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História The last one - Derroto lobos e encontro um deus


Escrita por: Insolencia

Notas do Autor


Primeiramente: Desculpa a demora
Segundamente: Primeiramente

Capítulo 2 - Derroto lobos e encontro um deus


Fanfic / Fanfiction The last one - Derroto lobos e encontro um deus

- Olhe. - Disse a profeta apontando para uma das janelas no quarto.

Me virei, a fumaça da sala começou a se mover magicamente, girando e agrupando, brilhando de diversas cores, era um espetáculo tão lindo quanto assustador, minha visão começou a escurecer e eu não conseguia tirar os olhos daquilo, era mais atrativo do que a Mia Khalifah (não finja que não conhece ela.) Senti que ia desmaiar, quando a fumaça começou a reproduzir uma imagem desfocada, senti a fumaça me atraindo, era uma força enorme, meu corpo queria ir até lá ver o que era aquela foto que parecia se mexer, talvez fosse um vídeo ou um gif. Dei um passo em direção a fumaça para poder ver melhor, o que não funcionou pois quando fiz isso minha visão escureceu completamente, perdi os sentidos do meu corpo e desmaiei.

Quando abri os olhos eu estava em um lugar completamente diferente

- Veja. – Falou a profeta ao meu lado, agora em pé, ela havia mudado de roupa e expressão, seus cabelos longos passavam da bunda e pareciam ser do mesmo tom do vestido que era um preto escuro, um pouco transparente, se eu prestasse bastante atenção tenho certeza que poderia ver o biquinho dos seios dela, o vestido era rendado e com alguns enfeites que eram quase do mesmo tom do resto, era difícil ver que eles estavam ali, mas estavam, o cabelo e a roupa camuflavam-se um no outro, seu rosto estava sorrindo com uma serenidade tão grande que me contagiou, me senti mais calmo, como se as coisas pudessem de fato se resolver, ela apontou pra baixo, só então vi que estávamos voando, não fiquei nervoso, a presença da profeta ao meu lado me manteve calmo como o abraço de uma mãe. Sobrevoávamos uma cidade cheia de templos e monumentos aos deuses, diversas estatuas e praças em todos os lugares, as casas ficam no subúrbio da cidade, no centro havia um castelo rodeado por praças e uma rua principal, uma linda cidade Grega, porém, reconheci pelo planalto que protegia a cidade do vento.

- É Edron? – Perguntei abobalhado

- Sim garoto, essa é Edron a 100 anos.

- E o que aconteceu? – Nem me apeguei ao detalhe de estar vendo a cidade no passado. – Onde foram parar os templos, e o mármore? Essa versão me parece bem mais bonita. – Falei

- Tudo começou quando a cidade foi atacada 40 anos atrás – Ela apontou e a cidade em baixo de nós avançou no tempo, agora haviam guerreiros batalhando nas fronteiras, defendendo a cidade com suas vidas, famílias corriam para um recuo onde tentavam se esconder, haviam morteiros e catapultas dentro dos portões jogando todos os tipos de bolas de ferro contra os inimigos, mas ficou claro que Edron estava perdendo a batalha, o exército inimigo era muito maior.

 – Foi Roma que nos atacou, dominando terras e conquistando territórios, eles destruíram nossas defesas e dominaram a cidade, Edron é muito grande, então recebemos um conselheiro que ficaria apenas aqui, cuidando da economia da cidade, repassando os bens necessários ao governo e administrando as coisas aqui, mas ele só deveria cuidar da parte econômica, as interações sociais ainda seriam feitas pelo rei. Seu nome era Nicolau, um carrasco, odiava os deuses, apagou qualquer vestígio de adoração que nós tínhamos, proibiu o culto, o que não foi muito bom para a cidade, irritou os deuses...

- Irritou os deuses? – Interrompi

- É claro, foi um desrespeito completo, não concorda?

- Deuses existem? – Perguntei, obtive a resposta só com a expressão que ela fez, como se eu tivesse feito a pergunta mais idiota do século.

