História The Killing Joke - Nothing Should Happen To My Girl

Quando eu estava saindo para o trabalho, abaixei-me e peguei uma rosa para levar a Ivy, eu sei que isso iria fazer bem a ela, ela iria ficar super contente. Eu queria saber como eu iria passar pelas pessoas com uma flor na mão, mas eu daria o meu jeito.

Quando cheguei no Asilo ele estava muito melhor que o esperado, as janelas estavam sendo todas trocadas e as sujeiras do chão já haviam sido limpadas. Ótimo, assim terei menos problemas. Fui ver meus horários de hoje e percebi que meu primeiro paciente havia morrido, um tempinho livre pelo menos. Você deveria estar preocupada com ele, Harleen! É estranho, mas ele fazia parte do meu trabalho, não da minha vida pessoal. A vida continua, não tenho tempo de lastimar a vida dos outros. Por sorte o manicômio estava em estado de continuar a atender os pacientes.

Quando cheguei no Asilo Arkham, a secretária me informou que o Sr. Arkham queria conversar comigo. Devia ser sobre o acontecido de segunda-feira, será que ele descobriu algo? Deus queira que não. Vamos em frente Harleen, eu estava com uma expressão nada boa e não queria que ele percebesse. Relaxe, Harley.

Elas me disseram.

— Tudo bem. — Respondi-as. Eu bati na porta de sua sala e ouvi um "Entre". Fiz o que ele pediu e logo fechei a porta para que nós pudéssemos conversar. Eu estava curiosa. Ele pode querer até me demitir, e eu não quero que isso aconteça. — O que foi, Sr. Arkham? — Perguntei. Ele se levantou para conversar comigo. Que estranho.

— Harleen, eu vou tentar ser direto. Graças a Bruce Wayne o Arkham está conseguindo voltar aos eixos, ele nos ajudou com uma grande quantia em dinheiro e ofereceu-nos trabalhadores para reparar os danos cometidos pelo Espantalho. — Assenti e cruzei meus braços prestando atenção. Aonde ele estava querendo chegar? — Enfim, alguns psiquiatras foram infelizmente mortos, inclusive Dr. Mason. — Ainda bem — E eu queria pedir a sua colaboração para cuidar dos seus antigos pacientes ate encontrarmos psiquiatras especializados e completamente profissionais, e você sabe, isso está em falta no mercado. — Isso não é problema, mas o meu trabalho irá dobrar, dobrar muito. Eu assenti entendendo completamente a situação em que ele estava. Mas isso será apenas por um tempo, até novos psiquiatras forem contratados.

— Olha, eu não tenho problema algum em cuidar dos casos do Sr. Mason, mas minha rotina será muito mais corrida. — Expliquei a ele. Ele sorriu pra mim e deve ter agradecido mentalmente a Deus por eu ter concordado. Eu faria o mesmo que você! As vozes estavam empolgadas hoje.

Dei um pequeno sorriso por causa delas.

— Eu entendo, Harleen. Nós iremos dobrar o seu salário mensal e diminuir o tempo com alguns pacientes. — Diminuir.o.tempo? Pensei pausadamente. Eu não quero perder o meu tempo com The Joker. Pode ser com qualquer um, mas ele em especial não. Já iria começar a fazer uma oração pedindo para que minhas sessões com ele não sejam diminuídas. Isso não pode acontecer. Perguntei rapidamente curiosa.

— Quais? — Ele foi em sua mesa e pegou um papel impresso para dar em minha mão. Olhei o papel inteiro e vendo exatamente todos os horários e dias, procurei pela inicial J. Uma hora cada sessão, segundas, quartas e sextas-feiras. Nossa, isso esta ótimo, nada mudou, que bom que o Sr. Arkham vê que ele vai precisar muito de meus cuidados.

Fiquei ate feliz com isso por dentro, mas depois me deparai com outro nome, com a inicial J também. Jonathan Crane. Uma hora cada sessão, mas como? Jonathan estava incluído na minha rotina!

Eu iria... Ah, céus, esse homem vai me matar se souber que eu o dedurei a polícia.

<<< HA HA HA >>>

Estava na hora da minha sessão com The Joker e nós precisávamos esclarecer algumas coisas. Eu queria usar esse horário para conversarmos sobre coisas mais pessoais, não sobre a terapia ou algo do tipo. Passei pelo Gary, pois é, ele estava vivo e pelo visto muito bem.

