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História The Kingdom - Interativa - Primeiro Encontro



Notas do Autor


Helloooo 😊 dois mil anos depois chegamos com o primeiro capitulooo!! Podem ir ao delírio que agt gosta 😎 Brincadeiras a parte, eu realmente espero que vocês gostem e que possam embarcar conosco nessa jornada que vai ser essa história. Somos 4 autores que amamos oq fazemos e que esperamos poder aproveitar essa oportunidade de trabalharmos juntos, dando tudo o que temos 😉 Se divirtam e nos vemos nos comentarios!!

Att Alice ✌💙

Capítulo 4 - Primeiro Encontro


Fanfic / Fanfiction The Kingdom - Interativa - Primeiro Encontro

Deidre Cornelia.

— Ei... Deidre! — Darla, irmã mais velha de Deidre, balançava a caçula tentando fazê-la despertar. — Os outros já devem estar te esperando. Está atrasada!


Deidre abriu seus olhos castanho-esverdeados, se levantando lentamente e assentiu para a irmã que logo saiu do quarto, deixando a jovem de vinte anos ter sua privacidade. A garota não podia negar, estava animada. Por mais que se sentisse mal de estar embarcando para um novo lugar cheio de pessoas, ela sabia que tinha que controlar seu ION, ele já a amedrontava por tempo demais.


Levantou-se e foi até seu armário, onde escolheu um vestido marrom-avermelhado, clássico da Idade Média e estilo padrão de Bhenur. Girou em frente ao espelho com o vestido próximo ao seu corpo para imaginar como ficaria. Deidre se sentia obrigada a estar bem apresentável já que o Rei Robert havia convidado todos os alunos para se juntarem a sua filha na ida para a academia.


Tomou um banho rápido e tentou se vestir no mesmo ritmo já que estava cinco minutos atrasada, mas até chegar ao castelo levaria mais tempo ainda. Deu uma leve penteada em seus cabelos, deixando-os soltos, calçou um par de sapatilhas vermelhas e desceu correndo pelas escadarias de madeira que davam na cozinha de seu lar.


Ela não falou muito, simplesmente engoliu a comida e pegou sua bolsa que se encontrava perto da porta. Tudo o que precisava estava naquelas duas malinhas que havia feito com sua irmã no dia anterior.


— Vai sem se despedir? — Darla sorriu vendo Deidre pronta para sair de casa. — Casper saiu cedo, mas me pediu para lhe dar um beijo e desejar boa sorte.


— Vou precisar. — Deidre abaixou o olhar como se estivesse remoendo algum pensamento. — Eles... não vão gostar de mim, eu sei disso.


— Está brincando?! — Darla continuava sorrindo e abraçou a caçula. — Deidre, você é amiga da princesa, acredito que isso já lhe dê alguns pontos.


— Mas eu prefiro que se aproximem de mim pelo que eu sou e não pelos meus amigos. — Ela olhou em volta durante o abraço que dava na irmã, analisando a casa que morou sua vida toda. — Se é que ela é minha amiga.


— Para com isso. — Darla a empurrou de leve revirando os olhos. — Já deu, Deidre! Pare de pensar besteiras.


— Se você diz.... — Deidre deu um sorrisinho de canto, visivelmente forçado. As vezes queria ter o bom humor e otimismo da sua irmã, mas apenas não conseguia — Bem, até mais.


— Boa sorte, querida. Sei que nossos pais estariam muito orgulhosos de você.


Deidre se lembrou do semblante de seus pais. Aquilo teria enchido seus olhos de lágrimas se ela não estivesse mais preocupada em chegar a tempo ao castelo. Viajar pelas sombras sozinha deve ser horrível, por isso preferia estar na companhia dos outros jovens.


Ela praticamente corria pelas ruas de pedra de Bhenur. Com sorte, seu corpo físico passaria facilmente pelas sombras e pesadelos que invadiam os cantos do local, já que teria empurrado boa parte deles nesse caminho.


Nunca se atrasava para nada, mas aquele era um caso à parte. Ela não havia conseguido adormecer boa parte da noite, pensando como seria sua vida após o momento que fosse embora.


