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História The Legendary Dragons. - Dizem que a curiosidade matou o gato e é mais ou menos isso.


Escrita por: Jessie_Sunshine

Notas do Autor


Oii! Td bem? Então, desculpem pela demora, só conseguimos consertar as desconfigurações que meu vô fez a pouco tempo, mas, em compensação, esse é o maior capitulo que já escrevi na minha vida inteira. Bem, é isso. Sinto muito pela demora. Espero que gostem. Bjss de morango! BOA LEITURA!

Capítulo 12 - Dizem que a curiosidade matou o gato e é mais ou menos isso.


Fic cap. 13

12. Dizem que a curiosidade matou o gato e é mais ou menos isso.

  - Anda, Kyoya! Sobe aqui. Você tem que ver essa paisagem, é muito linda.

  Lá estava ela, quase completamente escondida entre centenas de galhos, em cima da maior árvore da cidade, com um pouco mais de 30 metros. Era tão grande que poderia se ver cada construção feita na área da pequena cidade. A garota não se importava com o perigo de cair e quebrar a perna e outras partes do corpo, só se importava com a recompensa de correr tantos riscos, a bela vista que podia prestigiar.

  Eu queria subir também, curtir um pouco o vente na cara, procurar lugares que eu frequentava, ter um pouco de adrenalina e me sentir livre. Mas, por mais que minha cabeça mandasse, meu corpo não queria se mexer, ele simplesmente não me obedecia, como se não pertencesse a mim. Eu estava congelado. Fui parado pelo medo, um medo que é muito comum entre as pessoas, mas que não deixa de ser irritante. O medo de altura.

  Sam percebeu que eu não me mexia e, como se fosse um macaquinho, um lindo e encantador macaquinho, desceu de lá, indo ao meu encontro.

  - Você está bem? – Perguntou preocupada olhando em meus olhos.

  - Sim, estou bem. Desculpa te deixar preocupada e só... muito alto. – Desviei o olhar e olhei para baixo.

  - Kyoya? – Me chamou enquanto levantava meu queixo. – Por acaso, você tem medo de altura?

  - Está tão na cara assim? Talvez eu tenha um pouquinho... – Admiti.

  - Tudo bem em ter medo. Não existe ninguém que não tenha medo de pelo menos uma coisa, apenas existem pessoas que sabem controlar esse sentimento. O importante é que você enfrente-o e não deixe que ele tome conta de sua vida. Use-o como uma conquista. – Ela deu um sorriso caloroso. – Eu sempre estarei do seu lado.

  Assenti, me sentindo um pouco menos constrangido.

  - Todos tem medo, não é? – Perguntei pensativo. – E você? Tem medo de quê, Sam?

  - Hmm, eu? – Ela colocou a mão em seu queixo e pareceu pensar um pouco. -  Acho que de ficar sozinha, sem família, sem amigos, sem ter ninguém ao meu lado... E de avião. Com certeza de avião. – Assentiu com a cabeça.

  - De avião? – Perguntei confuso. – Mas você já viajou antes de avião, então, como pode ter medo? Você já experimentou isso e está viva...

- Não é bem assim, Kyo. Por exemplo, você tem medo de altura, mas, por minha insistência, te faço subir em uma arvore bem alta, como essa. Você sobe cauteloso, mas vê que os galhos não se quebram e você não cai. Só que, isso não significa que na próxima vez terá tanta sorte, você pode muito bem cair. O mesmo vale para o avião, não é porque eu sobrevivi uma vez que sobreviverei de novo, eu vou apenas pegando um pouco mais de confiança. – Ela parecia um adulto explicando.

  - Acho que entendi.

  - Agora, se você me deixar te ajudar a perder esse medo de altura, prometo que te deixo me ajudar a perder o meu de avião, mas já digo que não será fácil. Eu sou bastante teimosa. – Ela sorriu travessa.

  - Eu tenho escolha? – Perguntei já sabendo a resposta.

  - Não. Agora vem, vamos começar por árvores pequenas. – Sam segurou meu braço e me arrostou junto com ela.

  E assim, todo dia, ela me fazia subir em uma árvore e, com o passar do tempo, foi aumentando o tamanho, até chegar na maior na região. Quando tive coragem para subi-la, senti uma sensação de liberdade maior que todas as outras e, assim, praticando várias e várias vezes, fui perdendo o medo de altura aos poucos, até que, por ironia do destino, comecei a me sentir melhor em lugares altos do que baixos.

  No entanto, nunca havia conseguido ajudar Sam a perder seu medo.

Chacoalhei minha cabeça para voltar ao presente e voltei a encarar Lennox.

  - Lennox. – Chamei. – Você tem medo de altura?

  - Não. – Respondeu sem demorar. – Por que você acha isso?

  - Ah, sei lá. Talvez, por que você esteja tremendo?

  - Está bem, talvez eu tenha um pouquinho só, mas isso não vai interferir em nada, não se preocupe.

  - Essa era uma das razões pela qual você queria que Sam viesse, não é? Além dela ser sua amiga e te conhecer bem, ela poderia te dar apoio, não é?

  Ela assentiu e voltou a fechar os olhos e a respirar fundo.

  - Lennox, está tudo bem em ter medo. Não existe ninguém que não tenha medo de pelo menos uma coisa, nem mesmo eu. O importante é enfrentar esse sentimento e não deixar que tome conta de sua vida. Você não precisa ser forte o tempo todo. – Tentei ajuda-la.

