1. Spirit Fanfics >
  2. The Last Butterfly (Camren) >
  3. Capítulo 9

História The Last Butterfly (Camren) - Capítulo 9


Escrita por: KordeiSapata

Notas do Autor


Boa noite, como estão? Espero que bem haha. Vou deixa-los ler agora u.u

Enjoy :)

Capítulo 10 - Capítulo 9


18/05/11

Hoje eu acordei não me sentindo nada bem. Durante a madruga eu acordei umas quatro ou cinco vezes para ir ao banheiro e estava com uns 39° graus de febre, sem contar as dores no corpo e as tonturas. Dinah, sempre delicada, disse que de duas uma, ou estava gravida ou estava com tanta porcaria no corpo que estava fazendo uma lavagem natural. Do jeito dela ela se preocupa comigo e foi por isso que ela me proibiu de ir hoje para a FIU. Ela disse que era porque não queria ir daqui até lá sentindo cheiro de vomito no carro. Ela é um amorzinho mesmo.

Mani me deu alguns números de vizinhos para caso eu passasse muito mal e não desse tempo delas chegarem em casa e me levar para o médico. Ela também deixou o zelador avisado e disse que seu eu não o avisasse a cada hora se eu estava viva, ele iria chamar a ambulância ou até mesmo a polícia. Eu ri de sua preocupação exagerada e avisei a seu Antônio que não tinha necessidade alguma dele fazer isso, Mani é bem exagerada as vezes. Elas saíram para ir à universidade e deixaram uma lista de remédios para pedir na farmácia, obviamente eu não o fiz. Não é que eu estava fazendo pouco caso, é só que eu não gosto de ir ao médico ou tomar remédios. Eu prefiro ficar boa por conta própria.

Quando eu fiquei sozinha em casa, me joguei no sofá pois ele era o mais próximo de confortável que eu tinha naquele momento. Sempre que eu fico doente o sofá vira meu melhor amigo pois, de uma forma estranha, ele ameniza minha dor ou me ilude e eu acho que ameniza. Hoje as meninas teriam reunião de final de período e por isso ficariam fora o dia todo, e talvez até mesmo a noite. Elas ficaram preocupadas em me deixar assim, mas eu as assegurei que qualquer coisa iria ligar para elas imediatamente. Elas parecerem meus pais as vezes.

Eu dormi algumas vezes enquanto via algo aleatório na TV. Vez ou outra eu ia correndo para o banheiro vomitar, mas depois de séculos sofrendo com a longa caminhada que era ir até lá, pensei em pegar um balde e deixar do meu lado. Ao menos eu não correria mais o risco de não conseguir chegar a meu destino antes de liberar minhas toxinas. Começou a passar “Enrolados” e eu não pude evitar de lembrar de Sofi, eu sinto tanta falta dela. Quando eu ficava doente, ela se deitava comigo no sofá e ficava vendo desenho comigo, ela dizia que adoecer sozinha é muito chato e por isso não saia de perto de mim um segundo. Eu a agradecia bastante pois ficar sozinha doente é realmente entediante, eu não tenho coragem alguma para ao menos levantar, imagina para fazer alguma coisa?

Eu já estava no meio do filme quando meus olhos começaram a pesar, eu estava me segurando muito para não dormir, mas obviamente foi em vão já que quando estou doente, dormir é a única coisa que consigo fazer. Quando acordei, olhei para televisão e vi que o filme já havia acabado, tinha perdido minha parte favorita. Eu senti minha cabeça latejar, minha garganta secar e decidi ir tomar um copo de água. Quando me sentei olhei para os lados, mas algo na mesa de centro me chamou a atenção. Tinha uma caixa mediana, de cor preta, com um papel em cima e ela não estava ali antes de eu dormir. Peguei o bilhete e não pude evitar de sorrir ao ler o que estava escrito e ao perceber a dona da letra.

“Mani me contou que você não estava se sentindo bem então decidi passar aqui e lhe deixar umas coisinhas para te ajudar a melhorar logo. Você estava dormindo e por isso preferi não te acordar, daqui a pouco eu volto com o nosso almoço. 

