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História The Love Is Blind - Fire And Light


Escrita por: NollramFoster

Notas do Autor


Olá, mais um capítulo pra vocês, obrigado pelos comentários e favoritos, espero que gostem. 😘🍸

Capítulo 33 - Fire And Light


Fanfic / Fanfiction The Love Is Blind - Fire And Light

P.O.V Peter 

02/10/2016, 16:00h

Estava deitado no meu quarto, olhando para o teto, esperando alguma notícia do Daniel ou do Andrew. O Rafael e a Emma foram para suas casas juntos, o Gabriel estava dormindo, mas dessa vez sem pesadelos, pois seu anjo estava do seu lado, o Andrew decidiu esperar na casa dele para ver se o plano deu certo ou errado e o Eduardo estava fazendo sei lá o que no quarto de hóspedes. 

Estava quase pegando no sono quando meu celular tocou, era uma mensagem do Andrew: 

"Acabou, ela se foi pra sempre, me encontra na casa do Eduardo."

Não consegui me conter e começei a rir aliviado, finalmente acabou, me levantei, calçei meu sapato e fui me encontrar com o Andrew. 

Saí de casa e fui correndo até a casa do Eduardo, não aguentava mais aquele clima pesado, a única coisa que eu queria fazer era beijar o Andrew. Quando finalmente cheguei na casa do Eduardo fui entrando, nem pensei em bater na porta, só queria ver meu namorado. E então eu o vi, o vi sentado em uma cadeira, todo amarrado com um pano na boca o impedindo de gritar.

—Andrew?! - Perguntei confuso. 

—Olá, Peter. - Disse uma voz atrás de mim.

Eu reconheci aquela voz, eu sabia quem estava atrás de mim, lá no fundo eu queria estar errado, eu queria ter confundindo as vozes, mas não, eu tinha certeza absoluta de quem era aquela voz. 

—Eduardo? - Perguntei me virando. — O quê está acontecendo? Por quê você prendeu o Andrew? 

Ele não respondeu, uma sensação muito ruin correu pelo meu corpo, nunca tinha sentido nada parecido, meu coração começou a bater forte e começei a suar frio.

—Porque eu mandei. - Respondeu outra voz.

Uma garota apareceu do lado do Eduardo, ela tinha os cabelos mais negros que alguém poderia ter, seus olhos eram vazios e igualmente negros, mas dava pra perceber que estavam cheios de ódio e rancor, sua pele era acinzentada, como se ela estivesse morta, e realmente estava, não precisei pensar muito para saber quem era, Emilly. 

—O quê? Como? - Perguntei confuso. - Era para você estar... 

—Presa? - Perguntou ela debochando da minha reação. - Vocês realmente acham que poderiam me vencer tão facilmente? 

—Mas como? Como você sabia? Como você ainda está aqui? O Daniel deu a água a você! 

Ela riu. 

 

P.O.V Eduardo

02/10/2016, 15:25h

—Quero te pedir desculpa. - Disse o Rafael

—Por quê? - Perguntei.

—Porque se eu não tivesse te apresentado ao Andrew você não estaria nessa situação. 

—Tudo bem. Não foi culpa sua, nem do Andrew, a única culpada é aquele monstro, e ela vai pagar pelo que fez. - Disse olhando para o frasco.

​Senti uma pequena dor na minha barriga, um pouco a cima do meu umbigo, quando eu disse aquilo, como se de alguma forma o monstro que me prendera estivesse me ouvindo, e alguma coisa me dizia que estava.

—Espero que sim. - Disse ele.- Bom,vou ver oque a Emma está fazendo lá em cima, já volto. - Ele saiu e foi atrás da namorada me deixando lá na sala sozinho. 

Voltei a olhar para o frasco e a dor na minha barriga ficou ainda mais forte, me levantei do sofá com muito esforço, enquanto a dor na minha barriga só aumentava, andei até o espelho e tirei a camisa, foi quando eu pude ver um corte na minha barriga, um pouco a cima do umbigo, era exatamente como os cortes que ela havia feito no meu braço, de repente a dor começou a diminuir, senti um pequeno alívio que infelizmente não durou muito, pois ao olhar para o espelho novamente não era meu reflexo que eu estava vendo, era ela, era o monstro, era a Emilly. 

