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História The Killer - Cúmplice de um crime


Escrita por: Marii_Rafaela e mari_rafaela_2

Notas do Autor


Oooi pessoal ;) Tudo bem com vcs?
Espero que gostem desse capítulo cheio de revelações!
Agradeço muito a vocês que favoritaram a ficღღღ
Vcs são demais! Beijos e até a próxima!

aviso: capítulo enorme, sorry ;)

Capítulo 3 - Cúmplice de um crime


Fanfic / Fanfiction The Killer - Cúmplice de um crime

David Luiz

A coisa que eu mais odiava no mundo era mentir pra minha esposa. Depois de tudo pelo que passamos, chegar a esse ponto era desgastante pra mim. Ela é a melhor pessoa que eu já conheci, e depois que se tornou mãe, é ainda mais maravilhosa. É meu anjo. É meu porto seguro. Lily foi de longe a melhor coisa que já aconteceu em minha vida.

Por isso uma mentira daquelas se tornava algo tão grandioso. Eu a estava enganando, e sabia que cedo ou tarde quando chegasse a hora, não poderia mais esconder isso dela.

Ela ainda me amaria quando soubesse o que eu fiz? Quando soubesse que eu olhei nos olhos de Enzo, que suplicava pela vida e ainda assim eu não o poupei?

O bip no meu celular me alerta. Visto o casaco com capuz e vou até o quarto. Quase perco o ar quando vejo Lily dormir.

Sua expressão serena e angelical me fez sentir ainda mais o gosto amargo na boca. Queria acordá-la, queria contar tudo pra ela. Que o desespero de pensar em ver alguém a tirando de mim me fez perder a cabeça. Que me levou a cometer aquilo.

Lily dorme serenamente, as pernas encolhidas e uma das mãos segurando a barriga. Puxo um pouco mais a coberta e a cubro. Fecho a veneziana que sopra uma brisa leve para que ela não fique gripada.

Beijo sua testa e fico ali, a admirando por mais tempo, até Oliver me mandar a mensagem que eu esperava.

Estou aqui embaixo, senhor. Á sua espera.

Respiro fundo e dou uma ultima olhada para minha mulher, antes de sair e fechar a porta atrás de mim.

Oliver me espera no carro, e me cumprimenta com um aceno de cabeça. Parece entender minha angústia, porque dá um sorriso terno e segura meu braço.

-Vai dar tudo certo, Sr. David. Vocês vão ficar bem.

Dou um sorriso que não chega aos meus olhos, amargo e angustioso. Eu contava com aquilo, mais do que tudo. Se não desse mesmo certo, eu estaria perdido. Não consigo viver sem Lily. Sem meus filhos.

Estremeço e Oliver dá partida no carro. A viagem é longa e silenciosa, passamos pela torre Eiffel e eu me lembro das muitas tardes que passamos ali em baixo, fazendo piqueniques. Como as crianças adoravam aquele lugar.

-Vou sentir falta daqui – Oliver fala num tom solidário.

-Eu também, Oliver. Paris sempre ficará na história...

-É só o começo da história de vocês. Ainda vão viver muitas coisas boas.

-Que Deus te ouça.

Oliver para o carro perto do galpão que alugamos há meses atrás. Quando nem imaginávamos o que viria depois.

Quando saio do carro, Oliver fica parado, como se estivesse estancado em frente ás portas do galpão.

-Oliver? Está tudo bem?

Quem olhava para meu motorista e segurança, não imaginava que ele tinha um passado sombrio. Que ele serviu as forças armadas por anos, que já fez coisas que fariam o próprio diabo duvidar.

Quando o empreguei, era exatamente nessas coisas que eu estava pensando. Que sua experiência e frieza seriam capazes de proteger Lily.
Quando ela me contou sobre seu passado, sobre o que Enzo fez com ela, foi a minha primeira providencia. Contratar Oliver.

O que eu não imaginava era que por trás daquele coração duro, teria um coração realmente bom. Ele foi uma das poucas pessoas que acompanhou de perto as coisas ruins que nos aconteceram.

E foi ele quem salvou a minha vida.

Eu odiava ter que esconder isso de Lily, mesmo com Oliver suplicando que eu contasse a verdade para ela.

-Está pronto? – Pergunto pra Oliver, mas a pergunta é na verdade para mim.

