-Ficou louca? - Justin perguntou e parecia irritado com o que eu falei. - Eu não vou entra ali e você muito menos. - Suspirei e voltei a olhar para aquele grande animal dentro da jaula. Talvez ele esteja certo, eu estou ficando louca.
-A Katharine entrou. - Falei cruzando os braços e me virei para ele que balançou a cabeça em negação.
Não que eu queira entrar lá, até porque não quero, mas se alguém já entrou é porque talvez não seja tão difícil assim. Katharine era muito nova quando fez isso e de algum jeito ela saiu viva de lá.
-Katharine era louca...e eu estou percebendo isso cada dia mais. - Justin falou antes de se virar para ir embora visivelmente irritado por ter chegado até aqui atoa. - Vamos sair daqui, não tem nada que podemos fazer e foda-se essa merda de diário, eu não quero mais saber disso. - Ele disse se afastando de mim e eu olhei uma última vez para o leão antes de segui-lo.
Não sei porque a irmã dele fez essas coisas dessa forma, ela devia ter muita coisa pra esconder, coisas bem sérias para chegar a esse ponto, mas não estou aqui para julgar ninguém, eu nem conhecia ela.
Eu estou sim com medo daquele bicho enorme mas não sai de casa para simplesmente não fazer o que vim fazer. Eu odeio deixar as coisas pela metade, odeio não completar tudo que tenho que fazer. Sou uma espécie de perfeccionistas, comecei tenho que acabar.
O Justin estava irritado e eu preferi manter a distancia. Ele já não é uma flor de pessoa quando está de boa imagina agora? Eu não queria esta na pele da pessoa que ele vai descontar essa raiva.....mas espero que essa pessoa não seja eu, o que provavelmente vai ser.
Olhei para o lado e meus olhos bateram imediatamente numa menina nova de cabelos pretos até a altura dos ombros e olhos azuis, que estava vestida como funcionária do zoológico, ela deve ter uns vinte anos e exibia um grande sorriso nos lábios, realmente bonita. Ela estava prestes a entrar na jaula dos passarinhos e usou um enorme molho de chaves para abrir a porta.
-Justin. - Gritei ele que já estava mais na frente, mas não ligou a mínima para mim. Eu tento ajudar e isso que eu recebo, sou uma idiota mesmo. Fui andando apresada até ele e parei na sua frente o impedindo de andar. - Podemos pegar as folhas. - Falei sorrindo e ele revirou os olhos.
-Já falei que não. - Falou tentando desviar de mim mas eu não deixei. Se ele me deixasse pelo menos acabar de falar.
-Escuta só, você me fez vim até aqui para amarela? Que tipo de bandido você é? - Perguntei cruzando os braços e o Justin me jogou um olhar de reprovação pelas minhas palavras.
Eu ainda não aprendi a ficar calada, mesmo já vendo que cada vez que eu abro minha boca para questionar alguma coisa no Justin, ele surta.
-Você me respeita, sua vadia. - Ele disse se aproximando de mim como se realmente fosse fazer algo comigo. Ignorei o insulto e respirei fundo para não manda-lo a merda agora mesmo. Ele cisma em me chamar de vadia a todo o momento e um dia ainda vai levar um soco por isso.
-Está vendo aquela moça bonita ali dentro da jaula dos passarinhos? - perguntei apontando para a mulher porém discretamente. Eu tive um plano que pode dá certo. - Ela deve ter as chaves de todas as jaulas, e se conseguirmos pegar, podemos entrar lá, mas não vamos poder pedir ajuda dela porque com certeza vai achar que somos malucos. Então vamos ter que ir por conta própria. - Contei o meu plano maluco e ousado mas, confiante que possa da certo.
-Entra lá não é o maior problema. - Justin me olhou. - O problema é o animal, como você pretende tirar ele de lá? - Justin perguntou com uma das sobrancelhas erguidas e eu não sabia o que responder. Não tem como tirar o leão de lá.
-Não vamos tirá-lo de lá, vamos distraí-lo com alguma coisa enquanto pegamos as folhas. - Nem eu mesma estava confiante no meu plano mais, até porque não faço ideia se vai da certo ou não, porque se não dê, alguém morre. Justin riu sarcástico como se eu tivesse falado algo ridículo. - Olha só, Justin Bieber, você quer ou não quer aquelas folhas? É a única opção que você tem agora, vamos roubar as chaves daquela moça e esperar o zoológico fechar e entrar aqui, vamos até a jaula do leão e vamos distraí-lo com carne, sei lá, e vamos pegar aquelas malditas folhas e ir embora para casa. - Falei séria e ele ficou me encarando em silêncio por alguns longos segundos e deu um sorriso lindo... muito lindo mesmo. Ok, esse não era o foco.
-Você sabe que isso é crime né? - Ele perguntou com uma das sobrancelhas erguida e eu assenti. Meu Deus onde estou com a cabeça?
-E você é um criminoso, então ficaremos bem. - Dei um sorriso forçado para ele que riu. Eu não acredito que estou dando ideias para um crime, porque invadir lugar privado é crime, mas levando em conta que é por uma boca causa eu estou dentro.
-Ok, seu plano é bom e pode da certo, mas não sei se vale a pena correr um puta risco por causa dessas merdas. - Ele disse dando de ombros e eu bufei. Agora ele vai fingir que está nem aí para essas folhas? Ele foi até a minha casa e falou com as minhas tias por causa de nada?
-Eu sei que é importante para você a história que a Katharine conta nessas folhas, você não precisa fingir que não se importa. Ela era sua irmã e foi tirada de você brutalmente e deve ter sido difícil, essas coisas que a Katharine escreveu são algo novo sobre ela que você ainda não conhece e sei que quer conhecer. - Falei olhando nos olhos de Justin e parecia que eu tinha tocado na chavinha escrito " Khatarine" que tem dentro dele, não é a primeira vez que ele fica com essa cara quando eu falo dela, mas eu não vou pedir desculpas ou algo do tipo, eu estou certa.
-Essa é a questão, não sei se quero descobrir o resto. - Ele disse passando a mão na nuca como se estivesse nervoso e eu o olhei confusa. Não era tudo que ele mais queria? Descobrir tudo que há por trás desses enigmas? O que está acontecendo? - Foram só algumas folhas e eu já me decepcionei mas do que quando ela estava viva, e eu não sei mais o que pode vim. - Ele falou e eu assenti. Agora eu entendi o que está acontecendo, essa Katharine escreveu os segredos mais obscuros sobre ela mesma nesse diário e o Justin está descobrindo tudo aos poucos. Deve ser horrível essa sensação.
-Acho que você está magoado com ela por causa do que leu, mas você só vai saber do resto se pegar aquelas folhas,você só vai saber o que mais ela escondeu de você esse tempo todo, se for até lá. - Eu estava tentando incentiva-lo a continuar. Ele começou isso então nada melhor do que acabar logo.
Justin assentiu confiante antes de passar por mim e ir em direção a moça que eu havia falado.
Oi? O que ele vai fazer? Eu nem tinha falado o plano para chegamos até a mulher, até porque eu não tinha um plano ainda.
Eu não faço ideia do que ele vai fazer mas não estou tão preocupada, meu plano é invadir um zoológico, qualquer coisa que ele planeje é menos pior.....ou não.
Fiquei olhando Justin falar com a menina que não tirava o grande sorriso dos lábios assim como Justin que olhava para ela como se quisesse comê-la. Cheguei a conclusão de que ele estava dando em cima dela na cara de pau mesmo. Então esse era o plano dele, seduzir a jovem menina, bem a cara do Justin isso, ele deve fazer coisas parecidas todas as noites com a mesma naturalidade que respira.
O olhar da menina sob ele era de completo encanto e isso é porque ele está fazendo o seu papel de "bom menino legal", o mesmo que ele fez para as minhas tias hoje mais cedo.
Quando ele se aproximou e deu um beijo na boca dela revirei os olhos e me virei para olhar as tartarugas num lago próximo a mim. Eu não preciso ficar olhando ele fazer isso, eu não quero ficar olhando ele fazer isso.
-Ele beija as pessoas como se não fosse nada. Babaca. - Falei para mim mesma enquanto encarava aquele laguinho. Eu estou irritada por esse beijo, mas só porque ele é um idiota de fazer essas coisas com as pessoas,só por isso, e ele já fez comigo.
Quando olhei de volta segundos depois o Justin não estava mas lá,nem a menina. Olhei para todos os lados a procura dos dois e nada. Por que estou preocupada? Não é meio óbvio que ele foi fazer? Justin Bieber é oficialmente o cara mas nojento que eu conheço.
Me sentei num banco que tinha a alguns metros de mim e resolvi esperar. Eu não quero nem imaginar o que eles estão fazendo agora, porque só de pensar já me dá um embrulho no estômago e uma vontade de vomitar. Estou com raiva sim, mas da atitude dele, Justin usa as pessoas para chegar até onde quer e isso me deixa com raiva.
