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História The Last Kiss - Sombras do Passado


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 8 - Sombras do Passado


Saga olhava para os corpos dos licantropos que havia abatido, e em seguida para o sangue na lâmina da sua espada. Em seguida fitou seus subordinados que haviam sobrevivido a emboscada e esperavam por suas ordens com ansiedade.

—Envie uma mensagem aos Grupos de Caça Beta e Gama. Entrem nos túneis, mas com extrema cautela. Há mais licantropos do que imaginávamos.

—Sim, senhor Saga. -respondeu o responsável pelas comunicações já transmitindo suas ordens.

—Vão pelo túnel 3-b norte e matem todos os licantropos que encontrarem e aguardem pelos outros grupos de caça. Aqui não é seguro. Eu vou pelo túnel 3c. -determinou.

—Mas, senhor! Sozinho? -o demais não acreditavam em sua decisão.

—Não podemos permitir que enfrente sozinhos seus inimigos, senhor.

—Juramos lutar ao seu lado até o fim, mestre Saga!

—Façam o que estou ordenando! -disse o lorde, sem elevar a voz, mas com um olhar que não aceitava réplicas às suas decisões.

—S-sim, meu lorde. -um dos soldados acatou, baixando a cabeça, mas incomodado por deixar seu mestre sozinho. -Vamos!

Os caçadores hesitaram um instante a obedecer àquela ordem, mas seguiram pelo túnel indicado pelo mestre. Ciente de que eles estariam a salvo, Saga seguiu pelo caminho que escolhera, usando seus sentidos para guiá-lo.

 

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—Malditos! Eles são dezenas? -Aiolia praguejava, atirando em mais um licantropo, mas estes se desviavam de suas balas, então ouve-se um "clique", indicando que a munição acabara. -Droga!

—Estamos em desvantagens. -concluiu Marin, procurando um meio de escapar pelos túneis.

Eles estavam encurralados entre um fosso profundo, que recebia o esgoto de toda a capital grega e várias criaturas nada amistosas e sedentas por sangue. Os licantropos dão alguns passos à frente, sabendo que eles não tinham mais munição, mas hesitam quando veem Aiolia sacando uma faca de caça.

—Revestida com prata. -avisou o caçador. -Quem quer arriscar a sorte?

—Matem o homem e tragam a mulher. -uma voz grave ordenou, e os licantropos abriram passagem para quem estava ditando as ordens. -O senhor Touma a quer ilesa.

—Senhor Theseus... -Uma das criaturas se adiantou. -Mas ela é uma sanguessuga!

—Idiota! -Theseus socou o licantropo que argumentou. -Já disse que foram ordens do chefe! Obedeçam! Caso não queiram fazer isso, digam pessoalmente a ele!

Os lobos se entreolharam, ninguém teria tal coragem. A de desafiar o líder da matilha e suas ordens. Apenas voltaram a atenção para o caçador.

—Marin. -disse Aiolia. -Vou abrir caminho para você.

—Esqueça. Não vou deixá-lo aqui.

—Não estou pedindo. -disse firme.

—Aiolia... -ela o olhou de relance e percebeu a determinação dele em lutar, sacrificar-se por ela. Não podia permitir isso. -Ei, seu nome é Theseus, certo?

—Hm? -ele a fitou ao ser indagado. -Sim, sou eu.

—Soube que é o segundo em comando. -disse a ruiva. -Me diga. Por que seu chefe me quer?

—Eu não sei. Não cheguei a perguntar. Ele mandou lobos atrás do príncipe dos sanguessugas que está nos túneis. -e sorriu sarcástico. -Já devem ter pegado o cara. Mas quando eu ia me juntar ao grupo de caça, ele pareceu sentir seu cheiro no ar e mandou que a levasse a ele. Só isso.

—Se eu for com você sem resistir...deixará Aiolia ir embora dos túneis? -Mas propôs.

—DE JEITO NENHUM! -Aiolia gritou. -Não vou deixar ir com este sarnento!

—Cuidado rapaz! -Theseus rosnou. -Não está em condições de ficar bancando o bom!

—Seu...

—Por que eu deveria poupar este verme? -insistiu Theseus. -Ele me dá nos nervos. Me dá vontade de estraçalhar ele com minhas garras e comer seu coração só para calar sua boca!

