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História The Last Kiss - Segredos


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 4 - Segredos


Se a Organização soubesse que ele estava ali, certamente estariam providenciando seu funeral naquele instante, Aiolia ponderou ao entrar no grande salão principal, acompanhado por Marin, sob os olhares cheios de desconfiança e ódio de dezenas de vampiros ali presentes. Mas ninguém ousou se aproximar deles.

Foi então que do alto da escada, dois homens fisicamente iguais, gêmeos, chegaram. Um vestia-se com formalidade, outro preferia roupas esportivas, mas ambos dando preferência a cor negra.

—Ou é muito corajosa por voltar ou muito tola, Marin. -disse o vestido formalmente, fazendo com apenas um gesto, todos saíssem do salão. -O que quer?

Marin se aproxima e se ajoelha em respeito e reverência diante dele. Baixando o olhar.

—Trouxe notícias sobre os rebeldes, senhor Saga. -falou.

—Trouxe um humano com você. -comentou observando Aiolia. -É o tão famoso caçador?

—Sim.

Com uma velocidade impressionante, Kanon venceu a distância que o separava de Aiolia e o segurou pelo pescoço, apertando-o. Saga de braços cruzados acompanhava tudo.

—Isso significa que assinou a sua sentença de morte e a dele, Marin! -vociferou Kanon, vendo Aiolia tentar se libertar.

—Senhor! Os licantropos também estão envolvidos no sequestro! -disse Marin, com o coração aos saltos, temendo pela vida de Aiolia. -Não o mate, ele pode nos ser útil nesta empreitada.

—Por que lhe daria ouvidos? E por que eu deveria poupar este verme? -apertou mais ainda o pescoço do caçador.

—Porque sabe que jamais trairia o clã! Que desejo apenas...

—Cale-se! -ordenou Saga. -Solte-o, Kanon.

—Mas, irmão...

—Irmão. Talvez não seja uma boa ideia matá-lo agora. -diz Saga, em um tom que não admitia réplicas. -Vamos ouvir o que Marin tem a dizer. Ou deseja me contrariar?

—Jamais iria contra a vontade do Príncipe do clã. –ele fita Aiolia com ferocidade. -Teve sorte, caçador.

—Você quem teve sorte, Kanon. -Saga falou. -Mais um pouco e ele o mataria.

—Do que...? -Kanon abaixou o olhar e viu o brilho de uma seta apontada diretamente no coração dele.

—Quer... tentar a sua sorte?  –provocou Aiolia.

Ferido em seu orgulho, Kanon o solta. Depois lança um olhar mortal a Marin antes de se dirigir ao bar e se servir de uma dose de alguma bebida. Saga suspirou e abriu uma porta lateral.

—Ao meu escritório. "-caminhou na frente, sendo seguido por Marin e Aiolia. -Lá, me contará sobre os licantropos.

Chegaram a um luxuoso escritório. Saga indicou que eles se sentassem, mas Aiolia preferiu ficar de pé, seu olhar percorrendo o ambiente e deparou-se com uma pintura colocada em destaque no local. De uma dama, com trajes vitorianos, e cabelos ruivos presos por uma fita. Depois se concentrou no Príncipe de Atenas, visto que a dama do quadro não lhe interessava.

—Fale.

O homem que comandava um dos mais poderosos Clãs do mundo ordenou a Marin, que lhe contou sobre os últimos acontecimentos, ou parte deles. Ao fim do relato, Saga permaneceu pensativo.

—Caçador...

—Meu nome é Aiolia Petronades.

—Petronades... -ele sorri. -Conheci um homem com este sobrenome há treze anos atrás. Seu primeiro nome era Aiolos.

—Meu irmão. -respondeu irritado, não queria que o nome do irmão fosse proferido por aquele vampiro.

—Um inimigo admirável. Gostaria de matar o verme que ousou tirar a vida dele. -confessou antes de prosseguir, surpreendendo o rapaz. -Não quero uma guerra nas ruas entre vampiros e licantropos. A última foi há mil anos e teve resultados desastrosos para todas as raças.

—Eu não me importo de sanguessugas e alguns lobisomens se matando por aí. -respondeu Aiolia.

—Nossas batalhas sempre ficaram mascaradas como guerras de gangues ou crimes comuns, graças aos nossos servos incluídos na mídia. -diz Saga. -Evitamos o máximo que os humanos saibam a verdade. A ignorância a nosso respeito é o que os protege, caçador. E sabe disso. Uma guerra como a de Mil anos atrás, traria muita dor e morte aos de sua raça.