—Você sabe o que tem que fazer. - Disse ela antes de desaparecer e eu voltar a me ver no espelho. 

De repente senti como se não tivesse mais controle sobre meu corpo, a única coisa que eu podia controlar era meus olhos, começei a andar de volta para a sala, tentei gritar, chamar por alguém, mas minha boca não se abriu, a única coisa que me restou foi observar o que meu corpo fazia sem poder interferir. 

Andei até a sala, estiquei a mão até o frasco com a água do bosque, tentei voltar a trás, tentei usar toda a minha força, mas nem meus músculos me obedeciam mais, peguei o frasco, fui até a cozinha e joguei toda a água dentro da pia, eu conseguia ver a minha liberdade indo embora junto com a água cristalina, eu queria chorar, mas me segurei, pois não ia dar esse gostinho à ela, enchi o frasco com a água da pia e o coloquei de volta na mesa, vesti minha camisa de novo e me sentei, pouco a pouco as pessoas começaram a voltar para a sala, o Daniel pegou o frasco, agora com água normal, e colocou no bolso. 

O anjo colocou suas mãos sobre os cortes no meu braço me curando, eu queria contar para ele sobre o corte na barriga, mas novamente a minha boca não se moveu com o meu comando.

—Pronto. - Disse o anjo. - Seu elo com a Emilly foi quebrado. Você está livre. 

—Eu só vou estar livre quando ela estiver bem longe daqui. - Respondi sem querer.

—Então, agora que vocês não estão mais ligados ela já deve estar dando sinais de que está voltando a ser quem é. Está na minha hora de ir. - Disse o Daniel. 

Todos desejaram boa sorte a ele, menos eu, eu até queria, mas meu corpo não, então ele saiu, saiu com a falsa esperança de que conseguiria derrotar a Emilly, mas eu ali, preso no meu próprio corpo, sabia que ele não conseguiria.

 

P.O.V Peter 

02/10/2016, 16:25h

—Mas como? Como você sabia? Como você ainda está aqui? O Daniel deu a água a você! 

Ela riu. 

—Mostra pra eles, querido. - Disse ela para o Eduardo. 

O Eduardo olhou para ela com raiva, mas obedeceu, tirou sua camisa revelando um corte na sua barriga um pouco a cima de seu umbigo. Foi quando eu entendi o que tinha acontecido, o anjo não tinha curado todos os cortes, ou seja, o elo do Eduardo com a Emilly não tinha sido quebrado e ela ainda tinha algum poder sobre o Eduardo. 

—Você trocou a água, não foi? - Perguntei para o Eduardo, mas ele não respondeu novamente. 

—Não o culpe, ele tentou evitar, tentou bastante, mas agora o corpo dele pertence a mim. -Disse ela rindo.

​Olhei para o Andrew e me aproximei dele, só queria ficar perto dele uma última vez, ela riu com o meu ato e o Eduardo parecia estar triste, mas não disse nada, até porque ele não podia.

—O amor não é lindo? - Perguntou ela ironicamente. 

—Por quê você está fazendo isso? Por quê todo esse ódio pelo Daniel? Ele não te fez nada! A gente não te fez nada! - Gritei enquanto segurava a mão do Andrew que me olhava assustado. 

—Você está certo, vocês não me fizeram nada, e nem o Daniel, eu achava que estava fazendo tudo isso porque eu queria me vingar do Daniel, mas quando conversamos hoje e eu fiz meu teatrinho, percebi que não estava fazendo isso pela vingança, mas sim porque eu gosto de ver vocês sofrerem, gosto de ver a dor do rostinho de vocês humanos, o Daniel estava certo, eu sou um monstro, e adivinha só! - Disse ela abrindo mais um dos seus sorrisos malignos, só que esse era ainda pior que os outros, se é que tinha como ser pior. - Eu adoro ser esse monstro. 

