1. Spirit Fanfics >
  2. The letters Camren >
  3. 19 de Fevereiro

História The letters Camren - 19 de Fevereiro


Escrita por: pqp_len

Notas do Autor


Eu mudei o nome da fanfic, só avisando.
Demorei? Nem tanto kkk
Pra quem tem Twitter e quiser (sla) falar comigo o meu é @Ellie_CabeYo
E segue o baile
Boa leitura

Capítulo 5 - 19 de Fevereiro


19 de Fevereiro

Acordei me sentindo meio estanha, acho que é só mais um momento de bad, ou aquelas crises de existência, que costuma ser normal na minha vida. Eu estava pensando muito na merda que eu tinha feito, sério mesmo que eu nem tentei? Nem tentei pra ver se Camila e eu dariamos certo ou não, Eu duvidei do amor.

Acho que tenho mais um motivo para me odiar a partir de agora, eu odeio ter medo, mas eu tenho muito medo das coisas. Medo de praticamente tudo, e são medos que eu terei que superar.

Depois de fazer minhas higienes, me olhei no espelho do banheiro, eu não conseguia me reconhecer. Meus olhos verdes, sem brilho algum, meu cabelo preto bagunçado e olheiras fundas abaixo de meus olhos, deixando claro que eu não dormia bem a dias.

Desci meu olhar para a pia e em cima dela havia uma caixinha de lâminas. Eu fiquei olhando pra ela e senti uma vontade fora do normal de pegar e apenas usar.

Abri a caixinha de lâminas e peguei uma, minha velha lâmina, minha velha melhor amiga. Olhei para meu pulso que estava cheio de cicatrizes e não pensei nem mais um segundo para deslizar a merda da lâmina naquele local.

Eu não estava bem, eu me sentia mal, como se fosse realmente uma inútil, talvez eu seja. Me sentia como se não fosse importante pra ninguém, como se todos do mundo me odiasse, como se nada valesse a pena, como se minha vida fosse um fracasso total. Eu pego a droga de uma lâmina e deslizo sobre meu pulso, e sinto aquela dor, aquela dor gostosa de se sentir, aquela dor de alívio, eu sinto a dor, a dor física mas que nem se compara com a emocional.

O meu sangue começou a escorrer devagar e dolorosamente, eu tentei limpar mas não parava de escorrer, continuei me cortando, tentando tirar a dor de mim, com outra dor, isso pode parecer completamente idiota, mas funcionava. Sabe quando algum lugar do seu corpo está coçando, e você começa a coçar outro lugar pra ver se aquele que está coçando, para de coçar? É praticamente assim com a dor. Provoco a física para tentar me livrar da emocional. Abri o chuveiro afim de tomar um banho e tentar tirar o nojo que sinto de mim mesma.

Me esfreguei bem com sabão e até lavei meus cabelos, tomei um banho demorado, sai do banheiro e fui me trocar, coloquei a primeira roupa que vi na frente. Uma calça de moletom e um blusa regata, fui até o banheiro procurar uma tala na caixa de primeiros socorros, achei e enrolei a tala no meu braço cortado, depois voltei pro quarto colocando uma blusa de frio, também de moletom.

Hoje era sábado então não teria que ir a escola, ainda bem, não sei se aguentaria o dia de hoje naquele inferno.

Estava pensando na Camila e em tudo que ela me disse quando me veio um pingo de coragem, eu iria falar com a Camila, eu iria dizer tudo que sinto pra ela, até os meus medos. Me abriria completamente. A gente conseguiria passar por isso se ficarmos juntas, não é mesmo?

Mas antes precisaria me livrar de meu vício e de minhas lâminas, seria um pavor viver sem, mas acho que consigo. Pela Camila, eu posso tudo.

Caminhei de volta até o banheiro, pegando a minha caixinha de lâminas em cima da pia, erguendo a tampa da privada e as jogando dentro. Vi minhas lâminas afundando e comecei a me sentir mal, estava traindo quem mais me 'ajudava'.

Sem olha-las dei descarga para acabar logo com isso mas me surpreendi quando a água da privada não descia, apenas subia, cada vez mais, estava perto de transbordar quando parei de apertar o botão da descarga. A água desceu um pouco e nada mais. Tentei desentupir com o desentupidor mas não deu certo, até que desisti e me arrependi de ter jogado minhas lâminas fora. Afinal, elas não tinham culpa.

Coloquei um tênis e desci correndo as escadas da casa da minha mãe, chegando em um dos últimos degraus, acabei pisando em falso e sai rolando escada a baixo. Levantei meio atordoada pelo tombo inesperado e apenas sai pela porta, caminhando até uma farmácia que havia ali perto.