Intimamente, ele teve que concordar com Saga.

—Marin, tem minha autorização para continuar sua busca aos rebeldes. Mas eu lhe darei apenas três dias para isso. Se em três dias não tiver sucesso...Kanon assumirá as buscas. -determinou.

—E irá tirar os Especters do pé dela? -perguntou o caçador.

—Infelizmente isso está longe do meu poder agora. Mas se for bem sucedida em sua empreitada, os demais Príncipes não irão se opor ao seu perdão. -respondeu.

—Espere. -falou Aiolia. -E o que fará aos garotos?

—Eles estão mortos. -declara Saga olhando a paisagem noturna da janela.

O rapaz ia dizer algo, mas Marin pediu que ele não se manifestasse. Iam saindo, mas Aiolia ainda se deteve na porta antes de perguntar mais uma coisa a Saga:

—Disse que conheceu meu irmão. Sabe quem o matou? O que fizeram com o corpo dele?

—Hum... -Saga sorriu. -Há coisas que é melhor não me perguntar.

Voltou a olhar a janela, indicando que a conversa havia se encerrado. Do lado de fora da mansão, o caçador ainda percebeu que eram observados por Kanon, nada satisfeito por vê-los saírem ilesos. Aiolia não escondia a irritação ao entrar no carro.

—O que foi? -ela perguntou.

—Saga sabe quem matou meu irmão. O que fizeram com o corpo dele. -Marin baixou o olhar. -E o desgraçado me ignorou!

—Sinto muito. -ela murmurou.

—Você não teve culpa da morte de meu irmão. -ele suspirou. -Agora vamos ver se encontrar esses garotos. Para onde iremos?

—Eu irei para meu abrigo. Você para sua casa.

—O que?

—Não quero envolvê-lo mais nisso. Pode se ferir. -abriu a porta do carro e saiu. Aiolia desceu também.

—O que é este súbito sentimento de proteção?

—Devo minha vida a você, no caso dos Especters. Kanon quase o matou! Não quero que morra.

—Escute aqui, Marin. Eu lido com esse tipo de gente todos os dias e noites da minha vida. Ele não me mataria. Agora pare com isso e entre no carro!

—Aiolia...

—Quero achar o médico...e fizemos um trato. -abriu a porta do lado do carona. -Vamos. Não vou deixar que ande por aí sozinha...com estes caçadores de prêmios na sua cola, licantropos...

Marin sorriu, era o jeito dele de dizer que estava preocupado com sua segurança. Aproximou-se e deu um beijo rápido nos lábios do caçador. Um toque leve e sutil, que desencadeou uma série de sensações e emoções em Aiolia, até então desconhecidas para ele.

—Isso é por ser um cavalheiro. -e começou a caminhar pelas ruas. -Me encontre amanhã à noite no Bar Argos, no porto. Às nove da noite.

—Aonde vai? Pensei que...

—Tenho contatos, que se o virem fugirão. Não se preocupe, prometo não fazer nada sem você.

E ela desapareceu nas ruas escuras, deixando Aiolia ainda atordoado pelo efeito daquele beijo.

 

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Em um lugar qualquer...

—Outra rejeição. -suspirou o médico, esfregando os olhos cansados.

—Impossível! Você fez a experiência antes! -Hyoga disse nervoso.

—O sangue de vocês não é compatível para que eu crie o soro. -explicava Kido. -Preciso de mais.

Os licantropos que permaneceram no abrigo rosnaram, o que ouviram não os agradou.

—Ele não tem culpa. -diz Seiya desanimado.

Ikki perguntou interessado:

—Explique.

—Preciso que encontrem outro vampiro para retirar amostras de seu sangue. -explica o médico.

—Mas sair agora do abrigo seria suicídio! -comenta Hyoga. -Nossas cabeças estão a prêmio!

—Os lobos podem trazer alguém. -sugeriu Seiya.

—Não confio nestes lobos sarnentos. -fala Hyoga irritado.

—Modere a língua, loirinho. -diz um dos licantropos se aproximando. -Ou ficará sem ela.

—Acha que pode me incomodar, vira lata? -Hyoga sorriu, provocando e seus olhos ficando rubros.

—Não haverá brigas aqui. -determina Shiryu puxando Hyoga pelo ombro.

—Odisseu, já chega e sente-se! -ordena o ruivo, líder da matilha.

—Mas...

—Agora!

