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História The Love Potion - Quando a pessoa errada toma a poção certa.


Escrita por: wisheschanbaek e byunloey

Notas do Autor


PALAVRA-CHAVE EQUIPE BAEKHYUN: CHOCOLATE


Nota: A Amortentia funciona com a essência da pessoa que a faz, então qualquer um que tomar a poção se apaixona pela pessoa que preparou, mas adaptei isso porque não existe uma poção como pediram no plot, então, relevem essa pequena mudança e aproveitem a leitura.

Obrigada a ~Miu_1479, eu amei desenvolver esse plot, espero que você goste!
Também obrigada pela capa linda psychomisuzu e a Nat e o Dyo por betar!
Boa leitura!

Capítulo 1 - Quando a pessoa errada toma a poção certa.


 

The Love Potion 

 

Do Kyungsoo andava a passos rápidos, tentando ser o mais discreto possível. Acabou olhando por cima do ombro duas vezes para ter certeza que ninguém o seguia, não queria que soubessem o que estava prestes a fazer. Era um pouco humilhante pensar aonde estava indo e, pior, para que estava indo. Kyungsoo subiu um pouco o cachecol azul e cinza, cores da sua casa, escondendo parcialmente o rosto quando viu uma aproximação e se escondeu atrás de uma estátua.

— Qual é, Park… Para de tentar entender Defesa Contra as Artes das Trevas, todas sabem que a sua casa sempre será ruim nessa matéria. — Implicou, sabendo que o outro ficaria irritado. Chanyeol odiava que o julgassem pelos erros de algumas pessoas que já passaram pela Sonserina.  

— Muito engraçado, Byun, mas não era você que estava correndo de uma barata outro dia? Cadê a grande coragem da Grifinória? — Riu sarcástico ao ver o rosto do menor corar.

— Nós somos íntegros!

— São hipócritas, isso sim. — Rebateu o Park, afinal, ninguém falava do lado podre daquela casa. A presunção, a rebeldia, são os que mais desorganizam a escola! Mas, não… Vamos culpar a Sonserina.

Os dois trocaram olhares fulminantes e viraram os rostos para lados opostos, logo seguiram caminhos diferentes batendo os pés.

Kyungsoo suspirou saindo do esconderijo, ele não deveria pensar nas consequências e em todas as improbabilidades do que poderia acontecer, mas era inteligente demais para não se preocupar. Inteligente demais para saber que estava fazendo uma idiotice. Mas, como dizem, o amor nos faz de tolos.

Ao chegar na sala de poções — que deveria ficar vazia no período da tarde, depois das aulas —, Kyungsoo olhou sobre o ombro novamente, entrando na sala e avistando quem ele queria encontrar.

Yixing estava concentrado em tirar a quantidade certa de vagem sudorífera que ele amassava com a lateral da adaga.

— Não deveria cortar ao invés de amassar? — Quis saber o Do.

Yixing levantou os olhos preguiçosos para o menino da Corvinal e deu um sorriso de lado.

— Assim eu consigo extrair mais seiva.

— Mas o livro diz, especificamente, para cortar.

— E os alunos da Corvinal são inteligente demais para ir contra os livros, não é? — Rebateu o garoto de cachecol amarelo e preto. — Irônico, pois eu sou considerado o melhor em poção.

Kyungsoo bufou e revirou os olhos, depois mordiscou os lábios bonitos e cheios. Era exatamente por isso que precisava de ajuda, não conseguia fazer a poção que queria.

— Eu não estou aqui para discutir com você como se faz uma poção Morto-Vivo.

— Claro que não está. — Yixing sorriu ainda mais e encarou o outro enquanto mexia sua poção no sentido anti-horário. — Em que posso te ajudar?

O aluno da Corvinal olhou ao redor e depois sacou a varinha, era muito desconfiado, então sussurrou “Abaffiato” em direção a porta, não queria que ninguém ouvisse sua conversa. O outro levantou uma sobrancelha, ficando ainda mais intrigado com Kyungsoo.

— Eu preciso de uma poção. — Disse o menor.

— Sabe que tudo tem um preço.

— Claro, diga o que quer.

— Isso depende da poção e do grau de dificuldade para fazê-la, falo logo que Felix Felicis é um problema e…

— Não quero a sorte líquida, é algo mais fácil. — Kyungsoo respirou fundo, sua mente em conflito se pediria aquilo mesmo, mas logo tomou coragem e disse: — Amortentia.

