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História The Kids Are Alright - AU Drarry mpreg - This time I'm not leaving without you


Escrita por: nyymeria

Notas do Autor


OLHA EU AQUI DE NOVOOOOOOOOOOOOOOO

Só porque vocês estão reagindo super bem a essa fic e ela é a minha queridinha.

Os comentários de vocês derretem meu coração, gente, eu só queria beijar vocês todinhos e apertar bem forte.

Boa leitura!

Capítulo 5 - This time I'm not leaving without you


Era difícil para Scorpius ficar longe do pai. Ele se sentia completamente desnorteado e sozinho sem o homem por perto, sentia falta até mesmo das broncas e da insistência dos vegetais na hora do jantar. 

 Quem nesse mundo pode gostar de rabanetes afinal? 

 Hoje, porém, Scorp vai precisar soltar o laço um pouco, era o fim de semana de Astoria, sua mãe. A criança odiava ficar presa naquele condomínio exageradamente luxuoso da mãe, sem a atenção da mesma que passava a maior parte do tempo trancafiada no escritório desenhando mais uma nova coleção de jóias. Era entediante ficar jogado no sofá assistindo Pokemon por quase 48 horas seguidas. 

 Além disso, Astoria não deixava que naquele tempo o garoto mantivesse nenhum tipo de contato com o pai enquanto estivesse com ela. Houve uma vez que Scorpius chorou durante uma noite inteira, porque queria escutar a voz de Draco pelo telefone antes de dormir, ele precisava disso para diminuir a saudade mas foi impedido pela mulher que não aceitava que o amor de seu filho pelo pai fosse maior do que o pequeno deveria sentir por ela. 

 - Eu prometo que vai passar rápido. - Escutou o pai dizer enquanto arrumava sua mochila, que com certeza iria voltar intacta. Outra regra de Astoria era que Scorpius não podia usar nada que era da casa do pai, nem mesmo suas cuecas. 

 Mas para Draco aquele ritual de colocar cada coisa favorita de Scorpius dentro da mochila era um lembrete de que ele tinha para onde e para quem voltar, que seu pai sempre estaria esperando não importa para onde ele fosse. 

 - Eu não gosto de ficar naquele quarto. Tenho certeza que todos os tipo de fantasmas vivem embaixo da cama que eu durmo. - Resmungou, encarando triste os olhos do pai. 

 - Nós já tivemos essa conversa sobre fantasmas e sobre ler as minhas anotações escondido. Scorp, você sempre fica impressionado demais. - Repreendeu Draco, abotoando os botões da camisa do filho. 

 - Eu queria mostrar a Albus e ele acabou se empolgando mais do que deveria... - Disse, mordendo o lábio. 

 - Albus? - Scorpius concordou com a cabeça. - Bem, isso é uma surpresa. 

 - Porque? 

 - Harry não é muito fã de terror, imaginei que Albus também não fosse. - Deu de ombros. 

 - Eu tentei convencê-lo de que fantasmas não são legais, mas ele é muito teimoso, pai. Quase nunca me escuta. - Suspirou exausto, Albus era um doce na maioria das vezes, mas tinha a tendência a ser difícil quando contrariado. Não que Scorpius fizesse isso, mas era cansativo precisar ceder sempre. 

 - Isso definitivamente não me surpreende. - Riu. - Ele faz uma coisa com o nariz assim? Quando está irritado? 

 Draco franziu o nariz para o filho que abriu a boca concordando. 

 - É! E diminui os olhos assim, como se tivesse super-poderes que vai me fazer derreter ou coisa parecida. - Gesticulou, imitando em seguida o olhar para o mais velho. 

 - Oh, sim... Eu conheço esse olhar - Balançou a cabeça. 

 Pai e filho soltaram um profundo respiro, seguido de um "É..." pensativo. 

 - Bem, quando não souber o que fazer para mudar a cara irritada, segure o nariz dele assim, até a braveza se desfazer. - Demonstrou rapidamente no próprio nariz. 

