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História The Lost Memory - Revelações


Escrita por: XiaoXiaoLoLo

Notas do Autor


Como falei no capítulo anterior, vão ser dois capítulos postados. Sem mais demora, espero que aproveitem o Capítulo...

Capítulo 10 - Revelações


Pov Yuuri

 

Escuro... Onde estou? Sinto como se já tivesse vindo aqui antes. Esse lugar me dá medo, me faz sentir meu peito sendo pressionado. Enxergo uma pequena luz branca e meus pés, como se criassem vida própria, me levam em sua direção. Estou flutuando? Não sinto o chão sob meus pés. Enquanto caminho, a luz engole lentamente a escuridão, e seu brilho é tão forte que poderia cegar, mas fecho meus olhos e sigo em frente. Passo pela luz branca até sentir que estou completamente envolvido por ela, então abro meus olhos e percebo que a escuridão sumiu por completo. Agora tudo à minha volta é claridade intensa. A pressão que sentia em meu peito parou, sinto aconchego, felicidade, esse lugar é tão agradável.

 

“Vejo que está melhor.” Uma voz com um tom suave falou.

 

Viro na direção em que a ouvi. Uma mulher de cabelos grisalhos aparece em frente a mim, sua pele é pálida, parece ter mais de 60 anos. Seu corpo não é jovem, mas não é velho, o rosto tem algumas rugas e sua boca é fina. O sorriso forma um coração com seus lábios rubros, e ao mesmo tempo que ela parece frágil, também parece forte. O que mais me chama atenção são seus olhos, de um azul profundo como o oceano, muito doces e me olham com carinho. Ela me lembra Viktor.

 

“Foi você quem me trouxe a esse lugar?” Pergunto, e recebo um balançar de cabeça como resposta. “Por quê?”

 

“Por que você estava ferido demais, inconsciente, e Viktor rezou para que você ficasse bem e não sofresse. Se você voltasse ao seu corpo agora, sentiria muita dor... mas não foi apenas por isso. Seu espírito também precisava de ajuda. As últimas palavras daquele homem mexeram com você, lembraram seu pai, e você estava começando a quebrar novamente.” Ela responde, mas o que mais me chama atenção é outra coisa.

 

“E-espírito? E-eu morri?” Minha voz gagueja, as palavras quase não saem.

 

“Eu quero ver o Viktor... onde ele está??” Minha voz soa alta.

 

“Venha... eu o levarei até ele.” Ela estende sua mão para mim, e eu a pego sem medo. Ela não me transmite o sentimento de medo, pelo contrário. “Feche os olhos.” Sigo a instrução e os fecho. Sinto como se estivesse sendo levantado, meus pés que antes pareciam tocar o nada, agora sentiam o piso duro do chão. “Pode abrir.” Abro meus olhos lentamente e olho em volta.

 

Estávamos no quarto de um hospital, e a primeira coisa que chamou minha atenção foi o homem sentado na poltrona, sua cabeça encostada na parede e seus olhos fechados. Estava vestindo roupas casuais, e a parte de baixo de seus olhos pareciam vermelhos, como se tivesse chorado muito. A única coisa que ele segurava era um casaco amassado em seus braços. Me aproximei lentamente dele, tocando seu rosto com carinho.

 

“Yuuri…” Ele falou enquanto dormia. Meus olhos começaram a umedecer, ardendo com as lágrimas que queriam cair. Não dava para eu segurar mais, até que uma por uma começaram a rolar, deixando meu rosto encharcado, banhado por elas, mostrando o que estava em meu coração, a palavra de sete letras que parecia gritar o que estava sentindo no momento: “saudade”, era tudo o que podia sentir. Braços envolveram o meu corpo em um abraço carinhoso e confortável. Eles eram finos, delgados, pareciam delicados, como um fino gelo prestes a quebrar. Mas seus olhos mostravam a sua força. Como se dissesse que estava ali para ajudar, e que era mais forte do que eu pensava. Retornei o abraço.  Ela se aproximou do meu ouvido, como se fosse contar um segredo. Me abaixei e ela sussurrando falou:

 

“Acalme-se Yuuri, logo você estará com ele. Sei que deve sentir muita saudade, afinal, o relacionamento de vocês vem de outras vidas. Embora essa seja a primeira vez que reencarnam ambos como homens, o amor que têm um pelo outro é tão grande que supera qualquer barreira que se puser no caminho de vocês.” A mulher que estava parada observando a situação agora tentava me confortar. Sua voz me dava segurança.

 

“Mas eu estou morto!!!” Falei a frase em uma mistura de raiva e tristeza.

 

“Você não está morto, apenas ficou inconsciente. Sua alma estava agonizando no escuro... apenas lhe mostramos uma luz! Olhe!”