— Complexa. — Falou o aluno da Lufa-Lufa. — Mas não é impossível, vou precisar de tempo para fazer, temos muitos trabalhos e não vai demorar para as provas começarem…

— O que precisa Yixing? — Kyungsoo o cortou, indo direto ao assunto.

— Como vai ser trabalhoso fazê-la, preciso que faça meus trabalhos de História da Magia, Trato das Criaturas Mágicas e Astronomia.

O moreno gemeu desacreditado só de pensar em todo aquele trabalho extra e olhou o outro desacreditado.

— Só Astronomia e História da Magia. — Negociou, por serem duas matérias que gosta. O Zhang sorriu de lado, aceitando a proposta e ambos apertaram as mãos, selando aquele acordo.

 

(...)

 

Byun Baekhyun sorria confiante ao entrar no Salão Principal para seu desjejum. Ele quase saltitava até a mesa da Grifinória, sua casa do coração.

— Preparado para o jogo? — Disse Luhan, um de seus amigos e companheiro de time. O sorriso presunçoso do Byun poderia ofuscar todo salão.

— Eu nasci preparado. — O loiro olhou sobre o ombro, direto para a mesa da Sonserina, vendo Chanyeol rir de forma escandalosa. — Esse orelhudo vai ver só, eu vou pegar o Pomo de Ouro tão rápido que ele nem vai saber de onde eu vim.

— Qual seu problema com ele, Byun? — Riu Luhan, o goleiro.

— Ele me empurrou no último jogo e eu quase caí da vassoura! — Exclamou indignado enquanto colocava um pedaço de pão doce na boca e bebeu um gole do seu suco de abóbora para ajudar a descer.  — Me humilhou! Sem falar que ele é o apanhador da Sonserina, somos inimigos naturais.

— Não são, não! Salazar Slytherin e Godric Gryffindor já foram bons amigos, nossas casas não precisam de tanto ódio.

— Antes do Slytherin estragar tudo. — Rebateu.

— Dizem que ele se apaixonou, não podemos culpá-lo totalmente, sabe que não podemos escolher quem amamos.

Baekhyun revirou os olhos, lá vinha Luhan com suas ideias de amor e amizade entre as casas. Ele acreditava fielmente no boato que toda desavença entre Slytherin e Gryffindor se deu pois os dois se apaixonaram por Rowena Ravenclaw.

— Vamos. — Disse Baekhyun.

— Fazer o quê?

— Você não está falando que precisamos de amor e tudo mais? Então, vamos confraternizar! — Ditou Baekhyun se levantando para seguir até seu “arqui-inimigo” com um sorriso divertido nos lábios. Luhan revirou os olhos sem sair do lugar, não iria compactuar com a infantilidade daqueles dois.

 

Naquele mesmo instante, Kyungsoo apertava a barra da blusa de seu uniforme, estava nervoso. Quase um mês havia se passado desde que tinha conversado com Yixing. O moreno sabe que a poção não demorava tanto tempo, mas o outro o enrolava para continuar fazendo seus trabalhos. Contudo, depois de conversar com o Zhang de forma muito persuasiva — insira aqui ameaças de lhe dar Nugá Sangra-Nariz ou Vomitilha sem ele perceber —, viu o garoto da Lufa-Lufa sorrir para si antes de seguir até a mesa da Sonserina. O Do foi atrás, afinal, precisa ser a primeira pessoa que Jongin veria depois de tomar a poção do amor.

— Olha só, se não são as estrelas do time!  — Disse Yixing parando entre Jongin e Chanyeol, o goleiro e o apanhador da Sonserina, respectivamente. Os dois estavam conversando, então seria impossível falar com um sem chamar a atenção do outro.

— O que quer, Zhang? — Perguntou o Kim, o aluno da Lufa-Lufa encarou os dois que prestavam atenção em si e balançou a varinha sussurrando um “Confundus” discretamente. Yixing olhou ao redor conferindo que ninguém prestava atenção em seus movimentos e se virou para a mesa, despejando o líquido da poção Amortentia no copo que estava entre Chanyeol e Jongin, para logo se afastar.

