- Hammm. Ok.
- Você vai adorar ela, ela é maravilhosa, cozinha bem pra caramba, é super simpática, engraçada, e foi a minha melhor amiga antes de... Bom, você vai gostar dela.
- Antes de? Aconteceu alguma coisa?
- Não, é que... É...
- Não, desculpa, não precisa contar eu estou sendo invasiva, desculpa.
- Não, imagina, não se desculpa - achei melhor não contar, queria que de descem bem apesar do acontecimento passado. Já havíamos nos entendido e superado o ocorrido por termos um laço de amizade forte o suficiente para não ser rompido. - bom, eu tenho que ir, o Arturito abre em algumas horas e hoje é sábado ainda (suspiro).
- Oumm eu vou amarra-la na minha cama e te manter em cativeiro. Será que alguém vai sentir sua falta?
- hum... - finjo parar para pensar - acho que não, não tenho uma filha, nem amigos ou milhares de fãs.
- Haha chata.
- Eu?! Que absurdo. Kkk vai, me deixa subir se não eu saio daqui.
Ela levanta as mãos em sinal e rendição e se afasta me dando espaço. Já de costas a caminho das escadas ouço uma gargalhada da cozinha. Me viro para entender o que estava acontecendo.
- Fiu, fiu em hahahahaa.
- Que foi?
- Que bumbum em - olho pra mim e lembro que eu usava um mini robi que havia pego em seu closet. O mesmo só cobria metade do meu bumbum.
- Lindo né? Pode babar - provoco e lhe mando um beijo subindo as escadas.
...
Depois de incontáveis tocas de beijos e uma batalha para por fim neles, finalmente eu consigo ir. De taxi, vou pra casa, tomo meu glorioso banho e novamente, de taxi, sigo para a oficina buscar meu carrinho querido.
"Aiai, que saudades eu estava da minha Amarok. Não me de mais dor de cabeça não ta, poooor favor." Penso entrando no veículo.
Sigo a "todo vapor" para o Arturito ouvindo algumas buzinas e alguns xingamentos pelo caminho por conta da minha alta velocidade. O que eu posso fazer? Queria matar a saudade do filhote.
Ficaria no Arturito apenas para o pique do almoço, depois iria voar para casa e ajeitar tudo para o jantar com a ajuda de Bebel e mais dois de meus cozinheiros do Arthur. Juliana chegaria em São Paulo a noite. Eu mesma a buscarei no aeroporto.
Comandas eram ditadas a todo momento. Todos estavam com os nervos a flor da pele. A cozinha era organizada, mas o estresse é inevitável.
Não sei como, preparava e empratava os pratos sem nenhuma falha ou acidente. Estava ligada no automático, não conseguia parar de pensar em Ana Paula e em tudo o que nos aconteceu em tão pouco tempo.
- Chef!
- Ham?! - volto a realidade.
- O prato.
- O que?
- Solta o patro, chef.
- Ha, sim, desculpa Peter.
...
17:30 saio do Arturito e voo para o mercado com Peter e Mariu, compro meu menu e sigo para casa. Olho meu celular e ja marcavam 18:40. Com tudo encaminhado na cozinha, subo para me arrumar. Antes de entrar no banho mando uma mensagem a Ana Paula.
- Se arruma, em 40 minutos passo ai. - Envio. Nem espero o questionamento da mesma em por quê iria buscá-la.
Tomo meu banho demorando um pouco mais nele na tentativa de conseguir relaxar ao máximo nesse pouquíssimo tempo disponível. Já em frente ao meu guarda roupa, o encaro por algum tempo na esperança dele esticar um braço pra fora com alguma roupa à me propor. Eis que surge uma luz no fim do túnel, quero dizer, no fim do armário. Um macacão preto, solto, simples mas com uma certa elegância. Comprei ele a um tempo, mas nunca usei. Não apareceu a oportunidade certa para ele sair dali. Mas hoje ele sai.
19:45, ja pronta, desço para a cozinha e vejo que alguns de meus amigos haviam chegado, os comprimento e aviso estar indo buscá-la e que eles se preparassem. Pois é, eram meus cúmplices, faríamos uma surpresa à ela. Não só iríamos comemorar sua chegada como também seu aniversário. Isso mesmo, seu aniversário. Tivemos a sorte dessa data ter caído nas suas férias, e num dia em que a veríamos, podendo assim passarmos juntas. Durante anos sempre comemoramos juntas nossos aniversários, fazíamos festas memoráveis segundo nossos amigos. É, o que eu posso dizer se sempre haviam tequilas no meio? Kkkkk.