  - E você não precisa me consolar. – Disse em um tom de voz que parecia estalactites de gelo.

  - Sério? Vai dar uma de orgulhosa bem agora? Estou tentando te ajudar para que essa viagem não seja tão ruim assim. Não precisa ser fria.

  - Com você eu preciso sim. Agora você tenta me ajudar? Agora você me trata bem, não é? Lembra do jeito que me tratou quando estava com a Fernanda? Agora que ela não está aqui, me trata diferente, não é? Eu não preciso de sua ajuda, Kyoya. Na verdade, eu não deveria estar te ajudando depois de ter sido tratado como lixo. Não devia estar enfrentando tudo isso por você. Eu sou uma idiota.

  - Pensei que estávamos bem... Você ainda se lembra disso? Já faz um mês, Lennox. Desculpa por aquele dia, eu estava um pouco nervoso e acabei descontando em você. – Tentei acalma-la antes que gente demais prestasse atenção em nós.

Ela bufou, mas não falou mais nada.

  - Agora, o que não entendo, é que estávamos bem até agora, deixamos isso no passado e, do nada, você resolve voltar com tudo isso. – Comentei.

  - Porque eu quis voltar nesse assunto, algum problema? Agora, me deixa quieta. – Será que estava de TPM?

  - Se você ficar quieta, vai acabar ficando louca. O tempo não passará, mas, caso se distraia com alguma coisa, não pensará em quanto tempo falta, passando mais rapidamente. – Expliquei.

  - Pode até ser, mas não consigo me distrair por muito tempo, principalmente com o avião balançando. – Seu humor estava começando a melhorar.

  - Isso é o que veremos. – Dei um sorriso travesso enquanto apertava sua mão. – Serão 28 horas dentro desse lugar, então, é bom ter bastante papo e muitos filmes para colocar em dia, é para isso que servem essas tevezinhas na poltrona. Tem jogos e músicas também.

  - Já sei de tudo isso, Kyoya. Esqueceu que já viajei antes? Enfim, seria pior. – Balançou a cabeça em negação. – Eu fico muito enjoada se leio, assisto ou jogo qualquer coisa enquanto estou em um veículo. Musica também não serviria para muita coisa nesse momento por eu estar tão ansiosa, talvez mais tarde eu consiga.

  - O que nos resta então é conversar.

  - Sobre o quê? Tem certeza que aguenta meu humor espinhoso? Caso não saiba, fico ainda mais nervosa dentro de aviões. – Me avisou.

  - Percebi. Vamos ver... O que achou do meu novo visual? – Foi a primeira coisa que pensei.

  Ela me olhou de cima a baixo e tentou segurar a risada, mas eu já tinha percebido.

  - Qual é, não ria de mim! – Pedi. – Agora, responda minha pergunta.

  Fingi que estava bravo com ela.

  - Vou ser sincera, achei engraçado. Não parece mais ser você. Parece que uma vaca lambeu seu cabelo, para falar a verdade. Já a cor preta combinou com você, por mais que seja estranho não ver seu cabelo verde. Agora, essas cicatrizes ficaram incríveis. A Sam devia ser profissional, olha, para quem não podia usar quase nada de maquiagem, ficou muito bom. – Ela abriu um sorriso debochador.

  - E o que você acha de deixar meu visual assim? – Perguntei.

  - De jeito nenhum. – Ela riu. – A menos que queira ser zoado para o resto da vida.

  - Viu só? – Perguntei e ela parecia confusa. – Está funcionando, você está se distraindo.

  - É, parece que sim. Por que você me trata diferente quando você sabe quem, não está por perto? – Mudou de assunto.

  - Não é por querer. – Suspirei enquanto tentava explicar. – É que eu odeio quando vocês começam a falar mal uma da outra e isso me deixa muito irritado.

  - Mas ela merece... – Interrompi-a antes que pudesse continuar a frase.

  - Nada disso, Lennox. Ela nem está aqui, não vamos começar a discutir de novo.

  - Se é isso o que quer. – Deu de ombros e voltou a ficar quieta.

  - Ei – Chamei-a. – O que está rolando entre você e o Nile?

  - Eu e o Nile? Nada. – Ela virou um pouco o resto.

  - Nada? – Arqueei uma sobrancelha. – Podia jurar que quando vi vocês se despedindo, tinha algo a mais...

  - Despedindo? Aquilo foi apenas um tchau. Me despedi de todos do mesmo jeito. Não vejo problema nenhum naquilo.

  - Sei não. – Dei um sorriso malicioso.

  - Podemos não falar sobre isso? – Ela mexeu-se desconfortável enquanto corava.

  - Você está corada, que bonitinho... – Passei a mão em sua bochecha, acariciando-a apenas para deixa-la mais nervosa.

  - Pensei que fosse para você me ajudar a esquecer sobre o avião e me ajudar, mas você só está piorando. – Ela tirou minha mão de seu rosto.

  - Por quê? Não estou fazendo nada de errado, só fiz uma pergunta. Enfim, não vejo problema em você namorar o Nile. Eu estou com a Fernanda e você tem o direito de ficar com quem quiser.

  - Vai mesmo me obrigar a falar sobre isso?

  - Está bem. – Me rendi. – Do que você quer falar?

  - Pode me contar um pouco sobre aquela Sam? A que você gostava? – Ela estava curiosa.

