História The Last Butterfly (Camren) - Capítulo 6

04/04/11

Eu não sei por quanto tempo fiquei parada olhando para aquele lugar, deixando as lembranças me invadirem, ou quanto tempo Lauren ficou me observando com um sorriso brincando em seus lábios, eu só sei que os dois aconteceram. Aquele lugar é incrível, ele começa com uma cobertura com palhas, dando aquele clima de cidade praiana, e logo depois começa a enorme ponte que leva a alguns metros dentro do mar. O céu banhado pelas estrelas, a pouca iluminação artificial do local e o som das ondas batendo contra a madeira e pedras, me transmitiu uma paz enorme. Eu respirei fundo e foi como voltar para o meu local especial em Havana. Não pude evitar que uma lagrima caísse quando a saudade que eu tenho de casa veio a tona. Lauren percebeu as lagrimas e pegou em minha mão fazendo um leve carinho nela e eu senti o carinho que ela queria transmitir naquele momento.

-Vem, quero te levar ao meu esconderijo. – Ela disse e me lançou um sorriso doce.

Começamos a caminhar e ela parou um pouco depois do começo da grande ponte. Ela passou por entre as “grades” de madeira que ficava na lateral e pulou até uma pedra que tinha ali. Ela estendeu sua mão para eu fazer o mesmo e eu rapidamente o fiz. Logo depois ela passou para uma pedra e então parou em uma parte da areia, que ficava embaixo do píer, e se sentou, sendo acompanhada por mim. Lauren sentou mais afastada da grande estrutura que ficava em cima de nós, virada para o grande mar e começou a encarar o céu, que naquela noite tinha a companhia de uma lua minguante e das estrelas. Ele estava lindo, mas não tanto quanto a mulher que me acompanhava. Parecia que a luz do luar exaltava a beleza natural que Lauren possuía pois ela estava incrivelmente mais bela do que segundos antes quando chegamos, ou era eu que a cada segundo a achava mais linda. Ficamos em silencio por um tempo, ela admirando o céu e eu a admirando.

-Eu gosto de vir aqui para pensar. – Ela disse quebrando o silencio, mas ainda olhando para cima. – Quando eu era mais nova, meu irmão e eu víamos aqui para jogar bola e uma vez ela caiu exatamente aqui, ele sempre teve medo do mar e por isso eu tive que vir buscar. Eu lembro de reclamar bastante por ter que pular a cerca e as pedras, mas quando eu me deparei com isso aqui, eu fui dominada por um paz enorme e aqui virou meu refúgio. Quando eu preciso me desconectar dos meus problemas eu venho aqui e fico encarando o céu ou o mar. Eles me passam a tranquilidade que preciso para pensar e resolver algo que me aflige. Ninguém sabe da existência desse lugar, eu jamais havia trazido alguém aqui, nem mesmo Lucy, isso aqui é como se fosse meu quartel general de super herói.

-Obrigada por confiar a localização da sua batcaverna.

-Disponha. – Ela soltou uma risada gostosa. – Você quer conversar sobre o que aconteceu no encontro hoje?

-Honestamente não. – Me limitei a dizer, eu não podia contar a ela que estava mal por negar um pedido de namoro por querer que ele tivesse vindo dela. – Só de estar aqui já me faz esquecer tudo o que me aflige.

-Esse lugar tem esse poder. – Ela sorriu. - Quando te vi mal não pensei duas vezes em te trazer aqui, achei que ele poderia te transmitir a mesma paz que transmite a mim. Só esperei o momento certo para virmos, e com momento certo eu quero dizer Lucy ir para casa. Ela iria querer vir também e, bom, se ela descobrisse meu refúgio, como iria me refugiar dela a maior parte da semana? – Ela revirou os olhos em brincadeira e eu ri.

-Você foge dela?

-Sempre que tenho a oportunidade. – Lauren disse e começou a gargalhar.

-Espera, então você foge da sua namorada a semana quase toda? – Disse rindo e ela me acompanhou. – Isso é realmente cômico e triste.

