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História The Killer - Welcome to the family, Will


Escrita por: Marii_Rafaela e mari_rafaela_2

Notas do Autor


Oiii gente, tudo bem com vcs?

Desculpem a demora :/

Não sei se o capítulo ficou bom ... :( Mas espero que gostem.
Todos estão tentando reconstruir suas vidas, e colocar as coisas nos eixos.

Um grande beijo!♥

Capítulo 13 - Welcome to the family, Will


Fanfic / Fanfiction The Killer - Welcome to the family, Will

Miguel e Gabriel andam na nossa frente catando as conchinhas que encontravam pelo caminho. David e eu afundávamos nossos pés na areia fofa enquanto conversávamos sobre o café da manhã que foi servido no hotel.

-Estava delicioso – Falo me lembrando da grande variedade de frutas – Biel adorou comer waffles.

-Podemos voltar pra cá ano que vem... – David passa a mão pelo cabelo que voava com a brisa fresca do mar – as crianças adoraram...

Charlie dá um gritinho no meu colo e David estende os braços para pegá-la, ela por sua vez começa a balançar as perninhas gorduchas sem parar.

-Acho que essa aí gostou da praia... – Falo sem tirar os olhos dos meninos à nossa frente – Eeei – Grito e eles olham para trás – Não fiquem longe da gente!

Biel dá um sinal de joinha e continua a catar conchinhas. Os saquinhos que eles carregavam estavam abarrotados.

-Vamos ficar aqui, amor – David fala enquanto levanta o corpinho de Charlie no ar.

-Ótimo – Faço sinal para os meninos voltarem e começo a estender as toalhas na areia. – Venham passar protetor! – Falo abrindo a bolsa e enfileirando os potes de filtro solar lado a lado.

-De novo mamãe? – Miguel resmunga.

-Eei – David levanta o queixo – Isso é jeito de falar com sua mãe?

Miguel o encara com as bochechas vermelhas. Seguro a vontade de rir. David ainda está com a sobrancelha esquerda arqueada.

-Desculpe, mamãe... – Miguel fala sem jeito. Pego seu rostinho e dou um beijo em cada bochecha.

-Está desculpado. – Falo dando uma piscadela.

Gabriel está fuçando na bolsa de lanches e pega um sanduíche embalado.

-Esse garoto só come – David resmunga e eu lanço um olhar furioso para ele – Tá, tá. Desculpe. Mas é verdade.

-Gabs? Você está com fome mesmo? – Falo com minha voz de mãe super especial. Ele me olha, olha para o sanduíche, me olha de novo e coloca o sanduíche de volta na bolsa.

-Tô com fome não mãe... – ele dá de ombros e eu olho pra David que sussurra “como você consegue”?

-Super poderes de mãe, querido.

Um funcionário do hotel nos traz duas barracas e estende, troca algumas palavras em inglês com David e depois sai.

-O que foi? – Pergunto enquanto passo protetor nas costas de Miguel. – O que ele queria?

-Nada. Só veio confirmar se renovaremos essa semana – David fala sem olhar pra mim. Seus olhos incrivelmente brilhantes observam o horizonte.

- O que disse a ele? – Faço sinal para Miguel estender os bracinhos.

-Ainda não respondi... – David morde o lábio inferior e faz uma careta. – Vou buscar água de coco. Quem quer ir com o papai?

Miguel e Gabriel quase se atropelam e vão atrás do pai.

-É. Parece que somos só você e eu Charlottinha!

Charlie dá um sorriso encantador e eu a deito no meu colo de barriga pra cima.

O celular toca de dentro de uma das bolsas cheia de conchinhas e eu reconheço o número de Londres de nossa casa.

-Alô!

-Amiga? – A voz de Will foi como um choque de realidade. Estávamos na Flórida há tanto tempo que eu mal conversava com meus amigos.

-Will! – Grito  - Como você está?

-Morrendo de tédio. Sério. Vocês nunca mais vão voltar?