...
19:55, estaciono em frente ao prédio da Ana e ela ja me aguardava. Não havia percebido a minha presença ainda.
Abaixo o vidro da porta do carona. - Oi gatinha, quer uma carona? - brinco.
- Opa, aceito sim. Gosto de conhecer pessoas novas. - fala entrando no carro.
- Engraçadinha. Tu não é nem louca de fazer isso de verdade.
- Tô brincando sua chata rs.
- Hummmmm.
Dou partida no carro e minha ansiedade aumenta em imaginar vê-la desembarcar em poucos minutos. Paro no semáforo e por sorte o transito estava calmo.
- Sabe o que eu estou pensando? - diz Ana.
- Não. No que?
- Que faz dez minutos que estou dentro desse carro e não UM beijo - faz aquela carinha de pensativa e me encara com um olhar enfurecida.
- Oooww sorry, darling - agarro seu rosto com as duas mãos e lhe dou alguns selinhos - desculpa, é que eu tô tão ansiosa. Me perdoa? - a olho com aquela carinha de criança dengosa. Realmente eu muito ansiosa, tinha até esquecido da vontade de sentir o seu gosto novamente. Como isso é possível? Enlouqueceu, Carosella?
- Como não se render a esse biquinho? - e me beija. Nos beijamos pela última vez não tem nem 24hs e mas a saudade daquela boca era inevitável.
E mais uma vez, buzinas.
- Mas que...Quem esse cara acha que é? - Ja começava a abaixar o meu vidro.
- Ha não! Pode parar. - bate em minha mão e eleva novamente o vidro. - sua doida.
- Arrgg... Ana paula, sua medrosa.
- Medrosa não. Só não estou afim de morrer por um louco qualquer no trânsito.
- Rs.
...
Ana*
Depois de uns vinte minutos dentro do carro, me toco que eu não sabia para onde ela me levava e pelo trajeto, não era pra sua casa.
- Carosella.
- Oi.
- Hm posso saber pra onde estamos indo?
- Verdade, esqueci de dizer. Nós vamos buscar a Ju. - ótimo. Que legal. Não sei por que, mas não consigo me animar com a vinda dessa Juliana Lopez. Eu nem a conheço ainda, mas que diabos esse receio? - ja devem ter desembarcado a essa hora, tcs! Que horas são, Ana? Por fabor.
- São... Oito e vinte cinco.
- Ai caramba, ela chegaria às oito e vinte.
Depois de estacionar o carro, Carosella pega na minha mão me fazendo correr junto a ela para até a área fe desembarque. Chegando lá, Paola rodopia olhando todos ao seu redor procurando-a.
Nunca tinha visto Paola tão desesperada em encontrar alguém.
As vezes em que eu chegava atrasada na Band, sentia a sua ansiedade ao meu aguardo. Tentava não demonstrar mas eu percebia o seu alívio quando me via chegar.
Mas essa ansiedade nada se compara com a que ela senti nesse instante. Visivelmente, essa Juliana tinha uma importância muito grande em sua vida.
- Paola?!
Ouço alguém gritar atrás de mim e me dou conta Paola corria para os braços de uma. Era ela. Com Paola em seus braços, à mesma ergue Paola para o alto. Ela era forte, alta. Bonita. Caramba, o que essas argentinas comem/tomam?!
Estava estática, ali, parada, sozinha, enquanto as duas se abraçavam e se declaravam o quanto sentiram saudades uma da outra. Esse abraço ta demorando demais. Só acho.
- Meu Deus, Ju! Olha só pra você, como você mudou!
- Ó que isso, olha só pra VOCÊ! Isso sim. Cadê aquela magrela de antes? Minha nossa, que up grade em rsrsrs.
- Aaaa para rsrs. Ham! Vem cá, quero te apresentar uma pessoa. - affs, finalmente. Achei iriam embora e me esquecer no aeroporto. - Ana! Ana, essa é a Juliana. Juliana, essa é a Ana Pa...
- Ana Paula Padrão! - diz de prontidão com um super sotaque portunhol carregado.
- Isso. A apresentadora mais...
- A apresentadora mais incrível da TV brasileira. Prazer.
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