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História The Kids Are Alright - AU Drarry mpreg - Never Too Old for Chickenpox


Escrita por: nyymeria

Notas do Autor


Boa leiturinha :)

Capítulo 7 - Never Too Old for Chickenpox


“- Fica.  

 - Eu ficaria se pudesse, você sabe.   

 Harry sabia que não podia chorar, não agora. Não havia acabado, certo? Sempre haveria uma esperança, uma cura.   

 - As crianças sentirão sua falta, elas não ficarão bem sem você.   

 Ginny riu cansada, a mão que segurava os dedos do marido se fechando em torno sem quase força alguma.   

 - Você sempre foi mais presente do que eu para elas, Harry. As crianças ficarão bem. E você também, meu amor.   

 Ginny respirou fundo  com dificuldade, soltando os dedos de Harry para tentar alcançar o seu rosto. Ela sentiria tanta falta dos olhos verdes, tanta, tanta falta...  

 - Sempre tive a certeza que nos separaríamos... Mas a diferença é que para mim alguém te roubaria, não que eu fosse morrer. – Riu.  

 Harry balançou a cabeça, eles sempre entraram em discussões em como o casamento deles acabariam. Acontecia sempre após o nascimento de algum filho. “Agora chega, vamos nos focar nas nossas vidas. Talvez seja melhor nos separarmos.” E puf! Outra criança se formava.   

 - Quero te pedir uma coisa. – sussurrou   

 Nessa tarde ela estava muito mais abatida do que o normal. A dor estava no número cinco, o que geralmente a fazia dormir o dia inteiro e falar apenas por códigos ou nem isso. Suas palavras também se embaralhavam por conta da doença e Harry tinha que se aproximar o máximo do ouvido em sua boca para escutar.   

 - Encontre alguém que não seja tão ausente quantos eu fui--- para as cri... não consigo   

 - Alguém que seja presente para as crianças? – Completou, sentiu Ginny balançar a cabeça levemente.   

 - E que seja bom para você também.   

 Harry afastou a cabeça e sorriu para esposa. Pela primeira vez, exausto é sobrecarregado se deixou observar p estado em que ela estava e se permitiu doer. Chorou naquele dia, como se ele fosse doente. Ginny deixou que ele deitasse a cabeça em seu peito magro, cheio de aparelhos e encontrou toda a força que tinha para fazer um cafuné em seus cabelos.   

 - Só não se esquece que eu também te amo, quando encontrar alguém novo. Vai esquecer?   

 Harry balançou a cabeça, seguido de um soluço. Ginny segurou seus dedos novamente.   

 - Você está indo bem, Harry.”  

-x-

 

 - James?   

 Quando Draco abriu a porta naquela manhã, pós-aniversário de Scorpius, ele  não esperava que fosse o mais velho dos Potter parecendo ter visto um fantasma de tão assustado.   

 - É meu pai, eu não sabia quem chamar. Ele não acorda e parece estar delirando.   

 Draco não deu chance nem do garoto concluir. Puxando o roupão para a frente do corpo e berrando ao filho que voltaria logo, correu pelo quintal até o outro lado da cerca, para saber o que estava acontecendo.   

 - Ontem ele estava esquisito, mas eu pensei que ele só estivesse cansado. – Disse James, enquanto ele subiam as escadas.   

 Draco passou por Albus e Lily na sala, o irmão tentando dar mamadeira da mais nova sem que ela pedisse pelo pai em algum momento. Teddy estava no quarto de Harry, tentando acorda-lo quando chegaram.   

 - Nada? – James perguntou, o rapaz deu de ombros.  

 - Ele acorda, fica falando coisas sem sentido e dorme de novo.   

 Draco já estava ajoelhado no colchão, ao lado de Harry. Uma das mãos na testa e outra no pescoço do moreno.   

 - Está ardendo em febre, doce...  

- Sussurrou, sem se importar nos meninos escutarem ele chamar o pai e padrinho com apelidos carinhosos.   

 Harry sentia toda aquela aglomeração, alguém o tocando e tirando sua camiseta. Que frio. Estranho, porque sempre faz calor por ali. Precisava levantar e tomar um analgésico, para sua cabeça e também se sentia tão enjoado. Não deveria ter comido tanto bolo ontem.   