- É claro que existem! – Ela riu – Como teria sido a criação sem eles? Veja, vou lhe mostrar o que aconteceu – Ela apontou para baixo de novo, quando eu olhei, o clima mudou, a cidade estava mais escura, e agora era noite, estava chovendo, haviam poucas pessoas na rua, ainda dava para ver alguns destroços da batalha que havia acontecido ali. A tempestade estava forte, quando então os céus dispararam um raio, que eu pude ver atingir uma garotinha loira usando um vestido vermelho que corria fugindo da chuva, ela ficou parada em pé, estagnada, depois que o raio a acertou.

- Venha, vamos mais perto. – A profeta fez um sinal, e nós avançamos pelos ares em direção a pequena garota, nos aproximamos e paramos na frente dela, ela não parecia nos ver, estava olhando para o chão, mas seus olhos brilhavam com as cores de um raio, tremeluzindo entre um azul bem fraco e o branco completo que pode te cegar em segundos se quiser. Uma porta se abriu e uma mulher alta com belos peitos, cabelos loiros como os da garotinha vestindo um quiton todo branco saiu pela porta correndo em sua direção.

- Vamos filha! – Ela falou.

Quando ela foi tocar a menina para puxa-la pelos braços, houve um estouro e uma explosão de luz e a mulher foi disparada pelos ares até bater com as costas em uma mercearia que estava fechada, ela desmaiou. A menina em nossa frente começou a flutuar, e não foi pouco, ela voou bem alto, talvez 30? 40 metros? Não sei, só sei que a profeta nos fez acompanha-la com um gesto de mãos. Quando chegamos no alto, a menina abriu a boca, sua face se contorceu em dor, senti pena dela, ninguém deveria fazer uma expressão como aquela, era como se a atravessassem como uma espada, uma voz irrompeu de dentro de sua boca, mas não era falando pois sua boca não se mexia.

- VOCÊS TRAIRAM OS DEUSES. – A voz era tão alta, que com certeza poderia ser ouvida de qualquer canto da cidade. – E POR ISSO VÃO PAGAR, NÃO HAVERÁ MAIS NENHUM EDRONIANO NASCIDO VIVO ATÉ QUE ALGUM GUERREIRO DERROTE A RAINHA QUE SERÁ CORROMPIDA. – A voz se calou, só então eu lembrei, eu não havia visto nenhuma criança na área comercial, aquilo devia ser como a times square, cheia com todos os tipos de pessoas, de crianças a velhos, de brancos a amarelos, todo o tipo mesmo, lembrei também do trono vazio no castelo da cidade. A menina voltou a abrir a boca, mas agora era a sua voz quem falava, tão alto quanto antes.

- Vindo de um outro lugar

  Surgirá o guerreiro que irá nos salvar

  Usando sua espada para acabar com a maldição

  Lutara contra a bruxa para sua Ascenção.

  E antes da próxima batalha surgir

  O garoto da profecia deixará de existir.

A garota fechou a boca e despencou, fiz o possível para agarra-la, me abaixei e estiquei a mão, mas não pude toca-la, ela transpassou por mim.

- Isso foi a muito tempo, não adianta tentar. – Disse a profeta.

- Mas a garotinha morreu? – Falei apavorado, como poderiam deuses matar uma menina inocente.

- É claro, ninguém aguenta uma queda dessa altura. – Ela explicou, eu ia retrucar, mas notei que ela também não gostava de ver aquilo, apenas sabia que foi assim que aconteceu, e que ela não poderia mudar nada, então decidi ficar quieto também

– Prosseguindo com a explicação, desde que isso aconteceu, as mulheres da cidade não tiveram mais filhos, e a população está ficando velha, precisamos que você nos salve.

- Você deve estar me confundindo, eu não sou ninguém, sou só um aluno do ensino médio, nerd e virgem. – Ela pareceu chocada por eu falar algo assim, com tanta facilidade, será que os costumes deles são diferentes? – Me perdi com minha colega, e gostaria de voltar para casa, só isso.

- Eu entendo, mas o único jeito de você voltar para sua casa, é nos salvando.

- Mas se for eu mesmo, eu vou morrer fazendo isso, você ouviu a profecia, “O garoto da profecia deixará de existir. ”

- Profecias são complicadas, talvez isso signifique outra coisa. – Ela não parecia acreditar no que estava dizendo. – Nós iremos lhe ajudar, não se preocupe. Agora vamos, já é tarde.

