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História The Legendary Dragons. - Voar com alguém que tem medo de avião...Tem como dar errado?


Escrita por: Jessie_Sunshine

Notas do Autor


Oii! Aqui está o novo capitulo, espero que gostem. Era para ter saído um pouco mais cedo já que adiantei bastante a escrita ontem e hoje só faltavam um pouco mais de 1.500 palavras, mas... Adivinha quem perdeu o caderno que escreve a fic? Se vocês conhecerem alguém mais esquecida do que eu, dê os parabéns para essa pessoa. Para terem uma ideia, eu já perdi meu celular enquanto estava conversando com uma amiga. Como? Vai saber. Enfim, vou parar de enrolar aqui e deixar vocês lerem. BOA LEITURA! Obrigada por ler! Espero que gostem! Bjss de brigadeiro! (N.A: Gente, quase que esse titulo não cabe, mais uma letra e não dava.)

Capítulo 11 - Voar com alguém que tem medo de avião...Tem como dar errado?


11. Voar com alguém que tem medo de avião... Tem como dar errado?

  Todos tem medo de alguma coisa, até mesmo quem insiste em dizer que não tem medo de absolutamente nada. Alguns tem medo de animais, como baratas, cobras, aranhas, ratos, morcegos e muitos outros, alguns tem medo de falar em público, outros tem medo de altura ou de lugares fechados, de coisas sobrenaturais e a própria morte, também existem os que tem medo de avião e preferem demorar mais para chegar em um lugar e ir de carro ou barco ao invés do tão temível avião. Agora, pensem que vocês irão viajar e acabam ficando ao lado de uma dessas pessoas que morrem de medo desse meio de transporte e que não conseguem se acalmar. Já pensaram? Pois bem, foi isso o que aconteceu comigo.

  Lennox havia me convencido a contar o que tinha acontecido comigo para os outros. Quando falei que não iria falar, ela usou outros tipos de argumentos para me convencer, um desses foi que, se eu mantivesse isso em segredo, eu seria responsável pelo que acontecesse com eles e, se algo mais grave ocorresse, como a morte, por exemplo, o sangue deles estaria em minhas mãos. Se eu já não tivesse tantas cruzes para carregar, provavelmente, ela não me convenceria tão facilmente, no entanto, não aguentava mais ser culpado pela morte de pessoas inocentes.

  Se eles se envolvessem nos meus problemas pessoais e acabassem se metendo em confusão, não seria mais minha culpa. Eles teriam que se responsabilizar por seu próprio ato, não obriguei-os a nada. A culpa também seria de Lennox, apenas contaria a verdade porque, de um modo ou de outro, ela havia me obrigado a falar.

 “– Kyoya, não culpe os outros pelo que você fez. O que eles terem te falado para fazer tem a ver com isso? Eles te obrigaram a alguma coisa por acaso? Não. A decisão era sua e terá que arcar com as consequências de ter feito isso. Se eles mandassem você se jogar da ponte você iria? Agora, levante essa cabeça e enfrente as consequências de frente, como um homem deve fazer.” – Me lembrei da voz de minha mãe em uma das poucas vezes em que a vi brava.

  E lá estava meu passado me atormentando novamente. Será que os fantasmas não se cansavam? Tudo que queria era deixar tudo de lado e seguir com a minha vida normalmente, mas não! Enfim, eu iria culpar a Lennox sim, se não tivesse se intrometido na minha vida, eu nunca teria que falar sobre o que havia acontecido.

  A garota conseguiu reunir todos na sala, até mesmo o Ryuga que quase nunca era encontrado e que “não aguentava mais tantas reuniões”.

  - Agora que estão aqui, Kyoya quer contar uma coisa.

  Todos se sentaram nos sofás e começaram a olhar para mim, esperando que eu falasse alguma coisa, mas não sabia por onde começava, então demorei um pouco para processar as informações e começar a falar.

  - Será que o Yoyo está namorando a Noxy? – Ouvi Yu “sussurrar”.

  - Acho que não. – Madoka respondeu para ele. – Só se o Kyoya tiver terminado com a Fernanda, mas ela não me falou nada, então...

  - E então, Kyoya? Não vai falar? – Lennox me apressou.

  Excitei. Eles não precisavam ficar sabendo da minha vida. Eles não me ajudariam, apenas entrariam no meu caminho e atrapalhariam todos os meus planos.