Devido ao feitiço que os deixava confusos, Chanyeol e Jongin olhavam um ponto fixo sem realmente se aterem a nada. Os dois balançaram a cabeça e beberam seus sucos. Piscando alguma vezes, Chanyeol sentiu um gosto estranho, mas não disse nada pois  ainda estava um pouco desorientado.

— Jongin? — Chamou Kyungsoo, colocando a mão no ombro do aluno da Sonserina que olhou para ele sobre o ombro. O Do não tinha visto ao certo o copo que Yixing despejou a poção, pois o garoto tinha ficado na frente.

Ao mesmo tempo, uma voz alta e presunçosa também parava perto dos meninos da Sonserina.

— E aí, Park? Preparado para mais tarde? — Baekhyun sorriu de lado enquanto lentamente Chanyeol se virava para a figura de baixa estatura parada ao seu lado.

O apanhador da Sonserina arfou.

— Baekhyun… — Sussurrou, a voz baixa e rouca disse o nome do Byun quase com devoção. O menor ficou desconcertado e acabou corando. Por que Chanyeol o encarava daquela forma? Era ainda mais estranho pois ele nunca tinha o chamado pelo nome de batismo.

— Que cara de retardado é essa? Pois saiba que hoje não vai ganhar no quadribol!

— Como?

— Merda! — Exclamou Kyungsoo alto demais, chamando a atenção dos outros três.

— Você estava no nosso treino semana passada, não? — Quis saber Jongin ainda olhando o garoto da Corvinal que não sabia o que fazer com toda aquela situação.

Pois, estava claro que Chanyeol tinha tomado a poção, seus olhos estavam vidrados como a Amortentia faz, porém, era ainda pior já que o Park tinha olhado para o Byun. O ódio dos dois era conhecido por toda escola. Aquilo iria dar um grande problema.

Yixing iria se ver com Kyungsoo!

O Do encarou Jongin novamente, sentindo seu rosto corar e o Kim sorriu de forma grande e bonita.

— Veio me desejar boa sorte? — Quis saber.

— Eles vão precisar mesmo. — Se intrometeu Baekhyun.

Em outra época, ou apenas alguns minutos atrás, Chanyeol já estaria rebatendo com um ofensa, mas naquele momento ele apenas sorriu, levantando a mão para tocar os fios do apanhador da Grifinória que arregalou os olhos sem entender o que aquele maluco estava fazendo. Com um tapa, Baekhyun se afastou da mão de Chanyeol. Já Kyungsoo correu para longe daquela mesa, deixando Jongin intrigado sobre o garoto baixinho de olhos redondos.

 

(...)

 

Baekhyun segurava com força sua vassoura, o vento bagunçando seus cabelos, o rosto estava corado e os olhos atentos a qualquer movimento. Estava frio, mas seu sangue fervia com a adrenalina do jogo. Park Chanyeol estava atrás de si em sua própria vassoura e deveria estar prestando atenção no Pomo de Ouro, mas ele não conseguia. O Byun sentia os olhos de maior em si, voando a uma pequena distância, mas não por causa do objetivo de ambos no jogo e, sim, para simplesmente ficar ao lado de Baekhyun.

Os alunos da Sonserina gritavam para Chanyeol se concentrar no jogo, mas ele não conseguia, só tinha olhos para Baekhyun. O apanhador da Grifinória sorriu de lado ao ver um objeto dourado flutuar no meio do campo e voou a toda velocidade atrás dele, não importava se o Park estava estranho, não perderia para ele novamente.

Chanyeol seguia fielmente o menor, voando quase colado ao outro que tinha os olhos fixos no pontinho dourado na sua frente; porém, Baekhyun cometeu o erro de encarar rapidamente seu adversário que o fitava de volta. Era ridícula a forma como Chanyeol olhava para si, mas um ridículo que o deixou abobado. O Byun nunca viu o Park abrir os lábios carnudos em uma expressão tão feliz ao simplesmente o encarar. Ambos saíram daquele transe quando ouviram gritos. Baekhyun puxou a vassoura para direita e Chanyeol também, evitando se chocarem com a torcida.

O Byun balançou a cabeça, não era hora de se desconcentrar, estava tão desnorteado que um balaço quase o acertou. Depois ele ficou com raiva. Era óbvio que Chanyeol estava fazendo de propósito, queria deixá-lo desconcertado e ganhar o jogo.

