História The Kids Are Alright - AU Drarry mpreg - Every Malfoy Needs a Potter

Era hora do recreio e Albus estava sentado no balanço, comendo um sanduíche pensando em como a vida era injusta. Seus pés quase não tocavam a terra abaixo dele porque sua altura era praticamente igual a de um anão. Seu pai jurava que dali a alguns anos ele seria mais alto que Teddy e James, mas o garoto duvidava. O do meios dos Potter, era o segundo menor da sala, e até os meninos mais novos eram maiores do que ele.  

Scorpius por exemplo, mas isso não incomodava Albus, por incrível que pareça. Era bom, principalmente quando havia algo para se pegar em algum lugar realmente alto.  

Enfiou o último pedaço de sanduíche de atum, seu favorito, na boca e tentou se balançar, mas estava difícil pegar impulso com os pés sem escorregar a bunda para fora do banco. Caramba! Onde está Malfoy quando se precisa dele?  

Ah sim, ele estava ajudando a Srta. Yang a guardar as tintas da aula de artes. Essa era a única aula em que Scorpius não se dava melhor do que Albus, o garoto não sabia desenhar uma linha reta enquanto Albus sempre tinha seu quadro pendurado em algum canto da sala de desenho. Mas em compensação, o pequeno Malfoy era excelente em todas as outras matérias e tinha uma paciência eterna para ensinar quem não conseguia entender.  

Frações sempre foram o pesadelo de Albus e desde que Scorpius entrou em sua vida elas ficaram até mais divertidas. Parando para pensar, tudo na vida de Albus ficou mais fácil com o garoto ao seu lado. 

Scorp nunca ficava chateado quando Al precisava descansar pro seu peito não fazer barulho e nem doer. Sempre, sempre ajudava ele nas tarefas com os bichos antes de poderem ir brincar e não se incomodava se precisavam levar Lily a tiracolo. O pequeno também sempre tinha algo inteligente para dizer, Albus se irritava com facilidade e depois de seu pai a única pessoa que conseguia fazê-lo entender como as coisas funcionavam era Scorpius.  

- Ele só deve estar um pouco estressado, não pegue tão pesado, Al. – Dizia quando Harry lhe dava uma bronca, totalmente desnecessária. 

E tinha os abraços. Scorpius sempre sabia quando era necessário um deles, na casa dos Potter, abraços e beijos era distribuídos sem medida o tempo todo, o que acabava ficando até mesmo sem graça depois de um tempo. Com Malfoy era mais raro mas quando chegava tinha conforto de coberto macio e chocolate quente, curava qualquer chateação de um dia ruim ou quando Albus sentia falta da mãe. 

Em um desses dias que amanheciam cinzas mesmo com todo o sol que a cidade tinha para oferecer, e até mesmo nas noite quentes que ficavam meio frias por causa da saudade, Harry colocou cobertas na grama e deixou que as duas crianças ficassem sob as estrelas antes de irem para cama. Nesse dia Scorp contou que tanto seu pai, quanto ele tinha nomes em homenagem as constelações que existiam acima de nós. Albus ficou encantando com a história e mais encantando quando soube reconhece-las no céu.  

- Quando não estou em casa, sempre procuro a constelação do papai, assim não me dói tanto ficar longe. – Disse, puxando os fios loiros do cabelo como sempre faz quando se distrai. 

Naquela noite, Albus se lamentou por Ginny não ser um nome d estrela, nem de constelação. Seria confortante bastar um olhar para o céu para ver a sua mãe. Desde então, os dois pesquisaram nos computadores de casa e escola os endereços dos planetários da cidade, que só havia um no caso, e outras formas para que Albus tivesse sua estrela. Scorpius iria garantir que isso iria acontecer. 

Um leve empurrão em suas costas fez suas mãos se fecharem ao redor da corrente do balanço. A risada conhecida, seguida com mais um novo empurrão, levando Albus para o ar não deixou dúvidas de quem era.  

- Você precisa impulsionar o corpo pra frente e as pernas para trás, Potter, como eu te ensinei. – Disse divertido, o empurrando mais uma vez.  

- Eu não consigo! Minhas pernas não curtas demais. – Gritou. Scorpius estava empurrando mais forte e ele estava mais alto agora, o sol batendo em seus olhos.  