Até daqui a pouco, Camz.”

Eu abri a caixa e vi que ela estava cheia de remédios com um papelzinho em cima de cada um. Peguei o primeiro e estava escrito “para a sua dor no corpo e dor de cabeça”. O outro e estava escrito “para seu enjoo”, vi uma pastilha de menta e ri ao ler “para depois de suas idas ao banheiro”, peguei outro e no bilhete era “para sua febre” e por último tinha uma caixa de lenços de papel escrito “para sua coriza”. Tinha como ela ser mais fofa? Olhei e vi que no fundo da caixa tinha mais um bilhete e me perguntei o que seria dessa vez.

“Pode tomando um comprimido de cada, quando eu chegar vou olhar pra ver se você tomou ou não. Caso você seja uma boa menina e faça o que pedi, irei lhe dar uma recompensa quando voltar. Só mais uma coisa, o de dor no corpo e de cabeça pode te dar um pouco de sono, tome-o e deite novamente. Se você dormir, quando eu voltar lhe acordo para comer alguma coisa.”

Eu achei que meu rosto iria rasgar pois meu sorriso estava maior do que o do curinga. Ela tinha se preocupado comigo ao ponto de sair para comprar remédios e depois voltar para rua para comprar algo para eu comer. Eu, naquele momento, percebi que será praticamente impossível esquece-la enquanto estiver em Miami. Talvez quando eu voltar para Havana consiga voltar a tomar as rédeas de meu coração. Talvez, daqui a quarenta dias tudo volte ao normal. Eu realmente espero que isso seja verdade pois eu sei que não irei conseguir suportar viver com esse sentimento por mais tempo. É como se a cada dia ele me matasse lentamente, mas o pior é que eu gosto desta morte. O quão insano isso é? Eu já perdi a vontade de descobrir.

Eu levantei e tomei os remédios que ela deixou para mim, sim eu ainda não gosto de remédio, mas já que ela teve esse cuidado e carinho, nada mais justo do que eu fazer um esforço, não é? Enchi um copo de água e tomei-a quase toda para tomar os comprimidos, o que dá sono tomei por último e fiz o que Lauren recomendou e me deitei. Afinal quem faz faculdade de medicina aqui é ela. Senti meus olhos pesarem e revirei os olhos pois sabia que a qualquer momento iria apagar. Aos poucos minha visão ficou turva e algum momento tudo ficou preto.

-Camz, acorda. – Senti algo tocar minha bochecha e travei uma batalha com meu cérebro para evitar que um sorriso aparecesse em meus lábios. – Camz, abra os olhos. Eu sei que você está acordada...

-Eu me recuso a abrir os olhos. – Disse e sorri quando ela beijou minha testa. – Como você sabia que eu estava acordada.

-Segredo meu. – Ela disse e eu ri. – Eu trouxe nosso almoço. Senta ai que eu já o trago.

-Eu não quero comer, Lolo. – Disse fazendo biquinho.

-Mas você precisa, Camz. – Ela disse da cozinha enquanto preparava as coisas. – Você precisa repor o que colocou para fora.

-Eu estou enjoada, não quero comer. – Disse fazendo cara de nojo. – Só de pensar na ideia me dá vontade de vomitar.

-Para de ser dramática, menina.  – Ela disse rindo e me entregando o prato. – Você vai comer tudo bem devagar para não vomitar e depois vai ligar para o mauricinho.

-E por que eu ligaria para o Shawn?

-Porque ele precisa saber que será pai. – Ela disse e gargalhou ao ver minha expressão de tédio. – Eu também faria essa cara por ter um filho dele.

-Cala a boca, idiota. – Revirei os olhos e ela gargalhou ainda mais. Levei um pouco de comida até a boca, mas senti meu estomago embrulhar antes de comer. – Eu não posso comer isso.

-Vamos, Camz, ao menos tenta.

-Não! Eu vou colocar o estomago para fora se tentar.

-Vem cá. – Ela disse chegando mais para perto de mim e pegando meu prato. – Deixa que eu te dou.

