*Ana
Levamos um susto com as batidas na porta nos fazendo interromper o beijo. Começamos a rir com nossas testas coladas. Estávamos nos entregando e nos descobrindo cada vez.
Trocamos mais alguns selinhos e por fim, finalmente trocamos de roupa. Saímos do banheiro rindo feito bobas, pareciamos duas adolescentes. Encontro os dois que estavam sentados nas cadeiras e pareciam que iriam explodir de tão vermelhos tentando conter uma risada e se entreolhando cúmplices.
- Posso saber o motivo da graça? - pergunto, com uma pontada de incomodo.
- Ahm?! Que? Não, não, Ninguém tá rindo aqui não, marrentinha rsrsrs - responde Fogaça. Olho pro Jacquin e o ser só faltava explodir tentando não rir.
- Olha aqui, você me respeita, hein. Não parece mais eu sou a mais velha aqui, tá?!
- Pode apostar que sim Rsrsrs - retruca Jacquin, o deboche em pessoa fazendo até Paola rir. Fiquei indignada.
Nossa atenção foi desviada para o celular de Paola que tocava fazendo a maior pega-lo numa velocidade surpreendente pra não acordar a filha.
- Alô?
...
- Aai que bom - diz com um ar de alívio.
- Que foi? Posso saber o motivo dessa alegria? - pergunto me rendendo a minha curiosidade.
- Não. Lhe darei o benefício da curiosidade - abro a boca incrédula - mentira, tô a brincar contigo. O Alexandre quer levar a Fran pra dormir na casa dele hoje, a mãe dele veio da Argentina passar um tempo com ele e está louca pra ver a neta.
- Mas ai... Como ela vai, ele vem buscar? Ou você vai leva... Aaa Paola, você não vai furar, vai?! - pigarreio.
- Não Ana, eu não vou furar rsrs - fala e sou envolvida por braços argentinos - eu disse a ele que estava indo pro Cão Véio e ele falou que vai buscá-la lá daqui a pouco.
- Falando nisso, vamos né queridinhas. Passaram um tempão se pegando lá no banheiro - sabe o constrangimento? Então, o tínhamos naquele momento.
- Ham!? - meus olhos quase saltam para fora - Que isso Fogaça! E, além do mais, ela tem namora... - sinto um beijo em meu pecoço da argentina que estava enlaçada a mim. Me arrepio toda.
- Eu não estou mais com Jason- Paola sussurra no pé do meu ouvido me chocando com a notícia.
- O que!? - novamente, falo auto demais. - Desculpa. Sério? - Ela assentiu confirmando. Talvez eu esteja sendo um pouco egoísta mas eu quase grito ali por conta de uma felicidade que me toma naquele momento.
- Mas tá tudo bem, não se preocupe - e lasca outro beijo novamente, dessa vez na bochecha.
- Então meus amores, podemos ir ou tá difícil? - fala Fogaça indo até Francesca - e pode deixar que eu levo a princesa. Simbora.
*Paola
Seguimos para o estacionamento. Jacquin iria com Fogaça pois o mesmo veio de Uber hoje, e Francesca também iria com eles depois de terem implorado pra mim me fazendo cede-la. E eu, claro, sem carro, iria com Ana Paula.
- Fogaça nem pense em acordar ela ok?! E não corre muito, ouviu!?
- Simmm chef. - debocha. E assim, seguimos o trajeto.
Durante o percurso me senti hipnotizada por Ana Paula, ela conseguia ser tão sexy e fofa dirigindo, que eu não conseguia ficar mais de cinco segundos sem observa-la. Acho que eu estava em transe, porque via sensualidade em tudo que ela fazia, de um simples trocar de macha ao dar seta. Mas o fofa, gente, nunca vi cena mais fofa que Ana Paula Padrão dirigindo seu Jeep Renegade.
Observando ela, comecei a rir sem querer vendo o quanto ela se esticava para tentar ver o maximo da rua.
- Por que tá rindo? Rsrs - pergunta franzino o cenho.
- Desculpa, mas você consegue ser muito fofa dirigindo hahahahaha.
- Ooi??? Hahaha. Por que?
- É que você parece una girafa de tanto que estica o pescoço tentando ver a rua, e você fica de boca aberta também rsrsrs.
- Girafa?! Haaaamm! - indigna-se - cala a boca! Rs - aproveitando a parada no semáforo Ana da um tapa na minha coxa.
- Aaii! - eu estava com um vestido florido que chegava a metade da minha coxa, não era muito curto mas subia bastante quando me sentava. Depois do tapa subo, um pouco mais o vestido para ver a vermelhidão que com certeza tinha ficado - aiaaai! Você é pequena mais tem uma mão pesadinha hein! - acaricio minha coxa por causa da ardência.
Ana*
- Ai desculpa! Machucou? - automaticamente levo minha mão até sua coxa e acaricio tentando alivia-la da dor mas, sou fisgada por uma pequena brecha tendo a visão da calcinha preta de renda.
Paola, percebendo meu transe, coloca sua mão acima da minha e a faz passear por sua coxa avermelhada. peste.
- Ana - saio do transe e a encaro - o sinal abriu - esse sorrisinho dela me mata um dia.
Começamos a ouvir buzinas do carro detrás e a louca da argentina, abaixa o vidro de sua porta, ajoelhou-se no acento e colocou metade de seu corpo para fora. A demônia ainda empina a bunda pra mim, fazendo seu vestido subir e mostrar o começo de seu traseiro abundante. É, realmente ela quer me matar, só pode.
- VAI SE FERRAR, SEU IDIOTA!! - grita a louca.
- PAOLA! Tá LOUCA?!! - antes que o motorista do carro detrás viesse nos bater, arranco com o carro quase deixando uma argentina para trás.