Depois de um tempo Al pegou o jeito de balançar e Scorpius se juntou a ele ao lado, com muito mais facilidade e sem precisar de ajuda, o garoto alcançava a altura do outro, rindo das provocações que ele soltava.  

- Ei! – Disse Al, se esforçando o máximo para não se atrapalhar e cair do balanço. – Podemos ir no planetário nesse final de semana! 

- Não posso! – Respondeu, inclinando seu corpo com toda a força que tinha, às vezes ele só queria poder voar. – É meu aniversário!  

O rosto de Albus se iluminou, ele amava aniversários. Sendo dele ou não.  

- Uau, Scorp! A gente pode fazer a sua festa lá em casa, meu pai vai amar a ideia.  

- Ah... – Scorpius freou o balanço, e fez uma careta para Albus. – Eu não tenho certeza sobre festa, Al. 

- Por que? – Perguntou, ainda se balançando.  

- Nunca tive uma festa de aniversário. – Disse calmo e simplesmente.  

O mundo de Albus caiu. 

Ele conseguiu frear o balanço de uma forma surpreendente e estava olhando Scorpius como se ele tivesse dito que cozinhava filhotes de cachorro no jantar.  

Como alguém nunca teve um festa de aniversário? Nem balões e bolo, jogos e tantos beijos e abraços dos parentes distantes que estavam ali só para te ver.  

- Mas seu aniversário é seu dia especial... – Sussurrou e Scorpius jurava que Albus iria começar a chorar em qualquer minuto. 

- Mas é especial! – Respondeu em tom ofendido. – Eu posso escolher tudo e qualquer coisa para fazer no meu aniversário.  

- Mas você nunca teve uma festa! – Albus não podia acreditar.  

Scorp balançou a cabeça e deu de ombros, não é como se ele nunca quisesse ter uma festa, mas também não era algo que o deixava triste ou menos amado por isso.  

- ALBUS! VAMOS LOGO!  

O grito do irmão mais velho não foi o suficiente para fazer os pensamentos do garoto se reorganizarem do choque. Scorpius era maravilhoso, merecia ter várias festas de aniversário mesmo quando não era o seu aniversário. Ele precisava dar um jeito naquela situação.  

- Seu irmão não gosta do seu primo? – Cochichou Scorp em seu ouvido. O ônibus escolar havia parado de funcionar alguns metros de casa e eles precisavam fazer todo o caminho andando.  

Albus deu de ombros, ele tinha muita coisa para pensar do que se importar em porque James estava tão simpático com Maybel, além da garota ser do mesmo colégio e classe do mais velho, era uma das poucas vizinhas da mesma idade que eles tinham.  

- Albie... tô cansada! – Resmungou Lily, fazendo bico de choro.  

Definitivamente havia sido uma má ideia vir caminhando, estava calor, mas o céu estava escurecendo rapidamente anunciando chuva. Albus pensou em pegar Lily, mas ele já estava sentindo seu peito doer da caminhada rápida e não seria justo Scorpius levar duas mochilas. Graças a Maybel e a necessidade de ser impressionada fez James pegar Lily nos braços e colocá-las em suas costas.  

Um trovão forte cortou o céu.  

Não adiantou toda a corrida, uma chuva forte caiu no meio do caminho até a casa. Albus queria gritar para Scorpius que ele teria uma festa de aniversário naquele final de semana, mas não deu tempo, Draco havia puxado o garoto para dentro de casa e Harry já vinha de encontro dos outros três para salvá-los do temporal.  

Aproveitando a chuva que durou o resto da tarde e a noite, Albus pôs no papel tudo o que seria necessário para se ter uma festa de 10 anos digna daquele Malfoy. Ele tentou falar com James, que ficou tão abismado quanto ao saber que o garoto nunca havia comemorado o aniversário. 

- Só um momento Teddy. – Disse tampando o telefone com a mão para encarar o irmão menor abismado. – Eu sabia que havia algo de errado com esses Malfoy! Olha, papai guarda todas as decorações dos nossos aniversários no porão, talvez ele te ajude. Tipo, com certeza ele vai te ajudar.  