- Mas nós só ficamos aqui meia hora...

E minha visão escureceu novamente, acho que nas ultimas 24horas eu desmaiei mais que em toda a minha vida.

...

- Bom dia Frank.

Abri os olhos, eu estava em um quarto diferente, as paredes de pedra me fizeram reconhecer o castelo, estava deitado sobre uma cama de casal sozinho, com um pano molhado na cabeça, Rachel estava sentada ao meu lado trocando o pano por um novo com agua gelada.

- Aonde estamos? – Perguntei

- Em um quarto do castelo, depois que você desmaiou com a profeta, Lilith me mandou te trazer para cá e manter sua temperatura baixa, você teve febre a noite toda, como está?

- A noite toda? Era de manhã! – Lembrei ela.

- Pois é, tu ficou bastante tempo desmaiado. O que aconteceu?

- Ãh? Eu não lembro direito. – Menti. Não queria ter que explicar tudo a ela, talvez ela não fosse acreditar e dizer que eu estava delirando, além disso se ela soubesse que nossas chances de retorno eram tão baixas talvez ela perdesse as esperanças – Eu dormi um dia inteiro? Fizeram alguma coisa com você?

- Não se preocupe, eu estou bem, Lilith nos arranjou esse quarto... – “Nos arranjou”? Olhei ao lado, a cama inteira estava bagunçada, significa que ela tinha dormido do meu lado? Hehehe, se acontecer de novo comigo acordado ela vai ver. – ...me deu comida, uma cama, e eu tomei banho em um lago nos fundos do castelo. - completou

- Te explicaram alguma coisa? – Perguntei

- Não, nada, esperava que você trouxesse alguma resposta.

- Infelizmente não, mas se eles querem que eu os salve como ela disse antes, então eu vou fazer.

- Hahaha, você? Tudo bem que você é mais fortinho do que eu imaginei. – Ela olhou para o meu peito despido. – Mas você sabe lutar?

- Bom... Eu já joguei centenas de jogos, mas...

- Ahahahahahaha. – Ela gargalhou. – Você não vai conseguir ajudar ninguém, primeiro tem que se ajudar.

- Cale a boca, se não fosse por mim você poderia até estar morta. – Ela se calou.

Me levantei, e fui em direção a porta.

- Vamos, eu quero comer, não como há mais de 24 horas.

Ela me seguiu, abri a porta do quarto, ele ficava no final do corredor de trás do trono, só que para o lado direito, eu pude ver o quarto da profeta no outro lado, segui até a porta e sai do corredor, os tronos ainda estavam desocupados, e os mordomos passavam por nós e nem pareciam nos ver, parei um deles no caminho e perguntei:

- Onde está Lilith?

- Na sala comunal senhor.

- E onde é?

- Eu vos guiarei.

Seguimos o mordomo, atravessamos o lobby de entrada, e entramos em uma das portas que ficavam na sala principal, atrás dela se encontrava uma grande sala com janelas enormes para iluminação, no meio havia uma mesa grande, com todo tipo de iguaria de um café colonial, sentada em uma das pontas estava Lilith comendo, todos os outros assentos estavam desocupados.

- Bom dia bravo guerreiro.

- Bom dia. – Respondi. – Posso me sentar? – Falei já indo em direção a mesa

- É claro, Sirva-se. – Ela respondeu.

Eu estava faminto, meu estomago não parava de roncar, a Rachel me seguiu e se sentou ao meu lado, comi, comi sem parar, não houveram conversas na mesa até que eu ficasse satisfeito, o que demorou, quando terminei de comer olhei para a conselheira e falei

- Então, vamos logo com isso, o que eu preciso para ser o guerreiro que vocês tanto querem?

- Bom. – Explicou Lilith. – Primeiro você vai precisar de uma armadura e uma arma, eu te levo para comprar uma, tudo por minha conta, enquanto isso, você pode ficar no castelo garota. – Ela disse para Rachel sentada observando

-Tem certeza? – Ela respondeu enquanto colocava a mão sobre a minha em baixo da mesa, sinceramente, eu não entendo mais essa guria, a 20 minutos ela estava agindo como se eu fosse um completo idiota, e agora estava colocando a mão sobre a minha para se sentir protegida? Ora, o que ela quer?

