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História The Killer - O blog do Miguel Marinho


Escrita por: Marii_Rafaela e mari_rafaela_2

Notas do Autor


😍😍 Oi gente! Como vcs estão?

Nossa Fic chegou ao ultimo capítulo e... Ufa!
Queria agradecer ao carinho e apoio que vocês me deram todo esse tempo desde a primeira temporada♥ e dizer que estou muito feliz por tudo que comentaram. De verdade, amo vcs!

Nosso casal enfim vai ter um pouco de paz, e terão a chance de viver uma vida normal (não que eles serão normais um dia rsrsrs) sem mais dramas e gente ensandecida querendo machucá-los.

No final rola uma coisa diferente. É na perspectiva de Miguel, mais velho, num post feito em seu blog pessoal.

Espero de verdade que gostem.
Obrigada por tudo!

PS: Vou postar um extra com um hot dos dois, é claro rsrsrs pra gente não esquecer como eles eram intensos😍😍😍

Capítulo 23 - O blog do Miguel Marinho


Fanfic / Fanfiction The Killer - O blog do Miguel Marinho

—Tem certeza de que eu não posso ir? – Falei tentando persuadir meu marido.

—Sim, querida – David beijou minha testa e em seguida lançou os braços ao redor de minha cintura – Fique em casa com as crianças, amor.

Fiz um muxoxo e apoiei a cabeça em seu peito. Seu coração batia acelerado.

—Não gosto da ideia de você sair por ai se arriscando... – Murmurei com a voz cansada.

—Eu sei, querida – Sua voz se atenuou, e senti que ele também não queria me deixar. – Mas o Johnny fez tudo isso por nós. Preciso ir... – Ele continuou com a voz trêmula.

Nossos filhos o levaram até a porta. Will e Dan já estavam lá fora com a detetive Daphne.

Eles encontrariam Johnny em um lugar seguro e depois iriam para a delegacia.

Tudo estava planejado, e um forte esquema de segurança foi armado. Precisaríamos de pelo menos três horas para tudo ser resolvido. Johnny seria levado em segurança para a delegacia, e a detetive e ele apresentariam todas as acusações necessárias para colocar Manu e toda a sua corja atrás das grades.

David deu uma ultima olhada antes de sair, e sorriu. Três horas. Apenas três horas e nossa vida poderia enfim seguir caminho e finalmente teríamos paz.

Will e John finalmente se reencontrariam. E todas as pessoas que ajudaram Manuela estariam atrás das grades com ela.

—Será um grande esquema, tipo grande mesmo – David falou uma noite antes – Temos que ser discretos para ninguém descobrir antes de chegarmos á delegacia e o Johnny estar cem por cento seguro.

Levei as crianças ao jardim, Miguel arrastava os cobertores e Gabriel levava a garrafa de chocolate quente. Empacotei Charlie e a levei junto.

Ficamos na parte onde era coberta por uma estufa. Nos aconchegamos próximos  a onde as camélias e gardênias floresciam tornando nossa estufa colorida.

Auggie se aconchegou conosco, e roncava baixinho aos pés de Gabriel.

-Mamãe? – Miguel começou – Por que o Tio Will e o papai saíram tão tarde?

—Eles foram fazer coisas de adultos – Respondi revirando os olhos de brincadeira e Miguel riu – Mas eles não vão demorar.

Tentei acreditar em minhas próprias palavras. Engoli o medo e a apreensão e fiquei ali com meus filhos, bebendo chocolate quente e lendo histórias até eles ficarem com bastante sono e de repente o jardim de inverno mergulhar num profundo silêncio.

A calmaria do lugar, os vagalumes e o farfalhar das árvores em nada me tranqüilizavam. Toda vez que David se ausentava, o terror e o medo tomavam conta de mim. Desde o dia em que ele foi baleado. Desde o dia em que John foi morto.

Morto.

Pensei naquilo por muito tempo. A detetive Daphne nos contou que o corpo encontrado foi o de um indigente. Um velho amigo de Daphne que trabalhava no necrotério conseguiu forjar a identificação através de uma amostra de sangue de John e depois disso tudo se tornou real.

Eu não podia imaginar a felicidade e o terror que rondavam a alma de meu amigo Will naquele momento. Ele se mostrou tão maduro e forte ao lidar com essa situação, mas no fundo eu sabia que estava pisando em ovos. Bastava um passo em falso e ele desmoronaria. Não podia suportar perder Johnny outra vez.

