História The love awakens - Esperança

Ao acordar, por um momento, pensei que tudo havia sido um pesadelo, até que notei que eu estava no alojamento e BB-8 estava localizado ao meu lado desativado. Senti uma dor de cabeça tremenda que nada tinha a ver com o fato de que eu havia bebido.

Eu sabia que ficar assim não era a solução, isso não iria trazer Finn de volta. Tomei um banho quente tentando colocar a minha cabeça no lugar e fiquei mais ou menos apresentável. Rumei até a casa de meu pai, chegando lá fui recepcionado por ele que dizia sentir muito por Finn.

- Não sinta – essa foi a resposta que dei, seca.

Eu liguei BB-8 novamente, que bipou irritado em resposta, ele não havia gostado nem um pouco do fato de ter sido desligado. Fui direto ao hangar das naves, pronto para partir em minha x-wing, e não me surpreendi nem um pouco quando vi que a general estava lá me esperando.

- Você não está autorizado a partir, Dameron – ela disse, impassiva.

- Eu preciso, general! – exclamei.

- E o senhor vai para onde? Posso saber? – ela perguntou – tem alguma ideia de onde o senhor Finn esteja, está escondendo alguma coisa? Porque se estiver é melhor me  contar, assim podemos mobilizar todos os recursos necessários para trazê-lo de volta, mas partir desse jeito sem nenhuma autorização é burrice, Poe.

Ela sabia que eu não tinha nada, eu sequer estava lá quando Finn foi sequestrado, tudo o que eu podia fazer era acreditar que ele ia voltar, meu coração estava acelerado, havia suor em minha testa, eu estava nervoso, meu impulso era de gritar com a general, mas ela tinha razão, não havia nada que eu pudesse fazer. Apenas acreditar em Finn.

Passaram-se dias desde que Finn havia sumido, não tínhamos notícia alguma, mas Rey, Leia e Luke insistiam na ideia de que ele estava vivo, eu já me encontrava praticamente sem esperanças e mal trocava palavras com as pessoas a minha volta. Nada me trazia conforto.

- Poe – eu ouvi a voz de Leia ao meu lado e isso só aumentou minha dor de cabeça – precisamos de você de volta, querido.

- Eu estou aqui – respondi – quem não está de volta é Finn.

- Você me entendeu, Dameron – sua voz era suave, compreensiva – eu não vou permitir que aconteça a Finn o que aconteceu com Han.

- Provavelmente já aconteceu, General – respondi – então por que estamos aqui parados?

- Não, não aconteceu – ela continuou – se a Ordem estivesse com Finn fariam questão de que nós soubéssemos.

- Eu só não entendo como esse caçador de recompensas sabia sobre Finn – suspirei – eu achava que tínhamos despistado a ordem.

- Provavelmente ele estava no rastro de Finn desde que partiu para Yavin 4, apenas esperando uma oportunidade.

- É, provavelmente.

Falar sobre isso me fazia sentir desamparado e eu não conseguia evitar o sufoco que vinha a minha garganta.

- Nós vamos pensar em alguma coisa, Poe – a General me disse, abraçando-me, consolando-me.

- O problema é que até pensarmos em algo pode custar a vida dele – minha voz vacilou – eu não posso perdê-lo.

Permaneci abraçado a ela por um tempo e meu coração se aquietou um pouco. Rumamos até o QG e iniciamos pesquisas e mais pesquisas, além de acionarmos todos os nossos contatos em busca de qualquer informação sobre o paradeiro de Finn. Mas não encontramos nada.

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- Encontramos uma pista – ouvi a General dizer alguns dias depois.

- Sobre Finn? – perguntei.

- Sim, há rumores de uma nave de um caçador de recompensas chamado Jack foi encontrada com sua tripulação morta em Coruscant – ela disse – não havia ninguém na nave além da tripulação, Poe. Ainda há esperança para Finn.

- Permissão para ir até Coruscant averiguar – pedi.

- Permissão concedida.

Aprontei minha x-wing e saí o mais rápido possível de Yavin 4, sem nem sequer me despedir ou agradecer a ninguém. Tudo o que eu queria era encontrar Finn, uma pista, uma menção de que ele estava vivo, de que ele estava bem.

Coruscant, o grande planeta-cidade, era um local que eu não gostava muito de visitar, muita bagunça, muita confusão e pouca gente de confiança. Obviamente que a nave de que havia ouvido falar já havia sido recolhida, e eu não podia me revelar, pois se havia um lugar que havia espiões da Primeira Ordem, esse lugar era Coruscant.

Uma dose de bebida aqui e outra ali, uma conversa jogada na pessoa certa e toda a determinação do mundo não foram o suficiente para que eu conseguisse nada de significativo, a única coisa que eu sabia era que, de fato, uma nave havia caído ali, parecia ter sofrido um motim, parecia ser de um caçador de recompensas, nada conclusivo.

Não me restou nada a não ser voltar para Yavin 4, eu ansiava para que Finn estivesse lá quando eu retornasse, mas eu sabia que não estaria, eu sabia que as coisas não seriam assim tão fáceis. Ao retornar, sem provas, sem Finn, sem nada, só me restou me afundar em álcool de novo, e esperar, e ter esperança.