-Triste? Por que, Camz? – Ela perguntou voltando a ficar séria.

-Porque eu acho que, se você foge dela tanto assim, é porque algo está errado. Você deveria querer ficar perto dela e não longe. Se você sente essa necessidade de verdade, é porque tem algo fora do lugar.

-Não entenda errado, eu sou completamente apaixonada por ela, me imagino construindo uma família e tudo. – Ouvir aquilo me machucou bastante, eu sei que não deveria, mas eu não posso evitar essas coisas. – Mas é que ultimamente eu ando meio confusa e por isso prefiro ficar um pouco distante, sabe?

-Confusa?

-Sim, sobre coisas do nosso relacionamento. – Ela suspirou. – Ultimamente tenho me perguntado se isso que nós temos é o suficiente para mim, eu sei que isso parasse maluquice, mas é o que penso. Alguns fatores externos surgiram em minha vida e bagunçaram minha mente. – Ela me lançou um fraco sorriso.

-Se existem fatores externos lhe confundindo, eles devem ser levados em consideração. – Disse com uma pequenina chama de esperança surgindo em meu peito. – Eu acho que você deveria pensar muito bem sobre a forma que está levando o seu relacionamento pois não são somente seus sentimentos que estão em jogo. Já parou pra pensar que você fugir pode estar machucando a Lucy? Isso não é certo, Lolo.

-Do que você me chamou? – Ela me encarou com uma expressão indecifrável e eu congelei na hora. Droga, aquilo tinha saído de forma espontânea, eu nem tinha percebido até ela perguntar.

-Do que você está falando? – A perguntei confusa, mas com o receio nítido em minha voz.

-Você me chamou de “Lolo” ou eu estou ficando maluca?

-Eu chamei? – Meu rosto ruborizou na hora. – Desculpa, foi espontâneo.

-Eu gostei de como isso soou vindo de sua voz. – Ela sorriu largamente e eu senti que iria explodir de vergonha. – “Lolo”. Definitivamente só fica bonitinho quando você fala.

-Deixa de ser idiota! – Resmunguei levando as mãos em meu rosto para tampa-lo. – Só você que pode arrumar apelido aqui?

-E quem te disse que você tem algum apelido, Camz? – Disse provocativa e eu a encarei incrédula.

-E esse “Camz” aí é o que? Não lembro dele constar na minha identidade. – Ela deu uma gargalhada tão gostosa que eu não consegui evitar de sorrir.

-Gostei de como o apelido que te dei soou na sua voz. Fazer com que tudo que você diga fique lindo é algum tipo de dom? – Ela disse rindo e eu corei na hora.

-Eu não vou nem te falar nada. – Disse e coloquei as mãos em meus rosto novamente.

-O que foi, Camz? Está com vergonha? – Ela disse e tirou minhas mãos de meu rosto para então começar a encarar meus olhos. Eu acenei positivamente de forma bem tímida e ela levou sua mão até minha bochecha e começou a acaricia-la – Não precisa ter vergonha comigo, sua boba. Por mais fofo que seja te ver assim toda ruborizada, eu não quero isso perto de mim. Sou a última pessoa do mundo que você deve sentir vergonha mesmo que você fique extremamente linda assim.

-Idiota! – Exclamei e ela riu.

-Você não tem outra palavra no seu vocabulário não? – Ela revirou os olhos fingindo irritação e eu ri. É impossível não rir quando se tem Lauren como companhia. Ela sempre me faz rir e suspirar quando estamos juntas, confesso que os suspiros são mais frequentes.

-Meu vocabulário é bem limitado, lembra? Vim para cá exatamente por isso...

-Tinha me esquecido que você é turista. – Ela disse e eu ri. – Você precisa aprender coisas novas, Camz. Assim fica difícil de te defender.

-E quem vai me ensinar? Você? – Disse rindo e ela me fitou seriamente.