—Ele é um caçador de vampiros. Odeia tanto os vampiros quanto a sua raça nos odeia.

—Que menina mentirosa! –o licantropo riu. -O cheiro dele tá em sua pele, assim como a sua tá na dele. Parece-me muito íntimos, isso sim.

Marin recuou, acreditando que sua proposta não seria aceita.

—Tudo bem. -ele deu os ombros. -Eu prometo não matar este cara se vier comigo.

—Marin, eu não vou aceitar isso! -Aiolia a segurou pelo braço.

—Não tem o que aceitar. -ela puxou o braço com brusquidão e o fitou intensamente. -Não quero que morra. Seu irmão morreu em meus braços e me fez prometer que ficaria de olho em você.

—Não sou mais um garoto.

Ela tocou em seu rosto e deu-lhe um beijo rápido nos lábios.

—Ainda sim...é o meu garoto. -ela disse assim que se afastou. -Um garoto com coração bravo quanto ao de um leão.

—Chega deste blá-blá-blá. -Theseus segura Marin pelo braço, a puxando para si.

Aiolia reage tentando alcançá-la, mas sua passagem é barrada pelos outros licantropos, que o olham e rosnam para o caçador de maneira ameaçadora. Stevez, com a ajuda de mais dois que retornaram a forma humana, seguram Marin. O grandalhão olha para caçador e sorri.

—Matem.

—NÃO! -gritou a vampira, sendo arrastada contra a vontade. -VOCÊ PROMETEU!

—Eu prometi não mata-lo. Não fiz promessa alguma pelo restante da matilha. -ele sorriu com maldade ao dizer isso. -Vamos.

Ao receberem a ordem, os licantropos avançam devagar, ansiosos para cima de Aiolia, mas também desejosos de fazê-lo sofrer pela morte dos companheiros por suas armas.

—Por isso que não dá para confiar em uma criatura que deve lamber as partes íntimas. -Aiolia debochou, fazendo os licantropos ficarem furiosos com o comentário.

Um deles avança, saltando sobre ele. A velocidade e o peso do licantropo força Aiolia a dar perigosos passos para trás e inevitavelmente, criatura e caçador caem no fosso. O uivo da criatura precedeu até desaparecer, pouco antes de todos escutarem o som de algo se chocar contra as águas fétidas.

Os licantropos ficam parados, tentando ver algo na escuridão do fosso. Em vão.

 

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Em outro ponto dos túneis, Saga caminhava atento a aproximação de algum ataque traiçoeiro. Parou ao ouvir rosnados e percebeu que estava totalmente cercado pelos inimigos.

—Hm...-ele olhou ao redor, analisando sua situação. Fechou os olhos percebendo sua desvantagem. -É aqui que lutaremos até o fim?

Grunhidos e rosnados foram a sua resposta.

—Ou me levarão ao seu mestre? -perguntou com firmeza, soltando a sua espada diante dele.

Um deles se adiantou alguns passos, pegou a arma que estava em sua bainha e falou com voz gutural, graças a sua forma bestial.

—E quem é você? –Saga indaga, fitando o lobo com desdém.

—Odisseus. –a criatura respondeu.

—Leve-me ao seu mestre, Odisseus.

Odisseus concorda e indica o caminho que ele deve seguir com um aceno de cabeça. Sem sequer olhar para as demais criaturas, Saga passou a seguir o licantropo que o guiaria, colocando as mãos nos bolsos em uma atitude despreocupada. Na verdade, estava ansioso pelo encontro.

 

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Touma olhava para o sino em sua mão, sua mente estava longe em pensamentos. Próximo a ele estavam Kido, analisando qual seria a melhor oportunidade de fugir, os rebeldes recém chamados por Touma, com exceção de Shun.

Andando impaciente de um lado para outro, estava Kanon. Ansioso, temeroso...em sua mão o frasco que poderia garantir a ele poder sobre seu irmão e qualquer um que ousasse ficar entre ele e o Principado.

—Você esperou séculos por isso, Kanon. Pode esperar mais alguns minutos. -disse Touma, ainda olhando para o sino.

Kanon não respondeu, sua atenção voltou-se para o grupo de rebeldes.