— Mas não vai mesmo! — Gritou para o garoto que voava ao seu lado.

Já o Park observou o movimento bonito dos lábios finos de Baekhyun sem se importar com as palavras. Ele estava deslumbrado.

Depois de mais algum tempo rodando entre os outros jogadores que guerreavam por pontos — jogos entre a Grifinória e a Sonserina sempre serão uma guerra de gladiadores —, Baekhyun avistou novamente um ponto brilhante perdido entre as nuvens. Ele inclinou a vassoura para cima, se perdendo no céu cinzento. Não demorou muito para sentir uma presença ao seu lado, isso o deixou ainda mais determinado a ganhar. O mundo abaixo de si tinha se tornado um borrão e Baekhyun esticou a mão, apenas se importando em pegar o Pomo de Ouro que insistia em se esquivar e fugir.

Acabo dando três voltas em si mesmo — quase batendo de frente com Chanyeol —  enquanto a bolinha de ouro escorregava de seus dedos. O menor já pressentia a vitória daquele jogo, ele se impulsionou, sentindo os dedos gelarem em contato com o metal frio quando finalmente agarrou a pequena bola.

Baekhyun gritou feliz ao fechar a mão envolta do Pomo, mas estava tão longe que ninguém poderia lhe ouvir. Só existia um porém, foi tudo fácil demais. Ele olhou ao redor, vendo Chanyeol parada em sua vassoura com um sorriso bobo no rosto.

O maior, que ainda sob o efeito da Amortentia, não conseguia pensar em qualquer outra coisa, exceto Baekhyun. Tinha uma paixão, uma obsessão, pelo menor e pouco se importava com campeonatos ou pequenas bolas douradas, ao menos naquele momento.

Chanyeol voou até Baekhyun, embriagado pelo sorriso feliz de conquista que ele exibia.

— Só não chora, Park, me vencer sem trapacear é impossível, da última vez você...

O Byun foi calado com um beijo.

Apenas um selar na verdade. O Park tinha se inclinado, colando sua boca na de Baekhyun que arregalou os olhos. Demorando um segundo para entender que não deveria estar ali e, principalmente, não deveria ter gostado da maciez dos lábios alheios. O garoto da Grifinória segurou em sua vassoura com força, se afastando rapidamente do Park, mas seu coração batia acelerado.

 

(...)


 

Um suspiro escapou de seus lábios enquanto Baekhyun saía do Salão Comunal da Grifinória, onde todos estavam comemorando a vitória. Todos estavam tão animados e felizes que o Byun precisou pegar sua capa da invisibilidade para conseguir deixar o local sem ser impedido.

Estava confuso.

O dia tinha se passado de forma agitada e o menor queria descansar, queria pensar. O que tinha dado em Park Chanyeol para lhe beijar? Não fazia o mínimo sentido!

Arrumando melhor a capa ao seu redor o pequeno aluno da Grifinória tinha intenção de seguir até um dos lugares que mais gostava na escola, a Sala Precisa. Porém, seu estômago começou a roncar e o Byun riu baixinho, estava com sua capa, poderia roubar algo para comer sem ser visto pelos elfos. Andando até a cozinha, o menor tentava pensar em qualquer outra coisa que não fosse Chanyeol e assim que desceu as escadas do Porão, Baekhyun viu uma cena estranha. Ele aproximou sem fazer barulho, vendo o garoto da Corvinal com os braços cruzados e cara de poucos amigos.

— Eu vou fazer outra, relaxa! — Disse Yixing, o melhor aluno de poções quando os dois estavam, ironicamente, parados em frente ao reservatório de poções da escola.

“Depois os alunos da Grifinória que vivem aprontando”, pensou o Byun.

— Sim, só espero que o Baekhyun não tenha matado o Chanyeol! Você viu como ele quase bateu no Park quando o jogo acabou?

— Mas foi engraçado ver Chanyeol tentando abraçá-lo na frente de todo mundo.

Kyungsoo segurou a risada, ainda estava com raiva. Mas, precisava admitir, a cena tinha sido épicamente hilária.

— Amortentia não demora tanto para ficar pronta, espero que seja mais rápido dessa vez e nada de colocar no copo errado! Se Chanyeol beber isso de novo, vai acabar se apaixonando de verdade pelo Baekhyun.