O Andrew segurou minha mão com força, fiz o mesmo com a dele. Respirei fundo e fiz a pergunta que nos assombrava:

—O quê você vai fazer com a gente?

Ela sorriu, como se estivesse esperando essa pergunta desde que prendeu o Andrew, e ela estava. 

—Não é óbvio? Eu vou matar vocês. Ou melhor, ele vai matar vocês. - Disse ela apontando para o Eduardo. 

Ele arregalou os olhos surpresos, em seguida nos olhou com um olhar triste que dizia: "Me desculpa". Sacudi a cabeça tentando dizer que estava tudo bem, que não era culpa dele, pude ver uma lágrima escorrendo de um de seus olhos, e a Emilly também viu.

—Ah! Para de chorar, seu bebêzão! - Disse ela. - Aliás, Peter e Andrew, não querem dar um "olá" para seus amiguinhos? 

Ela andou até uma porta e a abriu, revelando a Emma, o Rafael e o meu irmão, todos amarrados e amordaçados, eles arregalaram os olhos quando nos viram, tentaram falar alguma coisa, mais foi inútil por causa do pano que estava sobre suas bocas, lá também estavam minha mãe e o pai do Andrew, eles não estavam amarrados, mas estavam caídos no chão de olhos fechados dormindo, a Emilly riu e voltou a fechar a porta. Olhei para ela com raiva.

—Alguma coisa pra dizer meu querido? - Perguntou ela.

—Está esperando o quê?! - Gritei deixando a raiva tomar conta de mim. - Vai! Me mata logo! Só acaba com isso.

O Andrew me olhou indignado enquanto a Emilly sorria.

—Calma, já vou fazer isso, só estou esperando mais um convidado. 

 

P.O.V Daniel 

Senti tudo ao meu redor tremer, fechei os olhos com a esperança de que meu enjôo passasse, eu nunca sentia enjôo ao fazer isso, isso quer dizer que tinha alguma coisa errada. Quando finalmente percebi que meus pés estavam firmes no chão abri meus olhos, estava de volta na casa do Peter, bati na porta, mas ninguém atendeu, então entrei mesmo assim, o Gabriel não me mandaria uma mensagem pedindo para ir até lá e iria embora, não tinha ninguém na casa, eles deviam estar comemorando por aí, não pude evitar de sorrir um pouco.

—Gabriel?! - Chamei.

—Aqui no quarto! - Gritou ele do quarto do Gabriel menor. 

Corri até lá, o Gabriel estava com os pés e as mãos amarradas, amarradas pelo mesmo tipo de corda que antes amarrava o Eduardo, cordas da Emilly, mas isso não era possível...

—Dá pra me ajudar por favor! - Disse ele me tirando dos meus pensamentos. 

—Claro. - Disse o ajudando a se soltar. - Como isso aconteceu? Cadê os outros? 

—A Emilly, de alguma forma ela não está presa, ela está controlando o Eduardo. - Disse ele. 

—O quê?! - Perguntei. 

—Eu não sei, parece que eu não consegui curar todos os ferimentos do Eduardo. 

O ajudei a levantar.

—Ela pegou o Gabriel. - Disse ele preocupado. - Ela pegou ele, ele está com medo, eu sinto o medo dele.

—Onde eles estão? - Perguntei.

—Eu não sei. - Respondeu o Gabriel. 

De repente senti uma leve tontura, meu coração começou a disparar, começei a suar frio, isso quer dizer que um casal que eu juntei estava em perigo, e eu sabia exatamente quais casais eram.

—Você está bem? - Perguntou o Gabriel. 

—Não, eu não estou bem, tive uma sensação ruin, coisas ruins acontecem quando eu sinto isso, coisas muito ruins. - Respondi. 

—Que coisas? - Perguntou ele preocupado. 

—A última vez que senti isso... Foi no incêndio. - Disse. 