Chegando perto da tal farmácia eu decidi pensar mais um pouco e fui me sentar em um banco de uma praça em que ficava na frente da farmácia, apenas observando e pensando novamente se entrava ou não entrava para comprar novas lâminas.

Quando de repente sinto a presença de alguém ao meu lado, entrei em desespero por dentro, com medo de olhar pro lado, achando que era alguém que iria me sequestrar e me estuprar e depois me esquartejar.

Acho que eu estava vendo muito filme de terror, só acho.

Depois de alguns segundos criei coragem e olhei para o lado, ficando surpresa com quem era, lá estava ela, Camila.

- O que faz aqui? - Perguntei relaxando por não ser nenhum cara querendo me sequestrar.

- Estava só andando e pensando em umas coisas que aconteceram, aí te vi aqui sentada. - Ela diz.

Ficamos em um silêncio até que resolvo falar.

- Precisamos conversar. - Nós duas falamos ao mesmo tempo e depois rimos.

- Eu... - Falamos ao mesmo tempo de novo, e dessa vez eu fico mais nervosa do que eu já estava, acho que estávamos demorando muito e se eu não falasse agora, eu não iria conseguir dizer depois.

- Camila, eu sinto muito, de verdade. Eu andei pensando muito no que aconteceu e eu... - Tento continuar mas Camila me corta.

 - Eu beijei o Austin. - Cortou. Falando rapidamente.

Eu fiquei em silêncio apenas a olhando, ela beijou o Austin? Como assim?  Deis de quando eles se falavam? Ela sempre o evitou por ele dar em cima dela...

- Na-a verdade ele me beijou, e  e-eu...  correspondi. - Ela completa gaguejando.

Nesse momento eu perdi toda aquela coragem que eu tirei não sei dá onde, mais cedo. Tudo que eu tinha pra falar sumiu da minha mente. Eu não conseguia falar nada, eu apenas fiquei em silêncio e a olhando.

Até que depois de um tempo e de um silêncio extremamente constrangedor eu decido falar, tentando ao máximo não gaguejar e não me entregar as lágrimas ali na frente dela. Eu não poderia fraquejar.

- Wow, quando isso? - Pergunto mesmo não querendo saber e só querendo ir pra casa da minha mãe me deitar na minha cama e chorar até não aguentar mais.

- Agora a pouco, ele me chamou para ir na praça andar com ele e eu aceitei porque não tinha nada para fazer em casa. Estávamos olhando uma flor que era azul, linda por sinal, ai ele me puxou e me beijou. - Ela explicou.

Além de chateada eu estava me sentindo confusa e inútil. Como uma pessoa se declara pra você em um dia e no outro corresponde ao beijo de outra pessoa?

Não é porque ela beijou ele que o que ela disse pra mim deixe de ser verdade, até porque um beijo é só um beijo mas ela sabe que ele gosta dela e ela beijando ele, mesmo não querendo ela está dando esperanças para ele.

Fiquei em silêncio.

Eu olhava para o rosto dela e ela pra qualquer ponto, evitando meu olhar. 

- Vai embora Camila, me deixa aqui sozinha.  - Eu disse mas não passava de um sussurro.

- Por que? Lauren... Foi sem querer, ele me puxou e quando vi já tinha correspondido. - Camila tentou amenizar mas só piorou as coisas. Eu já não estava num dia bom, e agora isso.

- Laur...

- Só vai embora. - A cortei friamente, e virei meu rosto.

Camila se levantou de cabeça baixa e saiu andando lentamente.

Assim que a perdi de vista, me levantei. Caminhei até a farmácia, eu só vim aqui para fazer isso mesmo. Comprei outra caixinha de lâminas e guardei em meu bolso. Não queria voltar pra casa, não agora.

Desci a rua, chegando na praia e, comecei a caminhar na bera do mar, oras chutando a areia, oras parando pra observar o mar, as ondas que sempre estava indo e voltando. Quando percebi que o céu começará a escurecer, olhei em volta e vi umas pedras em uma parte deserta da praia, caminhei até lá me sentando próximo às pedras e depois me deitando na areia. Fiquei olhando o sol se por, bem lento mas ao mesmo tempo era rápido. Uma das paisagens mais lindas que já vi, o céu estava meio alaranjado e as nuvens em volta com um tom de vermelho. Simplesmente maravilhoso.

