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História The Last Kiss - Caçadores e Presas


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 7 - Caçadores e Presas


Após a saída de Aiolia e da vampira, Milo ficou sentado em seu sofá, em uma postura reflexiva, observando o celular. Sua mente lhe ordenava que ligasse e informasse seus superiores, mas o fato é que se se sentia dividido entre o dever e uma antiga amizade.

—Ele indo lá sozinho...é suicídio! -suspirou e pegou o aparelho, discando um número. -Senhor, temos um problema.

Do lado oposto daquela ligação, Mu ouvia atentamente o que o caçador lhe relatava.

—Aguarde minhas ordens. -foi o que disse antes de desligar, depois olhou para os demais companheiros que estavam ali. -E vocês também. Logo iremos caçar.

Todos assentiram com a cabeça e saíram da sala para se prepararem. Após ficar sozinho, Mu ergueu o rosto, mirando a foto do antigo líder, que o precedeu. Virou o rosto na direção da janela e falou:

—Avise aos seus aliados. Eles estão no esgoto da seção 1487-B, estação Linkus.

—Vai nos dar a vantagem da caçada? -um misterioso homem inquiriu.

—Vocês são os maiores interessados, não são?

—Certo. Avisarei ao principado local. -ele sorriu, e mesmo oculto nas sombras era possível ver as presas brilhando. -Só lamento não poder participar pessoalmente desta batalha. Minha senhora apreciaria detalhes disso.

Mu o ignorou.

—Tudo bem se o caçador chamado Aiolia morrer em meio ao fogo cruzado? –perguntou, com um sorriso, o emissário do principado de Berlim, Radamanthys.

O outro hesitou em responder. A tensão demonstrada no punho que se fechou ao dar a resposta:

—Ele escolheu o seu próprio destino.

—Vou considerar isso como um sim. -e partiu em seguida.

 

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Em uma certa mansão em Athenas.

Saga estava absorvido em seus pensamentos, apesar de tentar concentrar-se na leitura de um livro, os problemas recentes não lhe permitiam apreciar seu passatempo preferido.

Uma batida na porta e o Príncipe de Athenas levanta o olhar do livro e diz a quem quer que seja que entrasse. Um dos guardas responsáveis pela segurança da mansão entrava, e se ajoelha diante de Saga.

—Senhor! Recebemos uma mensagem urgente! -o guarda se levanta e entrega a Saga um papel, voltando a se ajoelhar e a aguardar.

Saga lê a missiva e em seguida olha para o guarda com uma expressão indagadora.

—Quem entregou isso?

—O estranho se apresentou como Radamanthys de Berlim, senhor. Entregou a mensagem e partiu em seguida.

Saga não pode culpar o guarda por não saber a identidade do estranho e o grau de importância dele. Afinal, era jovem e recém integrado ao clã, e não sabia ainda sobre todos os nomes importantes da hierarquia dos clãs, e muito menos sobre o consorte da princesa de Berlim.

—Chame o capitão do grupo de caça. -avisou Saga. -Vamos invadir o covil da matilha.

O guarda levantou-se para atender as ordens de seu líder imediatamente, mas um gesto de Saga ainda o reteve.

—Viu meu irmão? Avise-o sobre a caçada. Ele irá apreciar.

—Senhor, lorde Kanon saiu assim que anoiteceu. -avisou o guarda.

O príncipe estranhou esta atitude do irmão. Ele nunca saia sem avisar sobre o que faria. Ainda mais em tempos de guerra como estes.

—Muito bem. -Saga levantou-se, fechando o livro após demarcar a página onde parara de ler. -Eu acompanharei a caçada. Agora vá!

—Sim senhor! -e o rapaz saiu imediatamente para atender as ordens dadas.

 

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Nos subterrâneos da cidade.

—Por que sempre os esgotos? -Aiolia perguntou, iluminando o caminho com uma lanterna, seguido por Marin. -Por que licantropos ou vampiros não se escondem em hotéis de luxo?

A vampira deu um sorriso, achando graça no que ele disse.

—Odeio esgotos! -ele frisou, com uma careta. -E espero que aquilo ali que está flutuando seja uma barra de chocolate!

—Melhor parar de reclamar, Aiolia. Os licantropos têm uma audição apurada e com certeza vão te ouvir.

—É. Duvido que com este mau cheiro eles tenham olfato aqui! Este lugar deve ter tirado todos os sentidos deles!

—Shhh! -ela pediu, cobrindo a boca dele com a mão e procurando nas sombras uma proteção.

