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História The Last Butterfly (Camren) - Capítulo 16


Escrita por: KordeiSapata

Notas do Autor


Não pude postar o especial de natal como fora pedido, mas vou postar um pro ano novo haha. Enfim, feliz ano novo, galera. tudo de melhor nesse ano que se inicia, principalmente a resisdencia do coração pq 2017 virá com bastante tombo ao que tudo indica hahaha. Espero que não me matem depois de ler este caps e qualquer erro juro que corrijo depois.

Enjoy :)

Capítulo 17 - Capítulo 16


07/04/12

Eu não consigo entender como conseguir sair da cama tão cedo nessa manhã. Desde que eu comecei a trabalhar, sábado e domingo são os únicos dias que eu consigo “descansar” um pouco. E a palavra está entre aspas pois eu não descanso de fato, eu só posso dormir até mais tarde um pouco, já que é somente nesses dias que eu posso fazer algo com minha família ou resolver algo. Já tem quase um ano que voltei para casa, mas mama e papa ainda sentem minha falta. Eles dizem que seis meses é muita saudade acumulada, eles são bem carentes.

Hoje eu prometi que levaria Sofia para fazer um piquenique juntamente a Hazza, já que os dois estavam reclamando que eu não tinha muito tempo para eles nos últimos meses. Essa foi a razão de eu levantar da cama às oito da manhã quando adoraria que fosse duas da tarde. Eu fui até seu quarto, a vi dormindo lindamente e optei por deixa-la dormir mais um pouquinho enquanto eu arrumava a bolsa com as coisas. Desci até a cozinha e vi mama e papa tomando café enquanto trocavam caricias. Sorri e fiquei parada no último degrau da escada admirando-os um pouco.

Eu amo como eles se tratam mesmo após tantos anos de casado. Mama me contou que eles se conheceram quando ela tinha dezesseis anos e se apaixonaram quase que instintivamente. Eles estão casados a vinte e sete anos e ainda se olham como se fosse a primeira vez que se viram. Papa costuma dizer que eles são eternos namorados e eu acho isso lindo. Ele sempre traz flores para ela, as vezes eles saem para ter um encontro e eu fico com Sofi e a forma como um olha o outro é o que mais me deixa encantada. A troca de olhares deles demostra a cumplicidade, amor, respeito e admiração que existe entre os dois e eu sempre sonhei em encontrar alguém que seja para mim o que mama é para papa e vice e versa.

-Você vai ficar aí olhando-nos com essa cara de boba ou vai se juntar a nós? – Papa disse sorrindo, me fazendo despertar de meus pensamentos.

-Eu amo admira-los e vocês sabem disso. – Disse sorrindo de volta enquanto ia ao encontro deles. Dei um beijo em cada um e sentei-me ao lado de mama. – Bom dia.

-Você parece uma louca nos olhando, já disse isso? – Mama disse sorrindo e eu revirei meus olhos fingindo irritação.

-Já sim, mas eu honestamente não ligo. Ver a felicidade estampada em seus rostos é o suficiente para me fazer aturar as suas reclamações por eu encara-los.

-Eu sempre disse que ela precisava ser acompanhada por um psiquiatra, Sinu. Finalmente nossa filha ficará curada dessa doença mental que assombra ela por anos.

-Nossa, Alejandro, isso é jeito de falar de sua filha? –Disse imitando o jeito que mama fala e nós três rimos.

-Você tem razão, amor. Nossa filha tem sérios problemas. – Mama disse e papa riu.

-Mama! – Protestei fazendo os dois gargalharem. – Com pais como vocês, quem precisa de inimigos?

-Nossa função é ser honestos com você. – Mama deu um beijo no topo de minha cabeça e eu revirei os olhos para ela. – Então, que horas você pretende levar Sofi para o parque?

-Eu pretendo sair daqui a uma hora. Hazza vai passar aqui em casa para nos levar, já que eu estou sem meu carro...

-Eu não tenho culpa se o mecânico está demorando tanto para concertar meu carro que tive que pegar o seu. – Papa deu de ombros entendendo a indireta.

-E eu tenho?

-Não, mas como minha filha é sua tarefa fazer o que lhe é mandado. – Ele disse vitorioso, não tinha como debater com isso.

