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História The King of Winter (Em revisão) - Encontros.


Escrita por: ladylim

Notas do Autor


Esse capítulo é a continuação do anterior, só que na visão de Arya.
Qualquer dúvida, vão nos comentários que eu responderei a todos os questionamentos e críticas que tiverem.

Boa leitura!

Capítulo 5 - Encontros.


Fanfic / Fanfiction The King of Winter (Em revisão) - Encontros.

 Long lake

Arya cavalgou por dias através da floresta. Não queria ir pela estrada principal para não chamar atenção, havia muitos inimigos que poderiam passar por ali. A neve caía, rodopiando, à sua volta. Às vezes, caía de um céu branco e, às vezes, de um negro, mas isso era tudo o que restava do dia e da noite. Seu caminho neste momento encontrava-se próximo da Mata dos Lobos. Ao longe podia vê sua antiga casa, Winterfell, defendido por suas grandiosas muralhas de granito.

Um amargor assolou em Arya ao constatar que não poderia mais voltar para casa, enquanto os Bolton continuassem sendo os protetores do norte. Sua passagem por aquele local deveria ser rápida e silenciosa. Mas isso, ela sabia que não seria nenhum problema para ela.

Assim que chegou à Mata, desceu de seu cavalo e decidiu parar já que estava escurecendo. Apesar de estar ansiosa por encontrar Jon, seu corpo precisava de um pouco de descanso.

Depois de ter feito uma pequena fogueira, sentou num tronco de uma árvore caída ao chão. Esperava que a fogueira a esquentasse e espantasse qualquer animal que pudesse ter por perto. O frio passava através das árvores, e ela fechava sua capa para se proteger. Arya percebeu que, apesar de não se sentir perturbada pelo frio em si, ele fazia o barro do seu corpo enrijecer, deixando-a agitada e irritada. Havia tanto tempo que sentia calor que estava se esquecendo de como era sentir-se fria.

A manhã chegou com a promessa de novas esperanças. Estava agora em terreno plano, e o caminho, depois de muitas curvas, estendia-se em linha reta através de um caminho que se tornava cada vez mais com obstáculo, além da neve no chão, tinha alguns troncos, restos de galhos escondidos sobre o chão alvura¹ que dificultava o caminho. O cavalo de Arya, de inicio, avançou devagar, para depois romper em um trote rápido. Quando ela olhou para trás, conseguiu vê que Winterfell estava fora de vista. Em frente, uma fileira de grandes pinheiros ainda erguia-se.

Não podia ter certeza, mas Arya suspeitava que estivesse sendo seguida. Sentia em sua volta, aquela presença invisível, gélida. E ainda assim, nenhum som, nenhum movimento. Apertou sua espada agulha, como se já enxergasse dedos escuros se estendendo para tentar toma-la. Desceu de seu cavalo e o amarrou em um tronco de uma das árvores, decidida a procurar, não sabia exatamente o que, mas esperava descobrir. Semicerrou os olhos, atenta a tudo. Apertou os lábios rachados e continuou a andar, até que algo uns cem metros à frente na mata a fez parar. Demorou um pouco para seus olhos se acostumarem com a penumbra branca acinzentada de um lobo gigante à sua frente, mas Arya poderia reconhecer ela em qualquer lugar.

– Nymeria!

Por um instante a loba olhou profundamente para Arya como se tivesse decidindo algo, enquanto Arya se aproximava lentamente. Nymeria mostrou os dentes e começou a rosnar, um rugido baixo cheio de ameaças. Durante algum tempo Arya ficou ali em silêncio, adiando o inevitável. Por um momento teve medo de tocá-la, não sabia se Nymeria lembrava-se dela. E então movida pela emoção de está a revendo Arya a abraçou gentilmente.

– Você voltou! 

Ao mesmo tempo em que criou coragem para abraçar Nymeria. Temeu que sua loba não tivesse gostado de tal atitude. No entanto, assim que a loba lambeu sua orelha, a tensão de momentos antes tinha desaparecido, e Arya começava a se sentir confortável. Ergueu-se com ternura e fitou Nymeria com olhos pensativos. O animal já estava quase do seu tamanho. Mais um ano e Arya tinha a sensação sombria de que teria de olhar para cima se quisesse ver sua cabeça.

– Venha comigo. Estou indo para muralha...

De repente Arya parou de falar, como se estivesse ouvindo alguma coisa. Esgueirou-se e caminhou para um dos lados da mata silenciosa como uma sombra e pôde visualizar mais outros lobos. Eram cerca de cinco ou mais, Arya não conseguiu contar. E todos eles se achavam em posição de ataque.