 - Harry? – Essa voz não era de nenhum de seus filhos. Certo, vamos tentar abrir os olhos de verdade agora, não deveria ser tão difícil.   

 - Mhhmm...  

 - Ufa, achei que ele estava morrendo ou coisa do tipo.  

 - Teddy. Cala. A. Boca. – Esse era definitivamente James.  

 - Porque está todo mundo no meu quarto? – Respondeu cansado, olhando confuso para Draco agora.   

 - James me chamou porque você não havia acordado e quando cheguei aqui você estava delirando. – Explicou, dando um pouco de espaço para ele se sentar.   

 Harry coçou a cabeça e o pescoço. Todo seu corpo coçava na verdade. Tentou se lembrar do sonho com Ginny, talvez fosse isso que ele estava delirando. Ouch! Sua cabeça doía também. As mãos de Draco tatearam suas costas rapidamente e ele estava prestes a pedir para que ele coçasse bem ali no lado esquerdo, quando veio o surto.   

 - Mon Dieu...   

 - O que foi? – Perguntaram, James, Teddy e Harry ao mesmo tempo.   

- Você está cheio de catapora. – Disse, achando graça. Teddy deu um grito esganiçado, rindo alto em seguida.   

 - Eu?! Impossível! – Harry correu até o banheiro para confirmar, seu corpo havia várias pintas vermelhas e só de olhar parecia fazerem coçar como o inferno.   

 - Quais de vocês já pegaram catapora? – Perguntou Draco, enquanto Harry se lamentava no banheiro.   

 - Eu já tive. Catapora é coisa de criança! – Riu Teddy. James olhou para Draco balançando a cabeça.   

 - Nem você e nem seus irmãos tiveram?   

 - Não! Nem sabia que essa doença ainda existia!   

 - Certo, então você fica longe e mantém seus irmãos longe daqui. Apenas eu, Teddy e Scorpius que já pegamos catapora podemos ficar perto de Harry, me entendeu?   

 - Você está me dizendo o que fazer? – se indignou James. Afinal, quem ele era para falar daquela forma?   

 Draco o encarou com a mesma intensidade. Respirou fundo para não perder a paciência com o adolescente.   

 - Estou tentando cuidar de você. Se ficar aqui, vai acabar todo empolando como seu pai.   

O garoto abriu a boca para discutir, ele poderia muito bem cuidar do pai. Dane-se se ficaria doente depois, não precisava do vizinho enxerido, ex-amigo, ex-sabe-se-lá-o-que do seu pai. Seu olhar foi para cima do loiro com mais raiva que antes.  

 - Vamos J. As crianças estão lá embaixo, vamos dar uma olhada nelas. - Teddy conhecia aquele olhar de James, sabia que ele explodiria a qualquer minuto. 

Os dois jovens deixaram o quarto. As mãos de Draco tremiam pela raiva, ele não estava acostumado a ter crianças desobedientes e temperamentais como James. A porta do banheiro se abriu, revelando um Harry muito mais abatido do que quando se levantou.  

- Acho que vomitei todos os órgãos do meu corpo. - Resmungou. 

Draco o fez se sentar na beirada da cama, ele observou o loiro percorrer o quarto até a sua cômoda e tirar um par de meias brancas, grossas e cumpridas de dentro da gaveta.  

- O que você quer com as minhas meias de futebol?  

- Estique seus braços para mim. - Pediu, e quando Harry o fez, colocou as meias tampando suas mãos e metade do braço com elas.  

- Pra que, isso?!  

- Você está proibido de se coçar. As meias vão te lembrar disso.  

- O que? Mas até a minha bunda está coçando! Draco, eu preciso me coçar. - Implorou, mas o loiro a sua frente não parecia se importar nem um pouco com tudo aquilo. 

- Eu sei que está coçando, mas é para o seu bem. Agora se deite.  

- Não. Eu preciso cuidar das crianças, me dá logo um comprimido ou uma pomada, eu estou bem.  

- Uhum. Agora deita. - Ignorou Draco, empurrando Harry de volta para o colchão que percebeu que mesmo se quisesse, se sentia fraco para lutar contra.  

