História The Last Butterfly (Camren) - Capítulo 12

26/06/11

-Karla Camila, sente já nesta cama pois de hoje não passa.

-Você não deveria estar resolvendo as coisas para hoje à noite?

-Eu já terminei minha parte. – Ela disse dando de ombros. – Agora fica calada e sente.

-O que você quer comigo? – Disse revirando os olhos e sentando na cama ao lado de Dinah.

-Ter aquela conversa que está pendente a três semanas.

-Que conversa CheeChee? – Perguntei sem entender ao que ela se referia.

-Sobre o seu beijo?

-Que beijo? – Disse me fingindo de ingênua.

-O que você deu em Lauren. – Ela disse revirando os olhos. – Com o Shawn que não seria, quanto menos detalhes saber sobre o que você faz com ele melhor. Enfim, voltando ao assunto, pode falando.

-Falando o que?

-O que aconteceu entre vocês duas. – Ela revirou os olhos impaciente mais uma vez. – Para de se fazer de sonsa, Camila.

-Eu não estou me fazendo de nada, só não tem o que falar. Nós nos beijamos e pronto.

-E por que ela mal olha pra sua cara nessas três semanas?

-E eu que vou saber? Acho que você deveria perguntar a ela...

-Qual é, Chancho. Eu estou somente tentando te ajudar, não precisa ficar na defensiva comigo. Você sabe que eu estarei do seu lado independente do que você tenha feito.

-Tudo bem. – Disse suspirando pesadamente. Eu precisava conversar com alguém sobre esse assunto e quem melhor do que Dinah? – Como você já sabe, naquela noite que ela me levou para sair nós nos beijamos. Depois ela se afastou, falando que não certo com Lucy e eu entendi e me senti mal pois eu achei que ela estava a traindo comigo. Eu disse que iriamos seguir em frente, fingi que nada aconteceu, e ela me trouxe para casa e me beijou novamente. Como você acha que eu fiquei? Ela primeiro me provoca, depois me beija, se arrepende e me beija de novo? Enfim, não foi somente aí, depois deve aquela vez em que ela passou o fim de semana aqui em casa. Ela me levou novamente ao esconderijo, me provocou e quando deitamos para dormir ela me deu um selinho. A última vez e provavelmente a razão dela mal olhar para mim, foi a três semanas atrás. Ela me beijou, o beijo mais intenso que tivemos, e Lucy nos viu. Ela ficou me olhando e olhando para onde Lucy estava, como se quisesse sair correndo mas tinha que terminar as coisas comigo, então eu a mandei ir. Ela queria isso e eu não seria a responsável por ficar no caminho.

-E como você sabe que era isso que ela queria?

-Estava estampado no olhar dela, Chee. Se tem algo que aprendi nesses meses sobre ela, é que ela revela absolutamente tudo com o olhar. Se você souber diferenciar uma olhada da outra, você decifra Lauren totalmente.

-E o seu olhar dizia que ela queria ir atrás de Lucy e não ficar com você? – Dinah perguntou intrigada.

-Exatamente.

-E quem te garante isso?

-Como assim?

-Chancho, você sabe que eu te amo e que nestes últimos meses você se tornou alguém extremamente especial para mim, mas eu tenho que dizer que as vezes você interpreta as coisas da forma que lhe convém. –Dinah disse calma.

-Como assim?

-Você acha que as coisas devem acontecer da forma que você quer. Você odeia quando isso não acontece ou quando você perde a razão. – Dinah disse e eu a olhei incrédula. Como ela fala isso de mim? Eu não faço isso. – Por favor não fica com raiva, é minha função como sua amiga te dizer a verdade. Enfim, no caso de Lauren você acha errado ter se apaixonado e a sua desculpa é ela estar comprometida. Você tem medo do que sente, de assumi-lo e mais ainda de lutar por ele, e é exatamente por isso que você sempre usa a desculpa dela estar namorando e de não querer coloca-la em uma situação desconfortável. Chancho, você precisa entender que Lauren não é nenhuma criança e se ela te beijou todas essas vezes foi porque ela quis, não é como se você a tivesse obrigado ou algo assim. Você disse que decifrar o olhar dela é a mesma coisa que decifra-la, eu concordo plenamente, não por ser algo exclusivo dela, mas sim por conta dos olhos serem a porta da alma. Você acha que eu não reparei que tinha alguma coisa rolando entre vocês? O olhar de vocês duas as entregam, a forma que ela te olha sempre que você fica perto, o jeito dela cada vez que falamos sobre seus encontros com Shawn, e outras coisas mais, só provam que ela não está nem aí para o relacionamento dela ou que está no mínimo confusa. Você sabe muito bem disso mas prefere criar desculpas para não assumir para si mesma que você é uma covarde. Você dá uma de destemida mas tem medo da felicidade, você tem medo de correr atrás do que sente por ter medo de estar apaixonada. Eu não estou te julgando, pois eu acho a coisa mais normal do mundo termos medos do desconhecido, mas eu queria que ao menos você assumisse para si mesma o que você sente. Eu queria que ao menos você fosse capaz de falar em voz alta aquilo que você tanto nega.