-Que parte do eu não vou comer você não entendeu? – Disse rolando os olhos.

-E que parte do eu não te perguntei nada você não entendeu? – Ela riu e eu rolei os olhos novamente. – Anda, só abre a boca. – Eu fiz exatamente o que ela pediu e fiz ânsia de vomito ao engolir. Ela somente riu para mim. – Viu? Não é tão difícil assim.

-Idiota! – Disse de boca cheia pois ela nem me deu tempo para respirar e já enfiou outro garfo em minha boca.

Eu acabei comendo tudo com Lauren me dando na boca. Eu me senti com cinco anos novamente, mas não pude evitar sorrir com o cuidado que ela teve comigo. Eu estava deitada no sofá de três lugares e ela no de dois, e como o remédio que ela me deu estava fazendo efeito, ele estava começando a ficar desconfortável novamente. Eu me remexia tentando achar uma posição e nada. Estava ficando irritada quando Lauren se levantou e tirou a mesa de centro do lugar e a colou no canto da sala. Eu a encarei confusa e ela somente sorriu para mim. Ela sempre fazia isso quando eu a olhava. Ela saiu da sala, mas logo voltou com o colchão de minha cama nas mãos. Ela colocou no lugar da mesa de centro, entre os sofás e de frente para a televisão, e saiu novamente voltando logo em seguida com travesseiros e cobertores.

-Deita, eu vi que você estava desconfortável e eu acho que isso é um bom sinal. – Ela riu para mim e eu fiz o que ela disse.

-Obrigada, Lolo.

-Não a de que, Camz. – Ela disse bocejando e levando a mão no ombro e mexendo seu pescoço.

-Está tudo bem? – Perguntei preocupada com a careta que ela fez ao mexe-lo.

-Está sim, é só que eu deitei em uma posição desconfortável. –Ela disse se remexendo. – Eu já disse para as meninas comprarem um sofá novo, esse parece madeira forrada com um pano fino. Até os pregos eu consigo sentir, mas o pior é que elas ainda querem que eu durma nele quando venho pra cá a noite.

-Vem cá, deita aqui no colchão comigo. – Ela me encarou sugestiva e eu rolei os olhos. – Deixa de ser idiota, Lauren. Eu só não quero que você fiquei com dores depois.

-Sei. – Ela disse indo até o colchão. – Sorte sua que eu gostei de dormir com você...

-Cala a boca e deita logo. – Disse e ela riu. Ela deitou e eu tentei ficar o mais longe dela possível e por isso eu quase caí do colchão.

-Vem, encosta a cabeça em mim. Eu não mordo, Camz. – Ela disse rindo enquanto abria os braços para me receber.

-Eu estou bem assim....

-Vem logo, Camila. Você está quase caindo aí. – Ela disse revirando os olhos.

-Tudo bem. – Disse e deitei minha cabeça em seu peito. Ela rodeou uma mão em minha costela, na altura de meu peitoral, e a outra levou até meus cabelos e começou a fazer um carinho gostoso ali. – Isso é bom...

-Então vou continuar fazendo. – Eu foi impossível não sorrir. – Se você quiser dormir mais um pouco não tem problema, tá? Eu não vou a lugar nenhum.

-Você não tem coisa mais importante para fazer não? Achei que era hoje seu almoço com Lucy.

-E era.

-E porque você está aqui, Lauren? Ela vai te matar por ser atrasar. – Disse e fiz menção de levantar, mas ela me impediu.

-Camz, relaxa. Eu não vou a lugar algum hoje, ao menos até Mani e DJ voltarem. Alguém precisa tomar conta de você.

-Lucy vai te matar e depois virá atrás de mim. – Disse fingindo medo e ela riu. Por fora eu estava indiferente, mas por dentro eu estava com tudo acelerado. Ela tinha cancelado o almoço com a namorada para ficar comigo correndo risco de pegar seja lá eu havia pegado. Tinha como eu não surtar com isso?

-Relaxa, não vou deixar que ninguém lhe machuque. Agora o foco é você se sentir melhor.

-Obrigada, Lolo. –Disse baixo.

-Pelo que?