 - Como isso daria certo? - Riu 

 - Se dá certo com o pai, com certeza dará certo com o filho. 

 Scorpius parou por um momento, refletindo aquela pequena conversa e nos conselhos dados. 

 - Peraí... Como é que você sabe tanto sobre o pai do Albus? - Perguntou confuso de repente. Não tinha nem mesmo dois meses que os Potter haviam se mudado para o jardim ao lado, e Harry e seu pai haviam se encontrado sei lá? Umas poucas vezes? 

 - Ah, é que na verdade-- 

 Uma buzina interrompeu a confissão, para o alívio de Draco porque ele ainda não havia tido aquela conversa com o filho sobre o seu relacionamento antigo com o pai do seu amiguinho. A mochila vermelha de Scorpius foi pega da cama com um pouco de pressa demais, vestindo na mesma velocidade nas costas do garoto, que não comentou a atitude estranha do pai, mas com certeza iria comentar com Albus quando voltasse. 

 Astoria se limitou a ficar dentro do carro enquanto Scorpius se despedia do pai. Ele até mesmo pensou em se jogar no chão e fingir um mau súbito para não precisar ir, mas preocupado como seu pai era só iria piorar as coisas, além do que, se ele não fosse nessa semana, iria precisar ir na outra. Então era melhor ele levantar a cabeça e enfrentar 48 horas de tédio e Pikachu. 

 O ninho vazio dentro do coração de Draco se fez assim que o carro deu partida levantando um pouco de poeira da estrada. Ele apenas queria poder desaparecer nesse tempo em que não tinha seu filho por perto, apenas para não sentir tantas saudades. 

 O loiro estava voltando para dentro de sua casa quando a visão de Lily Luna apareceu saltitando pela calçada, fantasiada mais uma vez, James logo atrás se arrastando para acompanhá-la, enquanto empurrava uma bicicleta com um banquinho para crianças adaptado do guidão. 

 Bastou meio segundo para que a garotinha avistasse o seu grande amigo de cabelos platinados para sair gritando desesperada e pular nos braços dele em um abraço forte. 

 - Ei, você! - Exclamou segurando a pequena no colo - De que está vestida hoje? 

 - De super Lily! - Respondeu agitando a capa vermelha atrás dela. Um sorriso orgulhoso nos lábios. 

 - Oh claro! Me sinto seguro em saber que existe uma super heroína do outro lado da cerca para me salvar do perigo. - Disse, estalando um beijo na bochecha rosada. 

 - Meu pai realmente precisa encontrar a caixa com as roupas dela, as fantasias já estão acabando. - Disse um James suado e ofegante, se aproximando deles. 

 - Quantas dessas ela tem? - Perguntou divertido, Lily agora pressionando sua bochecha na dele carinhosamente. 

 - Acredite... Muitas. Vamos Lily, papai está nos esperando. - Tentou James, mas sua irmã caçula balançou a cabeça. 

 - Quero ficar com o sr. Mafoy, vai você embora! - Disse com atitude demais para alguém tão pequeno. James se preparou para brigar com a irmã, irritado. Draco agiu rápido para não se iniciar uma briga na sua frente. 

 - Ok, Lily, talvez você deva escutar o seu irmão. – Disse, tentando voltar a garotinha para o chão, mas a mesma esperneou as pernas e se agarrou na gola de sua camisa. 

 - Não! – Choramingou. Um longo suspiro escapou dos lábios de James. 

 Draco a segurou no colo como antes, fazia alguma dias desde a tempestade e ele não havia visto Harry depois da visita em sua casa, talvez essa seria uma boa desculpa para conversar com ele. 

 - Acho que não tem problema se eu passar um tempinho com você na sua casa, mas não posso demorar, ok? – Disse, sacudindo o corpo levemente de Lily que trocou a cara de choro por um sorriso bem mais satisfeito agora. 

 - Tanto faz, eu só quero sair desse sol. – Disse James, arrastando a bicicleta quintal a dentro com Draco e Lily logo atrás. 