-O que você quer ouvir? Que eu a amo? Que o fato dela estar me ignorando por três semanas está acabando comigo? Que eu não imagino como vai ser daqui pra frente por eu não poder mais ver seu sorriso? – Disse e as lágrimas começaram a cair. – Eu a amo tanto, CheeChee... Eu nunca me imaginei sentindo essas coisas. Quando eu namorei Austin, eu nunca me senti da forma que me sinto quando estou com ela. Esse tipo de amor que sinto por ela é o amor que as pessoas procuram a vida inteira. É aquele amor que te faz amar as qualidades e defeitos, que te faz perder o folego com uma simples troca de olhar. Que te sentir o ser humano mais sortudo por possuir algo tão puro e sincero. É aquele tipo de amor que te faz sacrificar-se somente para vê-la feliz e é por isso que eu discordo com uma parte do que você falou. Eu tenho medo disso que sinto sim, como eu disse eu jamais me senti assim e eu sou uma pessoa totalmente reservada quando se diz respeito a meus sentimentos, mas em relação à eu não querer fazer nada sobre isso eu gostaria de te explicar o motivo. Eu sei que a relação que ela tem com Lucy não é algo perfeito, que elas tem seus momentos de turbulência e tudo mais, mas a questão é que eu não quero ser um fator externo que a faz fugir dela ou muito menos que a faz ficar confusa. Eu não quero atrapalhar a vida dela, eu quero que ela seja feliz acima de tudo e eu sei que comigo ela não será. Como eu posso faze-la feliz estando em outro pais? Lucy ao menos a faz feliz e isso para mim já é o suficiente. Eu prefiro sacrificar minha felicidade do que vê-la infeliz.

-E por que você estaria sacrificando sua felicidade?

-Porque ela é minha felicidade, agora eu sei disso. Sem ela eu sou incompleta, é como se uma metade de minha alma estivesse com Lauren, mas eu me conheço e sei que se ficássemos juntas, ela teria inúmeros problemas pela frente e eu não quero isso. Como eu disse, prefiro me sentir assim pelo resto de minha vida do que ser o contrário.

-Eu só acho que você deveria dá-la ao menos a chance de escolher, Chancho.

-Eu já dei, Dinah. Quando eu disse para ir atrás de Lucy, eu nada mais estava do que mandando ela escolher se queria continuar ali comigo ou ir atrás dela e tentar concertar as coisas. – As palavras saíram embargadas por conta do choro. – E ela escolheu concertar as coisas com ela e aparentemente para isso acontecer ela teria que se afastar por completo de mim. Eu não culpo Lucy, se as situações fossem invertidas eu também iria querer assim, mas isso não significa que doa menos. Hoje por exemplo, seria a minha despedida e ela disse que faríamos valer a pena, agora ela nem olha para mim. Eu só estou indo porque você e Mani insistiram por ser meu último dia aqui, mas tudo o que eu não quero é ter que vê-las juntas. Você não tem noção do quanto isso me dói. Eu só queria que isso não me afetasse tanto.

-Vem cá, Chancho. – Dinah disse me abraçando. – Não fica assim, pensa pelo lado positivo, você terá a nós três e a Shawn. Pelo menos você poderá dar uns beijos antes de voltar para o México.

-É Cuba, Chee. – Disse sorrindo durante o choro. Dinah Jane é a pessoa mais pateta que eu conheço.

-Dá no mesmo. – Ela disse dando de ombros me fazendo rir novamente. – Tenta aproveitar hoje à noite, mas também tenta resolver tudo o que ficou pendente. Eu sei que é difícil, mas você precisa enterrar todos os seus demônios antes de voltar para Cuba, Chancho, ou eu lhe garanto que você irá se arrepender amargamente por isso. 

Dinah estava certa, eu precisava enterrar meus demônios ou eu jamais seguiria em frente. Pois era exatamente isso que eu faria e eu até já tinha noção de como.

(...)