Quando chegou aos portões do castelo, olhou para trás e observou sua casa, o lugar onde havia crescido. Como sentiria falta daquilo tudo, das festas todas as noites, da música sempre presente, daquele cheiro de chá que invadia o lugar todas as manhãs, entre outras coisas que ela sabia que só aquele reino possuía.

Viajar pelas sombras nunca foi agradável, mas quando o desconforto se misturava com ansiedade, tudo piorava. Era como passear por uma dimensão escura, mãos aleatórias tentavam te agarrar o tempo todo, fora os gritos e súplicas das sombras. Você caminha por um corredor, mentalizando para onde quer ir e automaticamente chegará lá, mas não deixa de ser torturante. Muitas pessoas poderiam enlouquecer ou morrer quando fizessem esse tipo de viagem, mas como todos os habitantes de Bhenur são treinados, para Deidre era moleza.


Algumas horas depois, Deidre ficou zonza assim que sentiu seus pés no chão. Inclinou-se um pouco para um lado buscando equilíbrio e acabou esbarrando em uma garota ruiva que sabia ser de seu reino, lembrava da face da garota. “ Nirbhaya…”, talvez fosse esse seu nome, mas Deidre não tinha certeza; tudo o que sentiu naquele momento foram calafrios ao perceber o encarar da moça.



— Relaxa, estamos no mesmo barco. — A garota se pronunciou antes de sair andando em meio à multidão.


Foi quando Deidre se deu conta. “Caramba, que lugar enorme...”. Era um castelo, talvez até maior do que estava acostumada a ver em Bhenur. Ela deu um giro um tanto desanimado no meio do pátio, observando cada detalhe: os tijolos claros compondo o ambiente e várias colunas adornadas de runas em dialeto ancestral, grandes janelas, sendo algumas de vidro e outras compostas por desenhos em mosaicos. Esculturas e estandartes se espalhavam por todas as partes que provavelmente simbolizavam algo na história dos magos, mas o mais curioso era o quão moderno estava se tornando o lugar: maquinas simples porém estranhas pareciam fazer parte da decoração servindo como castiçais mesmo que parecessem estar ali por outra razão.

Ela observou os outros alunos, cada um com um estilo relativo de seu reino. Reconheceu os nativos de Bhenur de longe e isso a agradava muito, apesar destes estarem em menor quantidade.


Todos aparentavam estar tão surpresos e ansiosos quanto ela. Até que, de repente, Deidre sente uma mão acompanhada por um bracelete de serpente, a moça se vira assustada e pasma por conta do bracelete, mas relaxa a expressão assim que viu sobre quem se tratava.


— Te assustei? — Perguntou a princesa enquanto Deidre a reverenciava de imediato. — Para com isso! Não sou minha mãe!


Selene a abraçou, deixando Deidre um pouco incomodada, não retribuindo o abraço no mesmo entusiasmo da amiga... se é que ainda podem se considerar assim.


Casper, cunhado de Deidre, trabalha comunitariamente com o rei Robert em estratégias para possíveis guerras; elas se conheciam muito melhor uns anos atrás, mas a camponesa se distanciou da amiga por conta do medo de machucá-la com seu ION. Agora que estavam juntas novamente, Deidre não fazia ideia do que Selene era capaz de fazer ou que tipo de pessoa ela se tornou.


— Fico feliz que você tenha vindo. — Selene sorriu, se distanciando de Deidre. — Pelo menos, já posso considerar ter uma aliada.


Deidre assentiu, revirando os olhos com um pequeno sorriso de canto, sabendo do que ela estava falando. Encarou algumas pessoas que observavam a Morgan e ela com medo, talvez pelos sorrisos cruéis e auras macabras que possuíam. O preconceito com o povo de Bhenur sempre divertia os locais.


— Você não está muito ousada para quem costuma vim de Bhenur? — Deidre encarou o macacão de couro apertado e saltos altos que Selene usava, nunca entendeu o estilo dela. — Quer dizer, suas vestes parecem muito de....


— Vadia? — Selene riu. — Eu sei, e definitivamente não me importo.


— Você está aqui para dominar, não é? — Deidre continuava a encarar a princesa como se tentasse entender sua forma de pensar. — Vai ser bem difícil com tantas pessoas de sangue azul aqui.


