Pov’s Alex
A lua iluminava a enorme cidade de Craisville, agora é exatamente meia noite.
—Então aonde nós vamos? – Perguntei entrando no carro sendo seguido por ela.
—Hill Valley. – Falou dando um sorrisinho de canto enquanto ajeitava a mecha azul que havia em seu cabelo.
Dei partida no carro e sai em disparado para Hill Valley sem me importar em levar alguma multa ou não, qualquer coisa não há nada do que a morte não resolva, certo?
—Você acha que o pacto vai funcionar? – Perguntei sem desviar os olhos da estrada.
—Talvez funcione. – Disse retocando o batom vermelho sangue.
Depois desse breve diálogo, ficamos em silêncio durante alguns minutos. Enquanto ela parecia estar perdida em seu celular eu apenas pensava em quem seria a minha próxima vítima.
20 minutos se passaram e não se podia ouvir nada além do barulho que as árvores faziam em meio aos ventos que lhe passavam.
Finalmente chegamos a Hill Valley e fomos direto para a mansão Moon, já estava até com saudades daqui.
Ela nem me esperou para sair e já foi batendo a porta do carro com força indo logo em seguida em direção ao enorme portão de ferro.
Franklin e Eno o abriram para que a senhorita das trevas entrassem e assim o fez, essa garota é bipolar só pode.
—Mesmo depois de séculos, Alexandre Moon ainda não conseguiu domar a vampirinha? Você já foi melhor Alex. – Eno disse rindo e eu apenas o fuzilei com o olhar, que logo ele entendeu o recado.
—Ela não é como as outras, ela é Agnes Dawson. – Falei a observando de longe e sem me importar com o que acabei de falar.
—Verdade, ela mais gostosa do que as outras. – Franklin disse a observando e só faltou a comer com os olhos.
—Eu acho bom você nunca mais olhar para ela Franklin ou então eu mato você e a sua família, ficou claro? – Perguntei o olhando com desgosto. Ele apenas assentiu enquanto engolia em seco.
—Isso serve para você também Eno. – Falei passando direto pelos dois e indo em direção ao jardim.
Quando cheguei ao salão principal à primeira coisa que eu vi foi Agnes sentada no sofá de couro de frente para a lareira, bebendo vinho.
Sentei-me ao seu lado e fiquei a fitando enquanto a mesma observava com um semblante misterioso a lareira a nossa frente.
—Pensando em que, Morena? – Perguntei, enquanto colocava um pouco de vinho em uma taça de cristal que havia e um centro perto.
—Em como a vida é um porre sendo vampira ou não. – Disse suspirando e se recostando no sofá.
—Então quer dizer que você preferiria estar morta de novo, é isso? – Perguntei levando a taça de vinho a boca.
—Não, eu preferiria apenas voltar no tempo e fazer tudo diferente. – Ela estava olhando para mim de uma forma tão intensa que eu tinha a certeza de que perderia a cabeça a qualquer momento.
—Não podemos mudar o passado, mas se também ficarmos pensando nele o tempo todo no presente, o passava sempre irá fazer parte de nossas vidas. – Falei olhando em seus lindos olhos castanhos que pareciam estar mais escuros do que o normal.
Ela bebeu em um gole todo o liquido que continha em sua taça e voltou a observar à lareira.
—Vem, quero te levar em um lugar. – Me levantei e estirei minha mão para que ela a segurasse, Agnes me encarou durante alguns segundos e sem dizer nada apenas concordou com a cabeça e segurou em minha mão. A levei até a escada e quando iria começar a subir as escadas ela parou e eu não entendi.
—Cof, cof. – Ela fingiu uma tosse falsa e continuou parada.
—O que você quer? – Perguntei bufando.
—Que me carregue até lá em cima, você quer que eu te acompanhe em algum lugar, então você tem que me levar no colo até esse lugar. – Falou como se fosse o óbvio.
Apenas revirei os olhos e voltei os poucos degraus que eu havia subido para descer e pegar a folgada no colo.
Subimos as escadas em silêncio, a coloquei de pé assim que chegamos ao primeiro andar e segui por entre os corredores com ela ao meu lado me seguindo.
Parei em uma porta que há muitos séculos eu não via. Girei a maçaneta e empurrei a porta logo em seguida, era a biblioteca, por mais que eu não fosse um dos melhores alunos da classe, eu adorava ficar aqui para pensar. Dei espaço para que Agnes entrasse.
—Lembra desse lugar? – Dei um sorriso involuntário e olhei ao redor, estava tudo do mesmo jeito que eu deixei o empilhamento dos livros, as poltronas, tudo.
—E é possível esquecer? Minha vida inteira eu passei praticamente aqui. – Agnes disse sorrindo.
—Esta tudo do mesmo jeito que eu deixei. – Passei os dedos entre as prateleiras analisando os livros, até que parei no final da sala e vi o quadro. Essa foto foi em um dos melhores dias da minha vida, Agnes e eu havíamos acabado de receber os nossos anéis e fizemos questão de logo ir para o sol.
Acho que passei muito tempo olhando para aquela porque quando dei por mim, Agnes já estava ao meu lado também encarando a pintura antiga.
Por algum motivo eu me lembrei de Tyler, Agnes conheceu ele poucos dias depois que tiramos aquela foto.
—Você tem visto o Tyler? – Perguntei já sabendo a resposta.