  - Esse assunto não é um dos melhores, mas, tudo bem. Ela tinha cabelos negros e os olhos dela hipnotizavam qualquer um. Quando a conheci, tínhamos 8 anos e mesmo assim, ela já agia feito uma adulta. Essa garota vivia alegre e sempre fazia eu rir, mesmo nos piores momentos. Assim como você, ela também tinha medo de avião, sabe?

  - Kyoya, você realmente gostava dela, não é? – Perguntou abrindo um sorriso. – A cada palavra que diz sobre ela, seus olhos brilham cada vez mais.

  Assenti.

  - Por que mantéu isso escondido por tanto tempo? Devia ter sido claro desde o início. – Comentou.

  - Como se eu não soubesse disso. Eu tinha medo de que ela não sentisse o mesmo por mim e se distanciasse, acabando com nossa amizade. – Respondi.

  - Ai, ai... Por que será que os garotos sempre pensam isso? Se a amizade for verdadeira, mesmo que ela não goste de você desse jeito, não acabará algo tão importante apenas por causa disso.

  - Será que é porque as garotas só sabem machucar e quebrar o coração dos outros? E porque elas não tem coração?

  - Discordo. Os garotos fazem isso muito pior e ainda saem humilhando, dizendo que ficou com ela, mas depois abandona a garota lá, sozinha. Além disso, todas as garotas tem coração sim, mas, caso não saiba, a função do coração é bombear sangue. E, nem todas as garotas gostam de magoar os outros... – Argumentou.

  - A maioria gosta de magoar os outros, Lennox. Poucas são exceções. – Respondi.

  - Enfim, - Mudou de assunto. – se quiser procura-la, eu posso te ajudar, depois que tudo isso acabar. Sei que nosso acordo era apenas acabar com isso e sair um da vida do outro, mas, se precisar de ajuda, não vejo problemas em abrir uma exceção.

  - Não precisa se preocupar em procura-la. Ela está morta, não posso mais alimentar essa falsa esperança.

  - E também não pode desistir tão facilmente.

  - Não estou desistindo, estou sendo realista. Não tive nenhuma notícia   dela por todos esses anos. O que quer que eu pense? Depois de tanto tempo, não é possível ela estar viva. Lennox, nem todos podem ser positivos.

  - Você a ama, não é? Então, vá atrás dela. E daí que não tem tido notícias dela por todo esse tempo? Já pensou que, talvez, ela esteja se escondendo de alguém e não quer te colocar em perigo? Que não quer que outras pessoas te sigam?

  - Lennox, eu cansei. Pare de falar sobre isso, por favor. – Minha voz estava ficando mais fraca, esse assunto me afetava mais do que eu esperava.

  - Está bem. – Ela concordou e apoiou sua cabeça em meu ombro.

  - O que está fazendo? – Perguntei confuso.

  - Estou com sono. – Respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo.

  - Sabia que o encosto da poltrona é para isso?

  - Sim, mas você é mais fofinho... – Ela bocejou, me fazendo bocejar também. (N.A: Quem mais bocejou, levanta a mão! Eu já fiz isso quatro vezes só agora... Ops, mais uma.)

  Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ela adormeceu ali mesmo, como se eu fosse um travesseiro. Mas foi assim que percebi o quanto ela parecia frágil e desprotegida enquanto dormia. Não parecia mais aquela garota que se ficasse irritada, bateria em qualquer um que entrasse em seu caminho. Sem que percebesse, dei um pequeno sorriso. Sua expressão parecia a de Sam, a mesma que fez eu prometer mentalmente que sempre iria protege-la. Algo ligava as duas, por mais que Lennox e Sam fossem extremamente diferentes, ainda havia algo que uma me lembrava da outra, mas eu não conseguia descobrir o quê.

  Fiquei algum tempo assistindo dois ou três filmes e ela continuava lá, apenas respirando em meu ombro, imóvel. Se não estivesse tão ocupada em respirar, podia dizer que estava morta. Já fazia quase seis horas desde que estávamos lá. Aos poucos, o sono foi me pegando e meus olhos pareciam querer me levar a outros lugares, imagens já se projetavam em meu cérebro e o ambiente já estava quase todo silencioso, só podia ouvir uma respiração calma, mas, um pouco antes de eu apagar, ouvi um murmúrio de Lennox:

  - Não desista dela, Kyoya. Preciso encontrá-la... Não podemos abandona-la. Por favor...

  Antes que pudesse processar o que estava falando, todo o barulho se foi e meus olhos se fecharam, ficando tudo escuro. Logo minha mente se esvaziou e eu dormi profundamente.

  Só acordei bem mais tarde, faltando apenas dez horas para pousarmos. Na verdade, só acordei porque Lennox se mexeu em meu ombro e praticamente acordou “pulando”, um tanto quanto sobressaltada.

  - Mas o quê... Teve um pesadelo... – Fui cortado antes que pudesse terminar minha frase.

  - Quieto.

  Lennox puxou meu pescoço, fazendo nossas testas e narizes se tocarem. Ela me encarou, nossos olhos acabaram se encontrando de um jeito ou de outro. Senti calor subir para minha cabeça e logo minhas bochechas começaram a arder. Se eu tivesse sorte, não estava tão visível quanto parecia.

  - Desculpa, Lennox, mas a Fer é minha namorada. Não posso te beijar, entende? Não vou trai-la. Então, nem tente. – Tentei afasta-la, mas foi em vão.