Minhas pálpebras pesaram. Pestanejei várias vezes, mas o sono aliado ao cansaço foi imbatível. Olhei para o relógio cheia de esperança, mas ela se desfiou ao me dar conta de que já havia passado há muito as três horas que David me assegurou que estaria de volta.

Eu nunca tinha contado a ele. Nunca revelei para meu marido o quanto a idéia de perdê-lo era devastadora. Todos os incidentes que sofri em todos esses anos, todos os momentos assustadores com Enzo, Vitória e Manu não eram páreos ao medo de perdê-lo.

Quando você prova do gostinho da felicidade, é tarefa árdua abrir mão dela. E eu não podia abrir mão daquilo. Ele era minha metade. Aprendi a lidar com tudo em minha vida, aprendi a aceitar o fato de que a má sorte me perseguia. Quebrei costelas, fiquei em coma, e ainda provo do amargo gosto de um acidente provocado por alguém que me odiava gratuitamente. Mas nada nessa vida podia ser pior do que viver sem o amor da minha vida.

Custou muito para encontrá-lo. E agora nós tínhamos tudo o que um dia nunca imaginaríamos. Tínhamos uma família.

Despertei com a cabeça doendo. Forcei os olhos para ajustá-los à escuridão, e procurei ao meu redor se todos estavam bem. Meus filhos ainda dormiam, e Auggie brincava com uma bolinha de tênis velha e desfiada.

E foi então que me dei conta. Não precisei olhar no relógio para saber que ele não tinha voltado.

Senti vindo de dentro do peito um ardor inexplicável. Começou tão repentinamente e calmo, mas se tornou uma dor excruciante.

Sufoquei. Tentei buscar ar, mas ele parecia ter sido arrancado de mim.

Alguma coisa havia acontecido com eles. Com ele. Com David. Com Will. Manu com certeza estava um passo á frente e havia descoberto todo o plano. Eles não tiveram nenhuma chance.

As lágrimas vieram quentes, queimando minha face. Não queria acordar meus filhos, então chorei baixinho.

Eu estava ajoelhada com as mãos na barriga, tentando pensar no que fazer a partir dali.

Foi quando eu ouvi a voz dele. Primeiro estava tão distante que pensei ser fruto da minha imaginação.

Mas então uma luz vinda da sala se acendeu. Depois a cozinha se iluminou. Passos apressados e pesados se aproximaram. A luz do jardim de inverno se acendeu. Pequenos feixes de luz que vinham de dentro de punhados de grama iluminaram o ambiente.

E então ele me viu. Trocamos um fortuito olhar por alguns segundos. Ele me entendia. Viu o desespero no meu olhar. Ele também tinha medo de me perder.

Me levantei aos soluços correndo em sua direção.

David me segurou com força para me abraçar. Eu devia abraçá-lo também. Mas descobri que em meio ao alívio de vê-lo vivo e salvo eu sentia raiva. Muita raiva.

 

David Luiz

—Lily? – Berrei quando ela começou a me bater. Literalmente me bater. Socos, tapas, empurrões. – Amor? O que houve?

Will tentou segurá-la, mas levou um sopapo. As crianças acordaram assustadas e em um segundo Charlie estava chorando.

—Tire as crianças daqui! – Will gritou e John obedeceu. – Lily! – Berrou em seguida.

—Amor – Falei, mas ela não me ouvia. Agora estava em lágrimas, soluçando. O corpo pequeno chacoalhava-se inteiro. — Baixinha! Tá tudo bem – Tentei acalmá-la.

Eu nunca vi Lily daquele jeito. E eu entendia. Droga. Eu não podia não entender.

Lily foi espancada, atropelada, violentada. Tentaram tirar sua vida não uma, mas várias vezes. Minha Lily. Eu me amaldiçoava todos os dias por isso ter acontecido com ela.

Os traços do ultimo incidente ainda estavam lá. Ela ainda andava com dificuldade, ainda precisava fazer fisioterapia e ir ao médico regularmente.

Mas ela pensou que fosse me perder. Céus, eu não podia culpá-la. Eu tinha aquele sentimento horrível todos os dias. Ao acordar. Ao vê-la dormindo ao meu lado. Eu temia perdê-la todos os dias.