-Sempre estive, David.

Assinto e entramos no galpão.

Está do jeito que deixamos. Intocado.

Aquele lugar que serviria de recomeço, se tornou um lugar assustador. Era ali que eu planejava inaugurar a galeria de Lily. Depois de uma boa reforma, seria perfeito.

Mas foi ali que Enzo morreu.

Pelas mãos do meu segurança, Oliver Bay.

Eu estava conferindo o local, querendo fazer uma surpresa para Lily, há dias atrás. Parecia o lugar perfeito, tinha um andar em cima, onde ela faria o estoque e o escritório. As amplas janelas conferiam iluminação suficiente, e com uma boa reforma, faríamos um estacionamento aberto na entrada.

Foi quando me surpreendi com a figura assustadora de Enzo. Ele estava a poucos centímetros de mim, cauteloso e audaz como um felino prestes a dar o bote.

Foi tudo muito rápido. Ele avançou, tentou me imobilizar, conseguiu me levar ao chão, e como me pegou desprevenido, me imobilizou e tentou me enforcar. Eu já estava perdendo o ar, sem fôlego e sentindo uma dor insuportável quando Oliver chegou e o golpeou na cabeça.

Enzo ficou desacordado por um tempo, e eu fiz menção de ligar para a polícia. Oliver segurou meu braço. – Se ligar para a polícia, vai acontecer tudo de novo. Mesmo que ele passe anos na cadeia. Ele vai sair. Ele vai voltar atrás de você e sua família.

Estremeci.

-O que quer que eu faça? – Lembro dos rostos de meus filhos. De Lily. De Charlotte na barriga dela.

-Não precisa fazer nada. Eu farei. – E saca a arma silenciosa que carrega.

-Não, Oliver. Sua arma é registrada. Não pode fazer isso com ele. – Meu olhar é sombrio, posso sentir a agonia me consumindo. – Não com sua arma.

-Entendi.

Depois de sair e ir até o carro, Oliver volta com uma faca na mão.

Hesito, mas quando Enzo acorda, amarrado, ele começa a fazer ameaças.

-Soube que vão ter uma menina! – Ele ri. Sua boca tem dentes podres, e seu rosto envelheceu anos – Terei o maior prazer de fazer com ela o que eu fiz com Lily.

Ouvir aquilo não só era repugnante. Era da honra da minha família, da minha esposa e filha que ele estava ralhando.

Oliver se adiantou, quando eu estava prestes a cometer uma besteira, e o golpeou com sua faca.

Enzo ainda teve minutos de lucidez, e implorou pela vida. Implorou para que eu dissesse para Oliver parar. Mas eu não o fiz. Estava entorpecido de ódio. Por tudo o que ele e Vick fizeram minha família passar. Meu rosto desfigurado de dor foi a resposta que Oliver aguardava. Ele deu o golpe final. Direto no coração de Enzo.

 

 

Oliver acende a luz e o galpão se ilumina. Ainda havia a mesma áurea de morte naquele lugar.

-Eu prefiro que fique lá fora. – a voz grave de Oliver ecoa pelo lugar – Vou fazer com que não percebam nada. As câmeras estão desligadas.

-Acha que vão perceber que fomos nós? – Pergunto ainda atônito.

-Não. Esse carro foi alugado, dei um nome falso. Tenho um álibi perfeito. E você, nem deveria estar aqui.

Balanço a cabeça, levemente transtornado e ele segura meus braços.

-Já está feito! Não podemos voltar atrás! Volte para o carro, David.

-Eu to com medo.

-Não vai acontecer nada com Lily e com as crianças. É por ela que estamos fazendo isso, rapaz. Olhe, David – a feição de Oliver se abranda ainda mais – Eu já fiz coisas terríveis com pessoas na guerra. Tortura do pior tipo. O que eu fiz com Enzo. Não foi nada em comparação. E eu faria de novo!!! Enquanto estivesse vivo, ele não deixaria sua família em paz!

-Você se arriscou... – Minhas lágrimas eram inevitáveis.

-Eu sou um homem velho e solitário que já vivi coisas demais na vida. Você, Lily e as crianças merecem ser felizes.

Eu não tinha mais o que dizer. O abraço e ele me manda sair. Encosto no carro, á sua espera, com o corpo cansado e dolorido. Minutos depois o vejo sair. Seu corpo parrudo coberto de um longo casaco preto. As pernas velozes.