Já estávamos no local que estava acontecendo o evento. Era perto da Universidade, seria no campus mas as pessoas queriam bebias alcoólicas e por isso decidiram fazer em outro local. As normas da FIU eram bem claras quanto a proibição do consumo de álcool dentro dos arredores da universidade. Eu cheguei extremamente cedo por causa de Dinah e Normani, elas tinham que estar lá bem antes do início do evento, e eu estava em uma enorme agonia. Eu estava deste jeito por inúmeros motivos, mas um deles tinha nome e sobrenome.

Essa seria a primeira vez que iriamos ser obrigadas a ficar no mesmo ambiente nestas últimas três semanas e eu não poderia estar mais nervosa. Isso era algo que sempre acontecia quando se dizia respeito a ela, mas dessa vez era por motivos diferentes. Me entenda, essa seria a última vez que eu a veria antes de voltar para casa, eu tinha razões mais do que plausíveis, certo? Minha agonia logo teve fim, ou simplesmente triplicou, quando a vi entrar pela porta principal com as mãos entrelaçadas a de Lucy. Ao menos elas estavam bem.

Lauren estava a coisa mais linda que eu já vi, como se isso fosse alguma novidade. Ela trajava um vestido branco sem manga que que era apertado até o um pouco abaixo dos seios. Ele era bastante decotado e isso me fez engolir em seco pois ele mostrava bastante a cova entre seus seios. Seus cabelos estavam soltos e, bom, resumidamente, ela estava mais linda do que eu me lembrava. Essa é uma ótima imagem para guardar dela. Ela veio em nossa direção, com Lucy sempre a seu lado, e desviou o olhar quando nossos olhares se cruzaram. Eu sabia que boa coisa não viria pois ela sempre o sustentava sorrindo, algo que ficou longe de acontecer.

Quando ela se aproximou pude notar sua expressão triste e isto me deixou extremamente mal. Segundo Dinah, Ally disse a ela que as duas tinham voltado mas Lucy não a tinha perdoado totalmente pelo o que ela fez. Ela disse que algumas coisas iriam mudar depois disso pois ela precisava voltar a confiar em Lauren, uma das mudanças era seu afastamento de mim. Ally disse que Lauren estava estranha desde que elas voltaram, não conversava mais, não sorria, viva com os olhos vermelhos indicando que ela estava chorando e só se alimentava porque Ally a obrigava. Saber que ela estava desta forma e principalmente saber que era por minha causa, fez-me sentir horrível.

Eu não estava muito atrás. Desde que os fatos transcorreram, eu estava agindo da mesma forma, eu acho que não estaria exagerando se dissesse que eu mal respirava. Eu sei que para algumas pessoas isto pode soar como loucura, pois para mim também soa, mas eu não conseguia evitar. Ao que parece eu fiz com que ela se tornasse algo importante para minha vida e, agora que eu não a tenho, fica difícil de viver sem. Ela parou a nossa frente e Dinah, como ótima observadora, me lançou um sorriso encorajador. Ela olhou para as duas e sorriu fraco antes de colocar a mão em meu ombro como quem diz “vai ficar tudo bem”.

-Achei que você não viria. – Chee disse quebrando o silencio.

-Você sabe que eu não perco esse evento por nada, DJ. – Lauren disse sorrindo fraco.

-Ainda mais que hoje temos motivos para comemorar, não é amor? – Lucy disse envolvendo os braços em torno do pescoço de Lauren de forma provocativa. Como eu sei disso? Ela fez tudo olhando para minha cara e sorrindo debochadamente ao final.

-É... – Lauren disse claramente desconfortável com a situação. – Então, onde está Normani?

-Foi buscar Louis no campus. O carro dele quebrou e o pobretão não tem dinheiro para pagar um táxi. – Dinah disse revirando os olhos.

-Louis é aquele menino da Juilliard que vem todo ano?

-Sim, aquele ladrão de homem mesmo. – Dinah bufou ao final.

-Você precisa superar isso, DJ. – Lauren disse rindo da cara que Dinah fez.

-Superar? – Dinah falou incrédula. – Ele roubou meu homem e você quer que eu simplesmente supere?

-Dinah, a julgar pelo fato de que Louis o roubou significa que você não teria chances mesmo...

-Cala a boca, Jauregui. – Dinah revirou os olhos e as duas riram. Eu senti meu celular vibrar e o peguei lendo uma mensagem de Shawn. – Bom, o papo está ótimo mas eu preciso me retirar para resolver as últimas coisas antes de finalmente ficar livre para comemorar o aniversário da ex rainha de Nárnia. Chancho, você vem?

-Eu vou lá fora buscar o Shawn e eu te encontro em um minuto.