 

Segui com os olhos o seu dedo que indicava a cama. Não havia notado, mas na cama do quarto de hospital havia alguém deitado. O aparelho mostrava os batimentos cardíacos, e sua frequência era estável. Me aproximei da cama lentamente. Podia ver agora as mechas do cabelo negro bagunçadas que se espalhavam sob o travesseiro, algumas feridas vermelhas no rosto, a cabeça estava enfaixada e os curativos pareciam estampar-lhe a pele, se extendendo por toda a parte visível de seu corpo. Um tubo fino ligado a um aparelho ajudava a respirar, e o som de ar entrando e saindo tinha uma frequência pesada. Olhar para o meu corpo deitado sobre uma cama, cheio de curativos e com aparelhos que faziam barulhos o tempo inteiro, era uma das cenas que nunca imaginei que veria. Era como olhar um boneco de tamanho real que podia respirar, um boneco vivo com o meu rosto... era algo muito estranho. Saí de meu devaneio quando ouvi batidas na porta e alguém entrando. Sua aparência seria igual à de Viktor, se não fosse por seus cabelos caindo sobre os ombros e seus olhos de cor verde escura, eram como esmeraldas, mas me davam medo, como uma jóia amaldiçoada. Ele vestia um jaleco por cima das roupas, e bordado nele estava seu nome: Nikolai Nikiforov. Seu rosto que antes era sério, agora estampava um sorriso de satisfação ao olhar para o homem dormindo à sua frente.

 

Ele fechou a porta com força, fazendo de propósito barulho suficiente para acordar o homem adormecido. Viktor se assustou e começou a esfregar os olhos devido à claridade, e sua boca abriu em um grande bocejo.

 

“O que você quer Nikolai? Que horas são?” Ele perguntou ainda sonolento.

 

“Vejo que está cansado... o que foi? Só porque o seu brinquedo foi quebrado?” Ele falava sem tirar o sorriso maligno do rosto.

 

“Como é que é?!” Viktor levantava a voz, que agora mostrava um tom de raiva. “Repita o que disse, e eu acabo com você. Yuuri não é um brinquedo. É a pessoa mais importante para mim. Não sou você, que gosta de brincar com o sentimento dos outros só por diversão.”

 

“Hahahaha!!! Não consigo acreditar, você realmente caiu por esse garoto! Eu estava certo!” Ele levava uma mão à boca como se tentasse abafar seus risos. Sua risada me dava medo. Sabia que ele escondia alguma coisa, mas não sabia exatamente o quê.

 

“O que é tão engraçado?!” A voz de Viktor parecia repleta de ódio. Nunca imaginei que ele pudesse ficar assim.

 

“Nada de mais... só pensava que acertei no que fiz, afinal esse garoto é tão importante para você... se ele se machucasse, você sofreria também.” Sua voz não mostrava remorso, apenas diversão. “Estou cansado de você, senhor perfeitinho!”

 

Congelei ao ouvir o que ele falou. Ele queria que Viktor sofresse, e me machucou para atingir o seu objetivo. De repente vi Viktor levantando da poltrona em um salto, e suas mãos agarrando a gola do homem à sua frente. Era tanta força que podia ver as juntas esbranquiçadas de seus dedos, seus olhos faiscavam em uma mistura de raiva e ódio.

 

“O que você fez?!” Viktor falou entre dentes. Parecia que ia surtar.

 

“Opa, opa, calma lá! Você quer mesmo brigar no quarto em que o seu namorado está se recuperando?”

 

“Tsc.” Viktor soltou a gola de Nicolai, sentando na cadeira e soltando um suspiro. “Saia. Agora.”

 

“Ainda tenho mais coisas para falar.” Nikolai disse. Como eu imaginava, ele escondia mais alguma coisa.

 

“Você não ouviu o que acabei de dizer?! Saia daqui agora. Se continuar me perturbando, não sei o que sou capaz de fazer.”

 

“Você não vai fazer nada, disso eu tenho certeza... a não ser que queira acabar com a vida de seu namorado artista.” Ele abriu a porta e se foi.

 

Observei a expressão de Viktor, que parecia tão confusa quanto a minha. As perguntas começaram a surgir na minha cabeça: quem era aquele aquele cara? Como ele sabia da nossa relação? Viktor teria contado para ele? E como ele sabia que eu era um artista? As perguntas começaram a girar na minha cabeça, até que senti uma mão em meu ombro. Virei as costas para o meu corpo imóvel e olhei para ela.

 

“Hora de voltar. Você lembrará disso quando for a hora.” Foi tudo o que ela disse.

 

“Esp-” Antes que pudesse terminar de falar, senti sua mão me empurrando para trás, e perdi o equilíbrio caindo sobre o meu próprio corpo na cama. “Uff... Ah... ah…” Sentei na cama em um pulo. Sentia minha respiração ofegante e meus pulmões ardiam enquanto tentava puxar o ar. Meu corpo suava frio.

 

Olhei ao redor e vi um homem sentado na poltrona me observando. Seus olhos verde esmeralda me encaravam. Com uma revista em seu colo, ele não estava de jaleco, vestia apenas roupas casuais.

 

“Tudo bem?” Sua voz parecia preocupada. Mas minha mente estava um turbilhão de emoções com a lembrança ainda viva na minha frente. Não respondi a pergunta. Ali, na minha frente, estava o homem daquela lembrança. Nikolai Nikiforov!


Notas Finais


E então... gostaram do capítulo? Espero que já deduzam o que aconteceu...
Alguém Pode imaginar o que vai acontecer no próximo capítulo? Por que eu espero que seja um tão bom quanto "cores frias"...
Beijos e até o próximo...
PS: É uma pena, mas a fic logo chegará ao fim... ;3


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