-Entre no carro! Rápido!

Algo em sua expressão me fez correr para dentro do carro. Ele já estava do meu lado, dando partida.

A explosão veio logo em seguida. BUUUUMMM!!! O galpão estava em chamas.

Enquanto ele canta pneu e parte pra longe dali, fico pensando se aquilo seria o fim de todas as minhas preocupações. Se aquilo colocaria um fim ao meu sofrimento. Se com aquilo eu poderia seguir em frente.

 

Algumas horas antes.

O brilho perolado da pele de Lily reluzia à luz do lustre no banheiro. Suas pernas macias envolviam meu corpo.

Estamos de frente ao outro, suas pernas dando volta na minha cintura. Seus olhos reluzentes fulguravam. Ela precisava de respostas, e eu precisava despistá-la.

Como eu não começo a falar, Lily decide começar.

-O que o aflige, amor? Porque estava chorando?

-Não quero que se preocupe, Lils. Mas...

O olhar de Lily – de admiração, de veneração, de amor puro e verdadeiro – eu não podia contar a ela que fui cúmplice, que deixei Enzo implorar pela vida e deixei Oliver o matar. Eu não podia. Simplesmente não podia.

-Fale logo homem!

-Eu... Nós vamos nos mudar de Paris.

Vejo a decepção em seu rosto. Ela faz um muxoxo. Estava aborrecida, e eu sabia que não era porque iríamos nos mudar. E sim porque sabia que eu escondia algo mais.

-Vou voltar para o Chelsea. Desculpe, Lils. Sei como ama Paris. Sei como queria criar as crianças aqui, principalmente a Charlie... Mas...

-Tudo bem, querido. Nós vamos aonde você for. Fico feliz por você, amor. Você sempre amou o Chelsea. Bem – Ela olha para o lado, tentando esconder o desgosto – Vou para a cama. Estou indisposta. A gravidez está me dando muito mal estar.

Assinto e fico sozinho na banheira.

Ouço Lily chorar baixinho e digo pra mim mesmo que contar a verdade agora não era a melhor coisa.

Mas eu estava enganado.

 

Lily

Desperto com o telefone de casa tocando. Cerro os olhos para o despertador. Mal amanhecera o dia. Tateio o colchão, e sinto o corpo rígido de David.

-Amor...?

Mas ele dorme pesadamente.

Suspiro quando o telefone não cansa. Não queria acordar as crianças, era manhã de sábado e eu queria dar um descanso a eles.

Atendo o incansável telefone com indisposição.

Reconheço no outro lado da linha a voz do advogado de David.

-Doutor, o que houve? – Minha voz tem um toque de mau humor.

-Desculpe incomodar tão cedo, Lily. O David está aí?

-Está dormindo... Pode falar comigo?

-É sobre o galpão que ele alugou para fazer sua galeria – Não faço ideia do que ele está falando. – Aconteceu um acidente essa madrugada.

Então eu me lembro.  Lembro de acordar pela madrugada, com frio, e pedir para David pegar um cobertor mais grosso. Mas ele não estava lá.

-O que aconteceu?

-Pegou fogo. Ainda é cedo para investigar se foi acidental ou criminal, mas – Sua voz experiente deu a entender que foi a segunda opção – não quero que se preocupem. Estamos cuidando de tudo.

-Ok. Obrigada, doutor. Vou avisar David.

-Peça para ele me ligar.

Volto ao quarto e observo David dormir. Solto um suspiro de pesar. Agora eu tinha ainda mais certeza de que ele me escondia algo.

Desço até a cozinha, me espreguiçando e ligo a cafeteira. Eu não podia começar aquele dia, que eu previa ser longo, sem o meu café.

Queria confrontar David antes que as crianças acordassem. Ele poderia usar as crianças como escudo e se esquivar da conversa.

A campainha toca e me lembro que aos sábados o entregador da padaria sempre vinha nos trazer pão e leite. Caminho pelo jardim e abro o portão. Sorrio em agradecimento ao jovem parisiense com seu rosto rechonchudo que me entrega uma cesta de pães e fecho o portão.

Abro a caixa do correio, e enrugo a testa ao ver uma letra caprichada endereçada numa carta. O remetente, Manuela Gonzáles. Destinatário, David Luiz.