  - Se você não falar eu mesma falarei. – Sussurrou para que apenas eu pudesse ouvir.

  Mesmo assim continuei parado, sem saber se deveria contar a verdade ou não. Eles já estavam todos ali mesmo... Mas, eu poderia despista-los com uma mentira...

  - O gato comeu sua língua, Kyoya? – Ouvi Ryuga falar.

  -Clyde não faria isso... eu acho. Ele é meio chato com algumas pessoas mas nunca comeria a língua de alguém. – Sam falou.

  - Então, é o seguinte, o Kyoya se envolveu com coisas que não devia e agora está com problemas. E, por mais que ele não queira admitir por ser cabeça dura e orgulhoso, ele precisa da ajuda de vocês. – Percebendo que eu não iria falar, ela começou.

  - Que história é essa? – Madoka nos encarou.

  - Você fala ou eu falo? – Lennox perguntou.

  - Espera, o quão grave isso é? – Gingka também perguntou.

  - Quanto você acha ruim uma liga de assassinos inteira atrás de você, enquanto sua cabeça vale ouro? – Lennox ironizou.

  - Isso seria ruim? – Gingka parecia confuso.

  - Sim, Gingka. Isso seria muito ruim. – Lennox parecia estar explicando isso para uma criança.

  Todos pareciam um pouco (ou muito) assustados. Fernanda estava com as sobrancelhas arqueadas e os olhos arregalados, assim como Madoka e Sam, Benkei praticamente estava gritando coisas como: “Quem se atreve a ir atrás do Kyoya?” e “Eles vão se arrepender!”, os outros estavam espantados e um pouco pálidos, Gingka estava confuso e Yu estava com uma gota na cabeça. Apenas Ryuga não parecia surpreso.

  - Yoyo, como você pode ser tão idiota a ponto de fazer assassinos ficarem com raiva de você?

  - Não me chame de Yoyo! E eu não sou idiota. Eu não fiz nada, não faço a mínima ideia do motivo de estarem atrás de mim.

  - Kyoya... O que está acontecendo? – Fernanda se aproximou e acariciou meu rosto enquanto me olhava com seus olhos cheios de preocupação.

  - Não precisa se preocupar, vou ficar bem, te prometo. – Segurei a sua mão.

  - Yoyo está apaixonado! – Ouvi Yu cantarolar.

  - Fica quieto, moleque. Estamos tratando de assuntos importantes aqui. – Encarei-o com um olhar mortal.

  Expliquei tudo o que havia acontecido, tirando algumas partes, como a minha conversa com a garota, sobre Sam e alguns outros assuntos mais particulares.

  - E como a Lennox sabe disso? – Tsubasa perguntou.

  - Digamos que sou boa em perceber quando as pessoas estão escondendo coisas e também sei muito bem como irritar alguém ao ponto de obriga-la a falar algumas informações. – Explicou.

  - Além de ser curiosa e bisbilhoteira. – Completei.

  - E como acha que podemos te ajudar? – Madoka me encarou.

  - Isso é com a Lennox. Na verdade, eu não iria falar nada se ela não tivesse me obrigado, então, essa parte é todinha dela. – Dei de ombros.

  - Ainda bem que temos alguém que sabe lidar com esse tipo de coisa, não é? Porque se fossemos depender de certas pessoas, não iriamos conseguir nada. – Lennox mandou uma indireta. – Enfim, pensei em, como você é boa com computadores, poderia hackear algumas câmeras de lugares onde o Kyoya passou e encontrou eles, assim, seguiríamos seus passos até encontrarmos eles e iriamos a seu encontro com armadilhas preparadas.

  - Mesmo assim não é tão simples. – Sam se intrometeu. – Precisaríamos ter acesso total a todas as câmeras tanto da cidade quanto dessa rodovia, isso se houver. Mesmo sabendo hackear, demoraria muito tempo até termos total controle, sem que a polícia percebesse, de tanto material. Sem contar que, segundo o Kyoya, a garota estava de capuz, mas ela poderia muito bem estar andando normalmente, com roupas que qualquer pessoa usaria, pela cidade. Afinal, ela não gostaria de atrair muitos olhares para ela, não é?