— Meu sangue não é azul, é preto. — Selene brincou conseguindo arrancar um sorriso fraco da outra. — Vai ser mole, escreve aí! Vou fazer esse povo estar sobre os nossos comandos em pouco tempo... Já que você é minha aliada.


Deidre deu uma risadinha, sabendo que Selene só estava tirando sarro. Elas começaram a andar juntas para explorar a área, sabiam que tinham muitas coisas para conhecer antes que fossem iniciados os avisos dados pelo próprio diretor, Killian, um dos magos mais poderosos do mundo.


Porém, em meio ao passeio, Selene esbarrou com outra pessoa que provavelmente estava correndo por estar atrasado, mas, o que veio a seguir, foi mais sinistro para a princesa do que para Deidre.


— Ora se não é a princesa de Bhenur! — O rapaz sorriu surpreso ao ver a tiara de diamantes negros na cabeça dela. Ele não parecia ser intimidador e estava visivelmente agitado, por outro lado, Selene tentava colocar medo nele com o olhar, coisa que o homem não parecia reparar. — Que coincidência curiosa, não? Sinto que vamos nos ver muito de agora em diante…


O rapaz mantinha um olhar despreocupado, mesmo que tivesse sobre si os olhos intimidadores da princesa. Ninguém entendia aqueles olhares vindos de Selene, mas Deidre e todos os alunos vindos de Bhenur entendiam. Os cabelos negros do rapaz estavam bagunçados e se vestia de maneira desleixada, com roupas amassadas e um tanto sujas. Por sinal, ele todo parecia um tanto sujo, como se tivesse acabado de sair de uma maria fumaça. Definitivamente não era um cara que devesse ter relação com sangue azul algum.


— Atrasado, Sr. Magni! — Disse uma voz feminina logo atrás deles e mais uma vez o olhar intimidador de Selene encontrou um alvo. Era uma mulher de pele morena e de tom firme, seus cabelos longos presos num rabo de cavalo que fazia com que as mechas onduladas balançassem suavemente conforme caminhava, somente a franja foi deixada solta, os profundos olhos castanhos focados no homem a sua frente. Deidre reconheceu de imediato devido a vestimenta dela: era o uniforme militar da segunda patente mais alta do reino Lehrone que, por sinal, pertencia a única princesa do reino. Um pequeno calafrio subiu pela sua espinha. Lyana Asari, a Incendiária em pessoa estava a sua frente. — Tenha um pouco de respeito por quem teve que esperar uma hora pela sua “ilustre” presença.


A princesa tinha uma postura típica de militares: a coluna ereta, mãos em suas costas, quase parecia que a qualquer momento ela gritaria “sentido!”. Era interessante observar ela e o tal “Sr. Magni” interagindo, devido ao fato de serem duas figuras totalmente opostas. Enquanto a mulher exalava disciplina e autoridade, o homem mais parecia um estudante estabanado que perdeu a hora de acordar para a aula.


— Acabei me empolgando num trabalho… Nem tive tempo de me arrumar para vir! — Falou o homem, ignorando a provocação. — E, se for ser formal assim, me chame de Sr. Lynch, por favor! Não uso esse nome de solteiro faz séculos! Mas ainda prefiro Simon…. se quisesse participar dessas “cordialidades” todas nem teria vindo para cá.

Deidre sentiu que aquele nome lhe era familiar. “Simon Lynch...”, pensou enquanto tentava lembrar de onde conhecia até que finalmente lhe veio na memória. Ele era simplesmente o maior inventor de todo reino de Vhersace e também o líder da família que mais cresceu em poder dentro do dito “Império”, mas o rapaz parecia ser muito novo para o título que carregava.


Lyana olhou diretamente para o olhar mortal da princesa de Bhenur como se tivesse o notado pela primeira vez e retribuiu. Seu histórico militar era apenas reforçado pela postura rígida em que se encontrava e a calma de quem consegue não apenas aceitar uma provocação como também a refletir.


Logo, outros dois chegaram e estes eram “somente” os príncipes de Lehrone e Dhoko, respectivamente. Os olhos de Deidre se arregalaram, assim como de todos ali presentes. Cinco membros de famílias reais dos reinos, frente a frente um com o outro.


