História The love awakens - Quando tudo começa a dar errado

General Organa me convocou até seu QG improvisado, eu imaginei que sairia em missão mais uma vez. Por mais que eu quisesse ficar perto de Finn também sentia falta de voar, portanto estava dividido, e a Resistência não podia parar.

- Boa tarde, Poe – ela me cumprimentou, assim que entrei em sua sala.

- Boa tarde, General – respondi.

- Tenho uma missão para você – ela disse.

- Imaginei.

- É uma missão simples, você deve sair amanhã e voltar no dia seguinte – ela começou – uma missão de escolta.

- Escolta? De quem?

- Um ex-senador que nos apoiava, ele está em Hoth e você deve escolta-lo até seu planeta natal, Naboo, lá ele estará seguro. Irei te enviar os detalhes. Convoque o Esquadrão Negro.

- Entendido, General.

Fiquei um pouco ansioso por deixar Finn e, de alguma forma, a General percebeu.

- Poe?

- Sim, general?

- Espero que sua... situação com o senhor Finn não atrapalhe o andamento de suas missões.

- Não irá, General.

- Ótimo. Boa sorte.

- Obrigado.

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No dia seguinte acordei envolvido pelos braços de Finn, só de estar em minha casa com ele por perto já era o suficiente para não sentir vontade de partir, mas o dever me chamava. Ele me abraçava tão fortemente enquanto dormia, que era difícil me soltar.

- Ei, Finn – eu disse suavemente para acordá-lo – eu preciso me levantar.

Aos poucos ele recobrava os sentidos acordando, mas não me soltou.

- Bom dia, Poe.

- Bom dia, lindo – respondi – eu preciso me levantar, tenho aquela missão que te falei.

- Eu sei – ele respondeu.

Eu beijei sua testa num gesto protetor, ainda naquele tempo eu me sentia responsável por ele e tinha impulsos de protege-lo e de cuidar dele.

- Não vai se meter em confusão quando eu estiver fora, hein?

Ele riu.

- Não vai se meter em confusão enquanto estiver fora, combinado?

- Combinado.

Eu me troquei e aprontei minhas coisas, BB-8 bipava animado ao meu lado, ele também sentia falta de voar. Dei um beijo de despedida em Finn, que eu sabia que voltaria a dormir em breve.

- Até amanhã, Finn.

- Até amanhã, Poe.

Por um momento eu achei que conseguiria falar para ele tudo o que estava engasgado desde a primeira vez que nos separamos.

- Eu te... te... adoro, Finn.

- Eu também, Poe – ele disse – agora, vá, você tem uma galáxia para proteger.

Nos beijamos novamente até que parti.

            O trajeto até Naboo não foi nada tranquilo, a patrulha da Primeira Ordem estava cada vez mais constante, tivemos de tomar rotas alternativas, e até mesmo entramos em combate três vezes, mas no fim, conseguimos chegar até o Sistema Naboo sem maiores complicações.

- Negro Líder – ouvi a voz de Karé Kun – estamos nos aproximando de nosso destino.

- Entendido, Negro três – ouvi-me dizer – preparar para pousar.

- Entendido, Negro Líder – ouvi meus amigos responderem.

A escolta do ex-senador até seu planeta havia sido completada, agora deveríamos escolta-lo até seu destino final. Todos saímos com nossas blasters à mão. Ao alcançarmos tal destino, foi-nos oferecido para pernoitarmos, o que aceitamos, fazia parte da etiqueta das missões de escolta. Eu não consegui dormir com a cama vazia ao meu lado.

Para rumarmos de volta às nossas respectivas bases que agora estavam espalhadas pela galáxia, tomamos rotas alternativas, tentando evitar ao máximo qualquer contato com a Ordem. Eu me despedi de meus amigos, esperando vê-los novamente em breve e quando menos percebi já estava pousando novamente em Yavin 4.

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Assim que desci naquela lua, uma sensação ruim se apoderou de mim como se algo tivesse acontecido naquele único dia em que estive fora. Rumei euforicamente até o QG para me reportar à General e a encontrei séria e pensativa.

- Vim reportar, General – anunciei.

- Depois, Poe – ela disse, escolhendo as palavras cuidadosamente – precisamos conversar.

- O que aconteceu? – perguntei, meu coração estava acelerado.

- Eu preciso que você seja forte, Poe – ela suspirou, tensa – o senhor Finn foi capturado por um caçador de recompensas hoje de manhã.

Eu perdi meu chão assim que ela falou aquelas palavras, eu não podia acreditar! Há um dia atrás todas as coisas estavam perfeitas.

- Eu, vou aprontar minhas coisas e vou procurá-lo – falei, sem pensar – temos que intercepta-lo logo, se ele chegar à  Ordem não irá sobreviver. Irão fazer dele um exemplo e irão extrair todas as informações sobre nossas operações também.

- Poe, eu preciso que você se acalme – ela disse, segurando minhas mãos – eu não posso permitir que você parta agora. Não temos ideia de onde ele foi parar.

Eu sentia minha garganta queimar, era tudo culpa minha! Eu que havia arrastado o rapaz para o meio disso tudo.

- O time dele também desapareceu, Poe – ela declarou – se eles estiverem juntos vão pensar em um jeito de escapar. Ele ainda não está com a Ordem, disso eu tenho certeza. Como você disse iriam fazer dele um exemplo.

- General – eu falei com a voz embargada – eu não posso perdê-lo.

Ela pousou as duas mãos em meus ombros.

- Eu não senti distúrbios na força, nem Luke, nem Rey – ela olhava em meus olhos – enquanto ele estiver vivo, há esperança. Tire o dia de folga, Poe. Nós iremos pensar em algo.

Eu não queria ir até a casa de meu pai em que sabia que todos iriam se solidarizar de minha dor, não queria encontrar outras pessoas, e me instalei em um dos alojamentos improvisados da nova base.

As lágrimas insistiam em vir até meus olhos, eu apenas pensava que nunca havia dito a ele o quanto o amava. E pela Força! Como eu o amava! Saber que ele estava possivelmente sendo torturado, sofrendo e sentindo dor só aumentava a minha própria dor e a minha ansiedade.

Eu não tinha paciência nem para ouvir BB-8 que tentava me consolar e o desliguei por um tempo. Minha única companhia foi a garrafa de whisky que descia queimando pela minha garganta, eu me sentia a mais miserável das criaturas e, quando menos percebi, havia adormecido. Ao acordar, tomei uma decisão, eu iria sair a procura de Finn, a General me autorizando ou não.