- Vou cochilar só mais um pouco, mas você me acorda em meia hora. 

- Uhum. - Concordou para não discutir. Harry fechava os olhos devagar, até cair no sono novamente. - Eu já volto.  

Uma vez que Draco chegou no andar debaixo, desejou voltar correndo para o quarto de Harry e se trancar com ele e a catapora pelo resto do dia. Teddy e James discutiam furiosamente na cozinha, enquanto Lily cantava a plenos pulmões alguma musica na tv que estava irritando Albus, por isso o garoto estava tentando dizer em alto e bom som para ela calar a boca. Scorpius, que provavelmente havia deduzido aonde o pai estava, caminhou até ele com as mãos nos ouvidos.  

- Eu tentei fazer eles ficarem calmos, mas não consegui!  

- Tudo bem, querido. Eu converso com eles. - Draco pousou a mão em sua cabeça, bagunçando o cabelo do filho.  

Limpou a garganta e tentou. 

- Gente, vocês precisam se acalmar... 

- EU SÓ ESTOU PEDINDO PARA VOCÊ PARAR DE ME TRATAR MAL, JAMES.  

- EU NÃO ESTOU TE TRATANDO MAL, EU NEM AO MENOS ESTOU NERVOSO.  

- LILY! Eu não aguento mais Princesinha Sophia, vamos ver outra coisa! 

Respirou fundo. Aqueles sons estavam entrando na sua cabeça como uma furadeira.  

- Gente...  

- ALBIEEEEEEE! Me 'evolve!  

- ALBUS PARA DE IRRITAR A LILY. TEDDY EU PEDI PARA VOCÊ OLHAR ELA. 

- Enquanto você não parar de gritar comigo, eu não vou fazer nada!  

- Un, deux, trois. 

Scorpius observou seu pai descer as escadas, contando até dez em três línguas diferentes e respirando fundo entre elas. Ele abriu a porta devagar, por um momento o garoto pensou que o pai fugiria, mas ao invés de passar pela mesma, ele a empurrou de volta fazendo um barulho muito mais alto que os gritos da sala. Até mesmo Lily engoliu o choro com o susto.  

- PAROU. - Gritou, observando todas os cinco rostinhos surpresos.  

James cruzou os braços e fez pose para enfrentar Draco, que no mesmo instante que percebeu a atitude do garoto, se virou para ele.  

- Nem pense em tentar me ofender, James. Eu não tenho mais nenhum pingo de paciencia para lidar com seus chiliques agora.  

Ele sabia que não deveria falar assim com a criança que nem era dele. Mas James era o mais velho, e ao invés de ajudá-lo, só sabia implicar e brigar com os outros ao redor. Draco já estava exausto.  

- Quero ir para casa. Quero minha avó. - Disse Teddy, pisando duro para o andar de cima. Ele era a outra pessoa exausta das atitudes de James naquela sala.  

- Ótimo. Alguém mais quer ir embora? - Perguntou Draco. Ninguém respondeu. James segurava os lábios nos dentes para não dizer mais nada. Afinal, foi ideia dele trazer Draco para ajudar.  

- Meu pai está bem? - Albus ousou a perguntar depois de algum tempo de silêncio.  

- Está. Ele só precisa descansar um pouco, vocês vão ter que me ajudar.  

- James disse que não podemos entrar no quarto. - Disse, olhando para o irmão que agora disfarçava a raiva em organizar a cozinha.  

- Isso porque seu pai está com catapora e como vocês nunca tiveram, é perigoso ficarem exposto aos vírus. - Explicou, Albus pareceu entender. 

- Hoje será um dia silencioso? - Perguntou, sabendo muito bem como funcionava.  

- Claro idiota, acha que o papai vai melhorar com você gritando por ai? - James explodiu da cozinha.  

- Não me chama de idiota!  

- Rapazes! - Levantou a voz mais uma vez. - Vamos fazer o seguinte? Vocês podem fazer o que quiserem, desde que fiquem muito quietos ou gritem o quanto quiserem lá fora.  

- Eu e Albus podemos jogar videogame no meu quarto? - Scorpius pediu.  