—Lily! – Vociferei. Ela parou e me encarou em meio à enchente de lágrimas. Segurei seu corpo e ela ainda soluçava – Estou aqui, coração. Estou aqui minha vida. – A abracei e segurei a vontade de chorar. Funguei, e respirei bem fundo pra não desabar na frente dela. – Estou bem, minha gata. Eu nunca vou deixar você querida.

Ela ainda soluçava, mas parou de tremer. Os olhos azuis me fulguravam, e gordas lágrimas ainda escorriam por sua bochecha. Estendi a mão e as limpei. Beijei sua testa e a abracei, tomando seu corpo junto a mim.

—Eu pensei que... Você tinha... Que tinham machucado você — Confessou com a voz anestesiada.

—Não foi fácil, Lils. – Desabafei – Tentaram nos pegar. Mas a detetive e John são espertos demais.

—John? — Ela se afastou para poder me encarar.

Sorri a acalentando e afirmei com um gesto de cabeça.

— Ele está vivo.

—Vivinho da Silva. — A voz de barítono de Johnny retumbou.

Olhamos para trás e lá estava Johnny. A paz e o amor refletidos no sorriso e nos olhos imensos. A pele escura parecia brilhar á luz bruxuleante do nosso jardim de inverno.

E para minha surpresa Lily começa a gargalhar. Corre e tropeça nos braços dele. Os dois se abraçam, rindo. Se afastam, se olham, choram, e voltam a se abraçar. Will se junta ao abraço. Os três começam a pular. Olhando-a de longe, eu só conseguia pensar no quanto ela era linda. Infinitamente linda. Deus a criara.

—Vem aqui, seu bobalhão! – Lily ordenou com a voz emocionada.

Obedeci, cambaleando até segurá-la em meus braços. Sentir seu corpo encaixado no meu me  deixar confortável. Enfiei o rosto entre seus cabelos e inspirei seu cheiro. Lilás e canela.

—Desculpe... — Murmurou cansada — Minha reação foi exagerada.

—Eu entendo você – Afaguei suas costas e a beijei. Eu gostava tanto de beijá-la. Ela tinha gosto de baunilha. — Acabou, Lily. Acabou.

Ela arregalou os olhos. Ela sabia o que eu queria dizer.

—M-mas... E a ...

—Está presa. E todos os outros. – Suspirei profundamente. Minha alma estava transbordando de alegria naquele momento — Vai ficar tudo bem agora.

Ela sorriu e afagou meu rosto. Colou seu corpo no meu, ignorando as piadinhas de Will e Johnny envolveu as pernas em meu tronco. A peguei no colo cambaleando e ri. Ri alto, a joguei pra cima, pulei. Estávamos livres.

Nada e nem ninguém poderia nos fazer mal. 

 

 

Alguns Anos depois...

Blog do Miguel Marinho

1.123 comentários

Olá. Prometi que faria esse post, e aqui estou eu. Antes de tudo gostaria de dizer que sou um garoto de quinze anos, e talvez minha visão sobre minha família seja peculiar demais.

É difícil descrever a minha mãe, quando ela consegue ter tantas variáveis. Ela é intensa. Quando está feliz, consegue fazer a mais miserável das criaturas dar um sorriso do tamanho do mundo. Ela tem esse poder. Mas quando está brava, principalmente com o papai, ela parece um furacão.

Papai nessas horas gosta de fazer piadinhas sobre os “dias” das mulheres e coisas tipo TPM e ela lhe lança um olhar matador. Tento segurar a risada, pois seria um tremendo desrespeito rir da sua própria mãe quando ela está naqueles dias.

Minha mãe gosta muito de ficar em casa com a família. Pra ser sincero, eu também gosto. Perdi as contas de quantas vezes deixei de sair com algum amigo para ficar em casa, sentado no sofá, de pijama e meia, com um balde de pipoca no colo com minha irmã Charlie grudada no meu pé e meu irmão Gab cochilando na melhor parte do filme. É aí que minha mãe começa a tirar fotos nossas e guinchar feito uma doida, com olhos brilhando dizendo que seus filhos são lindos.

Geralmente eu acho ela meio maluquinha. Mas eu a amo. Nossa como eu a amo. É tão difícil dizer isso quando se é adolescente e sua mente está envolvida com milhões de problemas. Mas isso é tudo o que eu sei. Minha família é meu porto seguro.

Bom, vocês conhecem o meu pai. Ele foi zagueiro da seleção brasileira, jogou na Europa por anos, e agora comanda um time pequeno aqui no interior de Minas Gerais.