  - Nós vamos acha-la, Sam. Ela ainda está de olho no Kyoya e, uma hora ou outra, cairá em uma armadilha, nos levando diretamente até ela. Talvez tente conversar com ele novamente e, a partir deste momento, estará em nossas mãos. Mesmo que tenha sido sem querer, esse cabeça dura aqui entrou em seu caminho e ela precisará garantir que ele não faça mais nenhuma burrada, não acha? – Lennox estava positiva.

  - Ótimo, agora a culpa é minha. – Resmunguei.

  - Não se faça de inocente, Kyoya. – Me advertiu.

  - Eu não sou inocente, Lennox, mas, dessa vez, a culpa não é minha e não vou pagar por coisas que não fiz e nem faço ideia do que está acontecendo.

  - Está bem, Kyoya. Já que é assim que quer, a culpa não é sua. Madoka, vou te pedir para se juntar com a Sam nessa parte de hackear as câmeras da cidade, acho que as duas juntas tem mais chance. Algum problema com isso?

  - Não vejo problemas em trabalhar com a Sam, mas como vamos encontrá-la? Como Sam disse, ela não vai querer chamar muita atenção. – Madoka disse.

  - Depois eu darei um jeito nisso, vocês não precisam se preocupar. Agora, Gingka, Nile, Tsubasa e os outros, fiquem de olho em qualquer pessoa que verem na rua. Kyoya, você vai ficar em casa e, se quiser sair para qualquer lugar que for, até mesmo o Bey Park, terá que avisar, estamos entendido? Nem pense em ir sozinho. – Disse como se fosse a “líder”.

  Como eu havia pensado, eles já estavam tentando tomar conta da minha vida e mandar em mim, tirando assim minha liberdade. Era exatamente isso o que eu estava tentando afastar de mim, eu devia fazer exatamente o contrário.

  Assim que Lennox terminou de explicar o que era para cada um fazer, todos saíram, me dando tempo para pensar em tudo o que estava acontecendo nos últimos meses e as escolhas que teria que fazer dali para frente. Não havia tempo para me arrepender.

  - Kyoya? – Alguém me chamou, dando-me um tremendo susto.

  Fernanda estava parada com os olhos lacrimejando e mordendo um pouco seus lábios, ainda continuava preocupada.

  - Por que você não me contou isso antes? – Me perguntou.

  - Eu não queria que ninguém soubesse. Além disso, era o jeito de te manter longe do perigo, de te proteger.

  Ela pulou em meu pescoço e me abraçou enquanto algumas lágrimas escorriam.

  - Você vai ficar bem? Promete que não vai me deixar? Não quero que nada de ruim te aconteça...

  Dei um pequeno sorriso e limpei suas lágrimas.

  - Acha que vai se livrar assim tão facilmente de mim? Só para deixar claro, é duro alguém me matar.

  Ela encostou seus lábios nos meus e aquele cheiro de morango adentrou minhas narinas novamente. Lá estavam aqueles lábios delicados e doces que mal conhecia e mesmo assim parecia que era tão familiar... O coração dela estava um pouco acelerado. O beijo durou pouco tempo, mas serviu para tirar a tensão que estava em meus ombros. Nunca admitiria isso em voz alta, mas ela me fazia bem.

  - Não me deixe, Kyoya. – Pediu.

  - Você realmente gosta de mim, não é?

  - Lógico! Se não gostasse, acha que teria feito tudo o que fiz? – Perguntou.

  Era verdade. Ela praticamente rodou o mundo só para ficar mais forte e ver se tinha pelo menos uma chance comigo...

  - Agora, se não se importa, preciso descansar um pouco. Se importa se eu sair e for para meu quarto? – Me senti culpado por deixa-la, mas precisava.

  - Tudo bem, vai lá.

  Me despedi com um beijo molhado e demorado.

  Quando cheguei em meu quarto, já me joguei na cama, sem ligar o aquecedor nem nada, apenas deitei do jeito que estava e fechei os olhos. Pensei um pouco em como havia sido meu dia e percebi que Lennox agia um pouco diferente quando estávamos a sós e quando estávamos entre outras pessoas, de manhã, quando estava fazendo o almoço, parecia bem, mas, quando estávamos na “reunião”, parecia mais distante e com mais “raiva” de mim.