Eles se olhavam enquanto todos os alunos rodeavam a cena sem saber o que ocorreria em seguida. Deidre estava com medo, sabia que uma faísca poderia estourar ali mesmo; ou eles seriam aliados ou um início de guerra estava ali, bem à frente dela.


Um silêncio caiu sobre o pátio. Os cinco membros reais se examinavam, cada um com uma expressão diferente. Simon seguia com um olhar despreocupado e relaxado, e Selene ainda parecia tentar abrir um buraco no peito dos outros com seus olhos ameaçadores. Jacob Quasar, príncipe de Dhoko, mantinha uma expressão neutra, seus olhos azuis elétricos passeando pelas figuras à sua frente. Lyana trocou um olhar rápido com seu irmão, Henrik Asari, os olhos castanhos cerrados, quase como se o repreendesse por algo, para, em seguida, se dirigir a Jacob.


-Alteza. É um prazer revê-lo. Espero que a viagem tenha sido tranquila- disse Lyana, fazendo Jacob relaxar um pouco sua postura diante da educação da princesa.


-É um prazer revê-la também, alteza- respondeu com um sorriso de canto- Algumas turbulências pelo caminho, mas nada que os pilotos não estivessem acostumados.


Do lado de Lyana, Henrik bufou debochadamente.  Deidre não conseguia entender a postura do príncipe de Asari. Ele parecia totalmente diferente da irmã. Henrik era um jovem alto e magro, os cabelos castanhos desalinhados e uma barba mal feita moldavam seu rosto que, apesar de carregar uma expressão de deboche palpável, continuava bonito. Ele vestia um uniforme parecido com o da irmã, porém claramente mal cuidado e sem nenhum tipo de insígnia no peito.


-Não me impressiona o principezinho ter alguém pra pilotar suas naves por ele- alfinetou Henrik com um sorriso e um tom claramente sarcásticos.


Jacob cerrou os olhos com a provocação desnecessária. Um rosnado baixo se fez presente, assustando Selene quando esta percebeu um enorme lobo branco passando a sua esquerda. Quintus, o lobo de estimação do príncipe de Dhoko, assumiu uma posição protetora a frente do garoto, olhos azuis fixados no outro membro da realeza. Lyana trincou os dentes. Os olhos de Simon se arregalaram assim que detectaram a presença do lobo e o homem deu um passo para trás, instintivamente. Aproveitando o momento de tensão causado pelo príncipe de Lehrone, Simon esgueirou-se pela multidão, saindo do ambiente o mais rápido que conseguiu.


-Henrik. Se quer ser respeitado, primeiro demonstre respeito -o olhar da mulher fez o príncipe se encolher um pouco, ele sabia do que a irmã era capaz- E se quiser provocar alguém, escolha uma sentença que faça sentido. Você não pilotou até aqui, eu pilotei, então tecnicamente você está na mesma posição que o “principezinho”- finalizou, sua voz era áspera e fria, sua postura exalava autoridade.


Henrik bufou, contrariado e ofendido e se retirou, seus passos fortes ecoando pelo pátio. “Ele mais parece uma criança birrenta”, pensou Deidre. Quintus pareceu relaxar quando o príncipe se retirou, e dirigiu-se lentamente até seu dono, sentado calmamente ao seu lado, como se nada tivesse acontecido. Jacob se permitiu fazer um leve carinho atrás das orelhas do animal, que fechou os olhos, apreciando o gesto. Lyana suspirou e voltou sua atenção para Jacob. Selene permanecia em silêncio, observando cuidadosamente a interação dos outros.


-Me desculpe. Henrik às vezes pensa que é o dono do mundo e que pode falar o que quiser. Garanto que esse comportamento não irá se repetir- falou Lyana.


-Está tudo bem, não se preocupe- respondeu Jacob, com um olhar tranquilo.


Antes que algum deles pudesse se pronunciar, uma voz masculina ecoou pelo pátio, atraindo a atenção de todos. A voz parecia ter sido ampliada, fazendo todos ouvirem com clareza as palavras proferidas, não eram simplesmente as palavras, a energia ali havia mudado. Não era nada hostil, mas Deidre nunca tinha sentido uma presença tão poderosa assim em sua vida.


-Um bom dia a todos. Meu nome é Killian Payne e eu sou o diretor da Academia. Sejam muito bem vindos.



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