de mim. Ela veio aqui pra me convencer a me casar com você porque assim eu poderia estar no mesmo nível que Astoria, e seria uma disputa justa... céus eu odeio falar do meu filho como se ele fosse um prêmio ou coisa parecida. 

Harry não parou para pensar na resposta que para ele parecia o mais óbvio. 

- Então vamos fazer isso! Draco, se a gente pode se casar e você ficar com Scorpius então vamos nos casar! 

- Harry, eu não vou me casar por interesse. 

- Por Deus, Draco. – Riu. – Nos amamos, você está esperando um bebê e já moramos juntos. É só um papel assinado que pode mudar o rumo da vida do seu filho. 

Juntar o útil ao agradável, como dizem. 

Draco parecia desconfortável, ainda parecia que ele estava roubando algo da vida de Harry, invadindo e não parecia bom. Ele nem era bom marido, para começo de conversa. Ele olhou pela janela, Pansy estava esmagando o rosto de Scorpius em um beijo. Ele amava tanto a tia, amava morar ali. Draco não queria que ele fosse embora e perdesse tudo aquilo. Seus olhos cruzaram com os de Harry de novo. 

- Você tem razão, eu acho. 

- Eu sei. – Respondeu cheio de si. Draco empurrou seu ombro com a mão. 

- Então você se casaria comigo, Harry Potter? 

O moreno riu, a cabeça caindo para trás, antes de responder com um sorriso. 

- Eu claramente me casaria com você, Malfoy. 

-x- 

Era de se esperar que Pansy não iria ficar satisfeita com um jantar em comemoração, muito menos que eles se cassassem apenas no civil e ficasse por aquilo mesmo. Oh não, ela não tinha viajado dentro horas de trem para algo simples. 

Por isso Draco observava pela janela, toda a decoração de flores do lado de fora. Estavam com sorte, um dia de sol em pleno outono. Era quase fim de tarde e quase todo mundo havia chegado. Os pais de Harry, Dean e Seamus com a pequena Honey, oh, os Weasley estavam lá, menos de Ron e Hermione que infelizmente não conseguiram um voo de última hora da Austrália.

Harry choramingou a semana inteira por causa disso. 

E uma surpresa. No meio de todos os amigos e familiares, uma única cabeleira comprida louro exagerada estava entre eles. No colo, mais surpreendente ainda, uma garotinha de cabelos vermelhos selvagens e ela estava muito interessada na trança embutida que Lucius estava usando. Draco nunca imaginaria que seu pai viria no seu casamento com Harry. Ele havia convidado ele e sua mãe, mas diante do silêncio que eles fizeram, imaginou que o único Malfoy presentes seriam ele e Scorpius. 

Precisava se juntar ao pessoal lá embaixo. Ele já estava bem atrasado, acontece que ele havia subido para acalmar o nervosismo e a dor que sentia embaixo da barriga. Suava por dentro da roupa pela intensidade da dor, era surpreendente forte. Nunca havia sentido uma cólica com aquela intensidade. Estava a ponto de chamar Harry quando a porta do quarto se destrancou e Lily, a mais velha, entrou pelo quarto. 

Ela usava um vestido longo, rosado que deixava seus cabelos ainda mais vivos. 

- Draco? 

- Aqui! – Sua voz saiu mais como um gemido quando mais uma ponta de dor o atingiu. 

Aquilo não poderia estar acontecendo, hum? Era o dia do seu casamento, ele já estava preocupado em não ser um bom marido e agora nem ao menos conseguia se mexer até o altar. 

Lily correu ao seu encontro, levantando o vestido enquanto caminhava, quando segurou a mão do rapaz sentiu o gelo nos dedos. Ele também estava mais pálido do que o habitual. 

- O que aconteceu? 

- Cólicas, eu sempre as tenho mas hoje... hoje parecem estar piores. 

Lily abriu a boca em compreensão e tentou se manter mais calma para não apavorar o rapaz. 

- Eu também tinha muitas cólicas quando esperava Harry. - Confessou, fazendo Draco se sentar na tampa do vaso sanitário. - Elas também me assustavam horrores.

Draco riu com a expressão entre um soluço. Lily puxou um lenço de papel para limpar o rosto alvo do rapaz, respirando fundo e soltando o ar. Os olhos cinzas se levantaram até entender a mensagem e imitar a respiração da mais velha, que continuava a secar seu rosto com delicadeza. 

- Muito bem, você está indo bem, Draco. - Sorriu. 