[...]
Já tinha se passado uma hora, já eram seis e meia e o zoológico fecha às sete. Estou esse tempo todo aqui sozinha tentando não dormir, sentada enquanto o Justin deve está fazendo sei lá o que com essa menina, na verdade eu imagino bem o que ele está fazendo.
O lugar já estava ficando vazio e eu ficando com frio. O Justin tem um jeito muito estranho de resolver as coisas e eu nem vou questionar nada quando ele chegar, só quero resolver logo isso e ir para casa, aliás é graças a esse diário que estou viva certo? Desvendar esse números faz o Justin precisar de mim e não querer se vingar por eu ter jogado bebida na cara dele e ter quase contado a diretora sobre ele ser um bandido. Além de ajudá-lo nos trabalhos da escola, mas com certeza o diário é o mais importante.
-Consegui. - Ele falou passando por mim e indo em direção à saída. Olhei para trás e não tinha quase ninguém e nem vi sinal da moça. Espero que ela esteja pelo menos viva, não quero ser cúmplice de um assassinato. Me levantei do banco e comecei a segui-lo em direção a saída.
-Vamos esperar fechar. - Falei apertando o passo para acompanhá-lo e ele assentiu.
-Até que esse plano me trouxe alguma coisa legal. - Ele falou parando do lado do carro. - Obrigada, Liz. - Disse em tom sarcástico antes de abrir o carro e entrar no mesmo, me deixando do lado de fora com uma cara de bunda. Ele é muito idiota.
-Me poupe de saber o que você fez com a menina. - Falei assim que entrei, para corta esse assunto de vez. Não me interessa saber das intimidades do Justin de forma alguma.
-Não fiz nada que você também já não tenha feito. - Ele falou se encostando no banco e depois soltou um risinho antes de me olhar com um sorriso debochado nos lábios. - Porém você tem cara de que nunca fez. - Ele disse preste a ri e eu jogue meu olhar de ódio para ele.
-Não é da sua conta. - Cuspi as palavras e me virei para a janela. E realmente não era da conta dele. Onde já se viu ele vim querer saber da minha vida pessoal agora, como se fossemos amigos.
-Você ainda é virgem. - Ele gargalhou e eu tentei ignora-lo. - Quem ainda é virgem aos dezessete anos? - Ele estava tratando isso como uma piada e já estava me irritando de verdade. - Talvez seja porque os caras não gostam de pegar as nerds, sabem o que dizem, nerds são muito sem sal. - Tentou me alfinetar e eu já estava no limite do estresse com ele hoje. Depois de ter ido até a minha casa na cara de pau e falado com minhas tias, ainda me deixou sozinha naquele zoológico por uma hora enquanto transava com uma garota que acabou de conhecer. Acho que ele não tem direito nenhum de fazer gracinha comigo hoje.
-Para a sua informação eu não tenho nenhum problema em ser virgem, aliás isso por acaso te incomoda? Não deveria, porque nem meu amigo você é, além do que, eu sou uma "nerd sem sal" que está ajudando você a passar de ano e a descobrir coisas ocultas do passado da Katharine então você deveria está agradecendo de joelhos por eu ser nerd e está na sua vida e por ultimo.....vê se me erra, eu sou só um trabalho para você não tem porque se preocupar com a minha vida íntima. - Falei tudo com toda a raiva que tinha naquele momento. Para mim já deu, ele estourou a cota do dia.
Eu sou nerd sim com muito orgulho e não vai ser a opinião dos outros que vai mudar isso e eu também não tenho porque aturar as brincadeirinhas do Justin como se ele fosse meu amigos pôs ele não chega nem perto disso.
-Não é a primeira vez que você diz isso. - Ele falou me encarando e eu dei de ombros. - Porque insiste em dizer que você é só um trabalho para mim? - Perguntou curioso e eu quase gargalhei com a pergunta. Não é óbvio? Ele me usa e me suporta porque é necessário só por isso.
-Me poupe né,Justin, vai me dizer que é mentira? - Esbravejei irritada. Eu não consigo conviver com ele passivamente quase nunca.
-Eu não disse que era mentira. - Ele deu de ombros e eu preferi ficar calada. - Mas não disse que é verdade. - Olhei para ele. - Meus trabalhos geralmente são bastante divertidos eu não tenho muitos problemas com eles e se tenho mando alguém resolver, sou o chefe...mas com você eu não posso fazer isso, eu não posso tirar você dos meus olhos até o final do ano, não posso me livrar de você com um simples estalar de dedos..... Então, você nem se compara ao meu trabalho. - Ele piscou para mim e eu continue o olhando.
Justin me odeia eu sei, e convivermos juntos é um castigo e isso ele também sabe. Então ele acha que me provoca o máximo que conseguir para me ver irritada e no limite até eu chegar ao ponto de sumir ou algo do tipo vai funcionar? Ele está muito enganado, pós eu sei suporta pressão.
-Não vamos ficar aqui parados, precisamos de no mínimo oito quilos de carne para alimentar o nosso amiguinho lá. - Falei encarando o nada e o Justin continuou em silêncio e ligou o carro.
Não vou questionar o que ele falou, pós foi tão ofensivo como ser chamada de trabalho.
[...]
Dez quilos de carne e uns quarenta minutos depôs, já estávamos de volta ao zoológico só esperando o último funcionário sair. Não sei se esse plano vai realmente dá certo e eu estou rezando para que dê.
Sei que esse diário e essa história, não são minhas, eu não tenho nada haver com isso, sei também que o Justin não merece nenhum tipo de compaixão e apoio, mas apesar de tudo que esse homem faz, eu entendo como é perder alguém que ama. Apensar de não ter conhecido minha mãe, carrego essa dor comigo desde que me conheço por gente e eu só queria que fosse diferente, que nada daquilo tivesse acontecido, mas eu não posso voltar atrás e eu daria tudo para ter qualquer coisa recente dela, que me fizesse pensar que mesmo ela não estando aqui eu poderia conhecê-la mais. Por isso entendo o Justin, ele quer se conectar mais com a Katharine e eu não poderia negar ajuda. Sim sou muito sensível com essas coisas de perdas familiares.
-O último babaca saiu. - Justin falou apontando para a frente e eu suspirei aliviada. Eu estou exausta, e quero acabar logo com isso. - Ok vamos revisar o que vai acontecer, isso é um crime e você sabe disso certo? Se entrar não tem como voltar atrás ok?- Assenti tendo total consciência de que, quando eu passar daquele portão eu vou ter cometido o primeiro crime da minha vida, nada comparado com o que o Justin já fez. E eu nem sei se pode ser considerado um crime, mas para quem nunca entrou em lugar nenhum escondido é muito louco. - Eu vou entrar lá enquanto você distrai o leão, pegar as folhas e sair o mais rápido que conseguir. Depois ir até a sala de segurança para apagar os vídeos e podemos ir embora, sem imprevistos temos que ser rápidos ouviu? - Ele falou comigo como se eu fosse uma tapada, coisa que eu não sou.
-Eu entendi tudo....só tem uma questão. - Falei pensativa. - você sabe ler gráficos? - Justin me olhou confuso e eu bufei frustada. - Se você não sabe ler gráficos, não tem com você entrar lá e saber exatamente onde esta aquelas folhas. - Ele me olhou ainda mais confuso.
-Não está na pedra? - Ele perguntou e eu assenti.
-Está na pedra, mas você viu o tamanho daquela pedra, não é tão fácil achar em poucos segundos. - Ele assentiu me entendendo. Não dá para continuar com essa parte do plano, não dá para ele entra lá e procurar uma coisa que ele não faz a mínima ideia de onde está. - A única chance é se eu entrar. - Falei pensativa. Não tem outra forma, eu conheço bem os números e será fácil para mim.
-Nem pensar, você não vai entrar. - Ele vetou a minha ideia completamente. -Você não pode morrer - Falou sério para mim. -....se você morrer...se morrer eu me fodo, porque para todos os efeitos todo mundo sabe que você está comigo agora e eu não quero me foder por sua causa de novo. - Ele disse rápido se virando para a frente e eu continuei o encarando. A única coisa que importa para ele é me deixar viva para não ser acusado da minha morte? Meu Deus, porque eu ainda estou ajudando esse menino?
Tapei os olhos com as mãos e comecei a respirar fundo diversas vezes para tentar me acalmar. Eu tenho ajudar mas ele não quer ajuda, então também não posso fazer nada.
-O quanto ela era importante. - Perguntei tirando as mãos do rosto e o Justin fingiu que não ouviu a minha pergunta. - O quanto ela era importante? Diz? - O olhei esperando uma resposta. Sei que era a irmã dele e deve ser muito importante mas eu preciso ouvir.
-Ela era a coisa mais importante da minha vida e não pergunte o porque. - Ele disse serio e desviou o olhar de mim, suspirei fundo.