—Ei, onde está aquele menino?

Eles não responderam de imediato. Kanon fitou Ikki.

—Ele é seu irmão não é? Onde ele está? Deveria estar aqui para ver nossa vitória.

—Ele é meu irmão, mas não mando em seus passos. -respondeu Ikki com desdém.

—Ele não virá. -suspirou Touma.

Ikki o olhou apreensivo. Ele sabia? Olhou para Seiya, que cerrou os punhos.

—Está longe. -disse o licantropo, fitando Ikki de soslaio. -Não se preocupe, nada aconteceu a ele ou a garota que ele escolta. Não tenho interesse neles mesmo.

—Hã? -Kanon olhou para Touma e em seguida para os rebeldes. -O que isso quer dizer?

Mas antes que alguém pudesse responder, Theseus chegou acompanhado de dois subordinados e Marin, que tentava em vão se libertar das garras poderosas que a prendiam.

—Aqui está a vadia, senhor Touma. -disse Theseus, Touma franziu o cenho. -Ela é arredia, mas eu a trouxe mesmo assim.

—Maldito! -Marin praguejou e Theseus segurou-a pelo queixo, obrigando-a a fitá-lo. -Vou matá-lo!

—A vadia tem a língua ferina. Posso arrancá-la?

—Não toque nela. -disse Touma com a voz serena, mas Theseus o ignorou.

—Adoraria ver seu rosto bonito mudado pela dor.

—Marin! -Seiya adiantou alguns passos. -Theseus, fique longe dela.

—Me obrigue garoto...Argh!

Theseus teve seu pulso agarrado pela mão de Touma, que atravessou a distância entre eles em um piscar de olhos. Ele não estava nada feliz.

—Eu disse para não tocar nela, Theseus.

—Mas...mas ela é uma sanguessuga!

—Nela ninguém toca.

Com um gesto o jogou para o lado oposto da sala e lançou um olhar severo aos subordinados que a soltaram prontamente, dando passos para trás, submissos. Em seguida, olhou para Marin que recuou alguns passos.

—Touma? -ela segurou a vontade de abraçá-lo. Mas ela percebeu a presença de Kanon que parecia bem à vontade. -Você?

—Parece surpresa ao me ver, minha cara. -ele sorriu.

—O que faz aqui, Kanon?

—O que acha? -riu se mostrando a ela o frasco. -Revolução.

—Traidor! -ela vociferou, mostrando as presas. -Como pode trair seu próprio irmão?

—Tsc...eu não devo nada a Saga, mulher. -desdenhou o vampiro, erguendo uma sobrancelha. -Estou cansado de ficar sempre a sombra de meu irmão. O segundo em tudo! O segundo a nascer...o segundo na preferência dos meus pais, do  meu antigo mestre, o segundo na sucessão do Principado! Eu...realmente odeio meu irmão!

—E todas as vezes que eu tinha que limpar sua sujeira, Kanon? Não conta? -neste momento, Saga entrava na sala escoltado por Odisseus, que mantinha sua espada em sua garra. -Tsc...não sabia que sua inveja e rancor por minha pessoa eram tão grandes. E pensar que eu o protegia por seu meu irmão.

—Cale-se! E você deveria odiá-lo também! -apontou para Marin.

—Do que está falando? -ela olha para seu mestre que permanecia impassível.

—Ora. Não se lembra da noite em que sua família morreu?

As imagens da sua família morta vieram à mente de Marin, como um rio, minando suas ações. Ela fita Saga, que permanecia com uma máscara de frieza em seu rosto, apenas escutando as acusações de Kanon.

—Fomos nós! -Kanon gargalhou, diante da surpresa e choque da vampira.

—N-não...-ela murmurou, fitando Saga. Não a pessoa que ela mais confiou em sua vida imortal, além de Aiolia que não estava mais entre eles.

—Sua arrogância o deixou com a língua solta, não Kanon? -Saga suspirou. -Não foi bem assim que eu me lembro. Você nunca conseguiu controlar o frenesi que a sede de sangue nos dá. Sempre deixou a loucura domina-lo! Só se acalmava após ter deixado um rastro de morte que eu sempre tive que ocultar para proteger nosso clã e a você.