Com um movimento de cabeça o rapaz continuou a respirar, ainda doía muito mas ele estava disposto a não deixar que algo pior acontecesse, precisava que tudo desse certo aquela noite. Lily não perdia o contato visual, o que só ajudou, ter olhos tão familiares era toda a segurança que ele precisava agora. 

A de cabelos vermelhos jogou o papel molhado na lixeira, e ajeitou os cabelos do rapaz que parecia muito melhor do que antes. Um alto suspiro saiu dos lábios de Draco que os abriu novamente para agradecer, mas foram uma de suas inseguranças vieram à tona. 

- Você acha que eu consigo ser um bom marido para Harry apesar de tudo? 

Lily gargalhou levemente com a mão sobre a boca. Draco levantou a sobrancelha, seu rosto ganhando um tom de vermelho ainda mais forte do que pelo choro. 

- Me desculpe. - Pediu se acalmado. - É que essa pergunta não faz o menor sentido pra mim. 

Ela estava sorrindo mas Draco apenas não conseguia retribuir. Era uma pergunta séria! 

Um fio de cabelo despencou como uma flor murcha em sua testa e as pequenas mãos já estavam novamente em sua cabeça para arrumar. A cólica era apenas uma onda fraca agora. 

- Quando Harry te viu pela primeira vez, na escola, ele chegou em casa dando círculos em volta dele mesmo. - Contava, segurando uma escova em uma das mãos. - Eu só havia visto Harry animado assim quando ia jogar futebol com James e quando começava seu desenho favorito na TV. 

A lembrança de Harry com dez anos arrastando Draco para assistir He-Man o atingiu como um trem. Sentiu vontade de chorar de novo.

- Eu sabia que ele tinha encontrado alguém especial. Mas eu só soube mesmo quando ele me perguntou se era possível aprender uma maneira de manter alguém na nossa vida pra sempre. 

Os olhos de Draco começaram a esquentar de novo. Segurou os lábios firmes um no outro, enquanto encarava sua então sogra que balançava a cabeça também querendo deixar as lágrimas tomarem conta. 

- Ele só tinha dez, Draco e já sabia que era você quem ele queria pro resto da vida. Você está indo bem. Não existe ninguém no mundo que te ame mais que Harry, certo? Sem mais medos, isso tudo te pertence. 

Draco precisou abraçá-la. Sentado, agarrado na sua cintura. Sentiu as mãos pequenas o envolverem, uma delas se enroscando no final dos seus cabelos. 

- Agora vamos descer? Seu pai e James estão sentados lado a lado, eu não quero que além de casamento nós tenhamos que passar por uma perícia policial. 

Draco gargalhou com força. Definitivamente não era muito saudável deixar o tagarela pai de Harry tentar amizade com Lucius, já tinha sido um passo grande ele ter vindo. 

Respirou fundo ao se levantar, praticamente com a dor zerada. Tudo bem, ele estava pronto. 

 -x- 

A cerimônia emocionou a todos. Ninguém sabia que Harry conseguia expressar tão bem seus sentimentos e os votos que ele havia feito para Draco foram profundos e tocou a todos. Tudo estava lindo, parecia que uma grande nuvem de paz e amor estava em volta de onde estavam. 

Lucius veio se despedir no final da cerimônia. Ele não poderia ficar até o final, inclusive estava lá escondido da esposa que acharia o cúmulo ele apoiar Draco em um casamento com Potter. 

- Eu não poderia deixar de vir. Me perdoe por não poder ficar mais. 

- Está tudo bem, pai, de verdade. – Respondeu simplesmente, ele ainda não tinha muito o que dizer. Era chocante seu pai estar ali. 

Lucius fez menção que iria por a mão na barriga protuberante do rapaz, mas se manteve e no meio de tudo isso, sua nova amiga Lily veio correndo em sua direção e abraçou suas pernas. 

- Você já vai?! – Disse ofegante, todo o penteado que a Pansy havia feito com tanto cuidado, completamente destruído. 

- Oh... sim, eu preciso ir, querida. – Disse, ainda desconcertado com a pequena bola de entusiasmo presa nas suas calças. 

- Não! Fica! Eu ainda preciso te mostrar meu ‘caco de pelúcia! – Choramingou. Draco interveio, puxando o pequeno braço do aperto em seu pai.

- Tudo bem, Lily. Eu brinco com você, certo? 

Lily concordou triste. Brincar com Draco era sempre super divertido, mas ela queria que Lucius viesse também. Ela se virou para o homem mais uma vez.

E agarrou suas pernas.