O Gabriel respirou fundo, eu sabia que para um anjo era muito difícil lembrar da forma como morreu, sabia que o Gabriel evitava ao máximo se lembrar do incêndio e de pensar na Carmen, e não o julgo por isso.

—Precisamos encontrá-los. - Disse o Daniel. 

De repente tudo ao nosso redor começou a tremer, mas tinha algo errado, nem eu e nem o Gabriel estalamos os dedos, quando finalmente parou nos encontramos na frente da casa do Eduardo. 

—Como chegamos aqui? - Perguntou o Gabriel para mim.

—Simples queridos, eu trouxe vocês. - Disse ela, a Emilly, saindo da casa. - Olá Dani, saudades? - Perguntou ela rindo.

—Como você....?  - Tentei perguntar. 

—Como eu ainda estou aqui e não estou lá? - Disse ela. - É uma longa história, só digamos que eu tive uma ajudinha de um amigo.

—Solte eles, sou eu quem você quer. - Disse. 

Ela me olhou nos olhos para ver se eu estava falando a verdade, e realmente estava, depois abriu um sorriso e começou a gargalhar. 

—Isso deixou de ser verdade a muito tempo... Meu anjo. - Disse ela ainda rindo. - Eu não quero só você, quero todos vocês, agora eu te pergunto, será que anjos podem morrer de novo? Vamos tentar descobrir? 

—Emilly, por favor... - Tentei dizer, mas ela estalou os dedos fazendo suas cordas aparecerem e me prenderem.

—Querido! - Gritou ela. - Pode trazê-los! 

Depois de alguns segundos o Eduardo saiu da casa empurrando o Andrew e o Peter, que estavam igualmente amarrados e amordaçados, o Eduardo me encarou, estava nítido que ele não queria fazer aquilo, ele jogou os dois no chão, eles se ajoelharam e me olharam também. 

—Então. - Começou ela. - Vamos brincar um pouquinho? 

 

P.O.V Emma

Estávamos assustados, amordaçados e amarrados, eu olhava em volta pensando em alguma coisa para nos soltar, mas não conseguia pensar em nada. O Rafael já tinha desistido a muito tempo, ele estava encostado na parede daquele maldito quartinho. O único que não parava de se mexer era o Gabriel, ele ficava mexendo a cabeça sem parar, começei a pensar que ele iria vomitar, mas eu estava completamente errada, pois depois de um tempo o pano que cobria sua boca caiu e ficou pendurado em seu pescoço. 

—Finalmente. - Disse ele. - A gente precisa sair daqui, e rápido. 

Fiz que sim com a cabeça freneticamente. O Rafael também, só que sem tanta esperança. 

—Rafael, você consegue ficar de costa para a Emma? - Perguntou o Gabriel. 

O Rafael olhou curioso para o Gabriel e depois para mim, se esticou um pouco e depois fez que sim com a cabeça. 

—E você Emma? Consegue ficar de costas para o Rafael?

Fiz que sim com a cabeça. 

—Então fiquem de costas um pro outro e desamarrem as cordas um dos outros.

Fizemos isso, foi um pouco difícil de chegar até o Rafael e ficar de costas pra ele, mais desamarrá-lo foi extremamente fácil, e parece que também foi fácil para ele me desamarrar, tiramos o pano de nós bocas.

—Como é que essas cordas saíram tão fácil? - Perguntei enquanto desamarrava meus pés. -Quando tentei desamarrar o Eduardo foi um sofrimento. 

—Provavelmente porque não foi a Emilly que amarrou a gente, foi o Eduardo. - Respondeu o Gabriel enquanto o Rafael o desamarrava.

—Gabriel, você é um gênio. - Disse me levantando. 

—Obrigado. - Disse ele sorrindo. - Mas temos que sair daqui. 

—Concordo, mas precisamos levar eles também. - Disse o Rafael apontando para o pai do Andrew e a mãe do Peter que estavam caídos no chão. - Emma, você e o Gabriel podem tentar carregá-la? Assim e eu posso levar ele. 