O licantropo chamado Odisseu obedece contrariado, prometendo a si mesmo dar o troco em Hyoga...mas por hora obedeceria seu líder. Depois de um incômodo silêncio, o ruivo decide:

—Traremos alguém. –diz um dos licantropos, um rapaz de cabelos loiros com dreads. -e pensa. -A mulher chamada Marin...ela está procurando vocês, será fácil trazê-la até nós.

—Não quero que a envolva mais nesta história! -diz Seiya.

—Ela está mais que envolvida. -diz o ruivo. -Os Especters estão atrás dela. Será mais seguro para a garota ficar com vocês agora.

—Especters? -Seiya murmura. -Por que?

—Aparentemente, por causa de vocês. –o loiro começa a rir.

—Chega, Theseus. E então? -insiste o ruivo. -Eu mesmo a trarei.

—Não. -diz Seiya. -Ela era minha mestra, eu vou.

Antes de sair, Seiya se aproxima de Shiryu e sussurra:

—Conto com você para proteger Kido e sua neta em minha ausência. Ikki e Hyoga estão inquietos. -e olhou os rapazes de soslaio. -Shun é mais confiável que eles no momento.

—Pode deixar.

Seiya passou pelos licantropos, e percebeu o sorriso irônico no líder. Começou a achar que a aliança entre eles fora um erro.

O líder da matilha sussurra algo a dois de seus camaradas, Theseus e Odissseu, que concordam com um aceno de cabeça discreto, que não fora visto pelos jovens vampiros.

Passando por câmaras subterrâneas, chegou a um quarto onde ouviu as vozes de uma moça e de um rapaz, conversando. Ao entrar, viu a neta do doutor Kido sentada na cama improvisada, estava sorrindo, mas o sorriso morreu quando ele entrou, e Shun numa cadeira do outro lado do quarto.

—Vou deixá-los a sós. -falou o rapaz, saindo do quarto.

—Tudo bem, Saori? -Seiya perguntou preocupado.

—Quero ver meu avô. -disse furiosa. -Não me chame de Saori. Só meus amigos podem me chamar pelo meu primeiro nome.

—Achei que éramos amigos.

—Preciso saber se meu avô está bem.

—Ele está bem. O verá mais tarde.

—Você é um mentiroso. -e virou o rosto. -Não confio em suas palavras.

—Saori, em breve você vai me entender...

—Entender o que? -ela o encarou furiosa. -Entender o porquê de você ter mentido que era meu amigo, para se aproximar de mim e saber como sequestrar meu avô e a mim? Entender que mentiu sobre o que você é?

—Eu posso entender sua raiva e...

—Você não entende nada, Seiya. Meu avô os teria ajudado de bom grado. Não precisavam ameaçá-lo. -virou o rosto. -Me deixa sozinha. Confio em ficar trancada neste lugar com Shun, apesar dele ser um vampiro também, mas não em você.

—Eu nunca a machucaria, Saori. Eu te am...

—Você já me machucou.

Seiya percebeu que não poderia conversar com ela naquele momento. Em breve, Saori entenderia o que ele iria fazer.

 

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Era alta madrugada quando Aiolia voltou ao seu pequeno apartamento. Fez uma ronda pela cidade, interrogou seus contatos e nada. Nenhuma pista sobre os garotos e o médico sequestrado.

Cansado, se jogou no sofá, fechou os olhos e em seguida num movimento rápido, pegou sua besta e a apontou na direção de seu quarto. De lá, as sombras pareciam adquirir vida e dois homens apareceram.

—O que querem aqui? -perguntou Aiolia ainda mantendo a arma apontada para os homens. -Eu trabalho sozinho.

—Não seja mala. -debochou um deles.

—O Santuário nos enviou. -respondeu o outro seriamente, com um leve sotaque francês.

—Peguem o caminho de volta, Camus. -recostando-se no sofá. -Estou cansado demais para ficar discutindo com vocês dois. E leve o Milo com você.

—Infelizmente, mon ami...recebemos ordens do líder para não voltarmos sem você. -determinou Camus.

—Anda. Não temos a noite toda. -fala Milo impaciente.

Aiolia suspirou, baixando a besta e pegando seu casaco. Teria que ir finalmente ao Santuário e falar com o líder desta. E odiava ir até aquele lugar. Sempre odiou.

—O chefe está de bom humor?

—Ele sempre está de bom humor. -respondeu Milo.

—É disso que tenho medo. -diz Aiolia passando por eles.

 

Continua...



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