  - Fica quieto, Kyoya. Posso odiar a Fernanda, mas sei a dor de ser traída e não quero que ninguém passe por isso. Não vou te beijar, está bem? E acho bonito essa sua lealdade com ela, mas, agora, fecha essa boca. Depois te explico.

  Mesmo em dúvida, obedeci-a. Alguns segundos depois, ela voltou ao normal, suspirando de alívio.

  - Dá próxima vez não fale nada, apenas me obedeça. – Fingiu estar brava.

  - Próxima vez? Vai ter próxima vez? – Encarei-a.

  - Depende. Se a capuz passar do nosso lado de novo, sim.

  - A capuz? Como você... Você viu ela?

  - Não. – Ela negou. – Mas eu pude senti-la.

  - O quê? Você sentiu-a? Como isso é possível?

  - Desde pequena me ensinaram a sentir essa aura que todos os animais vivos possuem. De animais como cachorros, gatos, cobras, aves e outros, são um nível extremamente baixo, então não se comparam a nós, humanos. Mesmo tendo essa aura viva ao redor de nós, cada um tem o seu nível diferente da do outro, não existem pessoas com auras iguais. Ela seria como o espirito do blader, sabe? Quando você batalha e todo poder flui através de suas veias, você fica mais forte e seu poder, no caso, do seu bey, desperta. É assim que funciona essa coisa maravilhosa. Quando estamos em uma situação clara de perigo e temos força de vontade, derrotando os desafios que nos cercam, essa aura brilha intensamente, nos fornecendo mais força e mais folego para aguentarmos mais uma rodada. Entende agora o quão importante ela é?

  - Acho que sim. Agora, como você pode sentir isso?

  - Eu fui treinada a minha vida inteira. Por exemplo, se você se aproximasse de mim e eu não estivesse muito distraída, eu poderia te perceber, pois você é um pouco acima da média. Já a capuz... Ela é esmagadora. Poderia sentir esse poder, se não estivesse controlado, até 1 quilometro. Mas, pelo que percebo, ela sabe sobre isso também e sabe controlar muito bem. Se isso não vier dela, não sei de onde possa vir. É a aura mais poderosa que já senti em toda a minha vida. Caso exista alguém mais forte do que isso, estamos muito ferrados.

  - Controlar? Tem jeito de fazer isso?

  - Sim. É muito complicado, mas existe um jeito. Geralmente são os assassinos quem sabe mexer com isso. O que me preocupa agora, seria ela poder sentir as auras de outras pessoas. Se esse for o caso, ela nos descobriu aqui. – Lennox parecia pensativa enquanto mordia seu lábio loucamente.

  - Qualquer um pode fazer isso?

  - Não, de jeito nenhum. Apenas pessoas extremamente treinadas. Até eu que treinei minha vida inteira não consigo sentir a de qualquer um. O nível dessa pessoa precisa ser, no mínimo, mediano. Por quê?

  - Se a pessoa estiver dormindo, a aura continua forte? – Perguntei.

  - Não. Ela descansa junto com o corpo, ficando quase no nível 0.

  - Então pode ser isso. Talvez a garota estivesse dormindo até agora, assim como nós. Talvez, ela tenha esse poder. – Tentei tranquiliza-la.

  - Kyoya, isso não é um poder. É um dom. – Explicou. – Enfim, você pode ter razão. Na verdade, é melhor você ter razão, senão, estamos ferrados. Agora, por que você me perguntou se qualquer um pode sentir isso?

  - Para tirar essa dúvida de minha cabeça. E, também, alguns meses atrás, conheci uma garota que também podia sentir essas auras, quando conheci-a, nem me importou, mas agora, isso faz sentido. Seu nome era Merli.

  - Quando você for falar com alguém que não conhece, ao menos me avise. – Lennox deu um sorriso falso.

  - Olha, a culpa não é minha. Eu a conheci antes de saber da sua existência, foi no mesmo dia em que eu me encontrei com a capuz pela segunda e última vez até agora.

  - Deixa eu ver se entendi. Ao invés de você ficar escondido, evitando contato com as pessoas, você andou pelas ruas normalmente, se encontrando com algumas pessoas suspeitas que agem estranhamente, falando de sentir auras e essas coisas. – Ela estava incrédula.

  - Do jeito que você fala, parece que eu sou um idiota. Enfim, eu estou no mesmo avião que você, uma garota estranha que conheci a pouco mais de um mês, não estou?

  - Isso é verdade. Você nem me conhece, eu poderia muito bem estar te levando para uma armadilha. Não devia confiar em uma pessoa tão facilmente, Kyoya. As pessoas gostam de enganar as outras pessoas, se tornando um ciclo repetitivo. – Ela deitou em meu ombro e olhou para a janela.

  - Vista boa, não é? – Perguntei.

  Ela assentiu, mas logo desviou o olhar da janela e encarou suas mãos.

  - O que foi? – Achei estranho.

  - Nada, é que isso me deixa um pouco enjoada. Olhar o horizonte, sabe? – Admitiu. – Acho que vou voltar a dormir.

  Assenti. Por mais que eu tivesse muitas perguntas a fazer, uma garota enjoada do seu lado nunca é um bom sinal, principalmente para se fazer perguntas.