 Dentro da casa estava fresco, um pouco mais silencioso do que estava acostumado a encontrar quando se conhece os Potter. Albus e o pai estava na cozinha, escutando um dos discos do Elvis em uma vitrola antiga em volume baixo, enquanto comiam maria-mole caseira. O tabuleiro já estava na metade, as bocas sujas de açúcar e coco, quando o pequeno grupo passou pela soleira. 

 - Finalmente! Achei que tinham se perdido. – Albus reclamou, porque seu pai estava estático com a boca cheia de doce, encarando o loiro a sua frente com sua filha nos braços. 

 - Lily quis entrar na loja de animais mais de uma vez. – Respondeu o mais velho pousando um pequeno saco da farmácia em cima da mesa, e o cartão do pai perto do mesmo. 

 As crianças interromperam o diálogo para encarar os dois homens que se olhavam sem dizer nada. Até mesmo Lily chegou a passar os dedos diante dos olhos de Draco para fazê-lo acordar, mas nada aconteceu. Era como esperar a decisão de um jogo de futebol, a tensão pairada entre eles. 

 Harry engoliu o doce preso em sua boca e ofereceu: 

 - Maria-Mole? – Disse simplesmente. Todos na cozinha viraram a cabeça para Draco que balançou a cabeça silencioso. 

 Harry enfiou mais duas marias-moles na boca para impedir de dizer mais alguma coisa. 

 - Eu hein... Quando eu penso que vocês não podem ficar mais esquisitos. ‘Tô indo pro meu quarto. – Disse James desconfiado, deixando o cômodo em seguida. 

 Lily se esperneou para escapar do aperto de Draco que a colocou no chão, a pequena não desistiu do seu amigo o pegando pelos dedos para que se juntasse ao seu irmão e pai na bancada. A menina escalou uma das cadeiras com ajuda de Albus, de maneira que Harry e Draco estavam um de frente para o outro. Se encarando de maneira esquisita. De novo. 

 - Onde está Scorpius? – Albus perguntou olhando para a porta. 

 A citação do nome do filho foi a única coisa que fez o loiro perder os detalhes de Harry se entupir de açúcar para ignorá-lo. 

 - É o final de semana de Astoria, ele foi com ela hoje cedo. – Disse, arrancando um som de sufocamento do garoto ao seu lado. 

 - O que? Você deixou ele ir?! – Disse assustado, fazendo seu pai o olhar confuso com aquela reação. 

 Scorpius havia falado coisas nada legais sobre sua mãe, deixando Albus irritado com a mulher e com medo de que ela fizesse algo de ruim com o amigo. Ele não achava que era capaz de existir mães como Astoria, porque Ginny sempre foi a melhor para Albus, isso realmente o magoava quando pensava na situação do outro. 

 - Está tudo bem, Albus. – Confortou Draco. – Ele estará de volta na segunda, Astoria o levará para o colégio de manhã. 

 - Impossível ele estar bem! – Disse indignado. 

 - O tom, Albus. – Repreendeu Harry. 

 - Desculpe... – Pediu se encolhendo. – É que ele me disse o quanto não gosta de ir para lá, sabe? 

 Draco concordou com a cabeça, sorrindo fraco para a preocupação do garoto com o seu filho. 

 - Eu entendo, mas Scorpius é um garoto forte, ele está bem. 

 - Mas como o senhor sabe, a vampira não deixa ele te telefonar! 

 - Albus, pelo amor de Deus. – Repreendeu Harry mais uma vez. 

 - Mas é verdade pai, você já a viu? Scorp me mostrou uma foto, ela é fria, alta, pálida, o cabelo liso demais. É uma vampira! 

 O pai balançou a cabeça para toda aquela loucura, enquanto Draco ria e concordava por dentro que sua ex-mulher era de fato uma vampira, adaptada no mundo real para sugar emoções e dinheiro ao invés de sangue. 

 - E desde quando você sabe tanto sobre vampiros assim? – Perguntou, empurrando o tabuleiro de maria-mole, enjoado. 