—Ele morreu e você sabe disso. – Eu adoro tocar nesse assunto porque sei que ela odeia falar sobre ele.
—Ainda gosta dele? – Voltei a perguntar.
—Eu não gosto mais de ninguém, o tempo faz a gente deixar de ser idiota às vezes. – Ele falou fria.
—E às vezes faz com que nos tornemos mais idiotas. – Falei lhe encarando nos olhos, não sei se é a lua cheia que estava no céu lá fora, mas Agnes esta mais bonita do que o normal.
Agi por impulso e não me arrependi do que eu fiz.
Eu a beijei.
Por nenhum momento ela pareceu querer interromper o beijo, muito pelo contrário, ela o intensificou. Peguei-a no colo sem em nenhum momento cessar o beijo, fui caminhando com ela ainda em meu colo em direção a porta, a abri com a mão direita enquanto a esquerda ainda estava pousada sobre a cintura de Agnes. Fui em direção ao último quarto do corredor, esbarrando em tudo que havia perto, girei a maçaneta ainda observando Agnes em meu colo e dei um sorrisinho de canto.
Assim que consegui girar por completo a porta a abri com o pé e a fechando com o mesmo logo em seguida. Joguei Agnes delicadamente na cama, ela me puxou pela camisa fazendo com que eu me deitasse sobre seu corpo.
Abri eu vestido o mais rádio possível, a deixando apenas com roupas, percorri minhas mãos por todo o seu corpo. Desci mus beijos para o seu pescoço.
—Alex... Não... Podemos fazer... Isso. – Disse entre gemidos em meu ouvido.
Parei os beijos e lhe encarei, ela não estava não estava com medo, muito pelo contrario, Agnes não é uma garota de ter medo, ela é bem decidida em tudo o que faz.
—Porque não?
—Porque isso é errado e você muito bem disso. – Ela agora me olhava calma e serena.
Só agora que eu fui perceber que essa mecha azul recém pintada que havia em seu cabelo a deixava muito mais bonita e sexy, se é que é possível melhor.
—Desde quando, nós fazemos as coisas certas? – Perguntei com um sorriso malicioso moldado em meus lábios.
Ela retribuiu o mesmo sorriso e arrancando de vez a minha camisa, fez menção para que eu deitasse e assim o fiz, ela ficou por cima de mim e mais uma vez nos beijamos.
É vai ser uma ótima noite...
***
Os primeiros raios de sol já estavam dando sinal, nesse momento eu estou deitado na cama com a Agnes deitada em meu peito.
—A noite foi... -A interrompi.
—UAU. – Falei me recordando dos momentos da noite passada.
—Não me recordava que você era tão bom assim na cama. – Disse brincando com os meus cordões.
—Eu sempre fui bom, o problema é que com o tempo desenvolvi algumas técnicas. – Mandei uma piscadela para ela, que só fez soltar uma gargalhada gostosa.
—Como vai ser daqui pra frente? –Questionei agora sério.
—Não sei Alex. Tudo só depende do pacto. – Ela me olhava com carinho.
—Porque você não contou a história completa a eles? – Perguntei me lembrando do que conversamos ontem na casa do Austin.
—Eles não estão preparados para saber a verdade, não agora. – Disse fitando o nada.
—E quando vai ser o momento certo? –Indaguei agora me sentando na cama.
—Não sei talvez daqui á alguns dias, meses, talvez anos, isso ninguém pode decidir agora. – Ela também se sentou na cama.
—E quanto a nós? Agnes você sabe que eu te amo há séculos e tento demonstrar isso de várias formas só que parece que você se nega a acreditar. – Falei de vez.
—Você matou o meu bebê Alex, era assim que você queria demonstrar seu amor por mim? – Questionou elevando um pouco o tom de voz.
—Eu não estava no meu eu naquela noite. Você precisa entender isso. – Também elevei um pouco a minha voz.
—Você mesmo falou ao Austin ontem que se o filho fosse seu você nunca o teria matado. – Disse agora calma, mas com a voz embargada.
—Agnes eu estava bêbado de ciúmes e o meu único refúgio era fazer aquele pacto, eu sabia que se não o fizéssemos você iria embora com o Tyler e me deixaria. – Falei tudo de uma vez.
Ela apenas me encarou incrédula enquanto apanhava suas roupas que estavam espalhadas por todo o quarto, as vestindo logo em seguida, vesti as minhas também e antes que ela saísse do quarto, eu me posicionei na frente do mesmo a impedindo de sair.
—Saia, por favor. – Pediu sem olhas em meus olhos.
—Agnes me desculpa, por favor. – Pedi segurando em sua cintura e encostando nossas testas.
—Se aquele filho fosse seu, você não o mataria certo? – Perguntou, ou melhor, sussurrou em meu ouvido.
—É claro que não. – Falei convicto de minha resposta.
—Pena que ele era seu filho. – Disse agora me olhando nos olhos e eu pude ver a tristeza neles.
Ainda perplexo com o que acabei de ouvir não tive forçar para impedir que ela fosse embora e apenas a deixei ir mais uma vez.
Já matei inúmeras pessoas em toda a minha vida e posso dizer que até hoje ainda não tive nenhum remorso quanto a isso, mas dessa vez eu fui longe demais, longe demais até pra mim.
Eu matei o meu próprio filho...
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