—Claro. - Respondi. - Podemos tentar né Gabriel?

—Claro. - Respondeu ele. - Vamos fazer isso.

 

P.O.V Daniel 

—Então. - Começou ela. - Vamos brincar um pouquinho? 

—O quê você quer? - Perguntei tentando me soltar. 

—Só um joguinho bobo, você vai gostar. - Respondeu ela. - Mas antes... Querido, vem aqui!

O Eduardo me olhou assustado enquanto andava até ela, ela que não parava de sorrir.

—O quê a senhora deseja? - Perguntou ele.

—Nada de mais, só bote fogo na casa. - Respondeu ela.

—O quê?! - Ouvi o Gabriel gritar, até tinha esquecido que ele estava ali do meu lado. - Não vou deixar você fazer isso! - Gritou ele correndo até ela enquanto o Eduardo entrava na casa.

A Emilly olhou para ele com ódio e estalou os dedos, o Gabriel foi arremessado para longe e jogado no chão, senti um leve cheiro de óleo, o Eduardo estava sendo obrigado a espalhar olho por toda a sua casa, ele saiu com um galão de óleo, que provavelmente a Emilly tinha feito aparecer, fazendo um caminho de óleo, jogou o galão lá dentro, tirou um isqueiro do bolso, o acendeu e o jogou lá dentro fazendo todo o caminho que ele tinha feito com o óleo pegar fogo.

—Não!!! - Gritei.

O Andrew e o Peter choravam enquanto olhavam seus pais e seus amigos morrerem junto com a casa em chamas, o Gabriel olhava para o fogo, mas não chorava, ele estava em choque, eu podia ver nos olhos dele, ele estava lembrando da sua morte, ele morreu no meio das chamas e agora o menino que ele devia proteger estava morrendo na mesma maneira.

—Não. - Disse ele de repente, mas sem se mover - De novo não. 

—Que engraçado, isso me faz lembrar da primeira vez. - Disse a Emilly olhando para a casa. 

—Primeira vez? Como você sabe da primeira vez? - Perguntei confuso. 

Ela não respondeu, apenas se virou e ficou olhando para mim com aquele maldito sorriso no rosto, foi então que eu me toquei. 

—Foi você. Você colocou fogo na casa da Carmen e do Gabriel. - Eu disse espantado com tamanha crueldade. 

—O primeiro casal a gente nunca esquece não é mesmo?Sabia que foi muito difícil colocar fogo naquela casa? Mas no final acabou tudo certo, bom, pelo menos pra mim. 

—Sua... Sua...

—Vai, fala, sua o quê? 

—Sua vadia. - Disse com raiva, nunca pensei que poderia sentir tanta raiva antes.

—Isso não é um linguajar de um anjo. - Disse ela. - Agora vamos brincar. 

Ela estalou os dedos e as cordas que me amarravam se soltaram e desapareceram. Ela estalou os dedos novamente fazendo aparecer uma arma em sua mão e a entregou para o Eduardo que estava chorando novamente. 

—O jogo é o seguinte: Eu vou dar essa arma para o Eduardo, e ele vai atirar nos dois, mas eu vou dar a chance de você poder salvar um deles, quem sabe até os dois, você só precisa correr daí até o Eduardo e tirar a arma de sua mão. 

—O quê? - Perguntei surpreso. - Fácil assim? 

—Fácil assim. - Repetiu ela sorrindo. - Eu te dou 30 segundos. Começando agora. 30... 29

Me levantei rápido e estalei os dedos, mas nasa aconteceu.

—25... 24... 23...

Tentei correr na direção deles, mas meus pés não sairam do chão. 

—20... 19... 18...

Olhei para os meus pés e não tinham nada ali, não entendi porque não conseguia ir até eles, mas aí eu me lembrei...

—16... 15... 14... 13...

... Eu não podia interferir, não podia mexer na vida deles...

—12...11... 10...