 Albus mordeU o lábio, olhando de canto para Draco, que se lembrou da confissão do filho mais cedo. 

 - Culpa minha, talvez eu tenha mostrado alguns contos meus para Albus, parece que ficou um pouco impressionado não é? - Piscou 

 O garoto sorriu envergonhado, piscando de volta em agradecimento por ter o salvo da bronca. 

- Oh céus... – A atenção dos dois se voltaram para Harry que descia da cadeira para segurar Lily ferrada no sono, os bracinhos apoiando a cabeça em cima do balcão. A garotinha havia andado tanto tempo no sol, não estava aguentando o cansaço. 

 - Quer ajuda? Eu posso levá-la. – Ofereceu Draco se sentindo uma ponta de culpa por ter se esquecido de dar atenção a Lily. 

- Está tudo bem, já a peguei. - Murmurou sem encará-lo.  

 Draco suspirou com as atitudes frias de Harry. Ele preferia mil vezes que o rapaz o prensasse na parede, gritasse e exigisse respostas do que aquele silêncio. Albus sem jeito e sem entender o que se passava, empurrou o resto do doce para o loiro, não tinha o que se dizer, mas açúcar sempre ajudava. O mais velho sorriu e aceitou o carinho.  

Momentos depois os dois estavam sentados no tapete, debruçados sobre a mesa de centro da sala, enquanto Albus mostrava a Draco seus desenhos. A maioria deles eram feitos com grafite, outros rabiscados com giz de cera, o garoto suspirou reclamando que Lily sempre roubava seus desenhos para colorir. Por mais amador que fosse, eles eram muito bons para um menino de dez anos.  

- Pai! Draco gosta dos meus desenhos! - Disse contente quando seu pai desceu as escadas um pouco depois.  

Harry se perguntou como seu filho havia passado tão rápido de Sr. Malfoy para Draco, tão rapidamente e isso o incomodou um pouco. Ele sorriu fraco e voltou para cozinha. 

- Continue desenhando, ok? Eu já volto. - Avisou Draco para a criança, se colocando de pé, seguindo Harry até a cozinha.  

- O que você quer, Draco? - Disse, ao escutar a porta da cozinha se fechar em baque surdo. 

- Quer que eu vá embora? - Respondeu com outra pergunta. 

Harry se virou, ao invés de raiva ou outro sentimento negativo, ele só parecia cansado.  

- Quero. Não. Sei lá. - Suspirou, jogando a louça suja na pia. - Vou fazer um chá.  

A chaleira foi enchida, o fogão ligado, Harry se atrapalhou com os botões da lava-louça e resmungou baixinho. Draco observava.  

- Eu errei. Errei em ter fugido, eu poderia ter ficado, feito tudo diferente.  

Harry olhou para ele, com força, os lábios pressionados formando uma linha fina. O tremor leve percorrendo pelos seus ombros com a força das palavras que evocou a seguir: 

- Eu senti sua falta, Draco. Todos os dias nos últimos 13 anos. - Sua mandíbula apertada com tanta força que doíam só de olhar.  

Draco ousou um pouco mais que respirar. Os segundos que seguiram do moreno retirando a chaleira, e preparando o chá para os dois pareciam uma eternidade.  

- Mas eu não me arrependo de ter te deixado ir. - Completou, empurrando a caneca de chá, sem açúcar para ele. - Eu não sei o que seria sem as crianças e você não é ninguém sem Scorpius.  

As palavras o atingiram diretamente no peito, descendo frias pelo seu estômago. Poderia passar o tempo que for, Harry sempre saberia exatamente do que ele precisava.  

- Eu costumava escrever cartas para você, explicar porque eu quis ir, mas nunca tive certeza se você iria querer lê-las ou saber de mim. - Harry riu, passando a mão pelos cabelos. 

- Ah Draco, você consegue ser inacreditável. - Continuou balançando a cabeça. Desistindo de tomar o chá, seus dedos estavam começando a tremer.  