  Antes que pudesse pensar muito sobre o assunto, acabei adormecendo profundamente. Foi uma noite com sonhos bons e um pouco doce demais para meu gosto. Mesmo com seus problemas, um garoto pode ser capaz de ser feliz por um breve momento, não? Enfim, não acordei nem uma única vez, nem mesmo por Lennox, que acabou dormindo no sofá, já que eu estava na cama.

  Do dia 6 de Janeiro até o começo de Fevereiro fui um presidiário. Quando tinha a bendita permissão de sair, tinha que ser com o Benkei me acompanhando, não tinha um minuto de liberdade, não tinha mais meu tempo sozinho. Eu precisava de espaço, será que eles não percebiam isso? Mas, pelo menos, eles não ficavam no meu pé enquanto ia para o quarto de Fernanda ou quando ia tomar banho, senão, já seria demais para alguém como eu.

  - Vai sair hoje? – Lennox perguntou como fazia quase todos os dias.

  - Bem, vejamos. Hoje é dia 1° de Fevereiro, acho que não tenho nada importante para fazer. Então, não. – Dei um sorriso falso. – Agora, por que se importa tanto com isso?

  - Sério? Vai começar com isso de novo? Já te expliquei isso umas mil vezes, é para sua segurança. Eu não quero que você morra. Se você morrer, quem eu vou irritar? Quem vai me ensinar a cozinhar?

  - Xiu! Fala isso baixo. – Me assegurei de que ninguém estava por perto. – Além disso, eu nunca mais te ensinei mais nada e nem vou, então esse não é um motivo.

  - Lennox! – Ouvi Sam gritando, pelo som, parecia estar vindo de seu quarto. – Vem aqui.

  A azulada logo obedeceu e foi em direção ao quarto da garota e do Ryuga, eu estava logo atrás, seguindo-a. Ao abrir a porta, notei que Madoka também estava lá, parada em frente ao seu notebook.

  - O que foi? – Lennox perguntou.

  - Fizemos o que você pediu. Algum tempo atrás, já havíamos encontrado o lugar onde Kyoya e a garota conversaram pela primeira vez, quer dizer... Só o Kyoya, a garota estava escondida, não deu para vê-la. Mas, enfim, a gravação mostrou até o momento em que o suposto assassino apareceu. No entanto, assim que isto ocorreu, uma faca foi jogada na lente da câmera e a mesma parou de funcionar. Logo em seguida, procuramos imagens das câmeras do Bey Park e encontramos o dia e a hora exata em que eles se encontraram. Mas, assim que a “capuz” apareceu, a câmera começou a dar pane. Tentamos fazer diferentes rotas para encontrá-la, mas nenhuma câmera deu resultado, ela só pode ter passado por pontos cegos, só que, o único jeito de não ser pego por nenhuma, é conhecendo a cidade inteira na palma da mão e, nem mesmo quem sabe se camuflar muito bem pode escapar desses olhos poderosos, uma hora ou outra ela cairia em uma armadilha. Foi por isso que deixamos as imagens das câmeras conectadas 24 horas por dia em um telão. – Sam discursou.

  - Pois é, tanta luz no quarto inteiro de dia e de noite, sem parar, não ajuda muito a dormir. – Ryuga reclamou.

  - Enfim, finalmente deu resultado. Hoje ela deixou uma trilha, algumas câmeras começaram a dar pane e uma conseguiu gravar uma garota andando pelas ruas de capuz. Ela está no aeroporto. As imagens estão ruins, mas dá para ver uma garota com um capuz. – Sam continuou como se ele não tivesse falado nada.

  - Ou seja, você não conseguiu ver a cara dela, não é? Então não temos muita coisa. – Lennox suspirou. – E se for apenas uma armadilha? Talvez ela esteja nos tirando de seu caminho...

  - Temos uma pista pelo menos, é melhor do que nada. Pelo jeito, essa garota vai viajar. Não é melhor deixarmos ela em paz? Assim não corremos o risco de cair em uma armadilha. Duvido que ela volte a nos incomodar. – Madoka comentou.

  - Não. Ela me deve explicações e não deixá-la-ei (N.A: Beleza corretor, já que quer assim, então vai, mas para de insistir. Achei muito formal, mas já que quer assim, que seja) em paz até que me dê essas respostas.

  - Talvez seja melhor nós a seguirmos para ter certeza de que está tudo bem. – Lennox concordou comigo.