- Se James aceitar ficar lá com vocês. - As duas cabecinhas se viraram pedintes para o garoto mais velho. 

- Tenho projeto de história para fazer, não posso ficar de babá.  

- Eu tenho uma biblioteca... Você pode ficar lá enquanto eles brincam, não precisa ser babá, só olhá-los de vez em quando. - Pediu, tentando ir devagar e paciente com o garoto. James pensou por um momento. 

- Tá bom. - Suspirou - Vou pegar minhas coisas.  

No caminho pelas escadas, James trombou com Teddy que descia com a mochila nas costas. Ambos se olharam furiosos e o de cabelos coloridos parecia muito mais chateado com tudo aquilo do que o outro.  

- Certeza que quer ir embora? - Draco perguntou uma última vez ao se despedir, o rapaz apenas acenou bicudo que sim.  

Como vingança pessoal, Draco fez James carregar Albus e Scorpius com ele até o ponto de ônibus aonde Teddy pegaria a condução para voltar pra casa. Após isso os três garotos voltaram para a casa dos Malfoy, enquanto do outro lado da cerca restaram apenas Draco e Lily.  

A garotinha olhava para Draco de trás do sofá, rindo com a mão na boca.  

- Então, seremos apenas eu e você cuidando do papai hoje, sim? - Disse se aproximando da garotinha com as mãos em formas de garra. Lily tentou fugir, mas deixou que o homem a pegasse nos braços e beijasse sua bochecha.  

-x- 

Draco estava tendo mais facilidade em olhar as quatro crianças do que cuidar de Harry. A teimosia do homem apenas o deixava maluco. Se recusou a tomar medicação, em uma das vezes Draco precisou esconder o liquido dentro do suco para que ele tomasse.  

E tinha as coceiras.  

- Eu preciso me coçar. Eu vou enlouquecer se não me coçar! - Choramingava alto, enquanto esfregava a bunda e costas no colchão a procura de um alivio.  

- Fique quieto, a pomada vai aliviar. - Respondeu Draco passando cuidadosamente a medicação sobre as marcas vermelhas na pele sensível.  

Talvez Harry tenha resmungado quando foi impedido de passar o remédio na sua própria bunda, porque Malfoy não confiava em tirar as meias da sua mão.  

Talvez ele tenha perdoado instantaneamente porque a pomada realmente ajudou na coceira e ele pode tomar sua sopa tranquilamente, depois.  

- Onde estão as crianças? - Perguntou, depois que Draco lhe enfiou a ultima colherada em sua boca. 

- Albus e Scorpius estão brincando com os cavalos agora. James está fazendo alguma coisa no computador e Lily almoçou, tomou banho e está cochilando. 

O queixo de Harry caiu. 

- Lily está dormindo? Almoçada? Limpa?  

- Sim? - Respondeu, tentando entender porque aquilo era tão surpreendente.  

- Eu nunca consigo fazer ela dormir a tarde. 

- Ela tem quatro anos, Harry. Precisa descansar durante a tarde, e você também precisa. Vamos, deite-se.  

É claro que o moreno resmungou. 

- Eu estou me sentindo sozinho aqui, ninguém quer ficar comigo. - Suspirou, talvez a catapora havia feito Harry se transformar em uma criança manhosa.  

- Você está espalhando vírus, doce. Tem que ficar isolado um pouco, eu estou aqui pela casa, se precisar me chame. - Disse pacientemente. 

- Me dá um abraço. - Uma carência apareceu. Draco amassaria Harry inteiro sem ele precisar pedir, mas o rapaz estava cheio de pomada e se ele o agarrasse teria que passar tudo de novo.  

Ao invés disso, Draco pousou o tubo ao lado da cama, se curvou. Harry se preparou para um abraço quentinho e ganhou um beijo em cada olho e um molhado na ponta do nariz. Os unicos lugares que não havia catapora em seu corpo.  

- Durma. - Finalizou, se segurando para não beijar o biquinho frustrado do outro.  