- Eu era um jovem apavorado. Havia várias coisas sobre mim que eu não aceitava e achava desagradável. Fui embora porque eu tinha medo de que você acordasse e descobrisse o quanto eu era desagradável. Você iria embora. Eu não iria sobreviver a isso.  

Harry se levantou da cadeira com raiva, se afastando o máximo que podia do rapaz para não jogar água quente diretamente nos seus olhos.  

- Então você fugiu! Ao invés de me explicar, me deixar ajudá-lo. Você apenas foi embora!

Draco se levantou, começando a se aproximar, mas parou ao ver os punhos de Harry fechados com força. 

- Eu sabia o que você iria dizer. Sobre como eu estava sendo pressionado pelos meus pais, que eu era diferente deles e conseguiria ser melhor do que foi me mostrado desde a infância. Teria acreditado em cada palavra, mas eu não teria enxergado isso em mim mesmo. Eu queria enxergar. Precisava me enxergar como você me enxergava. Tudo o que eu conseguia pensar naquele momento era como eu era decepcionante para mim mesmo e o que faria quando chegasse o dia em que você descobrisse isso.  

- Então você está me dizendo que ao partir estava me protegendo da decepção? - Disse, fazendo Draco dar um passo para trás pela raiva em seu rosto. 

- Não, você estava certo. Eu fugi. - Concordou, levantando as mãos. 

- E quando tentou voltar, era tarde. - Respondeu, rindo amargo. 

- Como eu disse no dia da tempestade. - Respirou. - Você viu cada coisa pequena, fraca e patética sobre mim e ainda conseguia me amar. Demorei para entender que mesmo descobrindo mais e mais defeitos meus você não teria deixado de me amar. Não se importaria, porque esse é quem você é. Me amaria por mim e por você. Nunca teria me deixado.  

Harry prendeu a respiração ao vê-lo se aproximar cada vez mais. Os olhos cautelosos, mas permitiu que ele chegasse. Draco parou com apenas alguns centímetros de distância entre eles, perto o suficiente para o tocar. Mas não o fez. 

- Eu quis voltar. Quis voltar para casa, Harry. - Disse, mais perto. 

- Você não precisava da minha permissão para ficar com seus pais, Draco.  

- Não, doce. - Murmurou, entrelaçando seus dedos nos dele. - Eu queria voltar para a minha casa. Meu lar. 

- Essa casa não é mais sua. - Sacudiu a mão, a soltando do laço. 

- Você sempre será minha casa, Harry.  

Ele deslizou ainda mais perto até que todo o espaço entre eles havia desaparecido, até que o mundo se resumiu ao calor do corpo de Harry, a proximidade de sua boca, e as emoções em conflito naqueles olhos verdes surpreendentes. 

 - Por favor, Harry. -  Sussurrou e inclinou a cabeça para capturar a boca do moreno. 

Draco sabia que não deveria estar fazendo aquilo. Era premeditado, ansioso, mas estar perto de Harry sem beijá-lo, sem tocá-lo, chegava a ser doloroso, então ele prometeu a si mesmo que seria apenas um pequeno beijo. 

A sensação dos lábios de Harry nos seus o iluminava como sol depois da chuva. Trazendo todas as melhores sensações perdidas em todos aqueles anos e antes de perceber o que estava fazendo seus dedos estavam entrelaçando nos cachos grossos da nuca do rapaz, o trazendo para perto. Eles haviam perdido. Haviam perdido um ao outro. 

Harry congelou com o toque, sem ter certeza se era mesmo aquilo que ele queria. Os lábios permaneciam imóveis, mal conseguia respirar.  

Decidiu derreter.  