Estou tentando entender o que aquilo significava, quando esbarro na porta com David. Sua cara inchada mostrava que ele tinha dormido mal. O cabelo emaranhado parecia uma juba embaraçada. Resisto ao impulso de beijá-lo. Eu ainda estava muito zangada com ele.

-Bom dia, coração. – Ele aponta com a cabeça – o que é?

-Uma carta de sua ex-noiva. – Grasno sem olhar pra ele, indo à cozinha de cara fechada.

-O que? Oxi!

-Eu também gostaria de saber. – Coloco a cesta de pães no balcão e jogo o envelope na cara dele – mas sei que é só mais um dos seus muitos segredos. Não é, David?

Cruzo os braços o olhando desafiadoramente e posso jurar que seus olhos vacilam e suas pupilas tremem.

-Não estou escondendo nada de você, Lils.

-Onde esteve de madrugada?

Aquilo o pega de surpresa.

-Estava com Manu, incendiando galpões?

Ele está tomando um gole de café e deixa cair no chão. Está desnorteado.

-O-o que... Do que está falando?

-O que está escondendo de mim, David Luiz?

-Na-nada, amor! – ele se abaixa e limpa a sujeira do chão.

-David Luiz! – Minha voz enraivecida reverbera em meu peito – Fale agora! Eu sou sua esposa! Nunca escondi nada de você! Sou a idiota que carrega sua filha na barriga! – Estou prestes a ceder, meus olhos ardendo em brasa – Não esconda nada de mim! Eu não mereço isso!

Ele se levanta na mesma hora e corre até a mim, me envolvendo em um abraço.

-Shhhh! Lily... Eu te amo tanto... Tudo o que faço é pra te proteger. Tem que confiar em mim!

-Mas não dá!!! O que a Manuela tem com isso? Está me traindo? – Que droga, as lágrimas já estavam lá, minhas companheiras de guerra.

-É claro que não, Lily! Eu nunca faria isso com você! Sabe que sou louco por você!

Tudo bem. Eu sei que ele nunca me trairia.

-E o que é isso?  - Franzo o nariz para o envelope jogado no chão.

-Não sei! – ele passa a mão no cabelo, aborrecidíssimo – estou tão curioso quanto você.

-Então abre essa merda de carta!

Ele me obedece e rasga a lateral da carta. Franze as sobrancelhas quando lê o conteúdo.

-Não pode ser... – sua boca se enruga numa linha fina – Mas que filha da... Será possível que todo mundo nessa porra de vida quer acabar com a gente?

-O que foi? – me antecipo e ele entrega as duas folhas de papel para mim. Leio atentamente as palavras da mulher patética que era Manu.

-Ela está dizendo que foi contratada para trabalhar como redatora chefe da revista de fofoca mais bombada em Paris – Me sento e apoio o cotovelo na mesa, massageando minhas têmporas. David tinha razão, não deixariam a gente em paz. – e sua matéria de estréia é sobre a gente.

David afunda na sua cadeira, colocando a cabeça entre os braços. Sinto uma compaixão por ele na mesma hora. Estamos nesse barco juntos, afinal. Ele estava sofrendo. Porque por alguma razão o mundo parecia conspirar contra nossa felicidade.

-Ela vai escrever sobre tudo que aconteceu com a gente.... – David fala num tom amargo.

-E ela pode fazer isso? – Pergunto me dando por vencida e sentando no seu colo. Ele me recebe com um abraço e beija minhas bochechas repetidas vezes.

-Algumas coisas que aconteceram conosco foram à publico. Não há o que esconder.

-Aqui diz que ela tem fontes confiáveis. Quem pode ser?

-Á essa altura, pode ser qualquer um. Alguém que conhecemos e nos conhece bem.

-Que droga. Um traidor, ou traidora.

-Eu quero matar essa mulher – David fala entre dentes e eu me lembro de sua forma de agir contra quem tenta me machucar.

-Tenha calma – Afago seu rosto e ele afunda em meu ombro – Não vamos deixar essa puta rejeitada nos abalar.

David dá um sorriso triste.

-Puta rejeitada...

-Amor. – Mordo a ponta do dedão. Eu precisava me aproveitar daquilo para fazê-lo falar. – Lembra de quando ficamos separados?