-Você faria tudo por ela....você faria de tudo para te-la de volta, para ter alguma coisinha mesmo que seja mínima dela...então não podemos desistir. - Falei sendo sincera e ele negou. - Eu entendo como é sentir falta de alguém, você lembra? Eu entendo o que você sente mesmo que bem pouco. - Tentei convencê-lo.
-Você não tem nada haver com essa história, você não sabe de nada, eu te conheço a uma semana garota. - Ele tentou ser arrogante mas pela primeira vez essa tentativa foi falha.
-Eu já estou envolvida nessa história até o pescoço, Justin. - Ele me olhou. - Você entraria lá por ela e eu sei, você não precisa me provar isso e nem provar isso para ela até porque...... ela não ia querer que você entrasse. - Suspirei. - Eu vou, eu tenho que ir. - Ele me olhou pronto para dizer algo mas eu falei antes. - Eu vou fazer isso pela Katharine, não pense que é por você. Ela colocou uma matemática quase impossível para se resolver que só eu consegui, de todos só eu fui capaz, e agora isso do leão, ela acreditava que quem conseguisse desvendar as contas também ia conseguir entrar lá, então eu posso. - Ele negou. - Nada disso foi feito para você, foi feito para quem descobrisse tudo, e eu sou essa pessoa. Me deixa ir. - Eu devo está louca por pedir para entrar na jaula de um leão mas é óbvio o que está acontecendo aqui, ela não queria que ninguém que não entendesse as contas chegasse até as folhas. Se fosse para ser fácil ela não fazia coisas tão difíceis de resolver.
Eu não sei quase nada da Katharine mas espero que as coisas que estejam naquelas folhas valham a pena de verdade.
-Ok, mas você vai me prometer que não vai morrer. - Justin falou como se fosse uma ordem e eu ri. - Estou falando sério, você não pode morrer então vamos tomar bastante cuidado. - Assenti sorrindo e abri a porta do carro.
Não quero pensar que estou prestes a entrar na jaula de um animal que não tem noção nenhum do que faz, eu não quero machuca-lo, e espero que ele não queira me machucar também. Eu consegui uma coragem tremenda para entrar lá para pegar uma coisa que eu nem vou ler, isso é o cúmulo da burrice, mas eu já tenho os meus motivos para ajudá-lo mesmo sendo loucura.
Assim que entramos pela porta da frente do zoológico, que abrimos com a chave, me deu um frio na barriga instantâneo. O lugar estava um silêncio desesperador.
Andamos atentos até a jaula cinco e eu olhei para aquele bicho enorme sentado na sua grande pedra como se fosse o rei, e para ser exata ele é.
-Ainda dá tempo de mudar de ideia. - Justin falou pulando a cerca que impedia o público contado direito com a jaula.
Eu poderia falar não, e sair correndo daqui. Mas eu fui desafiada a isso e eu não vou sair até acabar.
-Não vou desistir. - Falei dando os sacos com as carnes para ele por cima da grade.
-Você é muito corajosa para uma garotinha, estou surpreso. - Ele afirmou me entregando as chaves e eu dei um sorriso forçado para ele.
-Pensei que tinha provado ser corajosa quando joguei bebida nos seus olhos. - Falei sarcástica antes de pisca para Justin que ficou sério na mesma hora. Agora vai ser assim, se ele vim me atacar vai receber o mesmo de volta.
-Acho que vou deixar o leão te atacar. - Ele falou me olhando de cima a baixo e eu coloquei as mãos na cintura. - Ele ia ter bastante carne para comer pelo menos. - Ele falou depois de me analisar de cima a baixo novamente.
-Está me chamado de gorda? -Perguntei começando a ficar irritada e ele riu. Justin é tão ridículo que não faço ideia de como ninguém teve a brilhante ideia de jogar bebida nos olhos dele antes de mim. Qualquer coisa que ele fala já me dá vontade de pegar um copo e virar bem na cara de sarcástico sedutor dele.
-Não é bem de gorda que estou te chamando. - Ele me analisou de novo. - Até que você é gostosinha...- Ele falou sorrindo lindamente e eu senti um arrepio pela minha nuca e desviei os olhos dos dele que estavam me encarando encantadores. Mas acho que ele se deu conta do comentário que fez e ficou sério. - Para o leão, você é gostosinha para ele. - Justin se explicou e eu assenti me virando para ir até a porta da jaula que era atrás.
O comentário dele foi nojento igual a ele, então só posso dizer que senti...senti nada, ele fala isso para todas as garotas que encontra, aliás ele acabou de transar com uma a horas atrás e nem tinha trocado meia dúzia de palavras com ela. Eu não caio nessa, não mesmo.
Parei de frente para a porta e respirei fundo três vezes e comecei a ficar nervosa. Estava tudo de boa até chegar a hora de fazer, se der errado eu morro, simples assim. Justin não tem como me ajudar ele está lá fora e a uns dez metros de mim. A solução é pedir a Deus para me proteger e deixar aquele bicho bem longe.
-Ok...pode começar. - Gritei para Justin e alguns pássaros das jaulas próximas se assustaram, fizeram barulhos altos que fez o leão rugir e meu coração acelerou mais ainda quase saindo pela boca. Eu estava arrepiada só de ouvir aquele bicho. Deus me ajude.
Procurei a chave certa que estava escrito " leão" nela, enfiei na fechadura de vagar e ouvi o barulho da grande porta destrancando.
-Ok, Liz, vai rápido. - Justin gritou para mim - Ele já saiu da pedra. Vem cá comer. - Justin gritou para o leão. - Te garanto que essa carne é mais saborosa que a menina lá. - Falou debochando de mim mas eu estava muito nervosa para revidar qualquer coisa. Entrei na parte de trás da jaula que não dava nem para enxerga a frente ou o animal. Olhei para uma placa que estava do lado da placa que dizia " king" com a foto do leão do lado. Nome bem propício por sinal.
-O nome dele é king, tenta chamá-lo pelo nome. - Falei tremendo de medo de prosseguir.
-Nem pensar que vou chamar ele pelo nome e fica calada para ele não ouvi você, anda logo, Liz. - Justin falou e eu assenti. Não posso amarela agora.
Havia na minha frente uma rampa que dava diretamente para a parte de cima da jaula onde era a pedra. A jaula em si era uma imitação de savana, com um grande monte de terra e areia com a pedra e caminhos até a parte de baixo. Se eu escorregar eu caio e com certeza o leão me ataca e morro em seguida, simples assim.
Subi a rampa com cuidado e quando olhei para o lado vi o leão se aproximando do Justin que estava colocando um pedaço de carne bem na frente dele mas com grandes barras de ferro impedindo qualquer contato entre os dois enquanto eu estou completamente exposta.
Meu coração estava incontrolável e meus nervos à flor da pele. Eu acho que só me dei conta da loucura suicida que estou fazendo, agora que estou subindo essa pequena montanha enquanto tem um leão faminto a menos de cinco metros de mim. Eu já estou aqui e não vou desistir.
Respirei fundo e segui em frente até o topo da montanha, parei atrás da pedra do leão e peguei a folha do meu bolso com as contas que já tinha feito.
-Comê mais, ainda não acabou. - Justin falou jogando mais carne e o leão estava comendo distraidamente. Isso é bom muito bom e até me passou mais confiança. Ele nem vai me ver aqui, vou entrar e sair rapidamente.
Olhei para a folha e fiz o que devia fazer para chegar até o ponto correto mas não tinha nada. Óbvio, não ia está na cara assim, jamais. Então só pode está enterrado aqui.
Olhei para trás em busca de algo para me ajudar a cavar e vi uma espécie de galho groso de árvore. Vai isso mesmo.
-Liz, porque tá da demorando porra, ele não quer mais comer. - Justin avisou e eu nem dei muita confiança apenas abaixei e comecei a cavar. Se a Katharine estivesse viva eu a matava por isso, mentira, eu nem conhecia ela e seria bem capaz de eu nunca conhece-la se ela estivesse viva.
Tentei cavar o mais rápido possível para sair logo dali. Eu não sei como essa garota escondeu isso, mas ela merece o prêmio de mais louca do mundo.
-Ei volta aqui King, tem mais. - Justin gritou. - Liz sai dai logo, porra. - Ele me chamou mas eu estava eufórica demais para presta atenção em qualquer coisa.
Senti uma coisa sólida e notei uma caixa rosa parecida com a última que achamos e suspirei aliviada. Finalmente, agora vou poder sair daqui. Tirei a caixa do buraco e sorri satisfeita.
-Consegui. - Levantei do chão com a caixa e olhei para frente e não vi mais o leão só o justin com uma cara assustada olhando para mim.
-Liz,não se mexe....- Justin falou e eu olhei para o lado vendo o leão subir a rampinha bem lentamente enquanto me olhava. Coloquei a mão rápido na boca para não gritar. - Não se mexe porra. - Justin gritou e eu não conseguia nem respirar direito, eu estava com falta de ar e sentia minhas pernas tremerem como nunca. Eu estava em choque olhando para aquele bicho enorme e sem reação nenhuma era como se eu tivesse paralisado ali.