—Tsc! Fala como se eu devesse ser grato!

—E deveria. -Saga fechou os olhos. -Depois das chacinas que causou em nossa passagem pelo Japão, o Principado do Oriente queria a sua cabeça. Sabe o quanto eu tive que subornar para o poupassem? Você expôs nossa raça quando invadiu vilas inteiras e matou sem distinção! Só parou naquela noite, quando atacou a família de Marin.

—Você também se divertiu. Admita.

—Eu tive que terminar seu trabalho...vou deixou uma criança agonizante. Ela estava além de qualquer ajuda, não haveria como transformar aquela criança em uma de nós. Além de ser proibido, os ferimentos dela tornariam isso impossível! -estreitou seu olhar. -Mas tentei me redimir...

—Entendi. -Touma diz um instante antes de aparecer atrás de Kanon. -Acaso deveria saber...Marin é minha irmã. A família que massacrou era minha... a menina que deixou agonizante, minha pequena irmãzinha...

—O que? -Kanon suando frio.

—Fizemos este pacto, porque desejava matar Saga...eu queria o assassino de minha família. Acho que já o encontrei.

—Espere! -pediu Kanon.

—Há algum motivo para que eu o poupe? -Touma mostrando as presas e os olhos se alterando.

—Sim...a revolução não é apenas minha. -começou a rir.

Touma olhou ao redor e percebeu que muitos de seus companheiros os cercavam, em uma clara demonstração de rebelião, tendo Theseus a frente deles.

—Hunf...traidores em todos os lugares. -resmungou Touma.

—Theseus! –Odisseus não parecia feliz, ficando ao lado de Touma. –Como ousa trair o líder?

—Eu cansei de ser tratado como lixo. –respondeu o outro.

Ikki fez um gesto a Shiryu que concordou com um aceno de cabeça. Os garotos ficaram atentos. A situação estava perdendo o controle.

—Agora... -Kanon se afasta, andando até seu irmão, mostrando a ele o frasco com o soro. -Vamos ver se esta belezinha funciona?

 

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Uma hora atrás...A alguns quarteirões dali, um homem falava ao celular diante da entrada de uma galeria de esgotos.

—Creio que esta noite tudo terminará, senhorita. Não há com que se preocupar. -dizia Radamanthys.

—Confio em suas habilidades, Radamanthys. -uma voz feminina serena e fria como uma navalha respondia. -Mas creio que para não termos preocupações futuras, o Conselho dos Príncipes decidiu pela erradicação de qualquer um ou de qualquer coisa que possa nos ameaçar e ao o que prezamos.

—Entendo, senhorita Pandora.

—Mate...mate a todos, Radamanthys. -ordenou, com a mesma frieza.

—Assim será feito, mestra. -em seguida ela desligou e Radamanthys sorriu antes de entrar nos túneis.

 

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Naquele fosso...

Aiolia subia com dificuldades a escada de acesso. Suas costas doíam pela queda, sua faca de caça estava alojada no coração do licantropo que amorteceu sua queda. Ele estava morto antes de atingir o fundo do fosso.

—Malditos! Isso vai me ensinar a nunca confiar em alguém que cheira a cachorro molhado! -praguejava, fazendo a escalda.

Na verdade, estava apreensivo. Eles haviam levado Marin e temia pela vida da vampira. Jurou a si mesmo que mataria a todos se algo acontecesse a ela.

Finalmente alcançou a borda do fosso, com a mão erguia seu corpo, foi se arrastando para fora dele. Ainda deitado no chão, respirava ofegante, tentando recuperar o fôlego antes de perseguir Theseus e os demais.

Mas antes precisaria de uma arma. Então, alguém lhe jogou sua pistola.

—Ora, ora...achei que jamais iria sair daí. -ele ergue o olhar e viu Radamanthys. -Não fique aí me olhando com se estivesse diante de uma aparição, Caçador. Por hora...seremos aliados. O que acha?

—Aliados?

Aiolia sentiu um frio percorrer a espinha, quando fitou os olhos de Radamanthys.

—Sim. Temos pessoas em comum que queremos matar. Então? Vai se aliar a mim ou devo te jogar de volta ao fundo deste poço com o pescoço quebrado?

 

Continua...



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