Seus olhos dizem tudo. Eles brilham num tom pesaroso.

- Claro que lembro.

-Então... Eu acho que você sofreu tanto quanto eu... A ausência, as noites frias....

-Seja objetiva, Lily Cristina.

-Você quer passar por isso de novo? Quer que eu vá embora e leve as crianças comigo? – Rosno, cuspindo as palavras em sua cara.

-Mas é claro que não! Que loucura é essa?

-Pois é que vai acontecer se você não me disser a verdade. O que está acontecendo? Onde passou a noite? Quero toda a verdade, AGORA!

Ele aperta meu quadril e morde os lábios. Imaginava o turbilhão que estava sua mente nesse momento.

-Isso estava me matando, amor. Eu ia te contar, cedo ou tarde – Sua voz é carregada de remorso e tristeza – Me desculpe te fazer sofrer com a incerteza por esse todo esse tempo...

Espero pacientemente ele começar a falar, e sinto sua respiração se acalmar. Sei que esconder algo de mim poderia ser sufocante pra ele.

-Lily... – Ele bufa, olhando para o teto e franzindo a testa – Lily...

-David! – Desisto de ser paciente – Fala logo!

-Eu não matei o Enzo – Ele solta o ar aliviado e eu também. Ouço um coro de alegria em minha mente – Eu não o matei.

-Aaah! – Aperto seu rosto com as duas mãos e beijo sua boca urgentemente – Eu sabia! No fundo eu sabia amor! – Sorrio de orelha a orelha – Você vai ficar comigo até envelhecer e ver seus filhos crescerem! Não vai apodrecer na cadeia como eu temia!

Ele da uma risada maléfica.

-Mas eu consenti com o homicídio dele, Lily – Ele olha para minha cara de espanto e faz uma careta – Desculpe amor. Me perdoe.

-Quem foi que o matou?

Ele olha para os lados como se a casa estivesse com escuta policial.

-Oliver.

-O que? Porque? Como?

David começa a me contar. Ele faz pausas quando tenho reações escandalosas.

Estou com a cabeça apoiada em seu ombro. As lágrimas já secaram e deram lugar a um novo medo. O medo não era mais do desconhecido. Eu sabia muito bem do que temer. Oliver arriscou sua liberdade, para proteger David e a mim.

Agora eu me sentia duplamente culpada. Culpada por Oliver se arriscar por nós. E culpada por me sentir imensamente feliz por isso. Aquilo significava que David não sujou as suas mãos. Ele não tinha matado Enzo, mesmo assentindo com a morte dele, ele não era o responsável pela morte de alguém.

-O galpão – Ele continua, a voz abafada pois estava com a cabeça apoiada em meu peito – era uma surpresa. Seria a sua galeria. Colocamos fogo ontem pois foi lá que ele morreu. – David se desvencilha de meu abraço e levanta. Caminha até a janela e apóia as duas mãos na pia, olhando para nosso jardim – Queríamos nos livrar de qualquer suspeita.

-David...

-Agora não sabemos. Não sei o que vai acontecer. É claro que a polícia vai ficar no meu encalço.

Eu o abraço pelas costas. Ele se vira e lança os braços em minha cintura. Beija o alto de minha testa. Sinto seu corpo tremer.

-Vai ficar tudo bem. Vamos lutar juntos, querido. – Falo enquanto afago seus cabelos – Fico feliz que tenha me contado. Isso é só mais um episódio da nossa vida. Vamos vencer, como vencemos a tudo.

-Vamos. – Sua voz é vacilante, mas ele pigarreia – Vamos vencer. Somos uma equipe. – Sinto seu sorriso me aquecer – Lembra disso?

-Lembro sim, amor. – Afago minha barriga e sinto um arrepio na espinha. Respiro fundo. – Essa família estava mesmo precisando de uma mudança.  Londres será um recomeço...

-Não precisamos disso. Paris é nosso lar. – Ele fala num tom aborrecido.

-Não David – Giro meu corpo para poder encará-lo – Nosso lar somos nós. Você é meu lar. Não importa o lugar – ele abre um sorriso terno e cheio de carinho – Só precisamos estar juntos.

-Você é o meu lar – Ele repete, saboreando as doces palavras em seus lindos lábios.

 

 


Notas Finais


beijocas e espero que gostem!


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