Gemeu na boca de Draco, e agora era suas mão que estavam se movendo, passeando pelas costas e os ombros de Draco, correndo pelo seu pescoço, ao longo de sua mandíbula, para em seguida, se enfiar pelos fios claros, puxando para perto, mais perto. A língua de Harry estava se enrolando contra o céu da boca de Draco, acariciando sua língua contra a dele, cada nervo do loiro estava cantando, todo o seu corpo em um coro de necessidade, querer e saudade. Ele beijou Harry com mais força, mais profundamente, pressionando seus corpos juntos, peito e peito, quadril com quadril, por alguns momentos gloriosos nada do passado ruim e do abandono era lembrado. Ainda mais porque ele tinha tanta certeza de que ele nunca teria isso de novo, nunca teria Harry novamente. 

E então Harry quebrou o beijo. 

- Errado! - Disse sem ar, as mãos sobre o peito de Draco, o afastando. - Está errado. Eu me casei, perdi minha esposa para uma doença horrível, tenho três filhos, você tem um filho, não pode ser desse jeito. Você me entende, Draco? Não podemos voltar de onde parou como se nada tivesse acontecido.  

- Eu não estou pedindo isso. 

- Não está, o cacete! 

- Não estou, eu prometo. Te beijar foi impulsivo, mas não é desse jeito o que eu quero recomeçar as coisas. Eu só acho que... Você não veio parar do outro lado da minha cerca por engano. Me deixa ter uma oportunidade de ser bom para você.  

Harry o encarou por um longo momento, antes de baixar a cabeça, o olhar caído. 

- Céus, isso é uma bagunça. - Sussurrou, esfregando os lábios avermelhados contra as costas da mão. 

Draco teve que se segurar no piso para não beijá-lo novamente. 

- Eu não estou dizendo nem que sim, nem que não, só... Não me beije de novo, ok? Se isso é um recomeço, sexo só vai confundir as coisas.  

Draco não pôde deixar de notar que o cérebro de Harry saltou de beijos para o sexo em menos de um minuto, acelerando situações a frente, mesmo quando estava tentando colocar freios. Certamente, isso era um bom sinal ... 

Ele não conseguia tirar o sorriso do rosto. Harry o encarou duvidoso. 

- Você pegou a parte que eu disse que não estava dizendo sim, certo

- Mas você também não disse que não. - Cantarolou sorrindo. 

Harry revirou os olhos, rindo em seguida sem conseguir se conter.  

Albus invadiu a cozinha, afobado, tirando a atenção dos adultos de seus próprios problemas.  

- Pai, diz pro James que hoje é o meu dia de escolher o filme! - Bateu o pé, sem perceber a cena que havia interrompido ali.  

- Ele escolheu na semana passada! - A voz de James se fez presente do sofá.  

Ao mesmo tempo um choro fino e infantil, veio do andar de cima. Harry encarou Draco. 

- Certeza que quer se juntar a tudo isso?  

Draco não teve a oportunidade de responder porque Albus tomou a atenção sobre a escolha do filme e sobre trocarem jantar por pipoca, e ele ficou observando Harry não perder a paciência com nenhum dos filhos durante a longa rotina, de banho, separar as brigas e ajudar a decidir até todos se sentarem na ampla sala em paz. O colo do pai sempre disputado ficou para os dois mais velhos uma vez que Lily preferiu ficar com Draco na poltrona. O loiro sentiu falta de Scorpius e fechou os olhos brevemente desejando que seu pequeno estivesse bem e que ele deveria estar ali, com eles. 

A briga da escolha do filme terminou quando Harry decidiu que eles assistiriam Compramos Um Zoológico. Draco teve que concordar com James que, graças a Deus, zoológicos são difíceis de comprar, pois claramente seu pai e seus irmãos naquele momentos estariam jantando com gorilas.  

Mais uma vez o impulso de beijar Harry foi contido quando esse disse em um biquinho que não seria nada mal, terem um tigre de estimação.  

E Draco naquele momento e nos seguintes da noite, quis responder que sim, ele tinha certeza de que queria se juntar a tudo aquilo. Em vez disso, fez de Lily uma bolinha em seus braços, deixando seguidos beijos em seu cabelo com cheirinho de camomila.  

Ele teria tempo. 


Notas Finais


Ai Ai, como eu amo essa famíliazinha cocoricó. ❤️


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