  No resto da viagem, eu fiquei assistindo filmes (depois dessa viagem coloquei uma longa lista em ordem) enquanto Lennox dormia em meu ombro ou, como na hora em que teve uma turbulência, na minha barriga (como essa garota pode ter um sono tão pesado? Melhor assim. Ela no meio de uma turbulência seria muito, mas muito ruim mesmo.)

  Antes que eu percebesse, já havíamos chegado. Cutuquei a Lennox de leve para que acordasse e pareceu dar certo.

  - O que foi? – Perguntou sonolenta e um pouco mal humorada.

  - Chegamos. – Avisei.

  - Já?

  - Sim, dorminhoca. Vamos, já estão saindo do avião.

  - Parece que esse travesseiro é realmente bom, dormi muito bem. – Brincou.

  - Não vai se acostumando. – Falei.

  Saímos da área de embarque e desembarque e fomos pegar “nossas” malas, (na verdade, só ficamos observando para ver se encontrávamos alguém suspeito, já que a única mala que tínhamos era de Lennox e estava no avião em que Gingka estava.) tomando cuidado para que não chamássemos muita atenção e para que ninguém me reconhecesse. Enquanto esperávamos nossa mala chegar, Lennox ligou para a Madoka e avisou que já havíamos chegado.

  - Kyoya, é o seguinte, se você disser alguma coisa sobre o que aconteceu no avião para qualquer um, não importa quem, eu vou te matar ou... contar que você sabe cozinhar. – Ameaçou.

  - Mas o que aconteceu? – Tentei me lembrar.

  - Alguém está mais lerdo que o Gingka... Sobre... Você sabe, meu medo.

  - Ah, é verdade. Posso usar isso contra você agora.

  - Se quiser manter sua reputação intacta, acho melhor não.

  - E por que você acha que irão acreditar em você? – Perguntei.

  - Por que não iriam? – Deu de ombros.

  - O que faremos agora? – Mudei de assunto antes que começássemos a brigar.

  - Iremos segui-la.

  - Como?

  - Sentindo sua aura. Aliás, os bladers já estão nos Estados Unidos. De acordo com o Gingka, era para eles estarem na cidade já, mas alguém demorou para resolver o que iria trazer nas malas e acabou atrasando todos. Ele disse que dentro de uma ou duas horas, estarão aqui.

  - Deixa eu adivinhar, esse “alguém” é a Madoka, certo? – Ela assentiu. – Agora, onde nós estamos, mesmo?

  - Pelo que a mulher que nos vendeu as passagens disse, estamos em Elizabeth City. Que ironia. – Ouvi ela cochichar a última frase.

  - Enquanto eles não chegam, não seria melhor alugarmos quartos de hotéis?

  - Primeiro, precisamos encontrar a garota e colocar um rastreador nela.

- Rastreador? Acha mesmo que tenho uma tecnologia dessa? Mal tenho um celular... Além disso, como acha que conseguirá colocar nela sem ser descoberta?

  - E quem disse que VOCÊ tem? Estou falando de mim. – Piscou para mim. – Não é tão difícil assim, só precisamos encontrar ela e colocar sem que perceba. Se eu puder sentir sua aura será ainda mais fácil. – Se concentrou. – Droga. Tem muitas pessoas aqui, isso está fazendo com que tudo se misture, fazendo uma enorme bagunça. Não será fácil encontrá-la.

  - Pensando bem, não precisamos desse poder. – Ela me encarou com seu olhar mortal. – Tá bom, não é poder. Enfim, acho que não será tão difícil encontrar alguém usando capuz em um aeroporto, certo?

  Errado. Havia muitas pessoas usando esse bendito capuz. Deveria ter uma convenção, algum evento envolvendo essa arte de usar esse tal do capuz e, muitas pessoas, estavam participando. Percorremos aqueles corredores várias e várias vezes e nada da garota. Ela provavelmente já havia ido embora.

  - Vamos procurar um lugar para ficar. Essa viagem foi muito longa. – Bocejei. (N.A: Para de bocejar, caipora. Já bocejei umas trilhões de vezes.)

  - Concordo. – Ela parou de repente. – Ela está aqui, Kyoya.

  - Está brincando, certo? Depois de todo esse trabalho, ela aparece assim, do nada?

  - Claro que é uma brincadeira, Kyoya. Não é ela, só uma pessoa com uma aura tão forte quanto a dela que, por acaso, também estamos perseguindo. Estamos em uma ótima hora para brincadeiras e é muito bom se distrair um pouco quando estamos colocando não apenas a nossa, mas a vida de muitas pessoas, em risco. – Ironizou. – Agora vai, se esconde.

  Obedeci-a.

  De trás de alguns pilares, observei Lennox. Ela estava andando normalmente, até trombar com alguém e começar uma conversa. Não entendi muito bem, pois ela falava rápido e baixo, mas era algo do tipo: “Com licença, é a minha primeira vez na cidade e estou um pouco perdida. Sabe onde posso encontrar um bom hotel por aqui?”

  “- Que desculpa ótima, Lennox.” – Pensei ironizando.

  A ‘capuz’ respondeu alguma coisa e estava indo embora, mas Lennox segurou-a pelo braço e falou obrigada enquanto, disfarçadamente, colocava um rastreador atrás, no seu capuz.

  - Conseguiu? – Perguntei assim que ela se aproximou de mim.

  - Lógico. Eu sempre consigo as coisas. – Sorriu.

  - Convencida. Ela não vai perceber?