Viram quando dois licantropos em sua forma lupina vagueavam por ali, pareciam estar fazendo reconhecimento. Um deles parou, como se farejasse algo no ar. O companheiro andou alguns passos, percebeu que o outro parou. Rosnou e fez alguns grunhidos como se o chamasse e em seguida continuaram a caminhar.

—Acha que eles... -sussurrou Aiolia.

—Sim. Eles nos ouviram antes, mas não nos perceberam aqui.

—Vamos continuar então. -o rapaz decidiu, já preparando a arma para alguma luta.

—Seu amigo...

—Hã?

—Aquele seu amigo...Milo. Ele aguardará o tempo que você pediu?

—Não. Milo é mais fiel ao Santuário que a mim. -riu. -Logo este lugar estará cheio de caçadores!

E continuaram pelo túnel, andando pelas águas fétidas, sem perceberem a sombra que os seguiam.

Em uma saída de esgoto, vários homens armados se preparavam para entrar, aguardando apenas pelas ordens de seu mestre e senhor que se aproximavam. O homem de intenso olhar, e postura austera vislumbrou aqueles que lhe juraram lealdade eterna. Ele empunhava uma espada de prata.

—Vão. -ordenou com uma expressão inalterada.

E com uma velocidade acima do normal, aquele grupo armado entrou nos túneis, preparados para cumprir as ordens. Caçar e destruir seus inimigos, sem misericórdia alguma!

—Marin?

—Sim? -a vampira fitou as costas largas de Aiolia assim que escutou seu nome.

—O que fará assim que encontrar os garotos rebeldes? -a observou por sobre o ombro.

Ela parou. Estava tão preocupada em encontrá-los e convencê-los a se pararem com a rebelião, quem nem sequer ponderou sobre o que fariam em seguida. Voltar ao clã estava fora de cogitação, seria a morte certa para eles. Viveriam com o estigma de serem rebeldes se fugissem. Sempre caçados por especters, sem a proteção de nenhum principado.

—Você não sabe, não é? -ele respondeu pela garota. -Marin, já cogitou a possibilidade de que eles não têm salvação ou futuro, sem a proteção de Saga?

—Sim...eu...teríamos que partir da cidade. Vivermos por conta própria.

—Teríamos? -ele virou-se e a encarou. -O que quer dizer com isso? Vai embora com eles?

—Sou responsável por Seiya...e por tudo o que está havendo. O mínimo que devo fazer é ...

—Hunf. Entendo. -ele sorriu e voltou a caminhar. -Eu preciso respirar ares novos mesmo. Pensou na possibilidade de irmos para o oriente?

—Pretende ir comigo? -espantou-se.

—Sim. -sem parar de caminhar.

Marin sorriu. Sentia-se mais confiante ao saber que ele estaria ao seu lado, até mesmo em sua decisão de deixar a cidade assim que convencesse Seiya e os demais a desistirem e a libertarem o professor Kido.

Estancou ao ouvir um som atrás de si. Estreitou o olhar. Não estavam sozinhos. Aiolia sentiu também que estavam em perigo. Ergueu a arma, esperando o próximo ataque. Foi quando escutaram os rosnados, e as sombras pareciam criar vida e saltaram sobre eles, com presas e garras sedentas por sangue.

 

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Em outro ponto dos subterrâneos.

Saori Kido estava encolhida em um dos quartos, já não tinha mais lágrimas para chorar, e pensava em um meio de escapar dali e ajudar seu avô. Ergueu a cabeça ao perceber que alguém se aproximava da porta, para abri-la.

Virou o rosto ao ver que era Seiya.

—Venha! -ele ordenou, estendendo a mão.

—Eu não vou a lugar nenhum com você!

—Saori, não seja teimosa! Shun vai te levar para algum lugar seguro! Eu vou dar um jeito de tirar seu avô daqui.

—Como? -ela não parecia acreditar, e viu Shun vigiando o lado de fora.

—Ikki não confiava nos licantropos...mas confiamos menos ainda no responsável por tudo isso. -havia pesar nos olhos dele.

—Seiya...

—Eu temo que ele possa machucá-la, Saori. -Seiya continuava com a mão estendida, esperando que ela voltasse a confiar nele. -E eu não quero que você se fira.

Ela aceitou a mão estendida, e ficou em pé, fitando Seiya.

—Vá com Shun...ele vasculhou estes túneis e conhece lugares onde ficará a salvo e nos espere. -Seiya explicava. -Mas se nenhum de nós aparecer ao amanhecer...Vá embora e não olhe para trás. Siga as instruções de Shun, saia dos túneis e procure a polícia.