Estava perdida olhando o o por do sol que nem percebi que havia uma música incrívelmente alta tocando por perto. Levantei meio assustada por não ter ouvido antes. Olhei para o espaço depois das pedras e vi que estava acontecendo tipo uma Rave, ali no meio da praia.

Cheio de adolescente parcialmente bêbados, com copos vermelho nas mãos e dançando ao som da música. Alguns se pegando sentados na areia e outro apenas conversando em grupos.

Não sei por que mas decidi me aproximar.

Tinha um pequeno bar ali, fui até lá e me sentei em uma cadeira alta de frente o balcão do bar.

- O que vai querer moça bonita? - Disse um dos atendentes que trabalhavam ali, ele era bonito, estava sem camisa deixando seus músculos do abdômen a amostra, usava uma bermuda de praia e não tirava o sorriso galanteador do rosto por nada.

- Uma caipirinha, por favor. - Pedi. Eu não queria beber, eu nem podia beber por ser menor de idade, mas eu estava ali, acabada emocionante e sozinha, não iria fazer mal algum beber apenas uma caipirinha. Dizem que bebida ajuda quando você está mal por alguém ou algo, ou talvez não dizem nada e eu só estou inventando isso para poder beber.

Talvez

- Aqui está. - O tal moço disse me entregando a bebida.

- Obrigada. - Agradeço e bebo um gole, franzindo a testa pelo gosto. Eu nunca havia bebido antes.

- Me chamo Brad e você?

- Lauren. - Eu disse não dando muita importância, eu sabia que ele ia dar em cima de mim mas eu não estava nenhum pouco afim de nada.

- Nome lindo igual a... - BRADLEY - Ele foi cortado por alguém o chamando para atender outros clientes e eu agradeci mentalmente por isso. Não queria alguém enchendo meu saco.

Terminei minha caipirinha e decidi não beber mais nada, eu não podia chegar em casa fedendo a bebida

Ou podia?

Ninguém iria ligar mesmo.

Sentei em um banco que havia na praia e fiquei um tempo lá, apenas pensando, como sempre. Mas estava ficando muito tarde então apenas liguei para um táxi, não iria correr o risco de voltar a pé para casa, estava muito escuro e esse lado do Rio de Janeiro é muito perigoso.

Cheguei em casa e entrei, continuava vazia e tudo escuro, minha mãe deve ter saido com alguma amiga pra alguma balada alheia depois do trabalho.

O bom de estar na minha mãe é isso, ela nem sempre está em casa, então eu tenho certa liberdade, como pra comer o que eu quiser e o que tiver ou pra sair de casa sem falar pra onde estou indo, sem alguém estar me monitorando vinte e quatro horas por dia. E sem alguém me batendo de noite.

Fui para a cozinha procurar algo para comer e para tirar o gosto da caipirinha de minha boca. Nada contra mas aquilo é horrível.

Achei uma lasanha dentro do micro - ondas e me senti no céu com isso. Eu não comia lasanha a séculos.

Peguei um pedaço pra mim e apenas comi, devagar e saboreando cada pedaço. Aproveitando o momento.

Depois de comer fui pro banheiro do quarto escovar os dentes e aproveitei pra guardar as lâminas dentro da gaveta do armário que havia no banheiro. Sai do banheiro já tirando a roupa que eu estava, largando-a pelo caminho. Fui ao pequeno closet do meu quarto e coloquei uma roupa mais leve, um pijama qualquer. E me deitei na cama pra tentar dormir, o que seria muito difícil.

Rolei para um lado, Rolei para outro lado. E nada de conseguir dormir.

Estava de olhos fechados quase caindo no sono profundo quando ouço um barulho na janela de meu quarto. Olho pra janela e ouço o barulho de novo. Pareciam... pedras?

Eram pedras!

Tinha alguém jogando pedras na minha janela...

Peguei meu celular e olhei as horas, eram 03:23 AM.

Quem estaria na minha janela em plena três e vinte da madrugada tacando pedras?

Tentei ignorar mas o barulho das pedras batendo no vidro estava começando a me irritar, então descidi apenas levantar e dar uma olhada.

Abri a persiana da janela e olhei para baixo, encontrando uma Camila totalmente descabelada e sorridente deitada no gramado abaixo de minha janela, tacando pedrinhas.

Fiquei brava mas muito preocupada, o que ela estaria fazendo ali?

Abri a janela.

- Camila? - Tentei gritar mas não muito alto, minha mãe já devia ter chego e não queria acorda-lá.

- Hey, Camila? O que faz aqui?