  Olhei surpreso para ela. O que estava acontecendo?

  - O quê? – Me encarou. – Está me olhando assim só porque concordei com você? Você teve uma ideia suicida, mas, não é tão idiota. Qual o problema em concordar com isso?

  - Nunca imaginei que ouviria você falando que concorda comigo. – Parecia que eu estava sonhando.

  - Pois é, você pode até ser exagerado, mas eu também não tinha pensado que concordaria com você tão cedo.

  - Já acabaram? – Ryuga nos interrompeu. – Deem logo o fora do meu quarto. Não quero mais visitas do que já tenho. Caso queiram levar essa garotinha aqui, – Apontou para Sam. – eu ficaria muito feliz. Se quiserem resolver mais essas coisas do Kyoya, vão para outro lugar, mas no meu quarto não.

  - Não começa voz de taquara rachada. – Revirei os olhos. - Aliás, o que está fazendo aqui? Não deveria estar por aí fazendo sabe-se-lá-o-que? Seu lugar não é aqui. Sabemos muito bem que você não gosta de ninguém daqui e preferiria até mesmo morrer do que passar perto de gente como nós. Você não tem motivos para ficar aqui, então, o que está aprontando?

  - Me chamou de quê? – Uma veia pulou de sua testa. – Quer mesmo brincar com isso? Se quiser, pode ser esmagado nesse exato momento. Quero só ver quem é que vai mandar em mim.

  - Gaguejei por acaso? – Ouvi Lennox sussurrando algo do tipo: “Ele roubou minha frase.” – Alias, vou ser esmagado por quem? Por você? Até parece... Que tal resolvermos isso agora?

  - Olha só quem está falando. O cara que ficou com medo de um filhinho de papai e que não soube arrancar informações nem de uma garota! Então vai, se prepare. Depois não vá chorar e dizer que foi tudo roubado. – Ryuga me provocou.

  - Até parece que irei perder de alguém como você.

  Nos encaramos por um tempo, o clima pesou e podia jurar que estavam saindo faíscas de nossos olhares. A coisa estava ficando séria.

  - 3... – Comecei.

  - Parem vocês dois. – Lennox entrou no meio de nós dois.

  - Saia de meu caminho, Lennox. – Pedi em um tom ameaçador.

  - Vai mesmo me desafiar, leãozinho? – Me olhou arqueando uma sobrancelha.

  - Isso é entre eu e ele. – Tentei explicar.

  - Ótimo, então resolvam isso mais tarde. Se não percebem, nesse momento, esse assunto não é apenas dos dois. Estamos tentando te ajudar, Kyoya, mas você não está cooperando. Agora, precisamos achar mais pistas sobre essa garota, então controle-se! Além disso, acha mesmo que, no estado em que está, conseguirá ganhar dele? Lamento, Kyoya, mas, até você se recuperar, não terá muitas chances. É melhor deixar isso de lado, por hora. – Lennox aconselhou.

  - Está vendo? Até ela sabe que você não venceria. – Ryuga debochou. – E, pelo jeito, você tem tanto medinho por essa garotinha que até abaixou seu bey.

  - Eu não tenho medo dela, mas existem coisas bem mais importantes do que perder meu tempo precioso com você.

  - Ui... Dando desculpinhas para não passar vergonha na frente de sua namorada. Você sabe muito bem que irá perder, não é? Covarde. – Olhei para Lennox, seu corpo estava rígido e seus punhos fechados.

  - Ela não é minha namorada. Caso não saiba, estou com a Fernanda. Além disso, e você? Aposto que está com a Sam... – Podia jurar que ele iria dar um soco em mim, mas Lennox se intrometeu antes.

  - Agora chega. Tirem eu e a Sam desse papo antes que se arrependam. – Ela ameaçou.

  - Arrepender por quê? O que pensa que vai fazer? Chorar, por acaso? – Ryuga estava brincando com a pouco paciência que Lennox tinha.

  - Ryuga, não. – Sam aconselhou.

  - Não o quê? Acha mesmo que vou ter medo de uma garotinha como ela? – Começou a rir. Se ferrou.

  E, como eu havia imaginado, a azulada não soube brincar e jogou-o no chão, como havia feito quando Benkei havia roubado um lanche que ela iria comer. (N.A: Não mexam com a comida da Lennox, nem atrapalhem seu sono ou as coisas ficaram feias.)