- Você vai ficar bem! – Exclamei – Nós não vamos demorar.

- Deixe-me ir junto. – Ela falou. – Não vou atrapalhar vocês.

Lilith me olhou como quem espera uma resposta, a decisão era minha, então falei para levarmos ela, tudo para que ela parasse de me confundir.

Logo que saímos do castelo eu vi novamente aquela grande quantidade de gente pela cidade, Lilith nos guiou pelo caminho até a loja de armaduras, enquanto isso me atei a perceber as crianças na cidade, não vi mais que duas brincando juntas pulando em uma poça, o resto do caminho observei que a idade da população em si era mais elevada, haviam muito mais velhos do que adultos, eu já havia acreditado quando a profeta me mostrou, mas observar esses pontos assim de cara, me fez perceber o quão real era tudo aquilo, e se aquilo era real, a profecia também era, e eu não queria deixar de existir.

- É ali. - Apontou Lilith.

Era uma lojinha de barro que usava palha como telhado, extremamente escondida no meio daquele fuzuê, não haviam janelas para que eu visse dentro, então foi uma surpresa completa quando ela abriu a porta e eu vi que a palha só cobria o externo e que no meio havia um buraco enorme por onde o sol iluminava a loja, por dentro a loja era um grande quadrado enfeitado com armas de todos os tipos, espadas, lanças, arcos, machados e todo tipo de coisa que se pode usar em uma luta não havia ninguém dentro além de um homem velho, corcunda e calvo atrás do balcão que jazia no fundo do estabelecimento, atrás dele havia uma cortina que cobria o que eu imaginei ser o estoque. Lilith passou por mim e foi em direção ao vendedor, nós a seguimos.

- Preciso de uma espada para o garoto aqui. –

- É para já. O homem pulou por cima do balcão, o que foi incrível pela idade que ele parecia ter e veio até mim com um monóculo em mãos, ele começou a me observar e me mandar fazer movimentos enquanto me media com os olhos, ou o olho... – Certo, eu forjarei uma para você voltem em uma hora.

- Obrigado. – Respondeu Lilith. E então nós saímos.

Nós já estávamos indo em direção à loja de armadura quando as pessoas ao nosso redor começaram a correr e gritar, olhei para Lilith esperando que ela explicasse o que estava acontecendo, mas ela estava tão confusa quanto eu. Ela começou a correr na direção contraria a o povo, indo em direção ao que todos fugiam, eu a acompanhei e Rachel acompanhou a mim. Quando nós passamos da multidão estávamos quase na saída da cidade, os guardas estavam caídos ao chão ensanguentados e os portões abertos, uma matilha de lobos extremamente grandes em formação estava vindo em nossa direção, e não era qualquer lobo, eles eram enormes, com olhos roxos brilhantes, pareciam estar em frenesi, seus pelos eram cinzas e sujos, como se tivessem passado por um lamaçal até chegar ali.

- Por que tem lobos na cidade?

- Eles estão atrás de você.