Sr. Arkham havia me informado que eu levava muito jeito com psicopatas e mentes criminosas, sem falar que eu me sai muito bem com a Ivy, ele me disse que se eu continuasse com meus métodos ela seria a primeira a sair do Asilo. E bem, The Joker não apresentou nenhum tipo de resultado positivo ou negativo, da primeira vez que esteve no Asilo, seu comportamento era dos piores, então Sr. Arkham falou que eu estava dando conta.

— Bom dia, Mr. J. — Cheguei com um Cappuccino em minhas mãos, eu não tive tempo de fazer absolutamente nada hoje, nem ao menos comer. Eu com certeza sou a pessoa mais atarefada do Asilo.

— Olá amor. — Me disse. Sorri fraco a ele não mostrando nenhum tipo de emoção. Apenas um mínimo sorriso.

— Como você está? — Puxei a cadeira e sentei-me, deixando o cappuccino encima da mesa. — Feliz? — Soei irônica. Ele deu risada e me olhou tão profundo, sabendo do que eu estava falando, é claro, ele não era nada idiota.

— É claro que eu estou feliz — Ele me respondeu, e quando ele não está? É uma boa pergunta. Desviei meu olhar dele e pensei em alguma pergunta para começarmos o nosso assunto. —, o meu bebezinho acabou de chegar.

Eu não esperava que aquela frase tivesse uma continuação, eu passei a língua pelos meus lábios e coloquei uma mexa do meu cabelo atrás da orelha, mas gostei do que ele havia dito, uma parte de dentro de mim gostou.

— Creio que saiba que tenho um novo paciente, certo? — Perguntei a ele e o mesmo estranhou o inicio de nossa conversa. The Joker se aproximou com a sua cabeça pra mais perto de mim e ele disse:

— Errado — Suspirei e manti minha paciência. Wow, disso ele não soube. Isso sim é novidade. 

— Jonathan Crane. — Falei a ele. — Cuidarei dele até ser encaminhado ao Black Gate.

Joker assentiu. Por um lado foi bom o que o Coringa fez, meu salário aumentou muito. Não que eu me importasse com dinheiro, eu tenho uma ótima vida. Não preciso disso, mas é sempre bom ter mais do que queremos. Esperei para que ele me respondesse alguma coisa.

— Gostou da minha surpresa? — Ele não foi irônico.

— Ela foi perfeitamente bem estudada. — Digo, e foi mesmo, ele não teria a capacidade de fazer o que fez sem ter noção do que acontece no Arkham. Mr. J já veio pra cá umas duas vezes antes de eu vir trabalhar aqui — Eu fiquei impressionada. — Ele agradeceu com a cabeça. 

— Não respondeu a minha pergunta. — Olhei para a mesa pensando no que dizer, molhei meus lábios e abri a boca para pronunciar. Bem... Não vou dizer nem um sim e nem um não em especifico, 

— Vou ter que te dizer que não foi agradável a ninguém, mas pra mim não fez diferença alguma a não ser as alterações em minha agenda. — Expliquei a ele e acabei por dando um pequeno sorriso no final. Okay... Isso foi um sim.

— Claro, claro... — Respondeu-me. Eu queria aproveitar o máximo do tempo possível, ele estava aqui em minha frente e daqui a pouco o tempo iria passar. O tempo deveria congelar nesse momento. Em todos os momentos que estou com ele, mas infelizmente não é possível. 

— Eu posso saber o porquê de todo esse alvoroço afinal? — Perguntei.

— Há várias respostas para essa pergunta, babe. — Antes de perguntar eu pensei em que respostas ele poderia me dar. Uma delas é porque ele simplesmente adora praticar o caos. Há também a possibilidade de ele me dizer que queria dar um susto em meus colegas de trabalho. Susto por que? Diversão...? Seria a unica explicação. 

  — Diga uma delas, por favor. — Pedi.

  — Jonathan estava me dando muito trabalho. — Ele queria se livrar do Espantalho. Talvez o Coringa estivesse devendo algo a ele, e bem, todos nós sabemos que ele não faz favores, ele apenas recebe-os. Pobre Jonathan. — Ele acreditou que pudéssemos ser amigos. — Eu olhei estranha para ele, mas nós também somos amigos, não somos? Eu devo estar um pouco iludida em relação a isso... Mr. J não tem amigos, e foi somente agora que parei pra pensar. Por quê justamente eu iria ser sua única amiga? — Oh, não Harley. Não me olhe desse jeito. — Ele me falou.