  - O que foi isso? – Ryuga perguntou rangendo os dentes.

  - Não se meta comigo, dragão, ou irá se arrepender. – Ameaçou, o que foi um pouco estranho considerando que a garota estava com um sorriso no rosto.

  - Quem você pensa que é?

  - Para de birra, eu havia avisado. Se não percebeu, não tenho muita paciência, muito menos para pessoas como você. Pensei que fosse mais durão, mas fica aí reclamando apenas por um “tombo” que levou. Agora vamos, caso queira resolver isso, mais tarde podemos marcar alguma coisa. E você, Tategami? Vai vir ou não. – Ela andou até a porta, como se fosse a poderosa e se virou para nós, fazendo um gesto de “Está na hora”.

  - Vamos para o aeroporto? – Perguntei já me levantando da cama.

  - Sim. – Respondeu.

  - Onde está a Madoka? – Perguntei ao olhar ao redor.

  - Ela saiu assim que vocês começaram a brigar. – Deu de ombros. – Agora vamos antes que acabemos perdendo essa pista.

  - Ryuga, - Ouvi Sam sussurrar. – não fique irritado. Lennox não é má, ela apenas não aceita ser provocada. Por favor, não faça nada. Não entre em seu caminho, não quero que coisas ruins aconteçam.

  - Pois temos uma coisa em comum, não vou deixa-la se safar dessa. Ela deveria ter pensado nisso antes de ter cruzado essa linha. Agora, não há mais volta.

Alguns minutos depois...

  Eu e a Lennox estávamos no corredor, esperando Sam pegar suas coisas para irmos ao aeroporto.

  - Olha, não quero confusão com você agora, Kyoya, mas, apenas eu e a Sam vamos, todos os outros vão ficar aqui.

  - Sem problemas. Eu não queria que eles viessem mesmo. – Admiti.

  - Você não entendeu. Todos vão ficar aqui, inclusive você.

  - Lennox, eu ir junto é uma coisa, já vocês duas, sozinhas, não dá. Acha mesmo que vou ficar aqui e deixar tudo nas suas mãos? Você sabe que eu não confio em você, então, é lógico que eu vou.

  - Não seja idiota, Kyoya. Se você for, ela te reconhecerá e tudo vai por água abaixo. Quer mesmo que um mês de trabalho se perca apenas por seu egoísmo?

  - Isso não é um problema. Eu posso muito bem ficar escondido, Lennox. É o seguinte, ou eu vou ou ninguém vai. – Ameacei.

  - Tategami, estamos perdendo tempo. Estou tentando te ajudar, mas você não está me ajudando. Se você vier, pode estragar tudo, entende? Ela te conhece muito bem, mais do que todos os bladers, acha que não te reconhecerá? Se eu e a Sam formos, ela não conseguirá perceber, pois não nos conhece. Quer mesmo estragar todo o trabalho que tivemos? É isso? Se for assim, então venha, mas, se algo acontecer, você ficará sozinho nessa, não posso colocar a minha vida e a da Sam em perigo por sua causa. – Era um sinal claro de “fique aqui, não se mexa”.

  - Estou por conta e risco. Agora, podemos ir. – Assim que terminei de falar, ela bufou, mas não falou mais nada.

  Pegamos um ônibus e fomos para o aeroporto. Como Lennox queria, todos os outros bladers ficaram na casa, incluindo a Fernanda. Tive que usar umas roupas diferentes para que não levantasse olhares de “fãs” e precisei cobrir meu cabelo.

  Não faço a mínima ideia de como, mas após bastante tempo conversando com uma atendente de cabelos ruivos, Sam e Lennox conseguiram, mesmo após várias recusas, convence-la a dar-lhes informações importantes. Fiquei apenas sentado em um banco esperando, enquanto elas conversavam com a atendente.

  - O voo é para amanhã, as nove horas da manhã em ponto, mas nos aconselhou a chegarmos mais cedo, entre uma sete e meia, oito horas, no máximo, senão perdemos ele. O problema é que só tem 2 vagas.

  - Espera... – Processei as informações. – Vocês já compraram a passagem? Sem me consultar?

  - Não, mas pedimos para ela guardar para nós. – Ela explicou.

