História The love is real - Consolação

Ana Paula *

As gravações tinham se encerradas então resolvi ir até o camarim da Paola vê-la, pois a grandona tinha se desabado em choro pela saida de uma participante do MasterChef Br.

 Chego em seu camarim e a vejo deitada no "seu" grande e confortável sofá. Aproximo e me deito junto a ela.

- Você tá bem, meu amor? - perguntei começando um carinho em seu rosto. Seus olhos ainda estavam marejados.

- Tô sim, não se preocupe. -ela da um leve sorriso demonstrando estar tudo bem - Só fiquei chatiada pela saída dela. É que a Cecília é boa pra caramba, tem muito potencial, não devia ter feito aquilo. 

- É. Ela é muito mesmo. Mas não fica assim não, tá? Não gosto de tiver triste.

Ela levanta o olhar a mim e me entrega aquele sorriso. Ah, aquele sorriso... Aquele sorriso que em meus dias/momentos ruins, estressantes... Eu apenas fecho os olhos e o imagino. Pronto. Não a Buda que se compare a mim.

Há um ano e meio atrás, me divorciei de um casamento de 12 anos. Mas não fiquei abalada com o termino pois, apesar de tudo, eu e Roberto ainda somos amigos em primeiro lugar. Durante nosso casamento, percebemos que não havia mais amor entre nós, apenas a amizade, então, sentamos, conversamos e decidimos o divórcio para que cada um procurasse seu "amor verdadeiro". Foi daí que então, ao decorrer da primeira temporada, senti que algo em Paola me atraía. No começo, achei que seria apenas admiração por ela ser uma mulher incrível. Mas um ano se passou e essa admiração por ela passou a se tornar um sentimento mais forte. Sentimento esse que eu não compreendia, mas que crescia cada vez mais e, então, percebo que estou perdidamente apaixonada por Paola Carosella.

Mas não posso contar. Infelizmente ela está em um relacionamento de dois anos com um fotógrafo inglês chamado Jason (sinceramente, não sei o que ela viu nele, além dos olhos azuis, não o acho interessante e digno de ter Paola. Só acho que ela e eu temos mais haver). E mesmo que ela terminasse seu relacionamento, ainda assim não sei se contaria a ela sobre o que sinto, afinal, ela é hétero! Mas até um tempo atrás eu também me considerava, e olhe só, hoje estou aqui, completamente apaixonada por uma mulher. E QUE MULHER! 

Depois de alguns minutos ali consolando-a, acariciando seu rosto, nos assustamos com duas batidas na porta e Fogaça adentrando seguido de Jacquin.

- Ok. - deposito um leve e rápido beijo eu seu nariz - Chega de tristeza né? Agora levanta. - me levanto e ela faz o mesmo.

- E aí, Paolinha, tá melhor? - perguntou Fogaça indo abraça-la. Quando vejo Paola sendo abraçada por outras pessoas, sinto um ciúmes dentro de mim. Principalmente quando se trata do Fogaça, os fãs dele e da Paola adoram shippar os dois, mas eu não ligo, pois os meus e uma parte dos da Paola também nos shippam. Até nos deram um apelido carinhoso, "Pana".

- No fica assi no, Pola. Ela é nova, ainda tem muito o que aprender. - diz Jacquin se enrolando no sotaque.

Se sentando na cadeira em frente ao espelho, Jacquin começa a passar maquiagem em seu rosto tentando fezer graça e deixar Paola mais alegre. E conseguiu. Logo aquele sorriso maravilhoso brotou em seu rosto, deixando aquele camarim ainda mais iluminado.

Não conseguimos nos conter e todos caímos na risada também. Jacquin é hilário, não da pra negar.

...

Chego em casa jogando bolsa e sapatos pelos cantos e vou direto pro meu quarto tomar um banho e já planejando em seguida me jogar na cama. Gravar um episódio durante horas num salto 15 cm, não é lá muito confortável.

Quando entro em meu quarto, me deparo com um chão inundado de água. Corro até o banheiro e, pronto, minha noite começou maravilhosamente bem. Vejo um encanamento estourado.

- Shit! 

 Ligo para o encanador e logo ele chega. Depois de horas enfiado naquele banheiro consertando, finalmente ele termina.

Percebo que não daria para dormir em meu quarto, teria que passar a noite em um hotel, já que os quartos de hóspedes ainda não estavam arrumados por causa da mudança há pouco tempo feita devido so divórcio. Ou... destino, eu te amo. Uma lâmpada se acende no topo da minha cabeça.

Vou ligar para Paola.

Eu sabia que Jason estava em Londres, então, não pensei duas vezes.

Ligação on*

- Alô, Ana? Tá tudo bem?-

- Oi, Paola. Então, mais ou menos...

- Aconteceu alguma coisa? - sou interrompida por uma Paola preocupada.

- Oh, não, não! Não se preocupe, tá tudo bem. É que eu cheguei em casa e tinha um encanamento estourado no meu banheiro e acabou inundando todo meu. Daí eu pencei em te perguntar se eu poderia dormir aí na sua casa essa noite. Até arrumarem tudo aqui. Então, eu posso?- 

- Nossa, mas como foi... Sim, pode sim, claro. Vou deixar a porta aberta pra você, quando chegar vá direto pro meu quarto. O de quarto de hospede tá uma bagunça e, como você ligou de última hora... Ok? 

- Ok. Daqui há pouquinho eu chego aí. Obrigada, Pao!

- Oh, que isso, não precisa agradecer. Tô te Esperando.

- Tá bom rs.

Ligação off*

...