-Trouxe o namorado, Camila? – Lucy perguntou e eu senti uma raiva enorme.

-Sim, eu trouxe. – Sorri debochada.

-Vocês formam um belo casal. Deveria investir mais em relacionamentos assim, que você pode ter e tudo mais...

-Obrigada pela dica, Lucy. Você realmente fez a diferença em minha vida agora. – Disse com a entonação mais debochada que pude e Dinah segurou uma risada. – Eu vou lá e já volto, Chee.

Disse sem olhar para trás pois se eu o fizesse tenho certeza que agrediria aquela mulher. Encontrei com Shawn na entrada e nós entramos. Nesta última semana que conversei com ele sobre os seus e os meus sentimentos, nós decidimos manter a amizade, ao menos enquanto eu estiver com o fator Lauren muito vivo em minha vida. Hoje ele veio pois seria minha despedida e obviamente ele não poderia ficar de fora. Quando chegamos ao local, o evento já tinha começado e o tal de Louis que era o apresentador, eu soube que era ele pois Dinah reclamava de cinco em cinco minutos sobre como ele era irritante.

Lauren nem perto de mim chegou depois que sai, tudo o que ela fazia era ficar com Lucy. Eu estava sentindo uma dor enorme por tê-la tão afastada em meus últimos momentos em Miami, mas eu não deixaria essa dor acabar com a noite. Eu iria permanecer forte pelas meninas, pois elas não tinham culpa alguma de meus dramas amorosos, e por mim. Eu precisava aprender a conviver com isso sem acabar com minhas atividades. Eu, obviamente, a olhava sempre que podia, mas tentava ao máximo dar mais atenção as pessoas que estavam a meu lado e não a quem estava na outra ponta da mesa.

-É ela não é? – Shawn disse próximo a meu ouvido por conta do barulho. –Ela que é a pessoa que você me falou?

-Quem? – Perguntei da mesma forma.

-Lauren.

-É tão obvio assim? – Perguntei e ele riu.

-Eu acho que sim. E sabe o que mais acho? –Ele perguntou e eu neguei. – Que você deveria fazer algo a respeito pois a forma que ela está olhando para cá neste momento indica que o seu sentimento é reciproco de alguma forma.

Ele disse e eu olhei disfarçadamente em sua direção. Ela nos encara com um expressão mortal e eu não pude evitar de sorrir por isso. Ela estava com ciúmes. Como eu possuo uma sorte incrível, meu sorriso logo se desfez quando Lucy se aproximou e a beijou. Eu percebi que tenho um ótimo auto controle nessa noite pois a vontade que eu tinha de acertar a cabeça daquela mulher com um copo de vidro era surreal e mesmo assim eu não o fiz. Dinah se aproximou de mim e me disse que a próxima a se apresentar seria eu. O nervosismo tomou conta de todo meu corpo, e se ela não entendesse o recado? E se eu piorasse ainda mais as coisas? Seja lá o que o futuro me reservasse, eu estava disposta a correr o risco.

-Senhoras e senhores, este foi Joshua com seu lindo show de Jazz. – Louis disse e todos aplaudiram. – Agora eu gostaria de chamar uma convidada especial, e quando eu digo isso eu quero dizer extremamente especial pois ela fez Dinah Jane me bajular para concede-la um espaço aqui neste palco. – Ele disse e todos ali presente riram, obviamente menos Dinah. Ela somente revirou os olhos. – Senhoras e Senhores, Camila Cabello.

-Obrigada por me ceder esse espaço em sua programação, Louis. – Disse sorridente para o rapaz após os aplausos se sessarem. Eu coloquei a correia da guitarra que ele me emprestou antes de voltar a falar. – Eu precisava falar algumas coisas para alguém extremamente especial e importante para mim e escolhi esta música pois a letra dela expressa tudo o que eu gostaria de dizer mas sou incapaz. Eu sempre costumei dizer que quando minhas palavras são incapazes de expressar algo, a música é e eu realmente espero que você entenda a veracidade por detrás de cada palavra cantada e a emoção em cada nota tocada. Bom, isso é pra você.

Eu disse tudo olhando para ela e aquele foi a primeira vez na noite que eu pudesse perceber a velha Lauren. Essa foi a primeira vez que eu pude ver a minha Lauren. Respirei fundo e fiz sinal de positivo com a cabeça para a banda e logo comecei a tocar. Desta vez, diferentemente de todas as outras, eu não iria lutar contra meus sentimentos. Dessa vez eu deixaria me expor.  Eu comecei a cantar e as palavras começaram prendendo em minha garganta. Lutei contra isso e continuei expressando aquilo que sentia.