P.O.V Justin
Eu não sabia o que porra fazer. Aquele animal estava indo para perto da Liz e se ela se mexesse ele iria correr até lá e atacar o que com certeza iria mata-la. Puta que pariu, eu sabia que a Liz não deveria ter ido, agora eu tenho que pensar num jeito de tirá-la o mais rápido possível.
Eu não sei o que fazer e ela vai morrer se eu não pensar rápido. Meu coração estava acelerado e eu não sei descrever o que estava se passando dentro de mim eu só não estava conseguindo vê a Liz ali preste a ser devorada por um animal e não poder fazer nada.
Pela primeira vez eu vi Liz com medo e vulnerável a alguma coisa e isso estava me deixando mais nervoso ainda. Eu posso só conhecê-la a uma semana mas eu sei que ela está morrendo de medo e eu também.
Eu não posso deixá-la morre, de jeito nenhum.
-Liz. - Tentei manter a calma para deixa ela calma mas estava muito difícil. - Fica calma, não se mexe que eu vou até você. - Olhei para o leão que agora estava em cima do monte. Porra, como vou tirá-la de lá?
-Se você entrar aqui ele vai te atacar. - Liz falou baixo e eu ignorei totalmente. Foda-se o que ele pode fazer comigo eu só não vou deixa a Liz lá dentro e ficar aqui fora assistindo ela morre.
-Se eu não for aí, não tem como você sair e ele vai te matar. - Falei indo para a parte de trás da jaula o mais rápido que pude, entrando pela porta e fui para a frente da rampa vendo o leão sentado a poucos metros dela. Ele parecia esperar qualquer reação da Liz para atacar.
Minha adrenalina estava a mil e eu ainda não faço ideia de como vou tirá-la dali.
-Justin...- Ela falou com uma voz de choro e eu mexi nos cabelos desesperado. Porra, o que eu faço? - Justin, sai daqui, eu vou tentar...- Ela não completou a frase e isso estava me sufocando, vê Liz assim estava me deixando mal, muito mal,como se eu sentisse tudo que ela está sentindo lá em cima só que pior.
-Você não vai se mexer, até eu pensar em alguma coisa para te tirar daí. - Falei sério para que ela não se mexesse até eu ter algo em mente.
-E você acha que ele vai esperar...é um animal irracional, Justin....ele só vai atacar para se defender. - Ela não conseguia nem completar a frase de tanto que chorava e soluçava. Ela tá achando que vai morrer...eu sei disso.
-Eu não vou deixar você morrer, Liz Blue. - Falei sério e ela fechou os olhos, eu já não sabia o que dizer.
Junto com as milhares coisas que estavam passando pela minha cabeça ao mesmo tempo, veio uma ideia que eu me perguntei como não tinha pensado nisso antes, é a única solução.
-Ok Liz, pode vim. - Falei confiante, ela se virou lentamente para mim e eu me aproximei um pouco mais. - Não olhe para ele, olhe para mim, olhe nos meus olhos. - Ela assentiu e eu respirei fundo. - corre e não pare de correr até chegar aqui. - Coloquei uma mão para trás e a outra estiquei para ela pegar.
-O que você...
-Não pergunta so vem. - Falei sério. Ela não precisa fazer porra de perguntas agora, temos que agir rápido. - Você está pronta? - Ela assentiu e eu fechei os olhos e respirei bem fundo para me concentrar. - Quando eu falar vem, você corre. - Olhei para o leão por alguns segundos e depois para a Liz. - vem. - Gritei para ela que assentiu e começou a correr em minha direção, o leão veio atrás dela rapidamente enquanto Liz tinha que descer o pequeno monte, ela não estava rápido o suficiente. Quando ela chegou perto da parte baixa o leão pulou em cima da Liz mas antes que ele pudesse encostar nela peguei minha arma nas costas e disparei três tiros contra ele, que o fez cair morto no chão a poucos metros dela.
Liz conseguiu chegar até a mim, e eu a abracei forte e ela retribuiu, agora chorando o triplo do que estava antes. Ela estava tremendo tanto que parecia que ia desmaiar.
-Fica calma, acabou, não tem mais perigo. - Falei mais aliviado e ela não parava de soluçar e tremer. Eu sabia que não era para ela ter entrado aqui, estava na cara que ia ser perigoso demais. Mas ainda bem que ela estava viva.
-Você matou ele...- Ela disse entre os soluços e eu assenti. - Meu Deus...
-Antes ele do que você. - Passei a mão pelos cabelos dela que encostou a cabeça no meu peito. Só a Liz mesmo para esta preocupada com o leão nessa situação. - Temos que ir embora, antes que alguém chame a polícia por causa do barulho. - Olhei para os lados e eu tinha total certeza de a vizinhança inteira tinha ouvido os tiros.
Me afastei de Liz e peguei na mão dela que estava gelada, saímos daquele lugar e eu já imaginava a repercussão que isso ia da, as pessoas que defendem os direitos dos animais iam querer saber como isso aconteceu até o último minuto. Eu não tivesse culpa, foi em legítima defesa e eu não vou para cadeia por ter matado um leão, nunca fui por matar pessoas não é por esse bicho que vou.
-Tenho que ir na sala de segurança apagar as imagens. - Falei para a Liz que andava calada ao meu lado. - Você espera aqui? - Perguntei e parecia que eu estava falando sozinho.
-Vamos ser presos por isso? - Ela perguntou quase sussurrando e eu neguei. Ninguém aqui vai ser preso.
-Não se eu apagar os vídeos. - Liz assentiu me entregando as chaves e soltou a minha mão de vagar como se não quisesse fazer aquilo, eu fui em direção à sala de segurança que não ficava muito longe dali e usei a chave para abrir a porta.
Havia vários computadores com as imagens em tempo real de todo zoológico e eu não faço ideia do que fazer, nunca fui bom com tecnologias isso tudo parece de outro planeta para mim. Mas conheço alguém que é bom nisso e para ele que vou ligar.
Peguei meu telefone no bolso da calça jeans e tratei de ligar para o Matt o mais rápido possível. Não posso ficar muito tempo aqui.
Assim que Matt atendeu fui direito ao ponto.
-Como eu faço para apagar todo um sistema de segurança? - Perguntei antes que ele falasse qualquer coisa.
-Como assim? - Matt perguntou confuso. - Que merda você aprontou dessa vez? - Bufei irritado. Isso não é hora de pergunta o que eu fiz e sim de me dizer logo que porra eu tenho que fazer.
-Só me diz o que eu tenho que fazer e rápido, porra. - Falei nervoso e o ouvi suspirar do outro lado da linha.
-Você quer apaga-lo para sempre ou provisoriamente? - Que merda de pergunta é essa? Não é óbvio que é para sempre? Se não fosse eu não estaria agora aqui parado esperando ele falar algo útil.
-A menos que você queira que eu seja preso é melhor apagar para sempre. - Falei sério e o Matt ficou uns dez segundos em silêncio.
-Demora umas três horas para apagar tudo do dia de hoje, mas pelo visto você não está com tempo, então....- Ele parecia pensar. - Você vai ter que trazer o HD e a memória do sistema com você até a mim e eu apago. Para fazer isso você precisa abri uma caixa preta cheia de luzes que deve ter perto do computador, daí você pega um chip verde e uma placa azul e pronto. - Ele falou com calma enquanto eu tentava visualizar a caixa preta com luzes no meio de tantas telas.
-Como faço para abri? - Perguntei assim que meus olhos bateram na caixa iluminada em baixo de um monitor.
-Usa uma chave inglesa para abrir a porte de trás. - Olhei para os dois lados. Não tenho uma chave inglesa e muito menos tempo para procurar uma.
Puxei a caixa com a mão e a derrubei no chão fazendo-a quebrar bem no meio.
-Ou você pode jogá-la no chão e quebra-la. - Matt falou sarcásticos e eu me abaixei para pegar o que Matt falou, assim que peguei me agradeci e desliguei o telefone.
Sai da sala e fechei a porta com a chave, me afastei um pouco e dei um chute na porta fazendo-a abrir novamente. Ninguém pode suspeitar que quem matou o leão tinha as chaves daqui, aquela gatinha ainda está viva e bode abrir a boca.
Cheguei perto da Liz que estava parada no mesmo lugar e olhando para o o nada. Ela estava visivelmente abalada com o que aconteceu hoje, mas ela precisa relaxar, não posso levá-la para casa com essa cara de assustada.
-Ei Liz, está tudo bem? - Ela assentiu monótona e eu coloquei meu braço em volta do pescoço dela. - O que suas tias vão pensar de mim se você chegar nesses estado? - Perguntei andando em direção à saída com ela ao meu lado.
-Eu ainda estou nervosa, mais vou me aclamar, juro. - Ela falou e em seguida respirou fundo. - Pode deixar, sua imagem de menino bom vai ficar intacta. - Olhei para ela. Do que ela está falando?