  - Você acha mesmo que uma profissional como eu deixaria que ela percebesse tão facilmente? Além disso, você nunca percebeu. – Deu de ombros. Eu ia falar alguma coisa, mas não sabia o que, então fiquei quieto. – Os bladers já devem ter chegado, vamos pegar quartos no hotel.

  - Acha que conseguimos tantos quartos? Quer dizer, em um mesmo hotel?

  - Se em cada um ficar três ou quatro pessoas, acho que não terá problemas. Estamos em quantos?

  - Doze mais ou menos. – Chutei.

  - Então, podemos colocar 3 pessoas em 4 quartos ou 4 pessoas em 3 quartos. – Calculou.

  - Com mais gente e menos quartos, fica mais barato, mas... Quanto menos gente, mais privacidade. – Falei.

  - Uma pessoa a mais ou a menos não fará tanta diferença. Melhor pegar três quartos e dividir. – Decidiu enquanto chamava um táxi.

  - E como vai ser repartido?

  - Não sei. – Respondeu. – Que tal no palito?

  - Palito? Sério?

  - Está bem. Então, no meu quarto vai ficar eu, a Sam, a Madoka e... Quem? O Yu? – Pareceu pensativa.

  - O Yu? Não acho uma boa ideia um garoto em um quarto cheio de garotas. Ele é pequeno, mas entende de algumas coisas. Tem a Fernanda, o que acha?

  Ela fechou a cara no mesmo instante.

  - Okay, nada de Fernanda no seu quarto. – Fiz sinal de redenção.

  - Que tal assim, - Ela começou. – Eu, a Sam, a Madoka e o Yu no quarto 1; você, a Fernanda, o Gingka e o Nile no quarto 2; o Ryuga, o Kenta, o Benkei e o Tsubasa no quarto 3. Faltou alguém?

  - Acho que não. Mas acho melhor mudar o Yu para o quarto 3.

  - E aí, quem vai vir para o meu quarto? Não, deixa assim mesmo.

  - Talvez não dê tanto problema... Pode ser. – Assenti, mesmo um pouco em dúvida.

  Um táxi chegou e nós entramos nele.

  - Para onde, senhorita? – O motorista perguntou.

  - Para o hotel Fairfield Inn & Suites.

  - Como você sabe o nome do hotel? – Perguntei.

  - Eu já vim aqui antes. – Respondeu.

  Seguimos o resto do caminho em silêncio, exceto quando Lennox ligou novamente para Madoka, dizendo o nome do hotel e a localização aproximada, com alguns pontos de referências, como um restaurante mexicano chamado IHOP a 0,1 milhas de distância.

  Assim que chegamos naquele hotel, fomos logo reservar os quartos. Por sorte, ou azar, ficamos todos no mesmo andar. O preço não ficou tão caro quanto eu imaginava, quer dizer, para duas noites com 4 pessoas em cada quarto, até que não era tão ruim e ainda havia café da manhã, mas, é lógico que Lennox, mais uma vez, havia pagado tudo, Gingka, mais tarde ajudaria ela a pagar.

  A primeira coisa que eu fiz quando Lennox me entregou a chave de meu quarto, foi ver o local. Para ser sincero, não era ruim, até que era bom, mas, o problema, era que havia apenas duas camas de casal então, eu teria que dormir com Fernanda e, dormir com sua namorada a sós, é uma coisa, já dormir com outras pessoas olhando, é estranho e constrangedor.

  Voltando ao quarto... As paredes eram gélidas como a neve, com apenas uma parede chamativa, da cor azul do céu. Os raios de luz entravam pela janela e as cortinas projetavam-se como fantasmas. As camas de casal, uma ao lado da janela e a outra ao lado da porta, separadas por um belo abajur bege, tinham lençóis em um tom quase de gelo com alguns detalhes azuis, os travesseiros eram brancos e macios. O piso era azul marinho como a noite, enquanto os moveis eram marrons. Em cima de uma cômoda, na frente das camas, estava à televisão e, ao seu lado uma mesinha também de madeira com uma cadeira de escritório. Havia ainda um ar condicionado e um pequeno armário na cor branca com um espelho que refletia o local. Mais ao fundo, estava a porta que levava ao banheiro.

  Antes que pudesse fazer qualquer coisa além de colocar minha mochila em um canto, os bladers já haviam chegado. Todos acabaram concordando com o jeito que iríamos dividir o quarto, com exceção de Ryuga e Benkei que, mesmo não querendo, acabaram sendo obrigados a aceitarem. E tem o pequeno Yu, acho que nunca vi aquele pestinha tão feliz.

  Do resto, não tem muita coisa importante, apenas tirei uma férias de um pouco mais de um dia para descansar e aproveitei bastante o hotel, com exceção da piscina que eu não podia ir por causa do cabelo tingido. E, claro, Lennox ficava me zoando por causa do meu lindo, perfeito e maravilhoso cabelo e, acabou levando até o Gingka e o Kenta nessa. Aguentar eles o dia inteiro não é nada fácil.

  Durante a noite, eu dormi na mesma cama que Fernanda, não podia deixar que Gingka ou Nile se aproximassem, e se eles fizessem besteira e acabassem com nosso namoro?

Quebra-Tempo

  Depois de 2 dias, resolvemos colocar nosso plano em ação. A Lennox continuava acompanhando cada passo que a garota dava pelo seu celular.