Assustada, Arya deu um passo pra trás atenta a qualquer movimento deles. Apertou sua espada pronta para pega-la se fosse necessário. Então sem ela perceber, Nymeria surge atrás dela e uiva. Era um uivo tão alto que até mesmo Arya que já estava acostumada com o som de lobos, estremeceu ao ouvir. Um dos lobos se endireitou e se afastou assim que ouviu e viu Nymeria. E assim como os outros pareceu desaparecer através do caminho. E então Arya pôde respirar novamente.

Olhou para Nymeria ao seu lado, com olhos de admiração.

–  Obrigada! - disse finalmente se sentido muito feliz por está com sua loba.

Nymeria por sua vez olhou mais uma vez Arya e correu a passos largos. Num primeiro momento Arya pensou que não a veria mais, no entanto, ao mesmo tempo, parecia que Nymeria queria que ela a seguisse. E rapidamente ela pegou seu cavalo o montou e seguiu na direção que a loba havia sumido.

Arya tinha perdido completamente o senso de direção, embora soubesse muito bem que tinha deixado de rumar para o sul havia muito tempo. Ela seguia o mais rápido que podia as pegadas de lobos sobre a neve que cobria o caminho. Às vezes Arya se perguntava se estava ficando louca em seguir passos de um lobo, ao mesmo tempo, algo dentro de si lhe dizia que era o certo a se fazer.

A tarde já terminava quando Arya decidiu parar novamente e descansar. Coçou a cabeça, a boca se abrindo num bocejo como uma caverna. Estava preocupada. A tarde avançava e essa sonolência não parecia normal. Quase sonâmbula, foi cambaleando até o lado de uma das várias árvores, escolheu uma mais pra dentro da mata e sentou-se sobre ela e ali mesmo adormeceu de repente, com as costas apoiadas na árvore.

Já estava quase amanhecendo quando os galhos da árvore que Arya adormecera, começaram a balançar violentamente. Um ruído como o do vento começou a subir e a se espalhar pelos galhos de todas as outras árvores em volta, como se tivessem derrubado uma pedra no sono quieto da Mata dos Lobos, provocando ondas de fúria que se alastravam por toda mata. Mas o barulho parecia não incomodar Arya que continuava em seu sono profundo.

Então um lobo começou a uivar.

–Uuuuuuuuuuuuuuooooooooooooooooo.

O som perdurou, perdurou e perdurou, até parecer que nunca terminaria.

– Uuuuuuuuuuuuuuooooooooooooooooo.

Arya sobressaltou-se, como se tivesse sido acordada de um sonho desagradável. Pôs-se de pé tomada pela surpresa do uivo. Pensou em sua loba e desatou a correr, seguindo na direção que deduziu vir o som. Chegou a um grande lago coberto por gelo. Como esperado, Nymeria estava lá, olhando fixamente para algo. Ao mirar na direção que sua loba olhava Arya pôde vê no outro lado do lago a figura de uma mulher. O sol já começava a aparecer, por entre as várias nuvens no céu e pareceu parar por um momento sobre a cabeça desta mulher, reluzindo nos cabelos vermelhos que o vento agitava.

– Sansa? - chamou Arya mais pra si mesma, sabendo que a irmã não tinha como ouvir.

Sansa estava do outro lado do lago, com um lobo branco alguns metros atrás dela. E mesmo ao longe Arya conseguiu conhecer àqueles olhos vermelhos.

Fez-se um silêncio súbito e profundo, durante o qual Arya podia escutar seu coração batendo. Não conseguia se mexer, parecia que seu pé havia grudado na neve. Mesmo assim Sansa que estava na mesma situação conseguiu andar a passos rápidos, margeando o lago congelado até conseguir alcançar a irmã. Sansa achava-se feliz e assustada e mal percebeu que fantasma a seguia. Assim que ela alcançou Arya a abraçou. E Aray se deixou viver aquele momento de reencontro. Sabia que nunca tinha se dado bem com Sansa, mas naquele momento, sentiu-se tão bem que percebeu o quanto a irmã lhe fazia falta. Achava-se surpresa demais para falar. Jamais teria imaginado aquilo e sabia o que era sofrer com a dor interminável de perder os pais, irmãos, entretanto, não conseguia imaginar como seria perder a família inteira.

– O que aconteceu com você? - Sansa interrogou assim que soltou Arya.

– É uma longa história... - Arya retruca lançando um leve sorriso para a irmã.

Sansa retribuiu o sorriso.

– O que faz aqui perto de Winterffel? Pelo que soube fugiu dos Bolton. - Arya quis saber.

– Vamos tomar de volta Winterffel! - Sansa responde receosa.

Arya foi pega de surpresa e pesou aquilo por um momento.

– Como assim? - pergunta ainda não acreditando nas palavras da irmã. E ao perceber a face austera² de Sansa, no qual revelava a veracidade das informações, completa constatando o obvio. – Você não tem um exército!

Sansa não pareceu pasma pela réplica da irmã.

– Temos alguns selvagens dispostos a lutar por Jon e também conseguimos alguns soldados da casa Mormont.