Draco passou o resto da tarde, organizando o que podia em casa e observando as crianças. Lily acordou momentos mais tarde, entediada. Ela não queria brincar com os irmãos, nem sozinha, nem mesmo com Draco, ela queria ficar com seu pai. Sabia que não podia, então ficou o observando na porta  

 
Após um tempo, ficar parada esperando que seu pai acordasse não era mais o suficiente, então se pos de pé. O que Lily poderia fazer? Correu até o quarto de Albus e pegou um dos aviões do irmão. O azul e branco que tinha um homenzinho pilotando de verdade! 

Lily segurou o avião no alto e se foi até o final do corredor, pegou impulso e correu até o outro lado próximo a escada,  imaginando estar sobrevoando sobre um mar de lava e fogo resgatando Papai e Draco dos homens maus. Ela fez esse percurso uma duas ou três vezes até que algo aconteceu. 

Um dragão enorme e perigoso apareceu! Lily era muito corajosa, então não teve medo, nem pensou duas vezes antes de atacar o monstro com o seu avião potente. Ela fez um grande som de ataque.  

Infelizmente, o piso de madeira do corredor é bastante escorregadio. As meias coloridas que Draco vestiu depois do banho, não era as com borrachinha embaixo como papai costumava colocar, então, assim que fez a curva no corredor, seus pés deslizaram a fazendo escorregar pelo chão.  

Com o impacto, seu corpo bateu na mesinha aonde ficava o abajur bonito com rostinho de anjo e asas douradas. Por isso foi horripilante quando o obejto balançou de um lado para o outro, até a gravidade tomar conta e derrubá-lo no chão. Sua aterrissagem foi surpreendentemente tranquila, talvez porque  era tão leve e frágil, mas isso não o impediu de se quebrar em muitos pequenos pedaços. 

Lily ainda estava no chão da sua pequena queda, mas ela rapidamente se ergueu sobre suas mãos e joelhos,  Assim que sua mão esquerda descansou no chão, bem no meio dos pedaços quebrados afiados, ofegou com a sensação dolorosa estourando na palma de sua mão. Quando se levantou do chão, havia uma mancha vermelha restante nele. 

Tinha sangue, e é terrível. Há uma dor abrasadora na palma de sua mão, e mais da substância vermelha jorrava fora. Lily quer gritar o mais alto que puder. Ela quer ajuda, precisa de ajuda. Lily precisa de seu pai pra fazer aquilo melhorar. 

Mas ela não pode fazer isso. 

Lily não deveria estar correndo em primeiro lugar. Essa era uma regra importante do papai e ela havia quebrado. Pior ainda, o abajur havia sido um presente especial e agora estava arruinado. 

Lily apertou o punho fechado, mas aquela ação doeu, então ela sufocou um gemido. Lágrimas quentes já estavam fluindo de seus olhos, e resistiu ao desejo de gritar. Seria apenas uma questão de tempo até que Draco viesse encontrá-la, e veria o que Lily tinha feito. 

Havia apenas uma coisa razoável a fazer, Lily concluiu para si mesma, e que era encontrar um esconderijo. Havia muitos lugares bons para se esconder na casa. Havia as longas cortinas da janela, mas aquelas estavam na sala de estar onde Draco estava. Havia debaixo da cama do papai, mas ela não tinha permissão para entrar lá porque papai estava doente, e Lily definitivamente não queria quebrar outra regra. 

Ela teve a ideia de se esconder no closet de James. Ela entrou com cuidado no quarto do irmão e entrou. Estava escuro ali, mas Lily  poderia abrir um pouco a porta para deixar entrar a luz e manter qualquer fantasma assustador do lado de fora. 

Sua mão ainda estava doendo  terrivelmente, mas Lily ficou o mais quieta possível, entrando em seu esconderijo. Sentar no topo de sapatos e caixas era desconfortável, mas ela merecia. 

Draco havia feito um pouco de suco de laranja a pedido de Albus e estava procurando por Lily para lhe dar um copo quando percebeu que a menina estava quieta demais, por muito minutos. Ele subiu as escadas e viu que a mesma não estava sentada na porta do quarto do pai como havia deixado.  

- Lily? Aonde você foi?  

Lily se encolheu quando Draco a chamou. Ele descobriria em qualquer segundo quando visse o anjo quebrado no chão. 