Solto um suspiro cansado.

-O David fica dizendo que quer passar mais um tempo aqui. – Olho para trás o procurando e o vejo conversando com uma vendedora do quiosque – Não sei mais quanto tempo ficaremos longe de casa, Will...

-Você tem conversado com ele?

-Nem sempre ele me deixa falar sobre aquilo... – Engulo em seco. Não sabia se Will também estava preparado para conversar sobre as coisas ruins que nos aconteceram. – Ele fica renovando nossa estadia no hotel. Já viajamos nesses dois meses mais do que em um ano inteiro.

-Não o pressione, Lils. – Will respira fundo – Ele tem me ligado ás vezes.

-O quê? Ele diz o que?

-Que tem medo de voltar. Que estão muito felizes aí e tem medo de voltar pra casa e as coisas ruins acontecerem de novo. Não sei, Lily.

-Ele não fala muito disso. – Aperto Charlie em meu colo e inspiro seu cheirinho de bebê – Mas é óbvio que ainda está incomodado. Com medo, sei lá. Não sei o que fazer para ajudá-lo, Will.

-Você conhece o David. É turrão. Tem que ser do jeito dele. – Will bufa do outro lado da linha e consigo imaginar perfeitamente seu rosto lindo se contorcendo numa careta – Dá mais tempo pra ele...

-Mais tempo? – Solto um guincho e Charlie dá uma risada engraçada, me encarando – As crianças estão longe de casa, da escola! Will...

-Tá, ta. Vou conversar com ele. Mas mudando de assunto, como vocês estão? Os dois?

-Estamos bem. Sério. Tem sido maravilhoso. Cada dia, cada experiência. Estamos cada vez mais juntos.

-Ótimo. Tenho que te contar uma coisa. – Após uma longa pausa, Will volta a falar com a voz visivelmente emocionada – Tenho falado com o amigo do John. O Daniel.

-Aquele que cresceu com ele? – David vem chegando com as crianças em seu encalço. Cada um com um sorvete de casquinha na mão. – O Daniel?

-Sim, amiga. Temos conversado bastante por mensagem. Ele está vindo pra Londres. Tem algumas coisas do John que vai trazer pra mim e... Sei lá. Talvez me ajude com a mudança.

-Isso é muito bom, Will.

-Quero que vá comigo. Encontrar ele.

-Eu irei. Prometo. – David me olha desconfiado e pega Charlie no colo, levantando seu corpinho pra cima e pra baixo, tirando várias gargalhadas dela – Me ligue se precisar de alguma coisa, ok?

-Ok. Obrigado de novo por me deixar aqui na sua casa. Eu adoro esse lugar.

-Fique o quanto tempo que precisar. Will, você é da família.

Quando desligo David ainda está me encarando.

-Como ele está? – Ele pergunta e em seguida estende uma garrafinha de água – O Will?

-Está bem. Acho que vai precisar ficar mais um tempo lá em casa. David?

-Sim, amor? – Ele ainda está com Charlie no colo, fazendo palhaçadas pra ela rir.

-Podemos voltar? – Fico sem ar por alguns segundos. David sorri meio tristonho e depois beija minha bochecha demoradamente.

-Claro que sim, querida. Tá na hora de voltar pra casa.

Solto o ar que prendo e sinto uma dor aguda no peito. Seguro sua mão e o beijo com carinho.

-Eu te amo. David, eu te amo muito. Pode contar comigo, você sabe disso, não é?

Ele balança a cabeça e afaga meu rosto.

Passamos o resto da manhã na praia. Quando o sol começou a ficar mais forte no inicio da tarde, nós partimos para o hotel.

O clima era anormal. A sensação confortável de estar com eles ali. Meus quatro amores. A razão da minha vida. Estávamos bem, como há muito não ficávamos. Eu podia entender perfeitamente o medo de David. Quando a vida te oferece coisas tão maravilhosas, pessoas, sensações, momentos assim, é difícil abrir mão depois. Eu o conhecia bem o suficiente pra saber que quando foi baleado a terrível sensação de perder a vida, e nunca mais viver com a sua família, foi o que apavorou David.