-Vai ter volta, papa... – Disse e ele riu. – Bom, vou arrumar as coisas e acordar Sofi, não quero estar desarrumada quando Harry parecer, se não irei ouvir até meu último suspiro.

-Eu ainda não gosto desse menino...

-Nem comece, Alejandro. – Mama disse e eu ri antes de sair da cozinha.

Eu comecei a colocar as coisas na bolsa, basicamente foi comida e um pano fino grande para sentarmos, e quando terminei fui até o quarto acordar minha irmãzinha. Eu já disse que ela é a coisa mais fofa acordando? Ironicamente falando, obviamente. O humor matinal de Sofi pode ser comparado ou superado ao de Normani, logo percebemos que ela não é um doce de pessoa ao acordar. Após muito relutar, consegui fazer com que ela saísse da cama, mas isso não significa que consegui faze-la se arrumar.

-Sofia Cabello, se você não tomar esse banho agora nós não iremos sair. – Disse séria após, pela quinta vez, tentar fazer com que ela entrasse no box.

-Eu não quero. – Ela disse de mal humor.

-Então você não vai sair comigo, simples assim. – Disse e ela bufou antes de entrar.

-Você é uma chata! – Ela disse já embaixo do chuveiro.

-E você parece um bebezinho, nem parece que tem quase dez anos.

Ela terminou o banho, colocou roupas levem e foi tomar café. Eu disse que teríamos muita coisa para comer, mas ela respondeu que em seu estomago tem lugar para várias comidas. Ela é realmente minha irmã. Aproximadamente dez minutos depois, Harry apareceu e nós fomos para o parque almendares. Esse lugar é extremamente lindo, é impossível não ficar encantado com a beleza que ele exala. Ele é um dos principais atrativos turísticos da cidade e não é para menos, ele é realmente digno disso. Nós fomos o caminho todo cantando as músicas que tocavam no carro, Sofi já tinha melhorado seu mal humor.

Não demorou muito e Harry estacionou no parque. Sofi saiu correndo enquanto nós dois fomos mais atrás a procura de um local para ficarmos o dia. Paramos em uma arvore que nós dava a perfeita visão do lago que percorria todo o parque e perto da exposição de dinossauros. Sofi implorou para irmos com ela até lá e nós cedemos. Ela tentava ler o nome dos dinossauros que estava nas plaquinhas e eu achava aquilo extremamente fofo. Após vermos todas as estatuas, decidimos ir para nosso lugar e, ao chegarmos, vimos que uma família estava perto de nós. Para nossa sorte, ou não, era a família do senhor Gonzáles, amigo de trabalho de papa.

-Camila! Sofi! – Senhor Gonzáles nos cumprimentou ao chegarmos. – Que surpresa agradável.

-Digo o mesmo, senhor Gonzáles. – Disse simpática. – Como estão?

-Tudo certo, e com vocês?

-Tudo certo também.

-E sua mãe, como está? Tem tempos que não vejo Sinu.

-Ela está bem também. – Disse sorridente, ele é um bom homem. – E como estão seus filhos?

-Estão bem também. – Nisso chegaram duas pessoas, um menino que aparentava ter a idade de Sofi e uma menina que aparentava ter uns dezesseis anos. – Por falar neles... Camila, lembra-se da Luna e do Ramon?

- Gente, essa é a Luna? – Disse espantada com o tamanho da menina a minha frente. – Como você cresceu, menina.

-Filha, essa é Camila, filha do meu amigo Alejandro. Lembra-se dela?

-E tem como esquecer? – Ela disse sorridente. – Olá, Camila.

-Oi. – Disse a abraçando. Me separei dela e fui até o pequeno. – E como você está, Ramon?

-Bem. – Ele disse tímido.

-E esse aí com você, Camila? É seu namorado? – Senhor Gonzáles disse se referindo a Harry.

-Não, esse é meu melhor amigo, Harry Styles. Hazza, esse é um amigo de papa.

-Muito prazer, senhor. – Harry disse apertando a mão de senhor Gonzáles.

-Igualmente. – Ele respondeu simpático. – Então, o que acham de ficar conosco?

-Por mim pode ser. – Dei de ombros. – O que vocês acham?

-Sem problemas. – Harry disse e Sofi concordou com ele.