-Você acha que estou falando isso por causa da minha imagem? - Perguntei sarcástico e parei da lado do meu carro e virei Liz para mim. - Eu só não quero você com essa carinha. - Passei a mão dela rosto dela limpando as lágrimas que tinham caído, analisei cada detalhe do rosto dela enquanto ela, estava parada sem se mexer olhando para mim.
-Eu já disse que estou bem. - Falou se afastando de mim e se virando para a porta do carro esperando eu abri.
Apertei o alarme destravando o carro. Dei a volta e entrei no mesmo sem falar nada. Essa garota está estranha demais, calada demais e eu não sei se isso é bom ou não.
Olhei para Liz antes de ligar o carro e ela também me olhou com a mesma expressão que está a uns vinte minutos.
-Por que esta me olhando tanto? - Ela perguntou séria e eu ri sarcástico. Ela ficou está doida ou completamente fora de si, só sei que ela esta muito diferente do que é normalmente.
-Por que você está sendo tão ignorante? - Perguntei confuso e eu realmente estava me sentido confuso com essa garota, aliás ela trás confusão para a minha vida desde que entrou nela.
-Por que está você sendo tão legal? - Perguntou petulante enquanto me olhava nos olhos da mesma forma que sempre olhou, como se não tivesse medo nenhum de mim e de quem eu sou, como se quisesse me desafiar a todo o momento. E ela sabe que isso me tira do sério. - Você queria me matar a menos de uma semana e agora está aqui sendo legal comigo? Não precisa fingir que gosta de mim. - Eu não faço ideia de onde essa garota tirou que eu finjo gostar dela ou qualquer porra do tipo.
-Eu não gosto de você não preciso fingir que gosto, você não é nada na minha vida a não ser uma merda de pedra que atrapalha o meu caminho. - Falei sem paciência para ela que aparentava esta bem indiferente para as coisas que eu acabei de falar.
-Eu não preciso que você goste de mim,eu não preciso que você sinta algo por mim...eu não preciso de você - Ela virou para a frente e respirou fundo antes de continuar a falar, agora, sem olhar para mim. - Você é um bandido sem coração e psicopata, tudo que você faz é milimetricamente calculado, até o jeito que você olha e fala comigo, você tenta me manipular o tempo inteiro para eu ser mais calma e assim ser mais fácil para você me aturar. - Disse séria e eu parei para pensar. Eu nunca fiz isso que ela falou, mas poderia, evitaria de me estressar quase sempre.
Mas eu não quero manipular ela, não tem porque eu fazer isso, de qualquer forma ela tem que andar como eu mando.
-Caralho, garota você é muito chata de verdade, que porra você está falando agora? Não é só porque eu sou um criminoso e mato pessoas filhas da puta, que por isso eu também perco o meu tempo manipulando nerdizinhas por aí. Eu já disse que não ligo a mínima para você. - Falei quase rindo da cara que ela fez quando se virou para mim depois que insinuei que ela é nerdzinha. Liz seria fica até um pouco mais interessante.
-Você entrou na fila de ser idiota muitas vezes né? Olha só...- Ela respirou fundo antes de falar e constatei que essa garota ia falar merda. - Você é um babaca, Justin Bieber - Liz se virou para a frente de novo - Quero ir para casa, por favor. - Fiquei olhando para ela que se manteve quieta e bufei irritado. Essa garota é maluca, completamente maluca e acaba me deixando mais maluco também.
Liguei o carro para sair logo dali, eu estava de boa até aquela garota surta e me deixar irritado. Eu até estava achando ela menos vadia nesses dias, mas parece que uma vez vadia, sempre vadia.
Eu não deveria me importa com a Liz nunca mais, da próxima vez que ela estiver em perigo vou ri enquanto ela morre, talvez assim ela aprenda a ser menos arrogante. Eu sou líder de uma gangue e ela nem ao menos me respeita, e ao invés de eu colocar limites eu acabo sendo legal com ela a deixando mais vadia do que já é.
Assim que parei na frente da casa dela, não disse nenhuma palavra e nem ela para mim. O carro estava em silêncio absoluto desde que saímos do zoológico.
Fiquei esperando ela sair logo para eu poder ir para casa mas ela continuou no mesmo lugar até começar a falar.
-A caixa. - Ela disse me entregando a maldita caixa que pegamos na jaula. Eu tinha até me esquecido dessa porra depois de tudo que aconteceu.
Peguei a caixa e olhei para a mesma. Podia ser a última e acabar logo com essa porra toda, mas sei que ainda falta algumas e eu não faço ideia do que esperar delas.
-Desculpa...-Liz disse baixo e eu a olhei no mesmo instante. - Desculpa por ter falado com você daquele jeito mesmo depois de ter me ajudado...ter me salvado, eu estava nervosa e depois do que você fez por mim eu devo a você, pelo menos um obrigada. - Ela disse mais calma e me olhou nos olhos.
-Depois de falar um monte de merda e me tratar mal pra caralho você vem pedir desculpas? - Perguntei com uma das sobrancelhas erguidas. Essa garota tem o humor mais instável que o meu.
-É, algum problema? Que eu me lembre você me tratou mal desde o primeiro dia que nos conhecemos e ainda não pediu desculpas por isso. - Liz cruzou os braços e me olhou com uma cara de deboche. Se fosse a cinco dias atrás eu ia querer matá-la por esta me olhando dessa forma mas hoje isso me faz ri.
-E você não espere que eu peça desculpas, por que eu não vou. - Ri sarcástico e Liz revirou os olhos. - Eu nunca peço desculpas, nunca. - Falei encarando ela que se aproximou com o mesmo olhar de deboche e ficou a sentimentos de mim.
-Então eu retiro as minhas desculpas. - Deu um meio sorriso e eu me mantive sério enquanto olhava para ela. Essa garota...ela tem algo, que eu não sei o que é mas que me faz querer ficar a olhando sempre.
Que porra de pensamento idiota.
-Não tem como retirar as desculpas. - Ri enquanto Liz ficava seria mas logo depois ela começou a ri também, uma risada sincera e fofa que a deixava linda.
-Porque está me olhando assim? - Liz perguntou parando de ri e olhando para mim.
-Não sei. - Respondi e eu realmente não sei o porque de eu está olhando tanto para ela hoje. Liz me olhou confusa e deu de ombros.
-Então....eu já vou, estou muito cansada foi um dia estranho e puxado. - Liz suspirou. - A gente se vê segunda na aula de matemática. - Assenti e ela sorriu para mim. - tchau. - Liz falou antes de abrir a porta e sair do carro.
P.O.V Liz Blue
Que dia mais entranho foi esse? Primeiro aquela conversa tensa com a Emily, depois o almoço cheio de carinho com o Kato, aí teve o Justin conversando com as minhas tias dentro da minha casa, o zoológico e eu quase ser morta por um leão mas sendo salva pelo Justin que ficou muito legal comigo do nada, e agora esse momento descontraído com ele, como se fossemos amigos...ou sei lá, parecia natural conversar com o Justin e ri, acho que foi a primeira vez que ri com ele, pós sempre é aquela guerra ou discussão entre nós.
Pela primeira vez eu não vi o Justin como perigo ou ameaça, eu o vi como um homem normal... e mesmo que por alguns minutos, achou que eu esqueci quem ele era e o porquê de está próximo a mim, pela primeira vez, eu quis ficar perto dela mais tempo.
Mas a única coisa que eu tenho certeza é que eu nunca mais vou atrás de nada desse diário ou dessa Katharine. O Justin pode querer me matar mas eu não irei mudar de ideia, eu nunca mais vou me colocar em perigo por causa disso.
Respirei fundo analisando os meus pensamentos antes de abrir a porta de casa e encontrar a sala vazia, todos devem está indo dormir pós já são quase dez horas.
Tranquei a porta e fui subir para o meu quarto quando ouvi alguém chamar o meu nome, olhei para trás e encontro minha tia Rachel me olhando no pé da escada. Eu não me atrasei, ainda não são dez horas.
-Oi. - Falei olhando para ela que estava me encarando e parecia pensar.
-Oi Liz, posso fazer uma pergunta? - Assenti - Devo me preocupar com o seu amigo. - Ela perguntou e eu quase cai da escada quando a ouvi.
Era só o que me faltava mesmo, logo a Rachel desconfiar do Justin, ela é minha tia mais severa, a mais rígida e menos paciente comigo. Lembro quando eu era criança eu pensava que ela me odiava, mas depois minhas outras tias me convenceram que era só o jeito dela de lidar com as pessoas. Mas a conclusão que eu cheguei foi, nunca se deve mentir ou tentar engana-la porque vai ser pior quando ela descobre a verdade.
-Claro que não. - Falei o mais natural possível para não deixar bem na cara o meu desespero por essa pergunta.
-Eu vi a sua cara quando encontrou ele aqui dentro, você parecia assustada e com medo. - Ela falou cruzado os braços e eu prendi a respiração por alguns segundos enquanto pensava numa resposta boa para isso.