Infelizmente, Harry estava ocupado com Lily aquela noite. A pequena não queria saber de dormir, nem ao menos se deitar. Após três histórias e alguns vídeos caseiros a pequena finalmente foi vencida pela exaustão e adormeceu, o restante dos habitantes da casa capotando em seguida sem deixar tempo para escutar os planos de Albus. Ele ia ter que esperar o amanhecer.  

-x- 

- Acorda, AlbieBoo. Temos um dia cheio, hoje. – O toque conhecido em seus cabelos e costas despertou o garoto do seus sonhos.  

A voz rouca de seu pai o fez ter mais vontade de ficar na cama, era tão cedo... Por que precisamos acordar cedo? Tudo deveria começar a funcionar após as dez, pensou.  

Harry sorriu para a carinha sonolenta de seu filho, era uma de suas cenas favoritas da manhã, acordar cada um deles mesmo que a primeira reação não seja um sorriso.  

Albus tossiu, oh não, seu peito estava doendo um pouquinho para respirar. Mas hoje não podia ser um dia silencioso, ele tinha muita coisa para planejar!  

Imediatamente tentou respirar mais devagar, a fim de que seu pai não percebesse uma crise, mas o chiado estava muito audível. Péssima ideia ter pego aquela chuva!  

- Pai, eu sei que tenho que ficar em casa mas... – Respira fundo. Fala. – eu não posso porque amanhã é aniversário do Scorpius e ele nunca teve uma festa e a gente precisa descer no porão e você tem que me ajudar a fazer um bolo e chamar todo mundo... 

Harry segurou o filho sentado, respirando junto com ele. Albus queria chorar, ele odiava ter asma, odiava os dias silenciosos, ele precisava ir para escola hoje e conversar com Draco para tudo dar certo.  

- Então, Scorpius nunca teve uma festa de aniversário? – Harry perguntou, quando Albus se acalmou e estava tomando sua medicação com a ajuda do nebulizador. O garoto balançou a cabeça.  

- E você quer dar uma festa para ele? – Albus acenou com firmeza, os olhos brilhando das lágrimas que queriam sair. Harry respirou fundo, passando a mãos pelos cabelos. Ele não queria se envolver, poderia imaginar os motivos que Draco fizesse essa monstruosidade com o próprio filho, mas por um outro lado ele não poderia deixar aquilo continuar acontecendo.  

James e Lily foram de bico para a aula, enquanto Albus mostrava a língua do vidro do carro, porque ele teria um dia silencioso mas ao invés de ficar em casa o dia inteiro, ele iria trabalhar com o pai em seu escritório e ainda veria tio Dean que tinha uma gaveta com vários chocolates deliciosos. Porém ele ainda estava inquieto, porque Harry não havia mencionado se ajudaria ou não com a festa.  

- Desmancha esse bico. Nós vamos fazer uma festa para o Scorp.  

Albus derreteu no banco do carro, agradecendo com as mãos juntas e olhos fechados a Deus e todos os santos. Se seu pai não estivesse dirigindo seria atacado com beijos e agradecimentos. Ele tratou de se endireitar e começar a contar tudo o que havia pensado. Queria que tivesse um bolo arco-íris como o de Lily naquele mesmo ano, porque Scorpius amava arco-iris e coisas coloridas e muito balões. 

- E Meu Deus, pai, nós podemos montar a cama elástica? - Pediu animado, Harry riu observando o filho pelo espelho retrovisor. Parecia que era o aniversário dele com tanta euforia.  

- Cama elástica, bolo de arco-íris, balões... Acho que vai ficar tudo bem bonito. - Albus tinha o maior sorriso do mundo.  

- Você acha que ele vai gostar?  

- Tenho certeza que sim, meu anjo. - O apoio do pai só o deixou mais animado, nem mesmo a tosse chata que vinha de tempos em tempos o incomodava mais.  

- Mas pai... Por que será que o Sr. Malfoy nunca deu uma festa para Scorpius? - Perguntou quando estavam caminhando de mãos dadas, pelos corredores da redação até o elevador que levava ao escritório do pai. 

- É complicado, Al. A família de Draco e Scorpius é muito diferente da nossa, eles nunca tiveram esse costume de festas. - Respondeu. 

- Então o Sr. Malfoy nunca teve uma festa de aniversário? - Perguntou, sentindo seu peito doer de tristeza novamente.  

