História The Killing Joke - I Need To Tell A Secret

— Nada mal, Harley. — O Palhaço me elogiou. Contei a ele sobre o que eu havia feito, ele tinha dito que eu deveria pegar mais pesado para sentir a emoção de um crime perfeito, ele tem razão. E quando ele não tem razão?

Eu não estava totalmente convicta que ele havia levado numa boa o tratamento de choque que eu mandei dar nele, mas ele parece nem se importar agora, é melhor ambos esquecer disso. Pelo menos me sinto com um peso a menos em minha cabeça, esse semana toda eu pensei que ele iria fazer algo terrível comigo, mas eu estava errada, agora eu estava muito aliviada. Ainda bem.

  — Eu quero ser como você. — Falei, não em questão de loucura. Longe disso... Eu quero ser um ícone de respeito.

  — É fácil meu anjo. — Ele falou com um sorriso nos lábios. — Basta fazer tudo que eu mandar. 

Vou fazer tudo direitinho. É só ele dizer. Sorri para ele. É ele quem manda.

— Qual seu nome completo, Drª. Quinzel? — Ele perguntou. Iremos começar com perguntas então, por mim tudo bem, não quero esconder nada dele... Porem ele não vai precisar saber tudo da minha vida.

  — Harleen Frances Quinzel.

  — Quantos anos tem? — Seria uma sessão de perguntas e respostas. Tá legal.

  — Vinte e três.

  — Há quanto tempo trabalha no Arkham? — Eu me sinto na vontade de dizer esses tipos de coisas a ele. Ele quer me conhecer melhor, para no fim, nos podermos ficar juntos. Ah, não vai precisar haver segredos entre nós, de minha parte não pelo menos.

  — Nove meses.

  — Tem irmãos?

  — Sim, uma irmã mais velha. Ela se chama Helen. — Ele estava começando a ir mais fundo, e vamos acabar tocando no meu passado, droga. Eu não iria querer falar disso. E se ele perguntasse? Okay, eu sei que ele iria perguntar, eu vou encarar.

  — E seus pais? — Eu sabia, estava prevendo uma pergunta como essas. O que eu podia falar deles? Não sabia o que dizer. Talvez devesse falar o que aconteceu com eles, ou o que eu pensava deles.

  — Minha mãe morreu há uns anos atras, e meu pai virou um fugitivo da policia, deve estar pelo mundo. — Expliquei sem muitos detalhes. Até porque é uma coisa pessoal, e que eu verdadeiramente preferia esquecer, não faz sentido mais em minha vida nenhum deles. Eu prefiro deixar isso tudo no passado, e ser quem sou agora. Virei independente. 

  — Por que quis se formar em psiquiatria?

  — Brigas na minha infância, eu queria entender a razão das coisas. — Ele inclinou a cabeça pro lado ainda me olhando.

— Já esta na hora de ir embora. — Ele mudou totalmente de assunto. Não estava não. Desta vez eu fiquei até feliz de saber que tínhamos mais duas horas para conversarmos. Sr. Arkham dessa vez me surpreendeu, não podia ter feito coisa melhor. 

  — Hoje nossa sessão acaba as dez. — Sorri sem dentes.

  — Ótimo, Harley. Agora teremos tempo o suficiente para elaborar mais um plano. — Ele não tira essa ideia de fugir da cabeça, caramba, e eu não posso fazer nada para mudar. Eu cedi. Quero o melhor para ele e nos dois iremos conseguir sair daqui. Ou melhor, ele irá conseguir, eu não. É o minimo que posso fazer a ele agora, eu pisei na bola com ele em relação aos choques.

  — Você é quem manda. — Falei para ele. Coringa deu risada, vamos elaborar um plano perfeito para passar a perna nesses idiotas.

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Domingo ocorreria tudo. Era dia de folga da maioria das pessoas, nem Sr. Arkham estaria ali, apenas os seguranças. Minha função era focar nas câmeras, e Mr. J falou que daria seu jeito em tudo. O Palhaço não iria fazer nada escondido, eu iria. Não posso correr o risco de perder meu emprego, não é. Eu vivo pelo Arkham.

Eu tinha que começar a me preparar desde já. Amanha eu iria pedir ao Jonny para que me arrumasse duas armas de fogo, temos que nos proteger. Eu tenho que proteger ele. Meu coração estava batendo rápido desde já, mas não como da primeira vez, agora eu estava ate mais relaxada, já tive um ótimo treinamento com Ivy, não tenho que temer nada, eu sou esperta.

  — E se algo der errado? — Perguntei, eu sei que estava tudo esquematizado, Mr. J tomaria conta de tudo. Mas e se por uma causa o Batman aparece? Batman é inteligente como nós, se ele aparecer vai tudo por água a baixo. 

  — Usamos o plano B — Ele me respondeu.

  — Qual seria o plano B? — Não conversamos sobre isso. Ele não me disse nada.

  — Aprenda, querida. Um bom palhaço nunca revela todos os seus truques. — Ah, claro, ele não iria me dizer. É melhor nem me iludir. Um bom "Palhaço", acho que assassino cairia melhor pala ele. 

  — Deixarei alguns equipamentos na minha sala. — Digo. Isso irá ajudar muito na sua fuga. Ele assentiu e assim se estabeleceu um silencio na sala em que estávamos. O assunto tinha acabado. O que eu podia dizer? Ainda tínhamos tempo antes de tudo ser finalizado.

  — Queria lhe agradecer por ter mudado de lado. — Mr. J falou. Ele não precisava agradecer, eu é quem tinha que agradecer por estar mudando minha vida para uma experiencia muito melhor. — Preciso contar um segredo. — Ele falou. — Aproxime-se, meu anjo. — Me levantei e me inclinei para frente. O que ele iria me contar? Eu estava muito curiosa mesmo. Seria algo que ninguém mais sabe? Algo sobre seu passado? Tinha que ser, eu contei um pouco sobre minha vida. A mesa estava no meio de nos dois, mas isso não me impediu de ficar com meu rosto perto do seu. Apoiei minhas mãos sobre a mesa. 

  — O que foi? — Perguntei.

  — Eu vivo por esses momentos com você. — Falou baixo no meu ouvido, fazendo eu arrepiar os pelos de todo o meu corpo. Olhei em seus olhos. Mr. J estava olhando para a minha boca. A atração entre nos estava mais forte que o normal nesse momento. De surpresa seus lábios atacaram os meus, oh senhor. Nós estávamos nos beijando. Eu não estava conseguindo acreditar, eu e o príncipe palhaço do crime estávamos nos beijando. Céus. Isso é a melhor coisa que já me aconteceu. Ele beija tão bem. Sua língua explorava a minha boca da forma mais delicada e ao mesmo tempo selvagem possível. Meu coração começou a bater rápido e eu me senti dominada por ele. Olha o que um simples toque me faz sentir. Eu gostava tanto, tanto dele.

Precisava de mais. Eu aprofundei nosso beijo. Aquilo ficaria muito melhor do que já estava se ele não estivesse com uma camisa de força o segurando, só que duas vezes mais forte. O calor percorreu meu corpo e eu achei que iria acabar caindo de amores por ele. Aquilo estava ótimo. Pela minha falta de ar, nos separamos por alguns centímetros. E ambos abrimos os olhos ao mesmo tempo.

  — Caramba, meu amor. — Mr. J me disse. Hahaha.