—O que...?

—Só me perdoa por ter sido um idiota! -pediu o rapaz tentando sorrir.

—Seiya, não podemos demorar. -Shun avisou. -Temos que ir antes que percebam a nossa ausência.

—Você fala como se tivesse certeza de que... -ela engoliu em seco.- ...vai morrer.

—Não se preocupe, Saori. -ele sorriu, tentando transmitir confiança. -Eu vou voltar. Agora vá. Vou corrigir minha burrada e trazer seu avô!

Saori aceitou seguir Shun, parou e olhou para trás, fitando Seiya que acenou positivamente. Ela teve vontade de chorar, mas se controlou, voltou e deu um beijo rápido nos lábios de Seiya e em seguida correu para alcançar Shun.

 

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O grupo de assalto guiado por Saga que entraram por um dos túneis de acesso, já caminhavam por um bom tempo pelos labirintos subterrâneos da cidade. As águas fétidas estavam pela cintura deles. Saga estava logo adiante e parou, fazendo um sinal para que seus seguidores também fizessem o mesmo.

O capitão repetiu o gesto de seu mestre. Eles obedeceram, permanecendo atentos. O lorde da cidade de Athenas pressente o perigo próximo.

Foi quando um dos vampiros foi puxado com brusquidão para dentro das águas. Sua única reação foi o de atirar, em vão, atingindo o teto. Em seguida o corpo com a garganta rasgada foi jogado para fora, quase atingindo alguns companheiros.

—ATIREM! -ordenou o capitão e dispararam contra as águas.

Outro soldado teve o mesmo destino do companheiro, momentos antes de feras bestiais emergirem, atacando ferozmente os vampiros. Os primeiros a avançarem tombaram diante das balas de prata de seus inimigos, Saga abateu outro com a espada.

Logo o local se tornou um inferno de sangue e gritos de dor e morte.

 

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—Corra!

Ordenou Marin, atirando para trás, sem diminuir o ritmo da corrida. Afinal estavam sendo perseguidos por um grupo de cinco licantropos, ansiosos por carne fresca e para matarem uma vampira. Mas Aiolia cansa de correr, não era de sua natureza fugir de seus inimigos.

—O que você... -ela espantou-se.

—Chega de correr, ruiva!

Aiolia a pegou pelo braço e a puxou para trás de si, erguendo o braço com a arma e atira, acertando um deles diretamente na testa. Quando a fera tombou ao chão já havia voltado a forma humana...e morto.

—Balas de prata, Rex! -sorriu, ao ver a surpresa e hesitação dos outros.

Incentivada por ele, Marin também resolve reagir. Desvia-se de uma garra que quase cortou seu rosto, abaixando e atirando de baixo para cima, estourando mandíbulas e metade do rosto da criatura.

Com a morte dos companheiros, o ódio e a fúria dos licantropos aumentou dezenas de vezes, e ignorando a ameaça das armas e balas de prata, saltam perigosamente sobre eles.

 

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—O que foi isso? -Kanon indagou ao ver a agitação entre os licantropos.

—Invasores! -o licantropo chamado Odisseus avisou, já com a face transfigurando-se, um dos que o serviam apareceu, relatando o que houve. -Vampiros! Liderados por Saga nos túneis!

—Onde está Touma? -Kanon ficou alterado. Não estava preparado para a intervenção do irmão agora.

—Disse que iria tirar o caçador e a namorada vampira dele de cena. Não voltou ainda. -explicou Ikki, nada abalado com a situação.

—Por que está nervoso, Kanon? -era Touma que chegava, com seriedade, e em seguida sorriu sarcástico. -Não é a oportunidade que almejou por séculos? Matar seu irmão e tomar seu lugar?

—Sim...mas não aqui!

—Não seja um bebê chorão. -Touma caminhou até o doutor Kido. -E o soro?

—Finalizado. -respondeu, mostrando um frasco.

Touma o pega e o analisa, sorri e em seguida o joga para Kanon que o pega.

—Você o testou? -perguntou o licantropo.

—Não o testei em uma pessoa, se é o que quer perguntar. -respondeu o médico.

—Talvez...devemos pegar alguém e testar. -respondeu Touma. -Detestaria ser testemunha da morte de um dos meus "amigos" se a fórmula não funcionar. Talvez o Príncipe...sim, ele.

Kanon sorriu e concordou com um aceno.

—Traga o Príncipe de Athenas, Odisseus... vivo. -ordenou Touma.

 

Continua...

 



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