... E ela sabia disso, ela armou isso tudo, ela queria que eu sofresse da mesma maneira que eu sofri quando o Gabriel morreu... 

—9... 8... 

...Eu não podia passar por isso de novo...

—7... 6...

...Eu não vou passar por isso de novo. 

—5...

Eu fiz força para sair do lugar, usei força que eu nem sabia que tinha. 

—4...

De repente senti uma dor lancinante nos meus pés.

—3...

A dor subiu dos meus pés, correu por todo o meu corpo até chegar nas costas.

—2...

A dor sumiu e fui tomado por uma sensação de paz, uma luz branca surgiu ao meu redor.

—1... 0.

Tive a sensação de que meus pés começaram a se afastar do chão, olhei para baixo e eles realmente estavam se afastando do chão, a Emilly me olhava estupefata com os olhos arregalados e a boca aberta, os meninos não fizeram diferente, enquanto eu me afastava dela e de todos que estavam no chão. 

—Você tem... Asas. - Disse ela. 

—O quê? - Perguntei. 

Olhei para trás e vi um belo par de asas brancas como a mais clara nuvem do céu, as penas das asas sacudiam delicadamente enquanto elas batiam fazendo eu me afastar do chão e voar.

—Uau! - Disse surpreso.

Sorri para a Emilly que agora não me olhava com surpresa, e sim com raiva, muita raiva.

—Você tem asas?! - Repetiu ela.

Não respondi, apenas sorri.

—Mate-os! - Gritou ela para o Eduardo. 

O Eduardo andou até os meninos que começaram a se sacudir tentando se soltarem, enclinei meu corpo e como se soubessem exatamente o que fazer, as asas bateram mais forte e voei a toda velocidade em direção ao Eduardo, ele estava apontando a arma para a cabeça do Andrew quando eu o empurrei, ele caiu bem longe dali e deixou a arma cair, infelizmente aos pés da Emilly. 

 

P.O.V Peter 

O Daniel estava enclinando seu corpo enquanto o Eduardo estava com a arma apontada para a cabeça do Andrew, senti um aperto enorme no peito, eu acabei de perder meus amigos, meu irmãozinho e minha mãe, não podia perder o Andrew também. De repente vi o Eduardo ser lançado longe pelo Daniel, que ainda estava surpreso com suas asas, mas então vi que a arma que antes estava nas mãos do Eduardo, agora estava nos pés da Emilly, e ela também percebeu isso, pois se abaixou e a segurou.

—Veja o que eu encontrei. - Disse ela sorrindo. 

O Daniel tentou avançar na direção dela, mas ela apontou a arma para mim e o Daniel parou.

—Se você se aproximar eu atiro nele.

Parte de mim estava com medo, pois eu não queria morrer, não daquele jeito, outra parte de mim estava aliviado, pois ela estava apontando a arma para mim e não para o Andrew. 

—Emilly, pensa bem. - Disse o Daniel lá de cima. 

—Eu já pensei, e já decidi que não me interessa o que você fez, eu só quero ver você sofrer, e você vai sofrer, todos vocês vão. - Ela olhou para mim. - Tchauzinho Peter.

Fechei os olhos e ouvi um barulho estridente, ela tinha puxado o gatilho, fiquei esperando algum tipo de dor, mas não senti nada, apenas ouvi um grito, não um grito qualquer, era o grito da Emma.

—NAAAAAAAÃO!!!!!  - Gritou ela.

Abri os olhos e pude ver o que tinha acontecido, ele estava ajoelhado na minha frente, ele tinha levado o tiro por mim.

—Rafael. - Disse surpreso. 

Ele olhou para mim e sorriu antes de cair no chão, a Emma correu até ele.

—Por favor. Por favor. Não morre. - Disse ela pra ele. — Eu te amo. 

—É a... primeira vez... Que você fala isso... Pra mim. - Disse ele sorrindo. 

A Emma e o Andrew começaram a chorar enquanto a Emilly gargalhava. 

—Own! O amor não é lindo! - Debochou ela.