- Você vai voltar? 

- Oh... Sim, eu posso voltar em uma outra ocasião. 

- Você precisa. Nós vamos ter um bebê! 

A mudança repentina de assunto e a empolgação na voz da pequena fez Lucius soltar uma risada. Coisa que Draco não via desde que era muito criança. Com certeza aquela menina tinha algum tipo de poder especial. 

- Eu sei! E ele ou ela terá muita sorte em ter uma garotinha incrível igual a você como irmã. 

Lily gargalhou, a cabeça indo para trás da mesma forma que Harry fazia, percebeu Draco. Lucius se despediu dessa vez de uma vez. Tanto a garotinhas como o filho acenaram para ele, até o carro se perder de vista. 

Uma vez que voltaram para festa, Draco precisou dar atenção a todos que sentiram sua pequena ausência. Principalmente Blaise e Pansy que estavam muito interessados na presença surpresa do pai de Draco, no caso mais Blaise. Pansy estava mais concentrada em ser a primeira pessoa para que o bebê se mexesse. 

- Por que, bebe? Por que não quer me dar essa felicidade de ser a primeira? - 

- Talvez ele ou ela só esteja com preguiça. Foi um dia agitado. – Explicou.

- É claro que é preguiçoso. Ele é metade Potter. – Disse Blaise em meio a sua taça de vinho, ganhando um soco leve de Pansy no braço.

- Não fala assim do meu nenê! – Chiou. 

- O que? Chamá-lo de Potter? 

- Não! Chamá-lo de preguiçoso! 

A discussão de seus amigos foram ficados cada vez mais longos conforme Draco percorria os olhos pelo lugar. Ele ainda não havia tido nenhum momento com Harry e isso estava começando a incomodar, mas além dessa ausência, outra pessoa que ele não havia visto direito até mesmo antes da cerimônia também o deixou um pouco preocupado. Ele se levantou, deixando seus amigos continuarem a boba discussão e se levantou para procurar James. 

Teddy estava com Victoria e Molly Weasley. O que significava que James estaria escondido em algum lugar. O celeiro estava fechado, assim como como o estábulo e não havia nenhuma chance do rapaz estar no chiqueiro. 

A casinha dos coelhos tinha a luz acesa. Draco resolveu ir até lá. E como imaginado, James também. Sentado chão, a roupa impecável, é um coelho gordo e malhado no seu colo. 

- Se escondendo? 

Ficaram um pouco em silêncio, Draco se sentou ao seu lado, sem se importar em sujar as roupas. 

- Teddy e Vic estão lá fora. Não quero ficar no mesmo ambiente. – Disse, o tom era um pouco triste. Draco acenou com a cabeça.

- Seu pai está te procurando, ele quer uma foto de toda a família. - Disse baixo, a cabeça torta para tentar enxergar o garoto melhor. Mentiu, porque sabia que se dissesse que estava preocupado, James faria pouco caso dele. 

O coelho gordo rolou do colo de James de tanto sono, as mãos do garoto foram mais ágeis voltando o bichinho para o seu lugar. 

- Não faço parte da família. - Respondeu, as mãos coçando as grandes orelhas peludas. 

- Claro que é. Você é uma das partes mais importantes dela. - James lhe deu uma olhada furtiva, que fez as rugas da testa de Draco se juntarem em alerta. 

- Não sou. Tudo mudou e eu não faço mais parte disso. Vou morar com meus avós, falo com meu pai amanhã.

Ficaram em silêncio. Draco mastigou as palavras, a mágoa nelas e os sinais físicos do garoto a sua frente. Ele precisava de alguém, James havia perdido coisas demais e tudo mudava rápido demais para o seu próprio bem. Só precisava entrar naquela casca, tinha que haver uma maneira.

- Eu não sou seu inimigo, Jay. - Começou em um sussurro. O garoto o encarava de canto de olho, isso lhe motivou a continuar. - Quero ser parte da sua família, viver isso com você. 

- Você não pode subst-- 

- Eu nunca vou e nem poderia substituir Ginny. Eu sou diferente, mas podemos ser amigos. Amo seu pai, seus irmãos assim como você os ama também, isso é muito em comum, não acha? 

Silêncio. James está encarando o pelo malhado do seu coelho. 

- Só quero estar aqui por você. Fazer essas bobeiras de te ajudar com dever, te levar ao cinema, te ajudar com os garotos. Céus, eu quero te ajudar a dar uma lição em Teddy. James, eu só preciso que você confie em mim e me de uma chance, eu gosto muito de você. Não faça parecer algo que não é. 