Ela estava certa, eles não tiravam os olhos de mim, todos ao mesmo tempo começaram a se mexer em minha direção, como uma cobra se preparando para dar o bote, Rachel começou a ir para trás bem devagar, até que ela se virou e começou a correr. Idiota. Alguns lobos investiram nela tentando passar pela minha esquerda, eram 8 no total, 3 foram atrás dela em alta velocidade outros 3 vieram correndo em minha direção e os outros 2 restantes foram ocupar Lilith que se atirou na frente para nos proteger, quando os lobos que estavam indo até a Rachel passaram por mim, eu dei um soco no mais próximo que voou contra o chão e choramingou, isso chamou a atenção dos outros que pararam de avançar nela, eles começaram a me rodear e a rosnar pra mim, Olhei pra ver como Lilith estava, os lobos haviam atacado seu braço e ela não estava mais conseguindo lutar direito, eu estava totalmente ferrado, esses lobos poderiam ser meu fim, e que jeito bosta de morrer, eu queria ao menos ter transado uma vez. Os lobos deram uma última investida em Lilith e a derrubaram no chão, quando fizeram isso eles esqueceram dela e vieram até mim, o lobo que eu acertei ainda estava no chão deitado, Como um movimento de desespero Lilith jogou sua espada para mim, e os lobos atacaram, todos ao mesmo tempo, pulei por cima deles e pisei na cabeça do que estava no caminho, cai perto da espada e a juntei do chão, os lobos se viraram para mim prontos para o ataque. Queria ter tempo para rezar 3 aves marias antes de lutar contra esses bichos, 2 avançaram, esperei o pulo deles e desferi um corte na horizontal rasgando suas bocas, o sangue dos animais jorrou em minha roupa e sujou a espada, haviam mais 3 vindo, virei o braço e movimentei a espada no sentido contrário passando a espada em um corte mais baixo, eles pularam por cima e vieram me atacar, saltei pra trás, agora eles reagruparam para atacar em equipe, todos os 5 restantes formando um ângulo em minha frente, os dois do lado direito pularam para atacar minha cabeça enquanto os outros investiram por baixo, rolei por baixo dos que pularam desferindo um corte no lobo da extremidade que estava sobre minha cabeça, quase fui pego pelo lobo mais próximo no meio do giro, mas por sorte ele errou a mordida. Levantei e corri, os lobos me seguiram, Rachel veio correndo em minha direção. “Que guria estupida” pensei. Me virei para ver 3 lobos correndo em minha direção e o que eu havia dado um soco levantar e dar um balão para ir pegar Rachel, aos que vieram em minha direção não dei atenção, o quarto pulou para dar o bote nela, mas a espada estava na outra mão e eu não tinha como ataca-lo, estiquei o braço na frente para defende-la, o lobo me mordeu, eu usei o braço mordido para segura-lo e cravei a espada eu seu corpo, quando me lembrei dos 3 que ainda restavam me virei para ver Lilith os finalizando pelas costas com a espada de um dos guardas.

- O QUE FOI ISSO?! - Gritei

- Enviados da bruxa, ela sabe que você está aqui. – Respondeu Lilith

- Não estou falando com você. Rachel por que você não fugiu?

- Eu fiquei apavorada, achei que você precisasse de ajuda.

- Que ajuda hein. – Olhei para o meu braço cheio de sangue.

- Vamos, eu cuido disso no castelo. – Disse Lilith assustada

No caminho Rachel fez o possível para se desculpar, mas eu pedi que ela se calasse por que a dor estava cada vez mais intensa e eu estava ficando muito irritado com o barulho dela falando e meu braço parecendo que ia cair. No castelo, Lilith colocou um liquido no meu braço que fez com que eu me curasse como o Wolverine, eu pude ver a ferida se fechando, os músculos se arrumando e a pele cobrindo tudo, em segundos.

- O que foi isso? – Perguntei apavorado com a medicina avançadíssima

- Uma poção. – Ela respondeu.

- Que? – “Que? ” –  como assim?

- Uma poção de cura para o seu braço. – Ela repetiu como se fosse obvio.

- Mas por que você não anda com uma dessas no bolso então? – Perguntei

- Por que essa era a última, você ia perder o braço se eu não a usasse. - Explicou – Nenhum de nós sabe faze-la, sobraram algumas quando a rainha fugiu, e nós fomos usando quando extremamente necessário, e esse é o caso. – Depois disso ela olhou irritada para Rachel que observava tudo apavorada, irritação essa que tinha motivos, ela fez a conselheira gastar uma poção muito valiosa de uma forma muito idiota.

- Nós vamos comprar sua armadura, acho melhor que você fique no castelo Rachel.

- E eu concordo. – Falei irritado.

- Tudo bem, eu sei que fiz merda, vou ficar no quarto. – Disse ela antes de se retirar.

- Vamos! – Chamou Lilith, e eu a segui.

A dor no meu braço já havia passado completamente, quando Lilith terminou de escolher a armadura para mim, era uma de ferro que seria remodelada para que servisse perfeitamente em mim, o dono da loja tirou minhas medidas e mandou que nós voltássemos em dois dias, Lilith falou que pagaria quando retirasse a armadura e nós saímos, passamos para pegar minha espada e só de segurar ela eu já vi que era muito melhor que a que eu havia usado antes, ela encaixava perfeitamente na mão, e seu balançar era infinitamente superior. Decidi aproveitar o tempo sozinho com Lilith para fazer algumas perguntas

- Como eu consegui derrotar aqueles lobos? Eu nunca havia participado de uma batalha antes.