- Ah não, Draco teve. Eu mesmo já fiz muitas festas dele... - Respondeu distraidamente. Albus virou a cabeça para o pai rapidamente. 

- Você? Os pais deles não participavam? - Harry respondeu que não com a cabeça, saindo do elevador, mais uma vez dando a mão para ele até a sala onde passariam o dia.  

- Pai, isso é triste demais... Nós não podemos adotá-los? - Harry gargalhou.  

- Você conhece o pai do Scorpius faz tempo? - Perguntou curioso algum tempo depois, ele já estava cansado de ver o pai digitar e atender telefonemas e não fazia nem duas horas que estavam lá. Harry acenou afirmando, não querendo falar muito sobre o assunto. - Antes da gente?  

- Antes de vocês. 

- Antes até mesmo do Teddy? e da Mamãe? - Agora ele estava ficando empolgado. 

- Sim. - Harry suspirou, apoiando o queixo na mão, sabendo que não escaparia das perguntas do filho.  

- Vocês eram melhores amigos? - Era impressionante como os olhos de Albus brilhavam apenas em imaginar que como ele e Scorpius, seus pais também passavam muito tempo juntos no passado.  

- É mais ou menos isso, acho que mais que melhores amigos. - A boca de Albus se escancarou. E ele estava prestes a perguntar mais, porém Harry foi salvo pelo gongo Dean Thomas. 

- Pequeno Potter! - Gritou, Albus não perdeu tempo em correr até ele para um abraço apertado. Dean afastou a franja da testa do garoto. - O que me conta?  

- Vou fazer uma festa de aniversário para Scorpius e papai vai me ajudar.  

- Scorpius? Esse nome não me é estranho... - Disse, se sentado na cadeira á frente de Harry. Um sorriso malicioso fazendo o moreno balançar a cabeça sem jeito.  

- Malfoy. - Respondeu indiferente. 

- Oh claro, o pequeno Malfoy. - Disse, tentando esconder o sorriso. - Albie, você sabia que seu pai e o pai de Scorpius eram muito íntimos antigamente?  

- Nós estávamos falando sobre isso agora!! - Praticamente gritou, arrancando risadas do mais velho. - Eles eram melhores amigos, sabia?  

- Sabia, eles eram realmente muito, muito, muito amigos... Mesmo. - E agora Dean havia explodindo em risadas, deixando Harry sem graça e um Albus muito mais curioso do que antes.  

Porque ele era um garoto esperto apesar de tudo, e sabia como funcionava relações e sabia que meninos com meninos poderiam se casar, ter filhos e essas coisas. Dean, por exemplo, era casado com um outro amigo de seu pai, Seamus. Ele achava o máximo.  

Garotas são chatas ás vezes.  

- Então, você e Malfoy já estão fazendo os aniversário dos filhos juntos. - Dean comentou com um sorriso, quando Albus desceu com a secretária de Harry para almoçar alguma coisa.  

- Primeiro, foi ideia do Albus. Segundo, para de tentar contar todo meu passado amoroso para meu filho de dez anos, é muito para assimilar.  

- Harry, ele é esperto, cedo ou tarde vai descobrir. Vocês transpiram tensão sexual, é possível sentir há metros de distancia.  

- Não vai, porque não há nada para se descobrir. Eu e Draco somos apenas amigos. 

- Amigos? Sem nenhum beijinho, um cheirinho no pescoço? - Provocou.  

Dean viu o amigo ficar vermelho no mesmo instante, balbuciando e dando de ombros nervoso. 

- Você é uma vagabunda! Já estava aos beijos com Malfoy, não acredito!  

- Ele quem me beijou! - Harry explodiu, morto de vergonha agora. Espiou rapidamente para a porta a fim de se certificar que Albus não havia voltado.  

- Por favor, Potter. Você já tem três filhos, não vá engravidar mais ninguém. 

- Foi só um beijo. Não vai passar disso. - Respondeu confiante, fechando a gaveta com mais força que deveria. Dean lhe deu um olhar desconfiado antes de voltar para a sua mesa. 

- Só um beijo. Não vai demorar para começar tudo outra vez. Ah Malfoy isso, Ah Draquinho aquilo... Méh, méh, méh. - Resmungava de costas para Harry que precisou jogar um lápis em sua cabeça para que parasse com as provocações.  