-Eu posso te ensinar tudo o que você quiser. – Ela disse rindo de lado e fitando meus lábios. Eu honestamente não sei se ela estava fitando-os de verdade ou se eu estava fantasiando aquilo tudo, eu só sei que senti meu coração errar uma batida quando ela fez isso. – É só você me pedir.

-É só isso? Eu peço e você vira minha professora? – Disse me permitindo encarar aqueles lábios rosados tão convidativos. Ela levou sua mão, que até então estava na minha bochecha, para a minha nuca e deu uma leve puxada no pé de meu cabelo quando sua mão encerrou sua trajetória. Meu corpo todo ficou arrepiado e eu tive que me segurar muito para um gemido não escapar de meus lábios.

-Sim, é só pedir que eu faço. – Ela disse e eu pude sentir um certo tom de malicia em sua voz. Ela estava mesmo dizendo o que eu estava pensando? Céus, eu achei que morreria ali. – Então, Camz, o que quer que eu faça?

-Eu quero que você me ensine coisas novas, Lolo.

 Disse e ela sorriu de lado e começou a aproximar seu rosto do meu. Eu fechei meus olhos, um bolo se formou em minha garganta e eu pude sentir uma gota de suor se formar em meu rosto. Eu estava completamente nervosa, eu fantasiei aquilo por três meses e ele estava prestes a acontecer. Eu pude ouvir um barulho de celular tocar ao fundo, mas tanto eu quanto ela ignoramos. Ela estava tão próxima a mim que eu pude sentir sua respiração batendo contra meu rosto, se misturando a minha, e eu almeja intensamente pelo contato de nossos lábios. Seu celular voltou a tocar e Lauren bufou irritada, quando ela estava a um centímetros de chocar nossos lábios, e eu abri meus olhos. Nos encaramos por alguns segundos, como se estivéssemos conversando por olhar, e ela suspirou frustrada enquanto se afastava de mim e pegava o aparelho.

-Está tudo bem? – Perguntei assim que ela desligou o telefone.

-Está sim, era só Dinah falando que não era pra eu abusar da sua ingenuidade. – Ela revirou os olhos e eu ri.

-CheeChee é bem idiota as vezes.

-Às vezes? Ela é idiota sempre, Camz. Não sei como vocês conseguem conviver com ela.

-Falou a pessoa que não vive lá em casa. – Disse rindo e ela revirou os olhos.

-O que eu posso fazer se Mani mora com ela? Eu sou obrigada a atura-la por educação...

-Eu sei muito bem que o motivo que te leva a viver lá em casa não é a Mani. – Disse sugestiva e ela corou.

-Você sabe? – Ela disse com a voz tremula e eu a olhei confusa.

-Claro que sei, o nome e sobrenome dele é diferente. – Disse e ela arregalou os olhos. O que deu nessa menina, pensei.   

-E qual seria ele? – Ela perguntou com um tom de voz rouco me fazendo arrepiar por inteiro. Lauren consegue alcançar dois extremos em frações de segundos, eu realmente estou ferrada.

-Me diga você, Jauregui. – Disse e ela sorriu, aquele sorriso de lado que me faz perder a sanidade.

-Quero ouvir saindo da sua boca pois gostei de como ele soou. – Ela disse e eu arregalei os olhos. Ela realmente estava se referindo ao que eu estava pensando?

-Lolo! -  Disse com a voz tremula e ela riu.

-Oi? – Ela disse aproximando seu rosto do meu.

-Você está falando sobre o que eu acho que você está falando?

-Me diga o que você acha que eu te digo se é isso mesmo.

-Se nós iniciarmos isso, quero que saiba que não tem mais volta, Jauregui. Não até eu falar que acabou. Então se você quiser que isso aqui pare, é melhor agora antes que eu comece.

-E quem disse que eu quero que pare? – Ela sorriu e eu suspirei.

-Lauren, não brinca comigo...

-Nunca fui boa em jogos mesmo. – Ela deu de ombros e eu senti meu corpo todo esquentar. Ela realmente sabe como me provocar.