Eu sabia pois vivi aquilo. Cada minuto de agonia, a aflição de pensar em nunca mais ver o rosto dele. Ouvir sua voz rouca. Sentir suas mãos nas minhas. Nunca mais viver no mesmo mundo que o amor da minha vida.

-Você está bem?

David entra no banheiro, o rosto lindo iluminado num sorriso. Giro o corpo e o abraço.

-Estou bem. – Falo por cima de seu ombro – E você?

-Melhor agora – Suas mãos afagam minhas costas – Comprei as passagens. Vamos pra casa amanhã.

Olho pra ele por um momento tentando decifrar algo em seus olhos. Ele sorri e ruguinhas aparecem ao redor de seus olhos.

-Não vejo a hora de voltar – Beijo seu pescoço, ignorando o seu gemido de protesto – Mas não importa o lugar, você sabe... Basta estarmos juntos.

Ele sorri e na minha cabeça um pequeno filme começa a rolar. Tudo pelo que passamos para chegar até aqui. Até a esse nível de relacionamento. Até o momento em que conseguimos ler o outro só com o olhar.

-Eu sei – Ele solta a risada gostosa que eu adoro – Sei disso, Lily.

-Vamos deitar. As crianças estão nos esperando.Ei, vem aqui – Suas mãos envolvem minha cintura e ele enche meu rosto de beijos apaixonados – Promete que vai ser sempre assim, não importa o que aconteça?

David pega meu rosto com as duas mãos e alguma coisa em minha expressão o faz rir.

-Amor – Ele mordisca o lóbulo de minha orelha, e ronrona feito um gato – Nós já passamos por todo tipo de mal nessa terra – Suas mãos acariciam minha nuca e eu arqueio o corpo para trás involuntariamente – Nós sobrevivemos a todos os terremotos e estamos mais apaixonados do que nunca!

-Isso quer dizer que... – Falo com a voz inebriada. David era o meu maior vício. Um pouco de tempo perto dele me fazia esquecer do mundo real e só querer mais e mais de seu toque – Que sempre será assim então?

Ele sorri. Emolduro na minha mente aquele sorriso encantador. Enquanto estivermos juntos, será assim. Simples como a vida deve ser.

*

Will

 

A grande família chega um dia depois de minha melancólica conversa ao telefone com Lily.

Confesso que ouvir a voz daquelas crianças, e a risada da bebê Charlie foi como um sopro de vida pra mim.

Tinha uma coisa naquela família, que eu não via em mais nenhuma. Eles ficavam sempre tão à vontade juntos. A sintonia entre David e Lily era invejável. Os dois se entendiam pelo olhar. Os dois juntos eram minha única esperança em acreditar no amor novamente.

Aquela família não sabia, mas foram eles que me fizeram acreditar que ainda posso ser feliz um dia.

É. A vida foi terrivelmente injusta comigo. Levando o único homem que eu verdadeiramente amei pra longe de mim.

Os anos que vivi com Jonny não vão se igualar a nada em minha vida. Eu fui verdadeiramente feliz. Não sei quantas pessoas podem falar sobre uma determinada fase de sua vida, se podem confirmar que foram mesmo felizes. Mas eu fui. Guardo cada momento que passei ao lado dele com felicidade. Nosso amor era genuíno.

Por isso, ao ficar na casa dos Moreira Marinho por esse tempo tem me feito acreditar novamente no amor.

Eu faria qualquer coisa, daria tudo para ter alguém que me amasse como Lily ama David. Como David ama Lily. Como a essência dos dois é pura e completamente rara.

Eu poderia gastar os anos de minha juventude caçando. Procurando o amor. Buscando encontrar um homem que me ame como eu sou. Como John me amou.