  — Desculpe. — Coloquei uma pose séria em meu rosto. Não caia nessa Harleen, está na cara que ele tentou te manipular, como pensei que pudesse ser amiga do Mr. J? Fiquei sentida por isso. — Enfim, eu queria saber porque me trancou em minha sala. — Não tinha motivos para ele fazer uma coisa dessas.

  — Você é tão curiosa, amorzinho. — Reprovei seu apelido pelos olhos. — Eu digo a você...

  — Estou esperando. — Sem impaciência, Harleen. O paciente deve ter seu próprio tempo. Ele respirou fundo e segurou um pequeno sorriso no rosto antes de me dizer. Eu não estava com uma das minhas melhores expressões, isso me deixou de verdade com um pouco de raiva.

  — Nada deve acontecer com a minha garota. — Eu não sou a sua garota. Eu mesma pensei isso.

  — E como sabia onde eu estava? — Não dei sinal algum de que eu havia gostado do que ele me disse. Até porque eu não iria cair em nada que ele me dissesse. Eu acho.

  — Vou lhe contar um segredo... — Ele iria mesmo me contar — As paredes tem ouvidos... — Só que não. É claro. Ah, como eu sou tola. Me odiei mentalmente.

Eu estava um pouco incomodada, pois depois da minha sessão com Posion Ivy eu teria que conversar com o Espantalho. Não era medo, mas ele pode fazer algo contra mim, teria toda aquela segurança que The Joker tem, mas Joker consegue se libertar e não faz nada contra mim por seus motivos. Já ele pode conseguir muito bem se libertar da camisa ou das algemas e tentar algo contra eu.

  — Mr. J... — Eu queria a sua ajuda, não da pra saber se iria me ajudar, eu não sou problema dele. Ele percebeu que minha voz ficou mais doce e calma. — E se ele tentar algo contra mim?

  — Ah, você está com medo? — Ele sorriu. Eu neguei com a cabeça. Medo não, eu já sou ate acostumada, mas a ocasião é outra agora.

  — Não, mas nunca se sabe. — Esse homem deve estar querendo acabar comigo, não só comigo mas com o Mr. J também. Ele foi traído.

  — Daria um recado a ele por mim, Harley? — Joker me perguntou.

  — Mas que dúvida. — É obviamente que sim.

  — Diga a ele que você é de minha propriedade. — Eu congelei por um momento. Quando é que The Joker diz que alguém faz parte de sua propriedade? Isso é absurdamente estranho. — Você estará segura.

  — Eu não sei se devo confiar... — Não dá pra saber se vou estar verdadeiramente segura, isso fará diferença em algo? Talvez o coloque um pouco de medo, pois ninguém se mete com nada que seja do Coringa. Eu não estaria transparecendo submissa a ele dizendo uma coisa dessas? Não... Claro que não. Ele fez uma cara não muito agradável, nós já conversamos sobre confiança. Ambos confiaríamos um no outro, então eu resolvi complementar a minha frase. — Eu acreditei que poderíamos ser amigos.

Ele riu. O que não é engraçado para ele?

  — Ah, Harley, eu nunca quis ser seu amigo. — Eu percebi isso durante nossa conversa. Ele não quer e não precisa ter amigos, isso é fato, todos nós sabemos. — Eu quero muito mais que isso. — Depois de ouvir isso saindo de sua boca meu coração começou a bater mais rápido. The Joker queria ir além de uma amizade comigo, eu, uma simples Psiquiatra. Isso é muito irônico. Ele me deixa num estado tão duvidoso. Ah Deus, me ajude. 

Eu gosto dele, mas tudo isso é como uma piada, que podia me levar a morte ou pior a loucura.

Isso iria sair do controle. O sinal soou. Acabou nossa sessão, eu provavelmente pensaria nisso até sexta-feira. Onde nos encontraríamos novamente. Caramba. Ele disse mesmo isso? Parei um segundo para processar. Olhei bem para seu rosto, procurando algum sinal de mentira. Não tinha, nenhum sinal de mentira, nem sua voz transmitiu isso, claro que não era mentira. Era verdade.

Arrisque-se ou você jamais saberá  — Elas disseram.