- Você é um guerreiro, é natural que você saiba lutar, talvez tenha sido um presente dos deuses. – Ora essa, quem dera os deuses me presenteassem com uma gostosa, não precisava muito, só ela fazer tudo que eu mandasse. – Ou talvez tenha sido puro instinto, eu não sei, só sei que você teve movimentos excelentes hoje.

- Obrigado, tem mais algumas perguntas que eu gostaria de fazer. – Continuei...

- Diga.

- Quantos anos você tem?

- 29.

- Mas se a cidade foi amaldiçoada, como você pode ter essa idade?

- Eu não sou daqui muitas pessoas não são, com a população diminuindo o governo tem mandado crianças para cá para que a história da maldição não se espalhe, poderia gerar uma confusão desnecessária, mas uma coisa é certa, quem mora aqui sabe da maldição e tem confirmação dela. – Explicou ela

- Entendo. E você veio de onde?

- Valinor. Uma capital enorme, mas eu pessoalmente prefiro aqui, fui criada aqui, e a maioria das pessoas me conhece.

- O que é, e por que você é a “conselheira” - Perguntei

- Eu cheguei a esse ponto lutando pela cidade, e é um cargo político, atualmente eu substituo as funções de administração da corte real enquanto eles não estão presentes, mas na verdade eu só deveria cuidar da parte financeira. - Ela respondeu

- E o que aconteceu com a realeza?

- Bom, após um incidente, quando a profecia foi feita e a cidade amaldiçoada a rainha pirou, começou a dar sentenças de morte para pessoas inocentes e gastar os fundos do país em uma estátua gigante sua, o povo se rebelou e decidiu atacar, em uma noite, ela matou o rei e fugiu prometendo voltar quando o guerreiro aparecesse para derrota-lo e tomar o poder de volta.

- Mas isso não vai acontecer. – Falei

- Nós esperamos que não. – Ela concluiu.

- E eu vou derrota-la com minha espada como na profecia?. – perguntei olhando para a que eu tinha em meu poder.

- É o que se espera.

Voltamos ao castelo só no anoitecer, comemos em um botequim e durante a tarde ela me explicou algumas coisas básicas sobre luta, como, manter a calma, sempre ficar alerta para ataques surpresa, não deixar que o inimigo controle o ritmo da luta entre outras coisas assim, A noite o castelo era iluminado por tochas e candelabros espalhados em todos os cantos, parecia um pouco macabro, mas não quis demonstrar medo de algo tão idiota. A noite me banhei no lago e lavei minhas roupas, pensei em minha casa, em minha mãe, meu gato e meus amigos, lembrei de tudo que estava  me esperando de volta em Nova Iorque, pensei o quanto era mais fácil fazer isso tudo no vídeo game e o quanto eu queria que “Rachel me deu um fora” voltasse a ser meu problema principal, agora isso nem passava mais em minha cabeça, parecia ter sido anos atrás, eu ainda estava irritado com ela, mas aqui nesse lugar, ambos estávamos perdidos, eu não pretendia ficar repreendendo ela pra sempre, eu sabia o quanto ela estava com medo de tudo isso assim como eu. Aquele banho serviu tanto para lavar o corpo como para lavar a mente, acalmei meus pensamentos, me preparei para enfrentar uma batalha de uma magnitude que eu nunca imaginei que fosse viver, sai do lago outra pessoa, pronto para enfrentar tudo que viesse.

- Vamos deitar? – Rachel perguntou pela porta de saída “Eu não estou pronto para isso” foi meu pensamento. Ela vestia uma camisola branca, levemente transparente que me fazia quase ver os biquinhos do peito dela, ahhh se eu visse aqueles peitos, eu podia morrer, que ia morrer contente

- É claro linda”. - Respondi, acho que ela não gostou muito do elogio, pois revirou os olhos.