Eu estava apavorada com essas perguntas, com certeza ela notou que eu não me senti confortável com aquela situação e leu bem tudo que estava passando dentro de mim.
-É que eu não esperava que ele iria vim aqui, Justin não me falou, então fiquei meio assustada. - Tentei explicar da melhor forma e Rachel apenas assentiu e não perguntou mais nada. - Vou pro quarto, estou cansada. Boa noite. - Falei antes de continuar subindo as escadas até o meu quarto.
Assim que entrei no mesmo, vi Agatha sentada na cama dela enquanto mexia no celular e Stella deitada na minha cama brincando de boneca .
-Boa noite. - Falei fechando a porta do quarto, Stella me olhou sorrindo e veio até a mim me abraçar com os seus bracinhos pequenos e fofos. A peguei no colo e olhei para Agatha que continuava calada mexendo no celular como se eu não tivesse ali. - Agatha. - A chamei mas ela continuou da mesma forma.
-Agatha. - Stella falou me imitando e Agatha olhou para ela em meu colo e sorriu.
-Oi Stella? - Agatha falou para Stella que riu e eu não estava entendo nada, ela estava me ignorando igual fazíamos quando tínhamos cinco anos de idade.
-Porque está assim comigo? - Perguntei confusa e Agatha suspirou deixando o celular de lado finalmente e olhando para mim com um olhar mortal.
-Eu não converso com mentirosas e tenho alergia a mentiras. - Ela cuspiu as palavras nervosa. - O que está acontecendo Liz? Ou você me fala a verdade ou eu vou agora contar para as nossas tias que aquele bom menino que estava aqui na nossa sala hoje cedo na verdade é o bad boy mas temido da escola e tem fama de ser criminoso. - Agatha disse com raiva e eu comecei a tremer na mesma hora. Aí meu Deus, e agora?
-Stella, vai brincar na sala rapidinho depois você volta. - Falei para a menina de três anos que assentiu enquanto eu a colocava no chão, abri a porta do quarto para ela que saiu saltitante e eu me virei para Agatha. - Primeiramente, fica calma Agatha...
- Ficar calma? Jura? Tudo que eu não posso ficar nesse momento é calma. - Ela gritou e eu quase pulei em cima dela para que fala-se baixo. - Explica agora que palhaçada é essa, e eu quero a verdade dessa vez. - Ela cruzou os braços e eu estava em choque, não sabia o que dizer e como dizer. Minhas tias sempre falavam que mentira tem perna curta e que uma hora a verdade aparece, mas eu não posso falar a verdade.
-É complicado...- Comecei a falar já sabendo que seria muito difícil mentir nesse momento, eu estou sobre presão e eu não consigo pensar direito. - A verdade é que...eu estou sim ajudando o Justin a estudar mas tem um motivo para isso que ninguém sabe e ninguém pode saber ok? - Agatha assentiu prestando bastante atenção em mim. - Ele precisa passar de ano para conseguir algo que é da mãe dele e o pai confiscou até que ele se formasse no ensino médio, esse foi o único motivo que me fez querer ajudá-lo, eu também perdi minha mãe,eu entendo ele nesse sentido. Ninguém sabe dessa história, só eu, e se alguém souber vou sair como fofoqueira, ainda mais que prometi ajudar e guarda segredo. - Eu estava sendo sincera isso é a pura verdade apesar de não ser o real motivo de eu está tão próxima ao Justin.
-Ok, agora explica a parte das mentiras desvairadas. - Agatha falou me encarando e eu suspirei.
-Se eu falasse para as nossas tias que estava ajudando alguém como ele, elas me deixariam de castigo para sempre, então eu só não quis falar para não ter problemas, sei que foi errado esconder toda a verdade para você mas eu não podia falar. - Eu olhava para Agatha tentando passar o máximo de sinceridade e pela primeira vez eu não estava mentindo completamente, e me senti um pouco melhor por conta disso.
-E você acha que vai conseguir esconder por quanto tempo? - Agatha levantou uma das sobrancelhas me questionando e eu suspirei antes de responder.
-Se o Justin, ficar longe das minhas tias até o fim do ano, acho que dá pra leva. - Falei mais aliviada pela minha conversa com a Agatha ter mudado o tom, agora conversarmos mais calmamente.
-Não estou falando de o Justin ser um bad boy, estou perguntando quanto tempo você vai conseguir ficar tentando esconder que está sentindo algo por ele. - Agatha falou me olhando e eu quase gargalhei com o que ela disse.
-Eu não estou sentindo nada pelo Justin. - Falei rindo e a Agatha assentiu ainda receosa.
-Se você diz. - Ela falou dando de ombros e depois sorriu para mim pra amenizar a situação.
Eu não estou sentido nada pelo Justin, não nesse sentido que ela usou, o máximo é uma rara simpatia quando ele não está sendo um completo babaca irritante, mas é bem raro mesmo.
-Vou tomar banho. - Falei tentando acabar logo com aquele assunto e sai do quarto indo em direção ao banheiro.
[....]
Sentia o vento bater nos meu rosto e passar pelos meus cabelos me deixando com uma sensação de leveza e paz.
Olhei para os lados e a grande casa a minha frente chamava atenção por ser extremamente linda e iluminada. Meus instintos estavam me mandando explora cada canto dela, já que a mesma parecia vazia e abandonada.
A pergunta que estava na minha mente agora é por que uma casa tão bonita e em bom estado está abandonada dessa forma, mas não vou me limitar a imaginar as razões, apenas tenho que entrar.
O tempo estava lindo, o céu num azul cintilante sem nenhuma nuvem e o chão parecia coberto por uma leve névoa clara e suave.
Me aproximei da grande porta da casa e meus olhos correram pela mesma me questionando como essa casa pode está abandonada.
Logo quando abri a porta me deparei com uma sala enorme. Por dentro a casa é ainda mais linda e luxuosa, apesar do lugar onde fica ser bastante isolado. Eu nunca tinha vindo aqui antes e a sensação de paz tomava conta de mim, como se esse lugar estivesse a minha espera.
Olhei cada detalhe da sala, em tons brancos e marrons, com os moveis arrumados e limpos, como se alguém constantemente os limpasse. Me aproximei de uma mesinha que tinha no canto da sala quando um livro me chamou atenção, com a sua capa vermelha em detalhes dourados. Assim que peguei o livro o olhei notando ser sobre almas conectadas, para ser exata o nome do livro era conectando-se ao mundo.
Meus olhos percorriam por todas as folhas rapidamente e as páginas marcadas deixaram evidente que alguém lia aquele livro com vigor. Parei meus olhos em uma das marcações que dizia algo sobre anjos da guarda, e ligações de alma o que me deixou mais curiosa sobre quem morava nessa casa.
-Que livro interessante. - Falei lendo atentadamente aquele trecho do livro que me chamou atenção.
-Eu também acho, já é a segunda vez que leio, só é um pouco complicado de aplicar. - Alguém disse atrás de mim me dando um susto enorme me fazendo virar rapidamente dando de cara com uma menina me olhando com um grande sorriso no rosto. Á analisei de cima a baixo ainda assustada com a presença dela aqui, essa casa era abandona, certo?
A menina que vestia um vestido azul bebê, sapatilhas brancas e um avental branco. Mudou de expressão assim que viu a minha cara de surpresa.
-Desculpa eu não queria te assustar, de verdade eu juro. - Ela falou rapidamente. - Droga, eu não sou nada boa nisso. - Ela se lamentou passando a mão pelos cabelos loiros que eram perfeitamente ondulados e arrumados.
-Não, me desculpa eu não sabia que tinha gente aqui, para mim era uma casa abandona, eu não deveria ter entrado aqui. - Falei constrangida com a minha falta de educação. Um casa tão bonita assim nunca estaria abandonada, onde eu estava com a cabeça?
-Fica tranquila, Liz Blue, você está onde deveria está. - Ela disse me dando um sorriso animado e eu agora estava com uma expressão confusa em meu olhar. Como ela sabe meu nome?
-Você me conhece? - Perguntei confusa e a menina assentiu. O que está acontecendo aqui? Eu não faço ideia. No começo eu achava que era uma casa abandonada e agora estou de frente com uma estranha que me conhece.
-Claro, e você também me conhece. - Olhei confusa para a menina. - Vamos lá, Liz, tem certeza que nunca me viu antes em lugar nenhum? - Ela me deu um grande sorriso. Olhei bem para a menina e agora a imagem dela estava se familiarizando na minha cabeça. Eu já a vi antes, em algum lugar tenho certeza disso.
-Eu te conheço...
-Graças a Deus né, eu já estava ficando nervosa aqui. - Ela falou e chegou mais perto de mim. - Você está aqui porque eu preciso da sua ajuda, demorou um bom tempo para eu aceitar que preciso...mas, eu preciso e muito. - A menina começou a falar sem para e estava me deixando atordoada, primeiramente eu nem sei quem ela é.