-Por estar aqui e por tudo. Você é realmente incrível.

-Eu sempre te disse isso. – Ela fez o seu tom de superioridade e eu revirei os olhos. Ela beijou o topo de minha cabeça e voltou a fazer o carinho logo em seguida. – Eu não estou fazendo nada de mais, Camz.

-Está sim e eu não sei como lhe agradecer.

-Só você melhorar que já será agradecimento o suficiente para mim. – Ela lançou-me aquele sorriso doce que tanto amo e eu não consegui evitar de dar um beijo casto em sua bochecha. Seu sorriso se alargou mais ainda quando fiz isso.

-Você é uma linda.

-Me conte algo que eu não sei...

-Idiota! – Dei um tapa em seu ombro e ela riu. Logo voltei para minha posição, eu estava tão colada a seu peito que conseguia ouvir a batida de seu coração. Ficar ali com ela foi a sensação mais incrível que eu já senti. – Podemos ver um filme?

-Claro, Camz. Qual você quer?

-Você escolhe, menos terror, por favor.

-Está com medo é?

-Não, eu só acho a história muito previsível...

-Sei. – Ela gargalhou e eu revirei os olhos. -  O que acha de “Te amarei para sempre”? Ele vai começar daqui a um minuto.

-Eu amo esse filme, principalmente por ter a Rachel McAdams. Além da história ser linda.

-História? Quem liga pra história quando se tem uma mulher linda como ela estrelando o filme? Essa mulher é a coisa mais linda. – Eu dei um leve tapa em seu abdômen e ela levantou um pouco a cabeça pra me encarar. – O que?

-Deixa de ser tarada, Lauren.

-Eu só estou falando o que todos pensam, Camz. – Ela deu de ombros e eu ri.

-Agora cala a boca que o filme vai começar.

(...)

-Camz, chega de filme romântico. – Lauren disse assim que começou os créditos de “500 dias com ela”. – Você é insaciável.

-Eu estou doente então eu tenho direito de escolher o que vamos assistir. – Disse e ela revirou os olhos.

-Isso aí não cola mais. – Ela disse e eu a encarei incrédula. – Vamos ver algo menos sentimental dessa vez.

-Mas vai começar “10 coisas que eu odeio em você”. Por favor, Lolo, é só esse. – Fiz biquinho e ela bufou.

-Só esse! – Ela disse determinada e eu sorri vitoriosa. – E pode tirando esse sorrisinho da cara pois eu só cedi por gostar muito desse filme.

-Eu sei que você não sabe dizer não para mim.

-Não se iluda, Camz. Eu sei muito bem falar não para você, na verdade sou uma especialista nisso.

-Sei...

-Fica quieta e ver o filme. – Ela disse revirando os olhos e eu ri.

Eu achei engraçado e fofo o fato de Lauren ficar a tarde toda assistindo esse tipo de filme sem ao menos gostar. Ela deixou bem claro que ela amava filmes de terror e suspense, mas eu pedi para vermos esses filmes e ela se negava, alegando que isso iria deixa-la com diabetes, mas no final sempre cedia. Era só eu fazer biquinho que ela revirava os olhos e cedia, aprendi seu ponto fraco e agora irei usá-lo. Nós começamos com “Te Amarei Para Sempre”, depois veio “Como Se Fosse A Primeira Vez”, “Amor em Jogo”, “500 dias com ela” e por último “10 coisas que odeio em você”. Lauren dormiu na metade de todos os filmes, mas sempre que eu falava que ela tinha dormido, ela negava. Acho que ela negou com tanta veracidade que eu, em alguns momentos, até me perguntei se eu estava errada.

O filme estava rolando e ela, como sempre, estava dormindo. Eu desencostei minha cabeça de seu peito e comecei a encara-la, ela estava parecendo um anjo. Eu sei, eu provavelmente pareci uma psicopata encarando-a enquanto ela dormia, mas eu não pude evitar. É como se seu corpo possuísse um ima para meus olhos, por mais que eu lute eles sempre param nela. Começou a cena que eu sabia muito bem as falas e eu não aguentei, tive que recitar para ela um trecho que se encaixava perfeitamente com o que se passa comigo.