- Nossa-a, finalmente, acheeei que estava mooorta. - Camila disse com a voz completamente embolada, denunciando que ela avia bebido além da conta.

Ela começou a subir na árvore que havia ali e por um momento achei que ela ia cair de lá de cima.

- O que tá fazendo? Esta maluca? Desce daí, você vai cair!

- Eu quero ficar com você Laur... - Ela disse já subindo no galho que levava até a janela de meu quarto. Nossa como era fácil entrar no meu quarto.

Ajudei ela a entrar no quarto e ela se desequilibrou, se não fosse por eu ter a puxado e segurado pela cintura, ela teria caído feio no chão.

- O que faz aqui? - Perguntei, mas percebendo que não iria ter essa resposta hoje apenas descidi descer e fazer um café pra ela, dizem que ajuda a tirar um pouco do efeito do álcool.

Desci as escadas sem fazer barulho algum. Fiz o café e subi novamente, encontrando ela deitada na minha cama, quase durmindo.

- Camz, fiz café, beba tudo. Vem...

- Não, eu não gosto de café. - Ela disse fazendo uma careta engraçada, e com voz de criançinha.

- Mas tem que beber meu amor, você vai se sentir melhor. - Dei o café na mão dela e ela ia bebendo tudo de uma vez. E eu me assustei porque ainda estava quente.

- Devagar, ainda está quente. - Avisei.

Ela terminou de beber e me devolveu a xícara.

- Camz, vem, você vai tomar um banho porque está fedendo, anda. - Digo a puxando pelo braço.

- Não quero. - Diz emburrada, ela sabe ser pior que uma criança.

- Vamos Camz, se você não tomar banho, não deixo você dormir na cama. - Digo com a intenção de motiva-lá e isso da certo.

- Hum, me ajuda a tomar banho, sozinha eu não consigo. - Diz fazendo bico e olhando para mim.

- Nem pensar, você não é mais um bebê Camz. - Digo firme.

- Mas e se eu me afogar? - Olho para ela espantada, realmente no estado que ela está pode acabar se afogando no chuveiro. Solto um longo suspiro, fui vencida por uma simples frase dela.

Ela ergueu os braços com um pedido mudo para eu tirar sua blusa, peguei na barra de sua blusa e puxei para cima, tirando de seu corpo.

- A calça você tira, você consegue. - Digo olhando pra ela.

Camila tenta tirar sua calça mas acaba fracassando e quase caindo mas eu a seguro e vendo que ela não conseguia, terminei de tirar a calça dela.

Camila entra de roupas íntimas em baixo do chuveiro.

- Não vai tirar o resto? - Pergunto rindo.

- É mesmo. - Camila diz tirando seu sutiã e sua calcinha ficando nua na minha frente.

Encostei o box para dar a ela privacidade, peguei sua roupa suja e coloquei no sexto de lavar, amanhã eu lavaria e devolveria pra ela, ou não.

Fui pro meu quarto pegar uma roupa, peguei um pijama de frio leve, uma calcinha e aproveitei para pegar uma toalha limpa para ela se enxugar.

Entrei no banheiro com a roupa e deixei em cima da tampa da privada.

- Vamos sair Camz. Já ficou tempo de mais ai. Sua toalha e sua roupa está em cima da tampa da privada. Vou te esperar no quarto.

- Tudo bem. - Ela disse e eu sai do banheiro, encostando a porta e me direcionando para a cama, deitei e fiquei esperando a Camila terminar de se trocar.

Peguei meu celular e fiquei mechendo no instagram, vendo fotos e vídeos aleatórios, quando olhei a hora, percebi que já fazia uns vinte minutos que a Camila estava no banheiro e ainda não tinha saído, decidi ir ver.

Bati na porta e nada dela responder.

- Camila? - Chamei.

Como não obtive resposta, resolvi entrar. Abri uma fresta da porta e consegui ver Camila. A encontrei sentada na tampa da privada, durmindo feito um anjo.

Soltei uma leve risada e com cuidado a peguei no colo e levando-a para minha cama, deitei ela na minha cama a cobri com o grosso cobertor. Apaguei a luz e deitei ao seu lado, me cobrindo também.

- Boa noite Camz. - Beijei o topo de sua cabeça e terminei de me cobrir, Camila se aninhou a meu corpo, colocando sua cabeça no meu pescoço. Depois disso eu apenas dormi, feito um anjo pela primeira vez em meses.


Notas Finais


Vou tentar ser o mais rápida possível com o próximo...
Até logo.

(Sabiam que comentários incentivam o autor a continuar a história?)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...