De repente vi a expressão da Emma mudar de tristeza para ódio, ela se virou para a Emilly e saiu correndo em sua direção.

—SUA FILHA DA PUTA!!! - Gritou a Emma. 

Nem deu tempo para a Emilly reagir, pois a Emma pulou com tudo em cima dela, as duas caíram no chão, a Emilly deixou a arma cair, aproveitei e chutei a arma para longe, a Emma subiu em cima da Emilly e começou a estapear a cara dela, enquanto isso vi o meu irmãozinho andando até o seu anjo da guarda e tentando acordá-lo, ele estava vivo, meu peito se encheu de felicidade novamente, então voltei minha atenção para a briga, a Emilly tentava estalar os dedos, mas a Emma não deixava. 

—Isso é pelo Gabriel! - Gritou ela dando um tapa na cara da Emilly. 

—Isso é pelo Eduardo! 

Mais um tapa.

—Isso é pelo Daniel! 

Outro tapa. 

—Isso é pelo Peter! 

Mais um tapa.

—Isso é pelo Andrew! 

Outro tapa, a pele cinza da Emilly já estava roxa e com a marca das mãos da Emma no rosto.

—Isso é por mim!

Outro tapa.

—E isso é pelo meu Rafael sua puta!!!

Dessa vez ela não deu um tapa, mas sim uma sequência de socos muito bem dados, um liquido preto começou a escorrer da boca da Emilly, então era assim o sangue de um anjo das trevas, depois de mais e mais socos o Daniel finalmente interferiu e puxou a Emma, que saiu de cima da Emilly não antes de dar um chute na barriga dela. O anjo, que até então tinha acabado de ser acordado pelo Gabriel, correu até nós, estalou os dedos e fez as cordas que nos amarravam desaparecerem, o Andrew correu até o Rafael caído no chão. 

—Por quê você fez isso? - Perguntou o Andrew chorando. 

—Porque... Você é... Meu irmão... E merece ser... Feliz. - Respondeu ele.

—Mas...

—E... Eu sei... Que você faria... o mesmo por mim. - Concluiu ele sorrindo. 

 

P.O.V Daniel 

Tirei a Emma de cima da Emilly, embora minha vontade era de deixar a Emma alí para sempre, é a primeira vez que eu vi um humano agredir um anjo diretamente. Coloquei a Emilly no chão, estalei os dedos e fiz cordas douradas aparecerem em volta dela a prendendo. 

—Me solta!-Gritou a Emilly. 

—Daniel. - Ouvi alguém me chamar, era o pequeno Gabriel. 

—Sim. 

—Tome. - Disse ele me passando um frasco cheio de água, não qualquer tipo de água, mas a água mágica do rio, eu podia sentir.

—Como você conseguiu isso? - Perguntei abismado.

​—Quando eu fui pro bosque, eu sabia que ia precisar, então enchi dois frascos em vez de um. - Respondeu ele.

—Você é um gênio. - Disse o abraçando. 

Me virei para a Emilly, ela não sorria mais, não mais.

—Eu vou voltar, eu vou voltar! -Gritou ela. - Eu vou destruir a sua felicidade, nem que seja a última coisa que eu faça.

—Já ouvi esse discurso antes. - Disse sorrindo. 

Estalei os dedos e pela primeira vez ouvi o tilintar de sinos, a Emilly abriu a boca contra a sua vontade, abri o frasco e derramei toda a água dentro de sua boca, depois estalei os dedos novamente e ela engoliu. 

—Vocês vão me pagar! 

Tudo ao nosso redor começou a tremer, ela estava sendo levada.

—Vou lançar minha última praga! - Gritou ela.

Todos olharam para ela.

—Um de vocês vai esquecer! E os outros irão sofrer! - Gritou ela e estalou os dedos antes de ser completamente levada deixando para trás somente uma sombra que desapareceu logo depois. 

—Agora ela se foi? - Perguntou o Gabriel. 

—Foi, pra nunca mais voltar. - Disse sorrindo. 