-Perfeito. – Senhor Gonzáles disse.

Sofia e Ramon logo começaram a brincar juntos, mas eu conseguia ver a ruborização nítida de minha irmã. Eu as vezes esqueço que ela já tem quase dez anos, a idade de começar a se interessar por alguém está chegando e eu preciso me preparar para isso. Quando eu a vi daquela forma por causa do menino, minha vontade era de tira-la de lá as pressas e voltar para casa, mas eu não o fiz e não o faria. Por mais que eu me corroa por dentro, tenho que me controlar pois eu sabia que essa hora iria chegar. Eu só não imaginei que seria tão rápido, mas enquanto não tiver beijos envolvidos nos relacionamentos eu fico tranquila.

Luna por sua vez não tirava os olhos do celular. Essa juventude está perdida, mama diria isso se a visse, mas eu simplesmente ignorei. Eu, que tenho vinte e um anos vivo com a cara no celular, por que ela, que é uma adolescente, faria diferente? Senhor Gonzáles após um tempo disse que precisava ir e me perguntou se tinha algum problema das crianças ficarem comigo até a mãe deles chegarem. Obviamente eu neguei, confesso que ter Ramon ali me poupou o trabalho de ter que ficar correndo com Sofi durante todos os minutos que ficamos ali. Ele pegou o número de meu celular e me deu o dele, para caso de emergências ou coisas assim, e se retirou.

-Fico feliz de você finalmente ter saído da caverna, Batman. – Hazza disse depois de um tempo da saída de Senhor Gonzáles.

-Eu também, Hazza. – Sorri para ele. – E eu acho que seria “Batgirl”, não?

-Claro que não. – Ele disse como se fosse óbvio. – É claramente notório que agora você é o Batman. – Ele disse dando ênfase na parte do “man”.

-E eu posso saber porque?

-Pergunte a você mesmo, Cabello. – Ele piscou para mim e eu revirei os olhos. – Você está bem?

-Estou.

-Eu quero saber de verdade. – Ele tocou em meu ombro. – Você sabe que pode ser honesta comigo.

Aquela seria a primeira vez que conversaríamos sobre ela pessoalmente. Desde que eu voltei, me fechei para o mundo, mesmo após eu começar a terapia eu não falava com ninguém sobre o que tinha acontecido em Miami. A única vez que falei, foi na conversa que tive com mama e papa, mas depois eu optei por não tocar mais no assunto a não ser com minha terapeuta. Falar sobre ela ainda dói, mas eu sabia que Hazza estava preocupado comigo, afinal ele jamais me vira daquela forma antes. Desde que nos conhecemos, esta foi a primeira vez que ele me viu de fato sofrer por alguém, sofrer tanto ao ponto de empacar minha vida.

-Eu vou ficar. – O lancei um sorriso fraco. – Nada que o tempo não resolva.

-Só não se feche mais daquela forma, por favor. Eu fiquei realmente preocupado com você, Mila. – Ele disse claramente triste.

-Eu sei que ficou, Hazza. – Eu o abracei de lado. – Eu prometo que não ficarei mais daquela forma, tudo bem? A terapia está ajudando muito, logo eu volto ao normal. Só preciso deixar o tempo agir. Com o tempo eu sei que ela será somente um fantasma, um vestígio de bons e mal momentos.

-Kaki! – Sofi disse meio afobada por conta da correria dela e de Ramon. – Eu preciso de água.

-Eu também, Luna. Estou quase morrendo aqui. – Ramon disse e eu ri.

-Deixa eu ver se tenho um pouco aqui. – Disse mexendo na bolsa. – Droga, acabou. Onde eu posso comprar?

-Tem uma lojinha mais pra frente. – Luna disse. – Se quiser eu posso ir com você. O mala do meu irmão também quer...

-Tudo bem então. – Disse sorrindo para ela e me levantando. – Nós vamos lá e já voltamos, tudo bem?

-Cuidado para não se perder na moita. – Harry disse divertido. – Pirralhos, quem quer brincar de pique esconde?

-Eu! – Os dois gritaram ao mesmo tempo.