Arya fez uma careta.

– Isso não é o suficiente. Eu vi os soldados dos Bolton, eles são muitos. - diz Arya ao lembrar-se de ter visto muitos soldados ao redor de Winterfell e se preparando para batalha.

Sansa abaixa a cabeça, ficou um tempo pensativa, mas logo fala.

- O Vale lutará por nós.

Sansa tentou soar sólida, mas Arya percebeu o tremor em sua voz. Ela não sabia bem o que dizer, afinal, não fazia ideia sobre o que tinha acontecido com a irmã, exceto o fato de ter se casado com um Bolton. Mas algo ali soava alheio e ela esperava que aos poucos pudesse saber de tudo.

– Parece que perdi muita coisa... - Arya comenta sorrindo.

Houve um silêncio pesado. Sansa não respondeu, tinha a mente confusa, com medo e dúvidas, enquanto Arya apenas franzia a testa.

– E Jon? - pergunta ao se dá conta que o irmão também poderia está ali por perto.

Sansa a mirou.

– Está no acampamento. - disse numa voz baixa. – Quando ele lhe vê ficará feliz. - completa sorrindo para Arya, ao mesmo tempo, indicava com a cabeça para que Arya a acompanha-se.

Por um tempo Arya não se mexeu, imóvel sobre a neve, ouvindo o vento e o bater dos galhos das árvores. Lançou um olhar em direção aos dois lobos ali próximos e sorriu. Arya já tinha esquecido o quanto havia desejado encontrar seu irmão, e agora, enfim o dia chegou. E sem pensar mais nada, andou até Sansa a passos largos na tentativa de alcançar a mesma. Por outro lado os lobos que estavam com as duas permaneceram parados próximos ao lago.

À medida que as duas irmãs se aproximavam do acampamento, a luz do sol começava a iluminar melhor o local, no qual Arya pôde observar melhor. A esquerda delas havia restos de galhos queimados espalhados pelo chão, possíveis restos de uma fogueira. Arya visualizou muitas barracas espalhadas à sua direita, no qual de repente uma mulher esgueirou-se do interior de uma delas. Trazia uma espada quebrada na mão, mas foi o seu rosto da mulher que a levou a hesitar.

Conhecia aquele cabelo. Conhecia aqueles olhos.

E sem pensar Arya correu na direção da mulher e apontou sua espada agulha. Ouviu a sua respiração entrecortada meio segundo antes de Sansa gritar.

– Arya não!

Sansa se aproximou da irmã colocando a mão na pequena espada e a abaixando na tentativa de impedir que a irmã ferisse a Mulher Vermelha. Melisandre não se assustou com tal atitude de Arya, talvez já estivesse esperando por aquele momento há muito tempo.

– Vejo que nos encontramos novamente. - fala Melisandre com um belo sorriso no rosto.

Arya fungou.

– O que está fazendo aqui? - disse em voz alta.

Sansa que não estava entendendo nada fez uma cara de assombro e perguntou.

– Vocês já se conhecem?

– Ela está na minha lista. - responde Arya ainda encarando fixamente a Mulher Vermelha.

– Não vai me matar. - disse Melisandre e segurou Arya pelo queixo e olhou profundamente em seus olhos, tão profundo que a fez estremecer. – Não. Eu acho que você não pode. 

Arya empurrou suas mãos.

– Veremos. - responde secamente.

Aquilo foi inesperado por Sansa. Olhou para irmã e quase podia ter certeza que Arya não queria nada mais a não ser cortar a cabeça da mulher e enfiá-la numa estaca.

– Arya não pode matá-la, ela salvou Jon. - Sansa avisa num tom firme tentando acalmar a irmã.

Arya deu de ombros. Encarou a irmã e ao mesmo tempo tentava entender as palavras ditas por ela que não faziam sentido. Estudou mais a irmã e notou que Sansa estava diferente. Não parecia ser a garota boba e mimada de antes.

A sua resposta sobre as palavras de Sansa foi o silêncio. Iria ceder por hora, somente por causa da irmã, mas bastaria Melisandre dizer mais uma palavra pra ela que aquela ruiva iria encontrar-se com seu deus mais cedo do que talvez preferisse. 

– Onde Jon está? - pergunta Sansa secamente a Mulher Vermelha.

Aquele tom de voz de Sansa não passou despercebido por Arya, não entendeu muito bem o porquê da irmã não ter a deixado matar a ruiva, mas agora sabia que mesmo tendo evitado a morte dela, Sansa não gostava de Melisandre. E essa descoberta fez Arya abrir um enorme sorriso no rosto.

– Seguiu para a batalha. - responde a Mulher Vermelha com a sobrancelha franzida.

 

 

¹ Alvura - alvo ou branco; brancura.
           ² Austera - rígido, sério.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
E me desculpem por qualquer erro.

Até.


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