- “Eu odeio quando você me faz rir, até mais quando você me faz chorar. Eu odeio quando você não está por perto, e o fato que você não me ligou... Mas ainda por cima eu odeio que eu não te odeio, nem perto, nem mesmo um pouco, de jeito nenhum." – Suspirei e levei minha mão até sua bochecha e iniciei um carinho ali. – Se eu te odiasse seria tão mais fácil, motivos pra isso não me faltam. Você me beija, depois se arrepende, depois me beija de novo, age como se nada tivesse acontecido, e beija de novo. Eu poderia facilmente te odiar por brincar com meus sentimentos ou simplesmente por me usar e trair sua namorada. Mas como te odiar quando você me dá seu violão somente por saber que eu sentia falta do meu? Ou como te odiar quando você vem até aqui somente para certificar se estou me cuidando? Droga, Lauren, eu te odeio por me fazer sentir essas coisas.

As lagrimas já caiam por meu rosto enquanto eu colocava tudo para fora. Ela ainda dormia intensamente, e por isso eu sei que ela não tem noção alguma do que eu falei, mas isso para mim é o suficiente pois eu finalmente coloquei tudo para fora e admiti algo que eu não queria. Eu a amo, não tem mais como negar, mas isso não muda em nada minha vida. Ela vai continuar sem saber o que sinto e continuar com Lucy pois é o certo, ela a ama e eu não a colocaria em uma situação desconfortável. Eu não a faria escolher pois eu sabia exatamente qual seria sua escolha. Eu, a cada dia que passa, percebo que esquece-la será mais difícil do que imaginei, mas é como mama diz “Nada é impossível para aquele que crer” e eu, mesmo que pouco, creio que irei conseguir. Eu preciso conseguir.

Eu tenho tantos motivos para ama-la que eu não consigo nem lista-los. Ela me levou a um local que é especial para ela que nem mesmo sua melhor amiga conhece, ela tem um enorme cuidado comigo, consegue perceber quando estou mal, quando preciso conversar ou simplesmente ficar em silencio. Ela consegue decifrar-me com uma facilidade incrível e é exatamente por isso que ela sempre cuida de mim. Desde aquela noite que saímos, ela tem demostrado que eu poderia contar com ela para o que precisasse, exatamente como ela me falou. Isso tudo torna tão difícil esquece-la pelo simples motivo de eu ter me tornado uma dependente dela. Eu sou completamente dependente de seu sorriso, seu olhar que pode ser tão calmo e lindo como a noite estrelada, mas ao mesmo tempo tão furioso e temeroso quanto o mar durante uma tempestade. Eu posso afirmar sem medo de errar que a amo pelo o que ela é.

Estava tão perdida em meus pensamentos, enquanto a encarava, que nem percebi que ela tinha seus olhos meio abertos. Ela suspirou e logo em seguida sorriu sem graça e foi somente aí que percebi que ela tinha despertado. Seu olhar se cruzou ao meu e eu senti uma corrente elétrica percorrer por todo meu corpo, seguida de um incomodo na barriga. Ela esfregou a mão nos olhos e eu ri por ser a coisa mais fofa que já vi. Ela percebeu que eu fitava cada movimento seu e ruborizou na hora. Devo destacar que ela fica tão linda com vergonha.

-Para de me encarar, Camz. – Ela disse após um certo tempo. – Você sabia que isso é coisa de psicopata?

-O que?

-Ficar encarando as pessoas enquanto elas dormem. Eu poderia te internar por isso.

-Vai ver eu sou uma psicopata e você não sabe. – Dei de ombros. – Vai ver eu vou te sufocar enquanto dorme...

-Eu tenho certeza que você irá me matar um dia, mas não será me sufocando. – Ela piscou para mim e eu a encarei confusa.

-E como eu irei te matar?

-Você é esperta, encontrará a resposta sozinha. – Ela riu maliciosa e eu a dei um tapa no ombro. – Você precisa deixar de ser agressiva, eu ainda vou ficar toda roxa por conta de seus tapas, sabia?