Logo os três saíram correndo e eu e Luna fomos em direção a tal lojinha. Nós estávamos andando por lugares que eu jamais havia visto em toda minha existência, o que não era uma raridade. Eu poucas vezes ia ao parque almandares, mas essas poucas fora o suficiente para fazer com que me apaixonasse por lá. Por isso decidi levar Sofi para lá, para que ela se sentisse da mesma forma que eu.

Eu não sei andar por lá, por isso deixei com que Luna me guiasse, mas depois de um tempo consegui perceber sua feição de preocupada. Um certo receio começou a tomar conta de mim ao imaginar que estávamos perdidas, mas eu preferi ser otimista e acreditar que aquilo era coisa de minha cabeça. Após um tempo, percebi que estávamos andando em circulo e decidi pegar meu celular para ligar para os vigias do parque, obviamente foi em vão já que estava sem sinal. Luna parou e colocou a mão na cabeça e naquele momento não evitei que o pânico me dominasse.

-Me diz que não estamos perdidas... – Disse após um tempo.

-Não estamos perdidas.

-Agora me diga a verdade.

-Estamos perdidas. – Ela disse com toda naturalidade do mundo.

-E você fala assim? Como se fosse a coisa mais legal do mundo?

-E quem disse que não é? – Ela disse como quem estivesse se divertindo com minha expressão.  

-Eu não acredito que nos perdermos. – Disse inconformada a ignorando completamente. – O pior é que não temos sinal e eu nunca tinha vindo aqui sozinha.

-Hey, eu não sou ninguém, não? – Luna pergunta e eu não evitei de rir. – Fica calma, daqui a pouco eu acho algum ponto de referência. Eu sou um GPS ambulante.

-Só se for um quebrado. – Disse revirando os olhos e bufando de raiva. – Céus, eu odeio me sentir perdida.

-Você sabia que é muito linda para ficar irritada? – Ela disse com um sorriso galanteador estampado no rosto.

-Uou, isso foi um flerte? – Disse chocada.

-Eu acho que sim. – Ela disse aumentando o sorriso e se aproximando lentamente de mim.

-Quanto anos você tem? Doze? – Perguntei sorrindo ironicamente no final a fazendo parar sua caminhada em minha direção.

-Eu tenho dezessete, se você quer realmente saber. – Ela revirou os olhos me fazendo rir por sua irritação. – Não sou tão nova assim....

-Ainda é muito mais nova que eu...

-Claro que não, você tem quanto anos? Vinte?

-E um. – Disse e ela ralou os olhos.

-Viu? Grande diferença... – Disse irônica.

-É sim, se eu flertasse de volta estaria praticando pedofilia. – Disse como se fosse obvio. – Por isso prefiro ser forte e tentar achar logo a tal loja.

-Então você quer flertar comigo? – Ela voltou a caminhar até mim e parou a um metro de distância.

-Você não ouviu a parte da “pedofilia”, não? – Disse e voltei a andar. Ela sorriu maliciosa antes de caminhar apressadamente até mim.

-Se isso é realmente importante, eu faço dezoito no próximo mês. – Ela segurou delicadamente meu pulso, porém firme, me fazendo parar de andar. – Não precisa se segurar, Camila. Na verdade, se preferir podemos pular diretamente para a parte que nos beijamos.

-E quem disse que eu quero isso? – Disse olhando para seus lábios, mas em menos de vinte segundos tratei de olhar para outro canto.

-O fato de você estar olhando para meus lábios, talvez? – Ela sorriu no final e eu revirei os olhos. Ela realmente tem dezessete anos?

-Eu não estou olhando para eles. – Disse firme.

-Não precisa se reprimir, Camila. – Ela disse tocando levemente minha bochecha. Luna pode até ser mais nova que eu, mas por ironia do destino é mais alta. Agora seu sei como Ally se sente em relação a humanidade. – O que se faz na floresta, fica nela.

-O que se faz na floresta fica nela? – Perguntei me permitindo olhar seus lábios novamente. Eu não podia, mas eu queria. – Que se dane!

Eu avancei em seus lábios de forma desesperada. Luna está mais linda do que eu me lembrava, não tinha como evitar. Ela possui os cabelos negros grandes, olhos castanhos e um corpo de dar inveja a muita gente. Tudo bem que ela tem somente dezessete anos, mas o que são três anos de diferença? Exatamente, nada. Essa era quase a diferença de idade entre Lauren e eu, mas não pensei duas vezes antes de beija-la pela primeira vez naquela noite. Ao pensar nela, meu corpo começou a reagir de forma estranha, meu coração se apertou e um nó se formou em minha garganta. Me afastei bruscamente de Luna, cortando nosso beijo de forma bruta e ela me encarou confusa.