Silêncio. Um muito maior que antes. Mas dessa vez, James tem os olhos marejados e um soluço escapa de vez em quando. 

- Eu quero morar com meus avós. - Teimou. 

- Você vai quebrar o coração do seu pai, James. 

O garoto dá de ombros, largando o coelho devagar sobre o feno e se levantando. 

- Ele tem você e o bebê. Nem vai perceber que fui embora. - Estendeu a mão para que Draco se apoiasse ao se levantar. - Vamos, temos uma foto de família pra tirar. 

Draco aceitou a mão e o seguiu, torcendo para que aquelas ideias sem fundamento deixasse a cabeça do garoto. 

-x- 

O loiro realmente achou que no dia seguinte, James iria se esquecer da ideia de ir embora e eles finalmente iriam conseguir se entender como uma família. Por isso não sentiu necessidade em contar para Harry a conversa e se deitaram na cama como se nada tivesse acontecido. Fora uma noite de núpcias incomum, tiveram que colocar as três crianças menores que não queria dormir de forma alguma, na cama depois de muito esforço. No fim das contas eles não tinham nenhuma força além de se agarrarem na cama. Mas para capotarem no sono em minutos. 

No dia seguinte, Harry se levantou cedo. O rapaz havia se esquecido de fazer compras para a casa e não havia nada nos armários e geladeira. Draco não havia entendido muito bem por conta do sono, mas ele disse que estaria em casa antes das onze. 

Tempo exato em que James fez as malas e foi embora.

Draco acordou com a campainha. Ficou surpreso em ver James Potter, o avô, na porta. Ele parecia tão cansado e sonolento quando o loiro, mas ainda assim o abraçou forte como sempre.

- Achei estranho James ter pedido para buscar-lo tão cedo. Você sabe porque Harry quer que ele passe uma temporada conosco? – Perguntou, se servindo de uma caneca de café que ele mesmo preparou pouco depois que chegou. 

Draco engoliu seco. 

- Acho que isso não foi bem ideia de Harry, Sr. Potter. – O homem arregalou os olhos por trás da caneca. 

- Não? Então eu deveria falar com Harry antes de levá-lo? 

- Acho que o senhor deve levá-lo. – Disse Draco com cuidado. – Vou conversar com Harry antes e mais tarde iremos buscá-lo. Deixe ele pensar que todo o plano deu certo.

James pareceu um pouco preocupado. Mas entendeu o ponto de vista do genro. Conhecendo o temperamento do neto era capaz que ele fugisse para um lugar desconhecido. Não era o momento de ter as coisas piores. 

O garoto não demorou para descer as escadas, com as malas e cansaço no rosto. Demorou para dormir, como todos. Cumprimentou seu avô e se despediu de Draco, como se estivesse indo para a aula e voltasse na hora do almoço. Vovô Potter, prometeu ligar quando chegassem em casa. 

Draco esperou Harry retornar das compras com um buraco no estômago. Ele não sabia o que dizer ao marido. Que belo primeiro dia de casados. 

O moreno chegou esbaforido e falante, tinha um raio de felicidade em seu rosto mais forte que o sol desmontando o coração de qualquer um que soubesse o que havia acontecido na casa. 

- Oi doce. – Draco cumprimentou o encontrando na cozinha. Ele ganhou um daqueles sorrisos bonitos em resposta. 

- Me desculpe, demorei mais do que imaginei. Mas olha, achei o cereal favorito do James, lembra que não estava mais vendendo? – Disse balançando a caixa no ar. – James! 

- Harry, eu preciso falar uma coisa. 

- O que? – Perguntou desinteressado, chamou o filho mais uma vez. – James! Eles ainda estão dormindo? Vou acordar esses preguiçosos. 

O moreno passou por Draco em direção às escadas. 

- Doce, James não está lá em cima. 

Harry se virou para o loiro, confusão em seu rosto.

- E onde ele está? 

Draco engoliu seco, se arrependendo de ter deixado James levar o neto antes de Harry chegar. 

- Ontem James me contou que não quer mais morar conosco. Seu pai veio buscá-lo hoje cedo. 

- Como que é? 

O tom de voz fez Draco vacilar um pouco, mas manteve a voz firme. 

- James foi embora, Harry.


Notas Finais


Oi 👋🏻

Desculpa pela demora, eu fiquei um pouco sem tempo :(

Espero que tenham gostado dessa att e me desculpa qualquer errinho.

All the love,

Nyme.


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