- Ooowww calma ai, aqui não é fórmula 1 rsrs.
- Sua louca! Já pensou se o cara estivesse armado?!
- ( gargalhadas )
- Meus Deus, só você mesmo, argentina rsrsrs. - eu ria de nesvosa.
Chegamos no Cão Véio e fomos até os meninos que estavam nos esperando na entrada. Até tropeçavamos de tanto rir.
- Aaaah até que enfim chegaram as madames! - fala Fogaça de braços cruzados.
- Humm tá estressadinho, Fogaça? Vamos beber que passa. Hoje eu quero sair daqui carregada, não quero nem saber.
- Uuuii e eu posso saber quem é que vai te carregar?
- Você, mi amor. Esqueceu que hoje você é minha motorista particular? - fala e me lança um beijo no ar.
- Hahaaa... vou é te largar aqui na calçada.
- É, realmente você vai ficar aqui na calçada mesmo, Paola, porque nem eu te aguento direito - fala Fogaça.
- Aaaii, magoou - e vai ela fazer aquele biquinho. Senhor, dai-me forças.
- Pode deixa, Pola, eu te carrego - diz Jacquin.
- Óóóó obrigado, mi amor. - diz beijando a bochecha dele - Viram? Só Jacquin é meu amigo aqui.
- Babem meus queridos - se gaba todo convencido esticando seus suspensórios.
- Espera, cadê a Fran Fogaça?
- Então, quando eu cheguei, o pai dela já tava aqui, daí eu a entreguei ela. Fiz mal?
- Ha si. Não, não, tudo bem. Gracias Fogaça.
- Imagina. Vamos entrar, meu povo? Hoje eu vou meter cachaça em vocês hahahahaa
- Aaaeee - comemora Paola.
- Sua cachaceira rsrs.
Seguimos para uma mesa escolhida por Fogaça onde tinha um sofá além das cadeiras. Me sento no sofá e Jacquin iria se sentar ao meu lado, se não fosse interrompido por Paola.
- Tienes certeza que queres sentar ai? - pergunta com o cenho franzido e um olhar desafiador fingindo ameaça-lo.
- Okaaay, pode sentar com a sua nomoradinha.
- Hum, obrigado. - agradece e se senta ao meu lado, sorrindo vitoriosa.
- Fogaça, vou no banheiro, vou usar do seu escritório - diz Jacquin se retirando e apenas avisando. Porque pedir permição, ali já não existia mais.
- Mas aahh, eu tô ficando mole mesmo né? - fala indignado com as mãos na cintura - bom gatinhas, eu vou pedir pra Bia vim aqui pra vocês pedirem o que vão beber enquanto eu vou preparar uns sanduíches leves pra vocês, ok?
- Leve? Não, não, pode preparar um bem grande e gordo, principalmente para a senhorita Ana Paula de Vasconcelos Padrão que adora ficar sem comer e está precisando.
- Chata - falo e ela me mostra a língua.
- Tá bom, então eu vou fazer os monstros da casa.
- Ótimo! Gracias.
- Então madame, quando a senhorita aqui vai contar que não estamos namorando? Não vou conseguir aturar esses dois por muito tempo não!
- Eu já desmenti pra eles, mas eles não querem acreditar. Vai ter que aturar rsrs.
- Eu mereço mesmo viu - suspiro - mas eai, quer me contar sobre Jason?
Paola*
- Então... foi tranquilo, quero dizer... ficamos chatiados, lógico, mas foi um termino pacífico. Não éramos mais aquele casal de antes, sabe? Pareciamos dois desconhecidos, então, optamos pelo termino e seguir como amigos mesmo.
- Hum eee.. você tá bem?
- Uhmmmm, não muito - digo manhosa fazendo bico.
- Ooh vem cá, vem - olha para o seu ombro oferecendo-o. Mas que depressa deito minha cabeça. Sinto o seu perfume e ele era doce, suave. Maravilhoso. Parecia ter sido feito especialmente pra ela. Aprofundo mais meu rosto em seu pescoço pra sentir mais ainda o seu cheiro que era viciante, aproveito e deixo um beijo ali sentindo Ana se encolher.
- Paol... faz cócegas.
- Ah é?
- Paa-o-laaa rsrsrs - começo a dar vários beijos ali fazendo-a se contorcer. Vou subindo por seu pescoço e quando vejo, já estava próximo aos seus lábios.
- Me dá um beijo? - pergunto, em um roçar de lábios com os dela. Ana nada diz, então, acredito eu, bandeira verde. Envolvo minha mão em sua nuca e a tomo para mim. Um beijo calmo. Perfeito. Mas como nem tudo é um mar de rosas...
- Com licença- cessamos rapidamente - desculpa, é que o chef Fogaça me pediu para atende-las.
- Não, tudo bem Bia. - Ana estava rosa, totalmente sem jeito. Pego o cardápio e dou uma olhada rápida - hummm... vou querer uma caipirinha, por favor.
- Cai-pi-ri-nha - anota na caderneta - ok. E a senhorita Padrão? O que deseja?
- Vou querer o mesmo que ela.
- Ok. Com licença.
- Humm... invejosa. - brinco.
- Cala boca rsrs - e de novo me da outra tapa, no braço desta vez.
- Aai! Você gosta mesmo de bater, né?
- Adoooro. Você ainda não viu nada - diz com certa malícia. Essa teria sido uma frase de duplo sentido?
- Voltei, meus amores! Sentiram saudades? - diz Jacquin voltando do banheiro e se sentando.
- Não!
- Nem um poquito!
- Aai nossaaaa! - finge estar chocado - Essa eu senti o empacto.
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