- Eu não o chamava de Draquinho. - Era rídiculo, revirou os olhos.

- Chamava sim! Ron tem provas!

O que Harry e Dean não esperavam é que Albus havia escutado boa parte da conversa. Agora ele não sabia se estava mais animado em contar para Scorpius que seus pais haviam se beijado ou que já estava tudo certo para seu aniversário de dez anos. Ele respirou fundo para conter a euforia e voltou para ao lado do pai, como se não tivesse escutado nada.  

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A manhã de Scorpius e Draco estava indo muito bem, obrigada. O garoto estava muito contente que seu aniversário havia caído exatamente em um final-de-semana, porque assim ele teria o dia todo só para ele, sem se preocupar com deveres ou coisa do tipo.  

Então a campainha tocou e da porta Albus o puxou para fora e seu pai também foi intimado a atravessar a cerca até o quintal dos Potter e o que tinha lá era surreal e Scorpius que sempre achava que não queria uma festa, descobriu que tudo que ele queria de aniversário era uma festa.  

Claro que Albus pegou todas as decorações possíveis para improvisar a festa de Scorpius, ele tentou colocar todas as coisas que ele iria gostar. Desde unicórnios a dinossauros. Tinha até mesmo uma máscara de Darth Vader no rosto de uma das crianças.  

E esse foi um dos problemas, James ficou encarregado de chamar algumas crianças que Scorpius tivesse amizade, mas é claro, ele não tinha noção, então chamou a sala toda de uma vez. Harry quase desmaiou ao ver mais de 15 crianças correndo pelo seu quintal atrás dos seus bichos.  

- Eu não acredito que você deixou seu filho ter dez anos sem uma festa de aniversário. - Disse Harry, cutucando o loiro com o cotovelo.  

- Eu não acredito que você fez uma festa de aniversário, para o meu filho. - Disse rindo encantado com a felicidade de Scorpius com as outras crianças. Até James estava menos mal-humorado, pulando na cama elástica com Teddy.  

- Não poderia deixar que esse reinado de horror da falta de bolo com sorvete na vida do Scorpius, continuasse. - Disse dramaticamente. Draco riu.  

- Nós não tínhamos pessoas o suficiente para fazer uma festa, mas bolo sempre teve, se quer saber.  

- Eu sei. - Sussurrou encarando Draco pela primeira vez naquele dia. Eles estavam sempre correndo de um lado pro outro, tirando bichos das mãos das crianças ou cumprimentando pais.  

- Scorpius está muito feliz. Obrigado.  

- Ele vai ficar mais feliz ainda quando ganhar o presente que eu mesmo faço questão de dar a ele. - Disse apontando para o aniversariante, que já estava com o presente nos braços. O coelhinho manchado que havia trazido escondido para casa.  

- Potter, não tenho a menor condição de ter um coelho em casa. Eles fazem sujeira! 

- Você deve isso a ele. Dez anos sem uma festa de aniversário! Uma bagunça não faz mal a ninguém, Draco. - Disse, encerrando o assunto.  

- Está bem, então. Teremos um coelho Malfoy em casa. - Riu, se deixando vencer.  

Harry tentou não suspirar com o sorriso aberto que Draco lhe abriu. Ele queria não desmanchar com aquela coisa boba cheia de dentes.  

- Vou, vou ver como Lily está. - Disse escapando, antes que deixasse ser atacado novamente como da última vez.  

 Logo chegou a hora de soprar as velas, seu coelho Robin foi junto mesmo com os protestos de seu pai dizendo que cairia pelo no bolo.  

Scorpius sempre achou que tinha de tudo e não precisava de nada, nem de ninguém além de seu pai. Ele estava okay sem ter festas de aniversário em nenhum ano, estava okay em não ter bichinho de estimação, estava okay em não ter vizinhos barulhentos que riam de tudo e se beijavam o tempo todo. Estava totalmente okay sem ter um melhor amigo, como Albus. Porque ele sempre fora melhor sozinho de qualquer forma. 

Mas hoje ele descobriu que precisava de tudo aquilo e não sabia mais viver sem aquelas pessoas e nas situações que elas o enfiava.  

Por isso ao final, quando Teddy gritou para fazer um pedido, fechou bem os olhos e desejou que nenhum dos Potter fossem embora da sua vida ou de seu pai.