-Você pode primeiro me explicar de onde eu te conheço. - Ela olhou para os lados e suspirou frustada por eu não lembrar perfeitamente quem ela é.
- Promete que não vai gritar ou sair correndo? Você não pode fazer isso ok? Demorei muito pra fazer isso tudo aqui acontecer, então por favor...- Ela juntou as mãos e parecia implorar, assenti prestando atenção no que ela ia falar e antes de começar respirou fundo. - Sou Katharine Jonhson.....
Meu olhos quase saltaram das órbitas ao ouvir a menina falar o su nome. Eu estava tremendo e meu coração bati num ritmo rápido e acelerado.
O que está acontecendo? Isso é real? Por Deus, isso não pode está acontecendo.
A minha cara de quem estava prestes a desmaiar era tão nítida que a menina logo me olhou preocupada.
Isso não tá acontecendo, a Katharine está aqui na minha frente viva, como isso é possível? Ela não morreu?
-Você está viva. - Sussurrei tentando não ter um ataque de pânico, minha respiração estava completamente descompassada e parecia que o mundo a minha volta estava girando.
-Calma, Liz, se concentra por favor - Ela pediu aflita e eu tentei respirar fundo duas vezes. - Eu quero que você entenda que...
-Você está viva. - A interrompi - Tem pessoas que sofreram com a sua morte sabia? Como você pode fazer isso? - Perguntei angustiada com aquela situação e a Katharine desviou o olhar de mim por alguns segundos. - Eu quase morri por causa do seu diário. - Falei ao me lembrar de tudo que aconteceu no zoológico.
-É eu sei, eu vi. - Ela disse cabisbaixa e meu olhar de indignação era enorme. Como ela pode fazer isso? - Mas eu não trouxe você até aqui para falar disso, eu tenho pouco tempo. - Katharine disse ansiosa e eu apenas assisti. Quero saber o que ela tem a falar.
-Eu preciso que você continue a achar as folhas do meu diário. - Ri sarcásticas, será que ela lembra que eu quase morri por causa dela? - Liz, por favor, eu sei que você quer desistir mas só você pode descobrir onde as folhas estão, o Justin precisa ler tudo que tem lá. - Assenti.
-Eu não sei o que você fez de errado naquele diário, mas o Justin não parece nada feliz com ele, então eu não sei porque você quer que ele descubra o resto. - Falei sendo sincera com ela, aquilo tudo lá não era boa coisa.
-Eu sei mas ele precisa ler, só assim talvez as coisas mudem um pouco e ele pare de ser tão...- Ela suspirou. - Liz, você é a única que pode ajudá-lo, não abandone ele, Justin precisa de você tanto quanto eu preciso, você foi escolhida pra isso, só você pode fazer isso, então faça. Não vou garantir que não haverá perigo porque terá vários, mas você não pode desistir, tem muita coisa inacabada que só vai se resolver quando lerem esse diário. - Respirei fundo sem saber o que responde a ela depois de tudo que foi dito.
-E porque você não faz isso? - Perguntei cruzando os braços e essa era a minha única dúvida no momento.
-Por que eu estou morta. - Ela disse deixando uma lágrima cair. - Eu não posso, por que estou morta...se eu pudesse eu estaria lá agora com ele, mas eu morri a anos atrás. Porém, você está viva. - Minha respiração começou a ficar ofegante ao notar o rumo que aquilo estava levando. - Por favor, não desista, siga o seu coração e você fará a coisa certa. - Assenti monótona enquanto meu coração dava pulos no peito e minhas mais suavam.
Eu queria respostas para tudo isso aqui, mas ao mesmo tempo eu estava em choque total e não conseguiria questionar mais nada.
-Liz, Liz - Ouvi uma voz me chamar e não era a Katharine.
-Você tem que ir, mas lembre-se do que eu disse. Você é muito mais corajosa do que pensa. - Ela disse sorrindo e eu continuava a ouvir a voz ao longe chamar o meu nome.
Fechei os olhos tentando me concentrar a pena na voz e quando o abri de novo me deparei com Agatha a minha frente me encarando.
Olhei ao redor rapidamente notando está no meu quarto, na minha casa, na minha cama.
Foi tudo um sonho. Mas parecia tão real, ela estava na minha frente e falava comigo. Com certeza esse sonho foi o mais estranho que eu já tive.
-Está tudo bem, Liz? - Agatha perguntou e eu voltei a olhá-la. - Você está com uma cara de assustada. - Agatha concluiu ao olhar meu semblante e eu assenti.
-Tive um sonho que parecia muito real, só isso. - Falei me sentando na cama e passando a mão pelos meus cabelos. - Por que me acordou? - Perguntei bocejando e Agatha revirou os olhos como se a minha pergunta tivesse sido bastante idiota.
-Você não disse que ia na festa das Docas comigo hoje? - Agatha perguntou me encarando com as mãos na cintura e foi aí que eu olhei para ela que usava uma vestido azul caneta e uns saltos alto preto. Eu tinha até me esquecido dessa bendita festa depois de tudo que aconteceu hoje. - Já são onze e meia da noite, as tias já dormiram e agora podemos sair. - Ela disse animada e eu torci a boca ao ouvir o horário. Pelo amor de Deus, eu poderia está dormindo, estou realmente exausta.
-Desculpa, Agatha, não vou poder te companha, estou muito cansada. - Ela me olhou incrédula e depois bufou visivelmente irritada pelo meu furo.
-Ok, deixa que eu me divirto por você então. - Ela disse se virando e indo até o criado mudo perto da porta pegando algumas coisas e jogando dentro da sua bolsa vermelha.
-Calma aí, você ainda vai? - Perguntei o óbvio, eu poderia até achar por alguns segundos que com a minha mudança de ideia a Agatha ficaria em casa mas até parece que eu não a conheço, ela saia antes de eu descobrir essa " fulgas" não é agora que vai parar.
-Obvio que vou, tem uma festa super animada me esperando na parte sul da cidade. - Agatha falou enquanto retocava o batom vinho e eu passei as mãos pelos cabelos ao me lembrar que ela havia falado que essa festa era frequentada por pessoas perigosas.
Se algo acontecer com Agatha eu vou me culpar pelo resto da vida de te-lá deixado sair sozinha e ficar em casa dormindo. Eu não posso simplesmente ignorar o fato de que isso é perigoso e ela pode se meter em confusão.
Sei que não sou a melhor pessoa para dá conselhos de como não se meter em confusão, já que na primeira boate que eu fui joguei bebida na cara de um bandido perigoso, mas eu não posso deixar a minha prima nessa sozinha.
Eu e meu coração mole.
-Ok, Agatha, você venceu, eu vou. - Falei empurrando as cobertas e levantado na cama. Ouvi Agatha comemorar e dei um meio sorriso.
Acho que vai ser até bom sair para esfriar a cabeça, nossa, acho que nunca pensei que um dia diria isso, mas tá aí uma das coisas que está mudando em mim.
P.O.V Justin
Olhava fixamente para aquela caixa suja de terra em cima da mesa do meu escritório.
Não sei porque eu ainda quero me torturar lendo essas coisas, já sei que a Katharine roubava por diversão e induziu Jason a isso também. O que mais pode haver nesse maldito diário? Isso que me preocupa.
Ouvi batidas na porta e falei um desanimado " entre" pra quem quer que seja. Eu não estava nem um pouco disposto a fazer qualquer merda agora, depois do dia de hoje.
-Atrapalho? - Melissa perguntou entrando no escritório e eu neguei. Melissa nunca atrapalha, ela é minha irmã e sempre está aqui quando eu preciso mesmos que eu não demostra que preciso. - Nem vou perguntar que cara é essa pôs deve ser algum problema com a gangue. - Ela falou vindo até a mim e eu suspirei.
-Quem dera se fosse a gangue. - Falei monótono encarando a caixa e Melissa percebeu meu ato começando também a encara-la.
-São as folhas do diário? - Melissa perguntou e eu assenti passando as mãos pelos cabelos tentando manter a calma, mas era complicado diante aquilo.
Eu ainda não superei, e não sei se um dia irei superar, a morte da Katharine, ela ainda ronda a minha mente e minhas ações, não a nada que eu não faça pensando nela ou em como seria se ela estivesse aqui.
Mas sei que esse diário está acabando com o pouco de sanidade que eu tenho em relação a Katharine, eu estou em combustão agora e a culpa é dela...como sempre.
Katharine me colocou onde estou, me fez esquecer o que era amor, me fez cometer crimes em memória dela e me fez gostar pra caralho dessa vida errada e isso tudo estando morta.
-Isso faz você matar a saudades dela? - Mel perguntou depois de alguns segundos em silêncio.
-Não, parece que a cada linha dessas folhas ela fica mais distante. - Respirei fundo. - Mas não deixa de ser o único amor da minha vida, a primeira e única que eu vou amar para sempre, nunca existira outra, ninguém nunca substituiria a Katharine.....jamais. - Me encostei na minha cadeira e Melissa assentiu pensativa.