Hpuve passos a distancia então ela escutou: 

- Oh meu Deus... Lily? Lily querida, onde você está?  

Pânico tomou conta do peito de Lily, ela apertou a mão boa na boca para se acalmar. Ela estava sentindo vontade de ir ao banheiro também, ela deveria ter pedido para Draco manter a fralda da soneca.  

- Lily. LILY! 

 
 

Draco estava correndo pela casa, embora houvesse a regra da corrida. Bem, Lily pensou que se ela quebrou aquela regra, não teria problema se Draco a quebrasse também. Draco entrou na cozinha, no banheiro, no banheiro do andar de baixo, e até subiu novamente, chamando seu nome o tempo todo. 

- Eu não estou bravo, Lily. Por favor apareça. Eu preciso de te ver, você está machucada. Por favor, docinho. Venha.  

Como que Draco poderia não estar bravp? Lily  podia ouvir como ele estava assustado, e isso estava fazendo ela se sentir ainda pior. Mas será que Draco ficaria mais irritado depois que Lily explicasse que estava correndo? E depois ele contaria a papai e papai ficaria muito bravo e não ficaria bom nunca? Ele deveria ficar aqui ou ir a Draco? Foi uma decisão muito difícil de tomar. Mais do que qualquer coisa Lily queria Draco, mas ela estava muito assustada e desapontada consigo mesma. 

Evidentemente, Lily não precisou tomar a decisão de ir procurar Draco, porque ele a tinha encontrado. A porta do armário foi subitamente aberta e a luz inundou o esconderijo. Lily tirou a mão molhada de sua boca e começou a chorar. 

Lily não teve chance de fazer nada quando Draco a puxou de seu esconderijo e a trouxe fortemente para o seu peito. 

- Está tudo bem, Lily. - Repetiu Draco repetidamente. - Está tudo bem, querida, está tudo bem. Aonde dói? Onde está o dodói?  

- Eu cor-corri e quebrei o anjinho. - Choramingou, tossindo enquanto tentava respirar um pouco melhor, se contorcendo no aperto em que estava. - Desculpe! 

- Tudo bem, Lils. Eu não estou bravo, ok? Agora me mostre seu machucado. - Disse rapidamente. 

Lily, ainda chorando forte, estendeu a mão com o dodói. Draco afastou suavemente os dedos, o que fez piorar e inspecionou cuidadosamente a lesão. Ela então foi apanhado no colo e levada pelo corredor em direção ao banheiro. Lily viu o anjo quebrado e gritou mais forte. 

- Volte para a sala, meninos. Está tudo bem, ela só machucou um pouco a mão. - Disse por cima dos gritos histéricos da criança, que percebeu Albus e Scorpius a olhando preocupados da escada. Tudo o que ela não queria era deixar seus irmãos assustados então tentou ficar quieta. Foi muito dificil, ela ainda estava murmurando baixinho através dos lábios, mas pelo menos não estava mais gritando. 

- Adivinha só Lily! - Disse Draco, colocando a bebê sentada na pedra da pia. - Eu sei que seu pai tem uma caixa mágica bem aqui, eu vou pegá-la e netão vamos fazer o dodói ir embora! 

Lily estava aliviada, porque sabia que na caixa mágica havia todos os tipos de curativos coloridos que cobriam os dodóis. Mas para ser honesta, ela não estava chorando pelo machucado e sim pelo o que havia feito. 

Draco era tão doce e gentil, e nem doeu quando passou pano molhado para limpar, se certificando de que não havia nada preso no corte. Em seguida cobriu com um curativo verde, mas antes passou uma pomada para impedir que piorasse. 

- Pronto, minha bebezinha está novinha em folha. - Disse, esmagando seu rosto em um beijo. Lily não conseguia nem olhar Draco nos olhos. 

- Má... Eu fui má, não deveria estar 'orrendo. 

- Bom, agora você sabe porque não se pode correr. E você não é má, só teve um momento de desobediencia, ok? Está tudo bem. Você é uma ótima menina, Lils.  

Mas ela não estava convencida. 

- Eu quero ser melhor... - Sussurrou. 

- Como assim, amor?  