Gosto de pensar no papai como um tipo de herói. Ele não usa capa ou um disfarce especial, mas consegue inspirar qualquer um só com um olhar.

O jeito que ele olha para mim, quando estou tagarelando sobre o curso intensivo de alemão, ou sobre como consegui decodificar um arquivo complexo e meu professor de TI ficou orgulhoso, me faz sentir importante. Ele não acha que eu sou um nerd maluco que prefere ficar com a cara enfiada em livros do que sair com as meninas bonitas da minha idade.

Ele me incentiva, e dá pra ver que é real. Ele só quer o melhor de mim.

Ele adora andar descalço pela casa. Também não corta o cabelo há anos, o que irrita mamãe.

Sua frase preferida é “você já agradeceu á Deus hoje por sua vida?” E mais uma coisa: ele come igualzinho um jogador de futebol americano. A gente dá risada quando ele está repetindo o terceiro prato no almoço e mamãe lança um olhar de mil e um significados e ele sorri com a boca cheia.

Gab é meu brother. Durante um tempo, a gente brigava feio. Ainda brigamos, mas não tanto como antes. E agora, esquecemos mais rápido. Como quando ele fofocou pra minha avó que eu estava gostando de uma garota da escola (seu nome será preservado para que eu não passe vexame amanhã na sala de aula) e eu disse que ia quebrar a cara dele e minutos depois estávamos jogando vídeo game.

Gab é legal. Não é nerdão como eu. Ele é conquistador. O cara já ficou com tantas meninas que se tornou normal pra ele. Não é como eu que tremo, suo, e pareço que vou ter um troço quando tenho que dar oi pra... (Seu nome será preservado de novo!)

Minha irmã caçula é a Charlotte. Nós a chamamos de Charlie. É a miniatura da minha mãe. Tem os mesmos olhos e os mesmos cabelos dourados como trigo.

Ela é minha maior fã. Se não fosse ela, não teria começado com o blog. (Thank you Charlie!)

Ela gosta de ir aos acampamentos da igreja e também canta no coral. Esses dias peguei o vovô chorando escondido vendo um vídeo dela pelo celular.

Quando Charlie cantava, todo mundo se arrepiava. Era impressionante como tinha uma voz angelical. Ela tinha dom pra isso, mas era nova demais e não gostava de ser tão intensa. Fazia aulas de piano e violão, e cantava aos domingos no coral, mas nunca se cobrava tanto. Era uma moleca. Adorava brincar, e já quebrou o braço duas vezes.

Sei que meus pais se preocupavam, mas também sabia que ela nunca iria mudar. Sempre seria a pimentinha que corria pela casa e quebrava os vasos orientais da mamãe

—Custaram oitenta libras, você consegue entender isso, Charlie? Quando vai começar a dar valor ao dinheiro do seu pai?

Agora só falta um. Mas talvez o mais difícil de descrever. Miguel.

Sou baixinho (me odeio por isso) e meus cabelos precisam ser aparados toda semana. (Tenho uma espécie de plantação de cabelo).

É difícil me descrever, porque eu nunca me vejo por fora. Mas acho que não sou tão feio. Minha mãe me chama de príncipe e diz que eu sou a coisa mais linda desse mundo, mas elogio de mãe não vale.

Adoro tudo relacionado a games, astrologia e computadores. Também adoro ler. Leio de tudo. De gibis á clássicos de Stephen Hawking.

Meu sonho? Ir para a lua. Mas desejo só ir e voltar depois, mas é difícil explicar isso pra meus avós.

—Mas não tem perigo de dar alguma coisa errada com a “nave”e você ficar preso na lua para sempre?

E eu começava a explicar os inúmeros fatos que me asseguravam de que isso nunca ia acontecer.

Tem uma coisa que me desagrada na minha aparência, e tem sido as espinhas que saíram ultimamente. Andei furtando o estoque antiespinhas de Charlie, mas parece não funcionar.

Papai me diz que são os hormônios, mas aí me lança aquele olhar de quem quer conversar sobre aquilo e eu fujo. Ele devia achar que eu era doido. Mas a ultima coisa que eu queria era falar sobre sexo com meu pai. Talvez outra hora, mas agora eu era só um garoto de quinze anos apaixonado pela colega da aula de piano e que se amarrava em telescópios, números e hardwares.

Droga. Acho que acabei de revelar por quem sou apaixonado. Ah. Tudo bem. Um dia você iria saber mesmo, Becca.



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