  - Qual o plano, mesmo? – Perguntei no quarto de Lennox.

  - Não temos um plano, apenas vamos segui-la. – Explicou calmamente.

  - E se ela nos pegar? – Perguntei.

  - Kyoya, não ficaremos muito perto dela, por isso temos o rastreador. Faremos uma emboscada encontrando o local onde mora ou está hospedada, assim, ela não poderá escapar.

  - Tem certeza disso? Não vai acontecer nada? – Eu estava um pouco ansioso.

  - Confia em mim ou não?

  - Preciso mesmo responder? – Arqueei as sobrancelhas.

  - Conversamos sobre isso depois. – Me encarou.

  Olhei ao redor, procurando vestígios de que mais alguém estivesse por ali, ao percorrer cada canto que meu campo de visão me permitia ver, percebi que não havia nem sinais de Madoka, Sam ou Yu.

  - Onde estão eles? – Perguntei.

  - Eles? – Ela parecia confusa. – Ah, tá. Provavelmente saíram para tomar um café da manhã reforçado. Hoje vamos andar o dia inteiro praticamente e não sei se iremos parar para comer.

  - Por que, simplesmente não esperamos ela parar em um lugar e pronto?

  - Ela pode achar o rastreador e nos despistar, nos levando a uma armadilha. Se ficarmos na “cola” dela, teremos menos chances de cair nela.

  - Nenhum deles está aqui, certo? – Ela assentiu. – Então, Lennox, como anda seu medo?

  - Como anda sua reputação? Agora não é hora de provocar, Yoyo. Mais tarde brigamos, mas agora não. Já tomou banho?

  - Banho? Eu acordei faz menos de meia hora, Lennox. – Reclamei.

  - Então vá logo. Assim que eles voltarem, iremos embora. Não quero mais ninguém, além da Madoka, enrolando. Vai logo que preciso pintar seu cabelo ainda para só então podermos sair.

  - Está bem, mamãe.

  - Mamãe? Só se você for adotado. Cadê meus olhos, minha boca, meu nariz... Se fosse meu filho seria muito mais bonito. – Me encarou.

  - Exibida.

  - Pare de enrolar, Kyoya. – Fingiu estar brava e colocou as mãos na cintura.

  Resolvi me poupar de vários puxões de orelha e ir logo.

  Assim que me despi, já no banheiro, entrei em baixo do chuveiro e observei aquela gosma preta que escorria pelo meu corpo inteiro até pingar no chão e ir embora pelo ralo. Pouco a pouco meu cabelo voltava a sua cor natural e caia em meu rosto completamente encharcado. Deixei minha mente vagar para onde quisesse, indo do que eu achava que aconteceria no futuro, do que eu queria, até chegar em Fernanda.

  Ela era uma boa namorada, mas eu estava apenas usando-a e iludindo-a. Eu não a amava e não poderia continuar daquele jeito. Claro que tinha toda uma atração só que não era amor. Além disso, eu não iria arriscar colocá-la em uma situação tão perigosa. Uma hora ou outra, eu precisaria conversar com e quanto menos nos envolvêssemos, melhor.

  Logo minha mente vagou por mais e mais imagens, me mostrando coisas do passado, sobre tudo que havia passado até aquele momento. Percebi que eu já estava ali a muito tempo a olhar para minhas mãos que já estavam enrugadas.

  - Kyoya, você morreu aí dentro? – Era a voz de Lennox.

  - O que está fazendo no meu quarto? – Gritei para que pudesse me ouvir.

  - Te apressando. Pensei que estivesse ansioso para conseguir duas respostas...

  - E estou, mas não posso nem tomar mais um banho mais?

  - Claro que pose, desde que não demore um ano. Agora, saia daí antes que eu entre e te puxe pelos cabelos.

  - Você não vai me deixar em paz, não é? Já estou saindo.

  Terminei de me enxaguar e já me troquei ali mesmo, faltando apenas a camisa que estava em cima da cama. Sai com a toalha na mão para enxugar meu cabelo.

  - Finalmente. – Lennox me encarou sentada na cama de Nile.

  - O que foi? – Perguntei ao vê-la me encarando.

  - Essa cicatriz está muito feia. – Comentou. – Não parece ser de uma adaga normal pela forma, a cicatriz está meio arredondada...

  - Precisa mesmo ficar encarando? – Tampei a cicatriz. – Prefiro não me lembrar do que aconteceu.

  - Então tá. – Ela desviou o olhar enquanto eu colocava a camisa. – Pronto para pintar seu cabelo?

  - Vou precisar mesmo? É hoje que iremos encontrá-la, não precisamos nos disfarçar mais.

  - Só pinta e não reclama. Eu não ocupei tanto espaço na minha mochila com aqueles sprays pra você não usar. Agora vem, senta na cadeira. Quer que eu chame alguém ou eu mesmo faço? Do jeito que é enjoadinho...

  - Você serve. E não, não sou enjoadinho. Eu só não gosto que outras pessoas mexam nas minhas coisas, incluindo meu cabelo.

  Ela pegou uma lata de spray preta e passou no meu cabelo que ainda estava um pouco úmido.

Quebra-Tempo.

  Ficamos andando pela cidade o dia inteiro e a garota não parava em lugar algum, ao por do sol, a fome começava a atacar fortemente.

  - Vamos parar um pouco! – Yu pediu.

