Eu cheguei em casa às dez e cinqüenta da noite, e encontrei Sunmi deitada no sofá, encolhida. Ela dormia profundamente enquanto o barulho da televisão chiando, ia a cada canto do cômodo.
Ao ouvir a porta bater, a garota que estava deitada, tremeu, sentando-se e respirando fundo ao ver que não era nada a não ser eu.
"Você quer me matar?" ela disse num tom alto, negando com a cabeça enquanto me olhava com os olhos semicerrados.
"Sinto muito, foi inevitável. A porta faz esse barulho, você sabe." expliquei, procurando formas de acalmá-la.
"Certo. Olhe isso!" ela sorriu, apontando a mesa de vidro no centro da sala. Havia uma pequena caixa, escrito o nome de alguma marca, de relógios, eu acho.
"É pra quem? Não me diga que arrumou um namorado..." me sentei ao lado da mesma, pegando o controle ao lado da caixa e desligando a televisão que enchia minha cabeça com o barulho.
"Claro que não, Yoongi. É pra você!" ela esticou-se até a caixa e a pegou, mostrando-a para mim, pedindo que eu segurasse.
"Eu espero que não seja uma bomba.", ela riu.
Eu abri a caixa, e uau, era realmente um relógio. Ele tinha a pulseira de couro e o resto era todo de prata, tinha a aparência de um relógio para velhos, não sabia se aquilo era uma indireta, porém, era muito bonito.
"Como você comprou isso?" franzi a testa, retirando o relógio da caixa enquanto o observava atentamente.
"Vendi drogas. Pesadas."
Ela me parecia séria, mas eu não sabia se realmente deveria acreditar naquela atrocidade.
"E de onde você tirou essas drogas?", perguntei, preocupado.
"Acho que essa parte não é da sua conta."
Eu apenas assenti, olhando o relógio. Ela logo se levantou, subindo para o quarto. Fiz o mesmo, colocando o relógio em meu pulso no caminho.
[...]
(Sunmi)
Eu acordei no meio da noite, do nada. A casa estava com um enorme barulho, da televisão chiando. Cocei meus olhos e me levantei com o telefone ao lado da minha cama, tocando. O atendi.
"Sunmi, onde está seu pai?" Jongsuk perguntava, do outro lado da linha.
"Eu não sei, provavelmente dormindo... O que aconte..."
Ele desligou sem me deixar completar a frase. Eu estava sozinha em casa, e com medo. Deixei o telefone sob a cama e saí de meu quarto, indo até o de Yoongi.
A televisão chiando vinha de lá, e ele não estava ali. Eu comprimi meus lábios, vendo o sinal do canal da televisão voltar.
O fungo cordyceps infectou mais uma pessoa., dizia a notícia, que ocupava a parte debaixo da tela. A mulher que mostrava o caos em uma rua longe do centro da cidade. As pessoas corriam atrás dela e gritavam desesperados.
Até um ir até ela e morder seu pescoço, deixando veias a vista.
O câmera-man gritou ao fundo do cenário devastador e derrubou a câmera no chão, fazendo o sinal sumir mais uma vez.
Eu deixei o quarto, com a respiração acelerada e desci as escadas com pressa. Eu procurei meu pai em todos os cômodos do andar térreo. E nada.
Segui à cozinha, que era escura porém estava iluminada pela luz da lua de um lado, pela porta de vidro que lá havia. Um bilhete em cima do balcão, dizia:
"Eu volto logo, não saia de casa. Caso eu demore, há uma pistola carregada na gaveta abaixo. Eu te amo.
Papai."
Abri a gaveta, curiosa. Realmente havia uma pistola lá dentro, e eu olhei maravilhada. A peguei, era pesada. Meu braço mal aguentou e eu a devolvi para o lugar.
A porta de vidro foi aberta pelo meu pai que entrava com pressa, ensanguentado.
"O que é isso?" perguntei assustada, no aguardo da resposta.
Ele fez sinal de shh com o dedo indicador na frente dos lábios. Uma coisa que fazia um barulho horrendo quebrou a porta de vídeo, e ia em direção ao meu pai. Ele rapidamente atingiu a coisa no pescoço com uma faca que pegou em uma das gavetas.
"Precisamos sair daqui. Agora." ele disse, me puxando para fora do cômodo.
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