-Ótimo, pois se você decidisse jogar, saiba que você sairia perdendo. – Disse e levei minha mão até sua nuca, a puxando mais para mim e colando nossas testas. Ela encarava meus lábios e eu fazia o mesmo, eu estava sedenta por eles.

-E eu posso saber o motivo? – Ela disse provocativa enquanto levava sua mão a minha cintura.

-Porque eu amo o jogo.

-E eu os jogadores.

Aquilo foi o incentivo que eu precisava para acabar com a distância que existia entre nós. Eu selei nossos lábios e eu senti correntes elétricas dominarem todo meu corpo, se aquela era sensação de ser eletrocutada eu quero morrer assim. A princípio foi um simples contado de lábios, mas Lauren queria mais e eu também. Ela pediu passagem para sua língua e eu prontamente cedi, eu precisava daquilo, e eu devo admitir que foi a melhor coisa que eu já decidi fazer em toda minha vida. Começamos a travar uma batalha sobre quem dominaria o beijo e ela ganhou, eu não reclamei nem um pouco pois ela era extremamente habilidosa. O beijo dela é simplesmente o melhor de todos que eu já provei. E não foram poucos.

Ela segurava minha cintura de forma possessiva e eu puxei seu cabelo de leve, que foi aprovado por ela já que um gemido involuntário soou pelo local quando eu o fiz. Ela sugou minha língua com desejo e eu senti meu corpo responder a isso. Nossos pulmões gritaram por ar e, esse foi o único motivo ao qual nos separamos, ela mordiscou meu lábio inferior ao fim do beijo e eu suspirei de satisfação. O que foi aquilo?

-Isso foi... – Eu não consegui nem terminar a frase.

-Eu sei. – Ela disse rindo.

-Você foi...

-Eu sei. – Ela ergueu a cabeça convencida e eu a empurrei pelos ombros a fazendo gargalhar.

-Idiota! – Disse revirando os olhos fingindo irritação e ela riu.

-Você realmente precisa aprender coisas novas. – Ela disse inocente e eu sorri com malicia. – O que foi?

-Você é uma boa professora, sabia? – Disse colocando meus braços ao redor de seu pescoço e ela instintivamente rodeou minha cintura.

-Você ainda não terminou o curso. – Ela disse maliciosa e eu sorri.

-Então, o que falta para me formar? – Disse aproximando nossos lábios.

-Vamos ver... – Ela deu um breve selinho em meus lábios e voltou a afastar um pouco seu rosto. – Você não precisa se preocupar com esta faze do exame pois você foi excelente. 

-E vai ter outro? – Disse sugestiva e ela riu.

-Eu posso te mostrar melhor do que te responder, sabia?

-Então mostre, professora. Eu aprendo melhor na pratica mesmo. – Mordi o lábio inferior no final e logo senti ela me puxar mais para si.

Iniciamos outro beijo e meu corpo respondia a cada toque dela de formas diferentes. Eu me sentia no paraíso, o beijo de Lauren é algo celestial. Se antes eu tinha dúvidas que estava bobamente apaixonada por ela, naquele momento, enquanto sentia o seu doce beijo, eu as perdi. Lauren é definitivamente meu paraíso e meu inferno. Nós nos beijamos de forma desesperada, sempre querendo mais e mais, e novamente nos separamos somente por falta de ar. Eu me senti estranha quando nos afastamos, mas ela começou a acariciar minha bochecha enquanto tinha sua testa colada a minha. Como em um piscar de olhos, ela arregalou os olhos e eu senti um desespero vindo dela e isto me fez ficar desesperada também. Tudo o que eu menos precisava era dela se arrependendo.

-Camz, o que nós...

-Shiii, Lolo. – Pousei meu dedo indicador em seus lábios e sorri para ela. – Deixa para pensar depois, tudo bem?

-Eu não consigo... – Ela disse se afastando e eu senti o desespero me dominar. – Lucy, isso é errado com ela. Droga, por favor não me odeie. Eu não me arrependo disso, eu só não posso voltar a fazer, não é certo com a Lucy pois os sentimentos dela está em jogo, você mesma disse isso mais cedo. E também tem aquele mauricinho que você sai...