-Deixa de ser dramática que meus tapas nem doem. – Rolei os olhos e ela riu.

-Isso é porque não é você que apanha de você. – Ela disse e eu não consegui não rir. – Você está melhor?

-Graças a você. – Eu disse e ela riu. Nós ficamos em silencio nos olhando até que ouvimos barulho de chaves e logo em seguida a porta foi aberta.

-O que aconteceu aqui? – Dinah disse sugestiva quando entrou e nos viu deitada no colchão da mesma forma de mais cedo. – Atrapalho algo?

-Não começa, Chee. Você não sabe a hora de parar depois que começa a implicar conosco. – Rolei os olhos.

-A culpa não é minha se vocês me dão muito material para trabalhar. – Dinah disse dando de ombros e se jogando no sofá.

-Cadê a Mani? – Lauren perguntou e somente por isso dei falta de sua presença.

-Ela ficou para resolver umas coisas com o Ian.

-Que coisas? – Eu perguntei curiosa.

-Assuntos inacabados. – Ela sorriu sugestiva e na hora eu entendi. – E você, Chancho? Melhorou?

-Graças a minha enfermeira particular. – Disse olhando para Lauren e sorrindo.

-Sempre soube que no final você seria enfermeira, Jauregui. – Dinah disse rindo.

-Eu me mato de estudar por seis anos, para no final ser chamada de enfermeira. O quão injusto é o mundo? – Ela disse fingindo indignação.

-A culpa não é nossa se médicos e enfermeiros são a mesma coisa. – Dinah a provocou e eu ri.

-Vou me lembrar disso quando você precisar de uma cirurgia e vir até mim. Vou mandar uma enfermeira te operar e depois você me diz se ainda acha isso.

 -Eu jamais deixaria você me abrir, Jauregui. Tenho amor a vida, sabia? – Dinah disse e Lauren revirou os olhos.

-Então, o que vocês tanto fizeram na FIU hoje? Já são mais de 19 horas...

-Nós estávamos em uma reunião para resolver as últimas coisas do nosso intercambio musical anual.

-O que? – Perguntei sem entender nada.

-Todo anos os alunos da Juilliard vem para cá para participar da nossa noite musical enquanto alunos de nosso programa de musica vão para Nova Iorque se apresentar lá. Entendeu? – Lauren me explicou e eu acenti. – Eu gosto muito pois eles são realmente bons. Quando será esse ano, DJ?

-Dia 26 de Junho.

-Um dia antes do meu aniversário. Quer jeito melhor de comemorar? – Lauren disse animada.

-E um dia antes de eu embarcar de volta para casa. Quer jeito melhor de encerrar a estadia? – Eu disse e Lauren me olhou de forma indecifravel.

-Você vai embora dia 27? – Ela perfuntou e eu acenti. – No dia do meu aniversario?

-Eu não sabia que era seu aniversário, Lolo.

-Não tem como você adiar? – Ela perguntou e eu neguei. – Por que não, Camz?

-Meu visto só é valido até dia 27. – Disse e ela suspirou. – Eu sinto muito, Lolo.

-Tudo bem, dia 26 nós vamos a esse evento e vamos fazer valer a pena. Minha festa de aniversario será na noite musical esse ano, DJ.

-Mas ela não seria no dia 2 de Julho? – Dinah perguntou confusa.

-Não mais, se a Camz só pode ficar até dia 27, então minha festa será até dia 27. Qual seria a graça de dar uma festa sem ela?

-A mesma do ano passado? – Disse e ela me fuzilou com o olhar.

-Eu não te conhecia ano passado e agora não tem mais graça alguma. Será dia 26 e ponto.

Ela disse determinada e eu somente confirmei com a cabeça. Por dentro eu estava sorrindo largarmanete, ela mudou sua festa por minha causa... Quão gratificante isso era? Eu estou muito feliz, mas algo, bem no fundo, me diz que isso não terminará da forma que eu desejo.


Notas Finais


Como já perceberam, a primeira etapa está chegando ao fim. Espero que esteja agradando a todos ^^
Até a próxima :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...