  - Está bem. – Lennox concordou. – Vamos para Toyama. É um restaurante japonês e é a 5 minutos daqui.

  Enquanto comiamos, o celular da azulada apitou.

  - Ela parou. – Falou checando seu celular.

  - Está longe ou perto? – Perguntei.

  - Um pouco longe. A uns 15 minutos daqui. Estranho... Não me lembro de ter um hotel por aqui. – Comentou.

  - Talvez seja a casa dela. – Sam se intrometeu.

  Não tínhamos certeza de nada, mas mesmo assim fomos atrás dela. Assim que pagamos, fomos a um lugar, atravessando a rua, onde ficavam alguns taxis e “alugamos” alguns.

  Rapidamente chegamos ao lugar desejado, mas era muito estranho... O lugar parecia um teatro.

  Ao entrarmos no local, percebi que o teto, antes branco, estava com manchas pretas e marrons, cheio de teias de aranhas e alguns buracos. A maioria das poltronas estavam conservadas, mas as da frente estavam quebradas e uma ou duas, haviam caído no meio do caminho. As paredes eram decoradas com pinturas desbotadas e um tanto assustadoras que pareciam nos encarar à medida que avançávamos pelo caminho. As luzes estavam penduradas por fios e ameaçavam cair a qualquer momento. O mais assustador era o palco. A parede tinha manchas vermelhas, como sangue, as escadinhas que levavam ao palco estavam desgastadas e desmoronando. A parede de fundo (do palco) era laranja com detalhes em verde e uma mancha preta que parecia uma silhueta de alguma pessoa. Uma cadeira enferrujada estava no centro, com estilhaços a sua volta. Ao lado do palco, havia dois corredores que, provavelmente, levavam a um vestiário, no entanto, o caminho estava muito escuro, não dando para ver nem mesmo um detalhe.

  - Tem certeza de que ela está aqui? – Madoka engoliu em seco.

  - Yoyo... – Yu segurou na minha camisa, se escondendo atrás de mim. – Isso é assustador.

  - Não se preocupe, Yu. – Lennox sorriu para ele e segurou sua mão.

  - Não precisa ficar com medo. Estamos aqui com você. – Consolei-o.

  Mas ele não era o único preocupado. O lugar era sombrio e escuro, com apenas alguns pontos de luz. Madoka, Sam, Kenta e até mesmo Benkei pareciam em choque. Já Gingka estava um pouco desconfiado.

  - O seu rastreador parou de funcionar. O sinal não deve funcionar aqui. – Lennox falou encarando seu celular.

  - O que devemos fazer, então? – Perguntei.

  - Dar o fora daqui. – Madoka falou.

  Eu encarei Lennox torcendo para que entendesse o que estava tentando dizer. Ela assentiu e começou a andar em direção ao palco. Logo seguimos-a. Mas, ao subirmos as escadas, ela começou a agir estranho.

  - Pensando bem, acho melhor já irmos embora. Deixe para lá, ela não está aqui.

  - Qual o problema? Está com medo? – Arqueei as sobrancelhas.

  - Não é isso. É só... – Ela abaixou a cabeça. – Acho melhor irmos embora.

  Olhei para cima e percebi uma pintura de um anjo que apontava para algum lugar. Segui o caminho que o dedo fazia e cheguei a uma parede de tijolos. Apalpei-a e achei um tijolo deslocado e puxei-o. Uma escada se abriu, levando para um corredor escuro.

  - Vamos? – Perguntei.

  - De jeito nenhum, Kyoya. – Lennox negou com a cabeça. – Não vamos mexer com coisas tão perigosas. Vamos embora.

  - Se quiser ficar, pode ficar, não irei impedi-la. Mas vamos precisar de algum celular para iluminar o caminho... – Comentei.

  - Já estou avisando, isso não vai dar certo. Depois não se arrependam. Mas eu vou...

  - Então vamos.

  Descemos as escadas usando o celular de Lennox como lanterna. Andamos por longos corredores escuros, até que, em uma determinada hora, tochas se acenderam e nos guiaram.

  - Onde estamos? – Madoka perguntou agarrada ao braço de Gingka.

  - Não faço ideia. – Respondi.

  Quando chegamos em um tipo de sala, fomos surpreendidos por pessoas armadas. Antes que eu pudesse reagir, fui atingido na cabeça e apaguei.

  Só acordei mais tarde, amarrado em uma cadeira em uma sala escura. Minha visão estava turva, então não conseguia enxergar quase nada. Aos poucos minha visão foi voltando e se acostumando com o local. Procurei os outros, mas não encontrei-os, apenas escuridão e algum objeto que na hora não consegui reconhecer.

  - Olá, Kyoya.

  Olhei para onde vinha a voz. Havia uma mesa igual à de escolas e uma silhueta, que parecia feminina, sentada em cima. Era ela. A capuz havia feito uma armadilha e eu caíra nela como um patinho


Notas Finais


Oii! Gostaram? Tenho uma pergunta para fazer para vocês, o que acham de eu mudar o dia de postar para sexta? Assim, não terei trabalhos para fazer (se tiver, é só eu fazer no sábado) e também não terei problemas em estudar. E então, o que acham? Mantenho de quinta ou posto de sexta? Vocês decidem. Enfim, espero que tenham gostado e me desculpem pela demora. Obrigada por ler/comentar/ favoritar. Amo vocês <3 Bjss de chocolate! Até o próximo capitulo!


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