—Por favor! Me ajudem! - Gritou a Emma. - Ele está morrendo.

—Gabriel! - Gritei para o anjo. - O quê está esperando? Cure-o!

O anjo correu até o Rafael, ele estava deitado, com os olhos fechados e com uma das mãos segurando a mão da Emma, o anjo pousou sua mão sobre o peito dele e de pouco a pouco o ferimento ia desaparecendo, até que o Rafael ficou totalmente curado. Ele abriu os olhos e deu um sorriso. 

—Uau! Isso foi divertido! - Disse ele se sentando.

—Nunca mais faça isso comigo, ouviu bem? - Disse a Emma batendo no ombro dele..

—Emma. - Chamou ele.

—O quê? 

—Eu também te amo. - Disse ele a beijando. 

—Peter. - Disse o Andrew. 

Peter não disse nada, apenas andou até o Andrew e o beijou.

—Eu te amo. - Disseram eles juntos.

Eles se abraçaram e depois andaram até mim.

—Obrigado. - Disse o Andrew. 

—Eu que tenho que agradecer, vocês ajudaram muito, todos vocês, serei grato a vocês pelo resto da minha vida... Bem, para sempre então. - Disse.

Os dois riram e voltaram para perto de seus amigos.

Olhei para o lado e vi os Gabrieis se despedindo um do outro. 

—Não se preocupe, eu vou ficar de olho em você. - Disse o anjo.

—Promete? - Perguntou o menor. 

—Prometo.

—Vou sentir saudades. 

—Eu também. 

Os dois se abraçaram.

—E toma conta da sua mãe. - Disse o anjo. 

—Pode deixar. 

O menor correu até o seu irmão enquanto o outro andou até mim.

—Então você tem asas? - Perguntou ele pra mim.

Olhei para trás e lá estavam elas batendo. 

—Pois é. - Respondi rindo.

—Então, pode me dar uma carona pra casa?

—Claro.- Disse.

Segurei sua mão, as asas começaram a bater e começamos a subir. Subimos cada vez mais alto até que finalmente chegamos em casa.

 

P.O.V Andrew 

Ficamos olhando os anjos voltarem para o céu, foi quando finalmente caiu a ficha de tudo que havia acontecido. 

—E agora? O quê vamos fazer? - Perguntei. - Como vamos explicar a casa toda queimada?

De repente todo o fogo se apagou, a fumaça desapareceu por completo, e tudo oque o fogo destruiu estava inteiro outra vez e a casa estava intacta, e por fim ouvimos dois pequenos sinos tocando.

—Eu adoro anjos. - Disse o Rafael. 

Todos riram. 

Rafael, Peter e eu colocamos um Eduardo desmaiado em sua cama, todos se despediram, a Emma e o Rafael foram para suas casas, Peter e eu colocamos meu pai no quarto dele e a minha tia no quarto de hóspedes, beijei o Peter mais uma vez e nos despedimos.

—Tchau, até amanhã. - Disse.

—Até. - Disse ele parecendo preocupado. 

—Algum problema? - Perguntei. 

—Mais ou menos. Estou preocupado com o que a Emilly disse antes de... Puf. Ela disse que um de nós ia esquecer e o restante ia sofrer, você acha que pode acontecer alguma coisa? 

—Não, relaxa. A gente acabou com ela, ou melhor, a Emma acabou com ela. - Disse rindo.

Ele riu. 

—A gente se vê na escola amanhã? 

—Claro. - Respondi o beijando. 

—Vou chamar o Gabriel. 

—Tem certeza que não quer ficar? - Perguntei. 

—Tenho, é melhor pro Gabriel dormir na casa dele.

—Ok.

O Peter chamou seu irmão, demos um último beijo e eles foram para casa. 

Respirei fundo aliviado, finalmente estava em paz, voltei para casa, entrei no meu quarto, deitei na cama, fechei os olhos e me deixei levar pelo sono e pelo cansaço e dormi esperando para saber o que o próximo dia estaria nos reservando.



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