-Will? – Levanto os olhos do livro e avisto minha amiga vindo em minha direção. Ela usa somente uma camiseta do PSG por cima de um short minúsculo, e os pés estão descalços. Eu sempre teria aquela reação ao ver a garota linda que Lily era – Você não vai deitar?

Sorrio ao ver sua expressão preocupada. Sua testa ficava lotada de vincos quando algo a incomodava.

-Não se preocupe, gatinha. Estou sem sono, mas logo irei pra cama.

-Quer conversar, ou... – ela torce os dedos e franze o nariz, se aproximando cada vez mais.

-Obrigado, Lily. – Descruzo as pernas e apoio o livro no braço do sofá – Mas de verdade, eu estou bem. – Inflo o peito e solto o ar calmamente. – Obrigado pelo que tem feito por mim.

-Não precisa agradecer, Willie! – Ela sorri e meu coração transborda na mesma hora – Você é meu irmão. Meu irmão. – Seus lábios tremem e um brilho repentino cobre seus olhos.

-Não! – Levanto um dedo e faço cara de durão – Não chore! – Ela revira os olhos e dá uma risadinha – Estamos bem. – Falo resignadamente – E vamos continuar. Continuar nossas vidas, e cumprir nosso papel no mundo.

Lily pula em meu colo me dando um abraço de urso que me tira o fôlego.

-Aai! – Grito em protesto, mas ela nem liga. Me aperta ainda mais. – Tá bom, ta bom, amore! – Dou um tapinha em seu bumbum.

-Não se esqueça que amanhã temos o encontro com o Dan!

Dan? Ah meu Deus. O amigo do John. Como eu pude ter esquecido disso?

-Anh... – Mordo o lábio e Lily estreita os olhos, como ela sempre fazia prevendo o que eu iria dizer – Podemos remarcar? É que...

-Estamos adiando isso há dias. Se não quer encontrá-lo, posso chamar ele pra vir aqui? Seria mais confortável, ficaríamos...

-Ótimo! – Bato palmas – Fechado. Ele pode vir.

Fico nervoso de repente, mas não demonstro pra Lily. Ela ficaria horas aqui discursando e eu não estava com saco para isso. E alem do mais, eu sabia que David estaria acordado esperando por ela.

Vou para o quarto de hóspedes, que David insiste em dizer que é “meu quarto”, e me jogo na cama, sem nem tirar o tênis.

Fico deitado, olhando para o teto, por tanto tempo que imagino mil coisas. Daniel foi a primeira escolha de padrinho de casamento de Jonny. Ele estava tão feliz. Fui eu quem pedi a mão dele. Faríamos uma cerimônia reservada, só com pessoas da família. Lily e David seriam meus padrinhos e Daniel e a irmã de John seriam os dele. Ele ficava horas com a cara nas revistas de casamento. Escolhendo ternos e lapelas, e cores e falava disso o dia inteiro.

Eu gostava de lembrar desse Jonny. Feliz. Noivo. Quente, fresco, inteligente. Companheiro e de bom coração. Morreu salvando seus amigos e pessoas que amava. Morreu fazendo algo que acreditava, e isso sempre me consolaria. Porque Jonny foi e sempre será o meu herói.

É nisso que penso todos os dias. É com isso que sonho. É isso que me faz seguir adiante.

Me viro na cama e o sono começa a chegar. A janela está entreaberta e ouço os vagalumes cantando lá fora.

O choro de Charlie me desperta. Fico alguns minutos na cama, pensando em quem levantaria aquela noite para pegá-la.

A voz resmungona de David no corredor me faz rir.

-Papai já vai, amor... – Ele boceja tão alto que pode acordar a casa toda – Papai já vai Charlotti-nhaa....

Fecho os olhos e pego no sono rapidamente. Sonho com uma família. Uma garotinha do tamanho de Charlie em meus braços. O cheiro do bolo de milho de Lily inundando o ambiente e risadas felizes ao fundo.



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