Juntos seguimos para o quarto, os corredores vazios e escuros eram assustadores, Rachel parecia achar também por que caminhava em um ritmo acelerado, chegamos ao quarto e eu me sentei na cama.

- Quer deitar na ponta ou no canto? – Perguntei. Sou ou não sou um cavalheiro?

- No canto. - Ela respondeu pulando para o seu lado da cama.

- Vou tirar minha bermuda, ela está molhada demais. – Expliquei.

- Tudo bem, só não encoste em mim. – Ela falou.

- Não vou. - “Não vou encostar pouco, só vou esperar tu dormir Hahaha. ”

Infelizmente eu estava muito cansado e apaguei antes que ela, não pude aproveitar para explorar aquele corpinho do meu lado, mas essa não vai ser a última oportunidade.

Acordei cedo no dia seguinte, totalmente recuperado, só pude notar o quão cansado eu estava quando me senti recuperado, meu corpo estava leve, me levantei rapidamente deixando a Rachel dormindo na cama, abri a porta ainda de cuecas e chamei um mordomo.

- Me arranje uma roupa

- É pra já senhor. – E ele saiu

Fechei a porta e me virei, Olhei o quarto, as roupas que a Rachel usava no dia da tempestade estavam em cima de um banco de mármore que ficava no canto oposto a cama no quarto, peguei as roupas dela e as escondi como uma pegadinha, peguei também as roupas que Lilith tinha dado pra ela e coloquei todas em um quarto ao lado do nosso antes que ela acordasse, quando o mordo trouxe minha vestimenta eu já estava totalmente desperto, era uma cortina, digo, não era uma cortina, mas era igual a uma, tive que pedir pro mordomo me explicar como vestir, ele queria me ajudar, mas nunca que eu vou deixar um marmanjo me vestir, coloquei a roupa e saí do quarto, fui até a sala comunal tomar café, não havia ninguém lá, mas as comidas estavam todas postas na mesa. Sentei na ponta para fingir que era um rei, brinquei que aquelas eram minhas terras e depois saí, como eu não via ninguém conhecido, decidi visitar a profeta, fui até seu quarto e bati na porta.

- Entre!

Entrei.

- Entrou? – Perguntou ela. Por que não podia me ver, a cortinas da cama estavam fechadas

- Entrei. – Respondi.

- O que o traz aqui bravo guerreiro?

Com as cortinas meio transparentes e a iluminação que vinha da janela na cabeceira da cama eu podia ver que a moça estava se vestindo, sua silhueta era perfeita, como uma princesa, extremamente delicada, ela era magra, mas não do tipo “seca”, mas do tipo que passa por você na rua e você pensa “Se eu pego essa mina, eu destruo”.

- Vim visita-la, estava entediado.

- Oh! – Ela pareceu impressionada. – Que ótimo, ninguém vem me ver. Ela falou enquanto abria as cortinas com um gesto de mãos. Ela havia vestido uma camisa da hello kit bem grande servindo como uma saia e nas pernas não vestia nada... Espera, camisa da hello kit?

- De onde você tirou essa roupa? – Perguntei, afinal era a coisa mais próxima de casa que eu havia visto desde que cheguei.

- Eu vi em sua mente. – Ela respondeu, tirando minhas expectativas de um retorno. – Fiz para te impressionar, talvez fazer você se sentir mais em casa.

Essa parte eu gostei.

- Fez é? –  “Hehehe”

- Fiz, gostou? – Ela perguntou corando

- Claro que gostei. – Falei me aproximando. – Que tal fazer mais umas coisas para me impressionar?

- Tipo o que? – Ela perguntou, eu estava prestes a responder, “tipo tirar essa blusa e cair de boca” quando a porta atrás de mim se abriu.

- Vamos Franklin, você precisa treinar.

- Empata! – Exclamei

- O que significa “empata? ” – Perguntou Lilith

- Significa que tu me empatou.

- Mas nós não jogamos nada. – Ela falou confusa

- Deixa pra lá.

Nós fomos para a rua treinar, fizemos isso durante o dia inteiro, nós só paramos para comer as refeições, Rachel veio nos ver algum tempo, e algumas pessoas passaram pelo castelo, Quando Rachel veio nos visitar ela me xingou bastante, acho que ela não levou minha pegadinha na brincadeira, problema dela.