-Me desculpa. – Comecei a tentar me explicar. – Eu só...

-Foi algo que eu fiz? – Ela perguntou visivelmente decepcionada.

-Não, obvio que não. – Tratei logo de explicar. – Até que pra uma menina de dezessete anos você beija muito bem.

-Não sei se fico feliz por você elogiar meu beijo ou irritada por você já ter beijado outra menina de dezessete anos e ter feito todo aquela cena antes de ceder a vontade que tinha de me beijar.

-Que? Eu não beijei nenhuma menor de idade. – Me defendi.

-Você fala como se nossa idade fosse muito diferente. – Ela revirou os olhos e eu ri. Ela passou a mão por minha cintura e beijou a ponta de meu nariz. – Posso te beijar de novo?

-Eu acho melhor não, Luna. – Disse tentando me soltar, mas ela me segurou firmemente.

-Se for por causa daquela menina, não tem o porquê você se privar de conhecer novas pessoas. – Ela disse e eu a encarei confusa. Como ela sabia?

-Como você sabe?

-Eu ouvi você falando sobre ela virar um mero fantasma, na hora entendi ser alguém que você teve algo. – Ela disso normalmente. – Sua namora, talvez?

-Ela não era minha namorada. – Disse e o aperto em meu peito se fez presente novamente. – E eu realmente não quero falar sobre isso.

-E quem disse que precisamos falar sobre algo? – Luna sorriu para mim maliciosamente.

-E o que você tem em mente? – Retribui o sorriso.

-Algo que envolva línguas, mas não falas.

E com isso nós voltamos a nos beijar. O beijo dela é bom, devo admitir, mas nada comparado a de uma certa pessoa de olhos verdes. Eu espantei meu pensamentos, que faziam questão de me arrebatar até certas lembranças que obtive em Miami e tratei de aproveitar o momento. Após um tempo nós encerramos o beijo, dessa vez de uma forma menos bruta, e Luna sorriu docemente para mim.

-Vem, a loja é por aqui. – Ela pegou em minha mão e começou a me guiar.

-Você sabia esse tempo todo? – Perguntei incrédula e ela sorriu torto. – Eu não acredito nisso!

-Se eu não fizesse isso jamais teria conseguido te beijar. – Ela deu de ombros. – Valeu a pena essa pequena encenação.

-Vai ter volta, você vai me pagar muito caro.

-Mal vejo a hora. – Ela sorriu maliciosamente e depois disso chegamos a loja.

 Nós compramos as coisas e voltamos para onde os meninos estavam. Durante o caminho, Luna e eu fomos conversando sobre coisas aleatórias. Eu tinha me esquecido como ela era uma pessoa legal. A família Gonzáles é amiga de longa data de meus pais, por isso eu e ela nos conhecemos desde pequenas. O que eu jamais imaginaria é que um dia eu teria beijado a filha do velho amigo de meu pai. A vida realmente dá voltas.

Antes de chegarmos perto deles, Luna me puxou para mais um beijo e sorriu ao parti-lo, para logo voltar a caminhar onde os três se encontravam. Eu devo admitir que ela tem atitude e também pegada. Eu realmente estou perdida por pensar essas coisas em relação a “pequena Luna”, meus pais a chama assim. Quando chegamos ao local onde eles estavam sentados, Harry me olhou desconfiado e eu somente olhei para outra direção. Não queria contar a ele que tinha ficado com Luna, mas conhecendo-o do jeito que conheço, sei que ele já sabia desde o momento que cheguei.

Nós ficamos mais um vinte minutos ali, Sofi e Ramon brincando e nós três conversando, até que o celular de Luna tocou e ela teve que ir por sua mãe ter aparecido. Antes de ir, ela pediu meu número e eu dei, não vi nada demais nisso. Quando ela saiu, Harry me cutucou e mandou eu contar como foi beijar uma menor de idade e eu o soquei, não tão de leve, no braço. Ele gargalhou e eu comecei a contar a ele como tudo aconteceu. Obviamente eu tive que ouvir piadas o tempo todo, até o momento em que ele me deixou na porta de casa.