Após o primeiro refrão, as lágrimas, que neste meses viraram minhas melhores amigas, começaram a cair e eu não me importei. Na verdade nada ali me importava a não ser ela. Era perceptível que ela estava chorando, o que eu não sabia era de que que era. Seja o que fosse, era horrível vê-la daquela forma. Lucy, ao perceber que eu a encarava, colocou seu braço de forma possessiva em cima do ombro de Lauren, mas eu não deixei isso estragar aquele momento, ainda mais porque ela não parava de me olhar um segundo que fosse.

Presenciar aquela cena me deu raiva, mas eu não deixaria aquilo me impedir de tentar me redimir com ela. O refrão começou novamente e enquanto eu declarava que eu encontrei uma razão para mudar quem eu era, e que esta razão era ela, eu sentia seus olhos fixos em mim. Algo na forma que ela me olhava me dizia que ela estava entendo que o que eu queria dizer. Isso foi o suficiente para um alivio percorrer por meu corpo e parar em meu coração. No final da música, eu estava com meu rosto completamente banhado por lágrimas. Eu tirei a guitarra e a coloquei em seu apoio, voltei para o microfone e respirei fundo antes de falar, sem tirar meus olhos dela um segundo sequer.

-Eu só queria que você entendesse que você é a minha razão. – Disse e pude vê-la sorrir ainda com lagrimas escorrendo. – Obrigada pela atenção de vocês.

-Camila Cabello, senhoras e senhoras. –Louis disse após eu sair do palco. –Agora...

Eu nem prestei mais atenção no que ele falava, somente andei até onde ela estava após perceber que ela estava sozinha. Eu, lenta e vergonhosamente fui até lá e um sorriso formou em seus lábios após ela ver que eu me aproximava. Quando finalmente parei em sua frente, eu sorri timidamente e ela alargou seu sorriso.

-Oi. – Eu disse timidamente.

-Oi. – Ela disse sorrindo.

-Gostou da música?

-Eu amei. – Ela disse alargando ainda mais seu sorriso e se aproximando mais de mim. – Você foi incrível.

-E o que achou da letra?

-Eu achei ela linda.

-Você entendeu que ela era para...

-Senhoras e senhores, Lucy Vives. – Me calei ao ouvir Louis pronunciar tais palavras. Nós duas nos viramos em direção ao pouco.

-Eu pedi para ter essa pequena oportunidade para falar algumas palavras a minha namorada, Lauren. – Ela disse e Lauren a olhava de uma forma indecifrável. –Amor, você é a pessoa mais incrível que já conheci. Você é doce, carinhosa, atenciosa, companheira e acima de tudo é minha melhor amiga. Você torna tão fácil a mera hipótese de passar o resto dos dias de minha vida a seu lado e é por isso que... – Ela saiu do palco e caminhou até onde Lauren estava. Eu permanecia seu lado e a dor voltou a me consumir quando imaginei o que estava por vir. – Eu queria fazer isso somente depois de meia noite, pois seria oficialmente seu aniversário, mas eu não consegui me conter. Essa é uma das muitas reações que você causa em mim, sabia? – Ela sorriu e se ajoelhou. Eu não conseguia acreditar naquilo e foi por isso que comecei a chorar de nervoso. – Você, Lauren Michele Jauregui Morgado, me daria honra de passar o resto de minha vida a seu lado?

-Lucy, você está fazendo o que eu acho que você está fazendo? – Lauren disse nervosa.

-Sim, eu estou. – Ela sorriu e tirou de seu bolso uma caixinha com um anel dentro. – Você quer casar comigo?

Lauren nada falou, apenas olhou rapidamente para mim antes de voltar a encarar o anel. Eu senti uma dor enorme se formar em meu peito, era como se eu tivesse sido atingida bem no coração, e minha visão ficou totalmente turva por conta das lágrimas. Eu sentia como se tivesse acabado de perder minha vida, a respiração falhou, o corpo gelou e eu definitivamente me senti morta. Eu não conseguia mais ficar ali, eu não seria capaz de vê-la falar que sim, eu me virei e comecei a andar apressadamente para longe dali. Dinah, Shawn, Mani e Ally vieram até mim e eu disse que precisava ficar sozinha. Eles não deixaram, mas eu disse que eu precisava desse tempo e queria que eles me respeitassem. Após relutarem um pouco, eles deixaram eu ir mas com a promessa de manter meu celular ligado. Eu sai dali o mais rápido que pude e fui para o único local que talvez que trouxesse paz, eu fui para o nosso lugar.