Lilith disse que eu aprendia rápido, mas eu sentia que era muita coisa pra lembrar, movimentos, giros, saltos e rodopios, espadas, faíscas, embates e cortes, na horizontal, vertical, com uma, duas mãos, na diagonal girando, aquilo era demais pra minha cabeça então quando eu fui deitar a noite nem lembrei que eu poderia tentar alguma coisa com a Rach, dormi como uma pedra, sonhei com minha casa e meus amigos, a saudade começou a me afetar ainda mais, o medo de nunca encontrar eles de novo me bateu, queria poder ver todos e dar um abraço antes de ir para o que me esperava, eu não me sentia pronto para tudo aquilo, mas sabia que não tinha escapatória, mesmo que eu fugisse eu nunca conseguiria voltar pra casa, eu não estava nem no meu tempo, as pessoas aqui não sabem nada sobre meu mundo, talvez minha aparição tenha sido tão chocante pra eles quanto foi pra mim.

Acordei com Lilith batendo em meus aposentos.

- Vamos herói. Temos de pegar sua armadura que já deve estar pronta, e depois vou lhe ensinar como vesti-la mais rápido que um coiote.

- Já estou indo. – Respondi, vesti minhas roupas e deixei Rachel dormindo. Lilith e eu tomamos café e só então saímos para buscar a armadura na rua as pessoas pareciam me reconhecer, algumas bateram palmas para mim e outras reverenciaram.

- O que foi isso? – Perguntei

- Todos ouviram a história sobre o garoto que derrotou os lobos amaldiçoados. – Ela explicou

Quando chegamos à loja o vendedor logo veio até nós trazendo minha armadura, provei ela e achei ótima, ela encaixava perfeitamente no meu corpo e não era nem perto te tão pesada quanto eu achei que seria, me senti em um vídeo game, agora eu era um guerreiro com armadura de ferro +45 em defesa. Só então, quando eu estava começando a apreciar alguma coisa de verdade, tudo começou a dar errado de novo.

Assim que saímos na rua o tempo começou a escurecer, pessoas pela rua comercial começaram a recolher bancas e fechar lojas, colocando suas coisas pra dentro, alguns vendedores de rua pegaram suas mercadorias para se recolherem para suas casas, a população em suma, começou a se mexer para fugir da chuva.

- Vamos logo para o castelo. – Falou Lilith nervosa

- Sim, estamos indo. – Falei caminhando.

- Eu estou falando sério. – Disse ela me puxando pela mão – Temos que chegar antes da tempestade.

- Mas por que? – Falei seguindo ela que estava praticamente correndo e jogando as pessoas do caminho para longe da nossa frente

- Eu te explicarei depois.

Acontece que com a confusão de pessoas indo embora e tudo mais o lugar ficou realmente difícil de se andar, a multidão era muito maior do que antes, era como se todas as pessoas da cidade estivessem ali, Lilith levantou a espada no ar e disse.

- Saiam todos da frente, ordens da conselheira primordial

E todos abriram caminho para nós, desejei ser conselheiro primordial na escola, imagina só “Todas as garotas tirem suas camisas” “Todas as garotas tirem suas saias” “Todas as garotas transem comigo” quem dera ter esse tipo de poder. Quando estávamos chegando no palácio, já cruzando as gramas que dividiam da burguesia começou a chuva, Lilith pareceu se apavorar, um trovão ecoou do céu e um raio em nossas frentes, entre nós dois e o castelo apareceu um grande homem, grande mesmo, tipo 50 metros de altura, ele era branco e barbudo, seus cabelos eram grisalhos como sua barba, ele vestia uma tanguinha e uma coroa de folhas, seus músculos eram enormes, não por que ele era enorme, mas por que ele era forte mesmo. Seus olhos eram como os da garotinha naquela noite escura e chuvosa 40 anos atrás. Lilith caiu de joelhos ao meu lado.

- ENTÃO AQUI ESTÁ VOCÊ GAROTO. – Gritou o homem.

Ignorei o que ele disse e me virei à Lilith

- Quem é este? – Perguntei.

- Este é Zeus.

E foi assim que eu dei as costas para um deus.


Notas Finais


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