Por volta de umas cinco e meia, nós saímos do parque e decidimos ir comer alguma coisa. Optamos por ir ao Habana Café, eu simplesmente amo aquele lugar. Nós ficamos lá por um bom tempo, somente comendo e rindo de alguma gracinha que Sofi as vezes fazia. Eu acho extremamente fofo o fato de minha irmã ter quase dez anos, mas ainda sim parecer que tem um cinco ou seis. Sofia estava exausta e por isso quando chegamos ela somente tomou um banho e foi dormir. Quando Harry nos deixou em casa, era por volta de umas sete da noite, nem tinha percebido que ficamos aquele tempo todo na rua.

Me despedi de mama e papa e fui até o banheiro tomar um banho. Com a cabeça embaixo da água, comecei a refletir sobre meu dia, em como as coisas conseguem ser tão mutáveis. A um tempo atrás eu estava namorando com Austin, tinha a total certeza que nós iriamos casar e ficarmos juntos para sempre. Acabou. Depois, eu estava ficando com Shawn, sempre soube que entre nós não daria certo, mas eu sempre quis tentar por razões obvias. Acabou também. A única coisa que até agora permanece aqui é isso que sinto por ela.

Eu gostei sim de ter ficado com Luna, eu não tinha ficado com mais ninguém desde que voltei de Miami. Entretanto, algo dentro de mim gritava que aquilo era errado, mas eu não posso parar minha vida por algo que eu nem ao menos sei o desfeche. Eu sei que disse a ela que eu sempre seria dela, e eu ainda acredito nisso, mas eu também disse que se nós formos destinadas a ficarmos juntas, ficaremos. O que nós estaremos fazendo, ou com quem estaremos não me preocupa, pois sei que nada disso importa se nos amarmos. Nós somente devemos deixar o tempo se desenrolar.

Sai do box e me sequei, peguei a blusa que Lauren me deu uma vez quando estávamos na praia e a vesti. Eu durmo somente com ela desde que voltei de Miami. É claro que eu já a lavei, e com isso o seu cheiro desvaneceu-se, mas eu ainda me sinto ligada a ela de alguma forma. É como se de algum modo, aquela blusa me trouxesse ela novamente. O dia que ela me deu esta blusa ficara para sempre em minha memória.

Nós cinco tínhamos ido a praia durante a noite e, depois de beber algumas garrafas de vodka, eu me joguei ao mar com Dinah e Normani. Lauren veio até mim e me deu a blusa dela, dizendo que se eu ficasse com a roupa molhada poderia pegar um resfriado. Eu até tentei devolve-la, mas ela me disse que a blusa havia ficado melhor em mim do que nela. Desde então ela é uma das coisas mais preciosas que eu tenho. Céus, eu realmente estou vivendo um clichê.

Quando sai do banheiro, percebi que tinha três notificações de mensagens em meu celular. A primeira era de Chee, nela estava escrito “Espero que tenha se divertido hoje com sua irmã. Diga a Harry que você ainda é minha e que é pra ele ficar bem longe de você. Estou com saudades, Chancho. Vê se me liga amanhã ou eu contrato alguém para te bater por mim. Te amo.”. Dinah sempre um amor de pessoa.

A outra era de Luna. Nela estava escrito “Espero que você me faça pagar logo, mal vejo a hora de ser castigada.”. Essa menina é uma pervertida, isso sim. A respondi e fui para a terceira. Quando eu vi o nome, meu coração acelerou, algo em mim, que antes estava adormecido, despertou instantaneamente. Todas aquelas sensações estranhas, mas ao mesmo tempo prazerosas, que eu sentia cada vez que recebia uma mensagem sua, voltara. Eu, após me recompor pelo menos 0,0001%, decidir abrir sua mensagem. Ao lê-la fiquei tentando descobrir o que ela quis dizer com aquilo, até que percebi que não era nada. Provavelmente ela nem queria me mandar absolutamente nada. Desliguei meu celular e fui dormir, ao menos fui tentar...

“?”


Notas Finais


E aí? O que acharam? Até a próxima :)


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