-Eu entendo, nunca vai existir outra Katharine, ela vai ser pra sempre a única Katharine....mas, o amor ele pode se renovar, voltar em outra pessoa, pode reaparecer sem você ao menos esperar. - Melissa disse confiante e eu bufei incomodado com essa porra que ela disse.
-Não, Melissa, a Katharine morreu e levou meu coração com ela, não tem como eu amar mais ninguém dessa forma. - Falei sério. Isso não é brincadeira eu realmente não vou amar nunca mais de novo.
-Nem a Emily? - Melissa perguntou como quem não queria nada e eu revirei os olhos.
Melissa insiste em querer me empurrar para a Emily, mas ela não entende que isso jamais daria certo, eu não amaria a Emily do jeito que ela merece e ia acabar magoando-a.
-Eu fodo a Emily, só isso, e também só porque ela quer uma relação assim, pôs quando ela quiser parar eu vou parar e não irei reclamar. - Me levantei e peguei as chaves do carro em cima da mesa. - Vou sair, encontrar os meninos, se cuida. - Falei indo até a Melissa e depositando um beijo em seu rosto antes de sair.
Eu até iria ficar em casa mas aquele assunto mórbido com a Melissa me fez ficar tenso, preciso desestressar e nada melhor que ir sair com os meninos.
Mandei mensagem para o Nash perguntando onde ele é o resto do pessoal estava, é sexta à noite eles nunca ficariam em casa.
Sai de casa e entrei no meu carro. Não demorou muito para Nash avisar que estava numa festa na parte Sul e isso me fez ri. Meus amigos adoram afrontar o inimigo dentro do território dele e eu também. Liguei o carro e sai da garagem, os homens que ficavam pelo meu quintal me olhavam sair e eu acelerei assim que passei pelo portão.
Vamos ver o que a noite me reserva.
P.O.V Liz Blue
Música alta, bebidas, pessoas dançando e prostitutas. Essa era a única visão que eu tinha na mina frente desde que coloquei meus pés nessa festa.
Agatha dançava animadamente em meio a multidão visivelmente alterada por conta do álcool, enquanto eu, simplesmente me limitava a ficar sentada no bar fazendo o papel de prima certinha chata que sempre me coube desde que era criança.
Sempre fui muito focada nos estudos para perder meu tempo com festas e agitação, mas Agatha sempre foi disso, parece que já faz até parte dela.
Eu prometi que não ia beber nem uma gota de álcool, mas o tédio de ficar sentada ali naquele balcão me fez pedir uma bebida exótica qualquer.
Não faço ideia do que misturam nela, mas é o que irei beber, estou com sede e também não confio assim tão bem na água dessa lugar.
-Quero esse tal de kiss.- Falei olhando para as placas no alto do bar e o barman assentiu.
-Esse é das boas. - Um cara parou do meu lado e eu o olhei por um breve instante o vendo sorri para mim. - Sabe porque o nome da bebida e kiss? - Ele perguntou e eu neguei mas ao mesmo tempo querendo que ele fosse embora, não estou afim de papo.
-Porque as pessoas ficam sedentas por beijo logo após tomá-la. - Olhei para o cara de rabo de olho e o mesmo havia se encostado no balcão. - Eu sei disso por que eu criei, esse lugar é gerenciado por mim. - Ele insistiu no assunto e eu apenas assenti.
Não sei qual é o interesse dele em mim ou em conversar comigo mas eu simplesmente não quero papo algum.
Senti também que o fato de ele ter mencionado ser gerente daqui foi uma forma de me alertar como se eu fosse uma dessas "maria-balada" que se envolve com qualquer um que esteja no comando de festas só para se sentir ou se exibir.
Minha bebida chegou e eu dei um pequeno gole na mesma sentindo o doce sabor do morango mas ao mesmo tempo o ardência do álcool.
-To vendo que você não quer papo comigo, tudo bem. - O cara disse finalmente notando que eu não estava afim. - Mas como sou um cavaleiro, essa bebida fica de graça para você e aproveita festa baixinha. - Ele disse sorridente antes de sair.
Suspirei e continuei tomando a minha bebida, agora finalmente em paz.
Eu não confio nesses meninos de festinhas, com certeza eles chegam nas minas com intenção de comê-las e depois jogar fora com se elas não fossem pessoas e sim objetos.
Quando acabei a minha bebida, me virei para a pista de dança e meu olhos percorreram todo o perímetro a procura de Agatha, mas não a encontrei.
Olhei atentamente de novo e nada dela. Levantei do banco e olhei para os lados novamente. Onde essa menina se meteu?
Bufei irritada e comecei a andar pela multidão. Não acredito que a Agatha me deixou aqui sozinha e sumiu, quando eu acha- lá eu vou esgana-lá com as minhas próprias mãos. Ela já não estava muito bem, posso até me arrisco em dizer que estava bebada e ainda resolve sumir dessa forma.
Andei apertada no meio daquelas pessoas dançando, enquanto as mesmas não se incomodavam com os meus pisões.
Depois de muito procurar resolvi ir ao lado de fora pelos fundos onde uns carros luxuosos estavam abertos tocando umas musicas tão altas quanto às dentro da festa.
Pessoas tombem dançavam e bebiam aqui fora, era como uma segunda parte da festa. Mas diferente de lá dentro aqui tem um ar mais pesado, com homens mau encarados e mulheres semi-nuas em volta deles. Tudo parecia bem estranho.
Havia fogo em algumas latas de lixos e uns caras vendendo drogas andavam livremente. Eu não sei se devo ficar com medo ou não mas esse lugar me dá calafrios.
Continuei andando a procura de Agatha até que por completo instinto eu olho para um dos carros parados ali e vi um homem alto e loiro empurrando Agatha, que se debatia, para dentro da Ferrari azul.
Meu coração saltou do peito no mesmo instante que vi aquela cena, Agatha estava visivelmente querendo se livrar do cara que já tinha tirado metade do vestido dela a deixando só de sutiã, mesmo BEBADA ela tentava sair e o cara não deixava.
Corri até eles e empurrei o cara com força para longe de Agatha, o que foi em vão pôs o homem apenas cambaleou e continuo do mesmo jeito.
-Solta ela. - Gritei desesperada tentando tirar Agatha das mãos do cara que me empurrou para longe.
-Sai daqui vadiazinha, ou você vai junto. - O cara me ameaçou e eu já estava tremendo de raiva e nervoso. Esse cara não vai abusar da minha prima na minha frente de jeito nenhum.
-Eu mandei soltar ela seu merda. - Gritei chutando e socando o homem que demorou um tempo até soltar a Agatha. Mas ele se virou para mim pegando nos meus dois braços e me aproximando dele.
-Já chega porra, perdeu a noção do perigo garota? Faz isso de novo e eu te como na porrada tá me ouvindo? - O homem gritou irado e eu o olhei com nojo enquanto tentava escapar das mãos dele, mas a cada movimento que eu fazia ele apertava mais ainda o meu braço.
-Me solta seu verme, covarde, eu não tenho medo de você. - Gritei antes de cuspi na cara do homem que me olhou furioso praticamente bufando de raiva.
-Que porra você fez garota. - Ele me empurrou me fazendo cambalear para trás e puxou uma arma da sua cintura apontando a mesma para mim. - Ninguém cospe na minha cara não vadia, eu vou te comer e depois ter matar com um tiro no meio da sua testas. - Ele falou pegando no meu braço de novo e eu comecei a me desesperar pelas palavras dele.
-Solta ela. - Ouvi alguém gritar atrás de mim mas a arma que deslizava sob meu rosto me impedir de olhar para ver quem era. - Solta ela agora, Dylan. - Gritou mais uma vez e o homem me virou de costas para ele colocando a arma na minha cabeça.
Nessa altura eu não sentia mais meu coração batendo só conseguia ouvir a minha própria respiração e minhas mãos tremerem enquanto eu segurava as lágrimas.
Assim que ele me virou, vi Justin e os amigos dele parados a uns dois metros de mim, todos com uma expressão rígida menos Justin que estava tão vermelho parecia que ia explodir.
-Não se mete nessa porra, Justin. - O homem gritou e eu já não conseguia segurar as lágrimas que desciam pelo meu rosto.
Justin olhou nos meus olhos e com certeza viu o desespero que estava explícito em mim.
-Cala a boca e Solta a Liz. - Justin rosnou para o homem que riu brevemente antes de começar a falar.
-Você conhece a vadia? - O cara riu e Justin o fitava de uma forma intensa, eu acredito que ele mataria o homem aqui e agora.
-Dylan, eu mandei você soltar a Liz, porra. - Justin gritou mais um vez e eu não conseguia tirar meus olhos dele em nenhum segundo.
Eu sentia como se estivesse na jaula do leão de novo, mas dessa vez o animal é um humano e possui uma arma apontada para a minha cabeça.
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