  - Mas em qual voo nós vamos? No mesmo que o dela? Isso é muito complicado, ela nos perceberia facilmente. – Comecei a ficar paranoico.

  - É por isso que você não virá com a gente. Você vai com os outros bladers. Pedi a Madoka que convencesse o pai do Gingka a nos emprestar seu jato. Boa sorte nos Estados Unidos, Kyoya.

  - Sim, boa sorte. Só tem um problema. Eu vou com você.

  - Não vamos começar essa discussão outra vez, está bem? Você mesmo disse que ela pode nos perceber.

  - Podemos fazer algo que nos disfarce. Não posso deixa-la ir embora assim.

  - Você ouviu a parte em que eu e a Sam vamos estar lá? – Me perguntou.

  - Eu vou, Lennox. – Retruquei.

  - De jeito nenhum, Kyoya. – Insistiu.

  - Quer apostar?

  E, mais uma vez, discutimos por um longo tempo, até eu finalmente conseguir convence-la de que nada aconteceria e que eu poderia me disfarçar muito bem.

  - Já que é assim, é bom ter os passaportes em dia. – Me aconselhou.

  - Um blader sempre os mantem em dia. – Respondi.

  No dia seguinte, bem cedo, começamos nosso plano. Mudei minha calça bege por uma preta e, ao invés da camisa de sempre, troquei por uma azul marinha e, por incrível que pareça, não ficou tão ruim. Lennox usou gel para fazer meu cabelo ficar “lambido” e pintou ele com um spray preto já que me recusei a usar tinta. Ainda bem que aquilo não era para sempre, senão, eu me arrependeria para o resto de minha vida. Mesmo com tudo isso, resolvi manter minhas cicatrizes em forma de cruz, Sam fez umas coisas estranhas com uma coisa que acho que é tipo um pó, não sei dizer e fez a cicatriz ficar totalmente diferente, mas, além daquela coisa e de mais uma que acho que ela chamou de corretivo, não deixei ela usar mais nenhuma maquiagem em mim. Nosso plano deu certo, apenas um segurança me parou, mas, expliquei que estava daquele jeito para me esconder das minhas fãs e, após fazer alguns testes, me liberou.

  Entramos no avião. Estávamos na fileira da frente, no lado direito, eu ao lado da janela e Lennox ao meu lado, o passageiro que deveria estar na ponta, até entrou no avião, mas desistiu de última hora e foi embora. As fileiras eram de 3-5-3 e quase todas as poltronas pareciam preenchidas com exceção de uma ou duas. Sam podia ter vindo sem problemas.

  Mas tudo não foi um mar de rosas. Percebi isso assim que o avião começou a decolar. Não era a garota loira o meu problema, na verdade, não a vi e acho que ela também não havia me visto, então sem problemas com ela, mas a azulada era um problema e um dos grandes. Antes mesmo do piloto nos pedir para colocarmos os cintos, Lennox pegou sua bolsa e começou a revira-la, mas pareceu não encontrar o que queria e começou a xingar baixinho.

  Observei-a. Ela estava quieta demais e parecia um pouco preocupada. Havia fechado seus olhos, estava mordendo seus lábios, seus ombros estavam mais levantados que o normal e parecia um pouco mais curvada do que geralmente estava, a garota respirava fundo, enquanto tentava disfarçar suas mãos trêmulas que se seguravam em seu short curto.

  Fechei um tubo de ar, já percebendo o que estava acontecendo. Caso ela passasse frio, junto com a ansiedade e alguns outros fatores, isso seria terrivelmente ruim.

  - Lennox. – Chamei. – Você tem medo de avião?


Notas Finais


Oii! E então, o que acharam? Daqui para a frente as coisas vão começar a entrar no rumo e coisas mais sérias começaram a acontecer. Agora, será que irão descobrir quem é a capuz? Será que ela irá perceber eles no avião? (N.K: Ainda bem que você não escreveu isso na sinopse, ninguém leria.) (N.A: Não reclama, estou improvisando aqui.) Bem, só quinta para trazer essas respostas e mais algumas perguntas com (N.K: Olha os spoilers, controle essa língua.) uma pequena surpresa no final, só que não, só vou deixar vocês curiosos mesmo <3 Bem, é isso. Obrigada por ler! Espero que tenham gostado! Bjss de morango!


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