- Um bebê melhor! - Disse, gesticulando com as mãos. 

Draco a olhou nos olhos, cuidadosamente. 

- Você é um ótimo bebe, Lily. Além disso, cada bebê é diferente, mas eles tem o mesmo trabalho, sabe qual é?  

Lily negou com a cabeça. Ela não sabia que os bebês tinham trabalho. 

- Seu trabalho é brincar com os seus brinquedos, dormir na sua caminha durante as sonecas e a noite, comer direitinho, ir para a escolinha para conhecer novos bebês e deixar que seu pai e seus irmão lhe deem todo o amor que eles conseguem. Agora, Lily, você faz tudo isso?  

Lily pensou. Ela definitivamente brincava com seus brinquedos o máximo que podia. Ela nunca ficava acordada por muito tempo, especialmente se seu pai cantava ou contava historias então era inevitável dormir. Bebia a maior parte da sua mamadeira, principalmente se a fórmula estivesse disfarçada com gostinho de morango ou chocolate. Ela também deixava seus irmãos e papai lhe dar amor. Isso significava beijos no rosto e na barriga, abracinhos matutinos e muitas cócegas de James. E ela os amava de volta. Muito.  

- Sim... - Finalmente respondeu, encontrando os olhos bonitos de Draco. Ela gostava de olhá-los na maioria das vezes. 

- Então estamos entendidos. - Você é a minha bebezinha obediente e perfeita.  

- Eu também deixo que você me de o seu amor, Drrraco. - Informou, rindo da sua inabilidade de pronunciar o nome do outro com facilidade.  

 
- Que bom, porque eu tenho muito amor para dar a você. - Disse, levantando ela em seus braços mais uma vez. - Agora, o que você acha de nós prepararmos algo para o jantar do seu pai, hun? Talvez ele já esteja se sentindo um pouco melhor.  

Lily concordou com a cabeça, escondendo seu rosto na curva do pescoço de Draco enquanto eles saiam do banheiro e voltavam para o andar debaixo junto com os outros. Nesse momento, Lily se sentiu muito feliz em ter uma pessoa como Draco em sua vida. 

Draco mais tarde juntou todos os cacos do anjo, e colocou cada criança em sua cama. Havia feito um bom trabalho, pensou. Harry estava se sentindo melhor, não vomitando mais o que comia, as coceiras aparentemente acalmadas e a febre bem mais baixa que antes.  

- Agora quem parece doente é você. - Riu, quando o loiro adentrou em seu quarto após o banho. Novamente na função de passar a pomada nas suas cataporas.  

- Foi um dia dificil para mim também. James parecia querer me comer vivo, Albus e Scorpius me pediam até para pegar água e Lily se escondeu, quebrou coisas e se machucou. E não vou nem comentar das suas manhas.  

- Lily se machucou? - Perguntou preocupado. 

- Foi um corte pequeno, está tudo bem. - Disse, encarando Harry para passar confiança. 

- Eles dão um trabalhão, não é? - Levantou o pescoço para a Draco, que concordou suspirando. Harry sussurrou ao final - Deita um pouco antes de ir, você deve estar exausto. 

- Só até você pegar no sono, James, Albus e Scorpius ainda estão vendo tv lá embaixo.  

Draco bocejou forte assim que encostou o corpo no colchão, Harry se aconchegou um pouco mais, não perto, mas o suficiente para que o separassem fosse apenas a respiração um do outro. 

- Você está cheirando a remédio, febre e catapora. - Riu. Harry deu um tapa de leve em seu braço. 

Queria agradecer por ter sido tão paciente com seus filhos, por ter cuidado dele e não ter deixado que coçasse suas cataporas, assim Harry não teria nenhuma marquinha para contar a história, mas o loiro estava tão, tão exausto que caiu no sono em segundos. Ele não teve coragem de acordá-lo, por isso quando um sonolento Scorpius apareceu na porta, Harry apenas disse para o garoto se deitar com Albus que naquela noite eles ficariam ali.  

O moreno se aproximou mais alguns milímetros perto de Draco e se encaminhou para o mesmo sono, segurando sua mão.  


Notas Finais


Até a próxima att!

xx Nyme


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