-Shawn e eu não temos nada. – A cortei e ela me olhou confusa. – Ele queria, me pediu em namoro mais cedo e eu neguei. Era exatamente por isso que estava me sentindo mal, pois eu brinquei com seus sentimentos. E não se preocupe, eu te entendo, você tem a sua namorada e não é certo você fazer isso com ela, vamos somente seguir em frente, pode ser?

-Vem, vamos lá pra cima. As ondas estão começando a ficar mais fortes. – Ela disse pedindo pelo olhar que eu mudasse de assunto e eu assenti. Rapidamente nós subimos e ela me encarou alguns segundos antes de falar. – Acho melhor eu te levar para casa ou Dinah irá me matar.

-Ela provavelmente fará isso de qualquer forma. – Disse e ela riu.

Nós começamos a caminhar até sua moto em total silencio. Eu me perguntei se ela iria me ignorar sempre ou se ela somente precisava de um tempo. Chegamos a sua moto e eu me sentei e prontamente me segurei no ferro que mais cedo ela disse que estava solto. Eu preferia cair da moto do que ter o corpo de Lauren colado ao meu após beija-la, isso seria tortura demais. Ela me entregou o capacete e olhou para minhas mãos, que voltaram a segurar o ferro, rindo logo depois. Eu não entendi nada mas continuei segurando-o e mais uma vez volto a repetir que ele me parecia bem firme.

-Você pode segurar em mim, não é como se eu fosse te morder. – Ela disse rindo e eu revirei os olhos.

-O ferro está muito bom, obrigada. Ao contrário do que você me falou, ele está bem firme. – Disse fingindo indiferença.

-Eu sei disso, eu inspeciono minha moto todos os dias e ela é impecável. Eu jamais deixaria um ferro solto nela. – Ela piscou para mim e ligou a moto, dando partida logo em seguida.

Maldita, ela falou aquilo somente para me ter a segurando? Lauren queria me provocar desde o início ou era coisa da minha cabeça? Rapidamente chegamos na entrada do prédio onde eu morava e eu desci da moto. Lauren começou a me acompanhar até a entrada e nenhuma das duas ousou falar nada. Aquele silencio todo estava me deixando irritada, eu sentia uma vontade enorme de bater naquela menina, mas todos sabem que eu não seria capaz de tal ato. Ela parou quando chegamos ao portão e eu suspirei. Se eu não falasse nada ela iria embora sem eu amo menos imaginar em como seria daqui para a frente.

-Obrigada pela noite, Lauren. – Disse e ela sorriu fraco. – Eu estou me sentindo muito melhor.

-Que isso, Camz, sempre que precisar de mim é só me chamar. – Ela disse e eu senti meu corpo relaxar. Se ela me chamou de Camz era porque as coisas poderiam voltar a ser como antes, certo? Não que eu quisesse, mas era melhor do que tê-la me ignorando. – E sempre que precisar de um lugar para fugir, meu esconderijo secreto está aberto. Sei que ela será o nosso segredo.

-Ele será o lugar que só nos conhecemos. – Pisquei para ela, que sorriu abertamente após eu falar. -–Boa noite, Lolo.

-Boa noite, Camz. – Ela encostou seus lábios ao meus, me pegando completamente desprevenida. – Pra encerrar bem a noite.

Ela piscou para mim, se virou, subiu em sua moto e foi embora. Eu levei a ponta de meus dedos até meus lábios e fiquei alguns segundos parada olhando fixamente para um local qualquer, totalmente surpresa com o ato dela. Para ser sincera, até agora eu não acredito que essa noite foi real ou que ela é real. Eu me pergunto todo o tempo como alguém consegue ser tão angelical e tão demoníaca ao mesmo tempo. Eu sinto que irei enlouquecer se continuar esse jogo, mas é como eu disse, eu amo o jogo e pelo que estou vendo, estou começando a amar o jogador.