— Não se preocupe, Jongin vai ficar caidinho por você.

O aluno da Grifinória seguiu para a cozinha, sua mente borbulhava de ideias. Agora fazia todo sentido! Chanyeol tinha tomado Amortentia. Demorou um pouco para o pequeno lembrar o que acontecia com quem a bebia, afinal, Poções era — ganhando disparado — sua pior matéria.       

Suspirando aliviado por saber que não precisava mais se preocupar com que tinha acontecido, Baekhyun surrupiou uma garrafa de suco de abóbora e uma cesta de pães. Ao sair da cozinha, os outro dois não estavam mais no corredor. Ele riu pensando que o aluno da Corvinal deveria estar muito desesperado para usar a Poção do Amor.

O Byun subiu até o sétimo andar, onde ficava a Sala Precisa, porém no meio do caminho deixou sua capa escorregar. Era muito difícil segurá-la junto com toda comida surrupiada, mas isso não importava pois já estava chegando.

 

Não muito longe dali, Chanyeol descia as escadas das masmorras. Estava muito irritado. O que tinha acontecido consigo naquela manhã? Ele não sabia responder, mas tinha dado o jogo de mão beijada para Baekhyun! Era um absurdo.

E, o maior nem queria pensar em “beijo”. Céus, como pode beijar seu arqui-inimigo? Sabia com certeza que o menor estava trapaceando ou tinha feito algum feitiço! Só poderia ser isso.

Enquanto tentava fugir dos olhares de raiva da Sonserina, pela humilhação que passaram por sua causa, Chanyeol avistou uma cabeça flutuando. Ele estranhou, pois não era nenhum dos fantasmas de Hogwarts. Curioso, como sempre, o Park se aproximou do que deveria ser aquilo e se assustou ao perceber que era a cabeça de quem ele realmente queria cortar.

— Hey! — Chamou, fazendo o menor virar, Baekhyun tinha a capa da invisibilidade jogada em seus ombros, de forma que apenas a cabeça e a parte da frente do seu corpo ficavam visíveis.

— Você ainda está atrás de mim? — Disse o Byun com um sorriso malicioso que desconcertou Chanyeol. Não esperava que o menor fosse falar aquilo ou sequer citar o beijo de mais cedo. O aluno da Sonserina ficou calado, tinha perdido as palavras.

Baekhyun, pensando que o outro ainda estava sob o efeito da Amortentia — como foi dito, ele é péssimo nessa matéria e não sabe que depois de poucas horas a poção perde a validade — acabou sorrindo para Chanyeol. Poderia brincar um pouco com o maior, não é?

— O q-que quer dizer?

— Vem, daqui a pouco alguém aparece por aqui. — Ditou o pequeno parando em frente a uma parede sólida. Chanyeol o encarou sem entender, mas o Byun fechou os olhos movendo os lábios como se pedisse algo.

O Park deu um passo para trás quando uma porta apareceu misteriosamente, já o menor apenas andou até lá, abrindo-a e chamando o maior com um dedo. Ainda inseguro, pois temia ser uma pegadinha de Baekhyun, Chanyeol andou a porta estranha e arregalou ainda mais os olhos ao entrar. Era uma sala aconchegante, em tons neutros e com um grande sofá  de frente para uma lareira.

— É idêntica a sala da minha casa, quando estou com saudade venho para cá.

— Por que está me contando isso?

— Porque você em breve isso passa, né?

— Como assim?

— Eu ouvi aquele garoto da Corvinal, falando algo sobre você ter bebido a poção que ele tinha feito para Jongin e bum, se apaixonou por mim!

— Poção do Amor? — Sussurrou Chanyeol com um suspiro aliviado. Ele realmente tinha sido ludibriado, mas não pelo menor. Então, tudo tinha sido um engano?

— Sim, quando o efeito passar você vai querer se matar pela forma que agiu como um idiota atrás de mim o dia todo e me beijou, essas coisas… Até lá, quer um pãozinho?

O Park franziu o cenho imaginando se Baekhyun realmente não sabia dos efeitos da Amortentia ou se era apenas muito burro. Mas, julgando por suas notas naquela disciplina…

Chanyeol mordeu os lábios e se sentou ao lado do menor no sofá, não sabia ao certo porque fingia ainda estar sob o efeito da poção, mas aceitou a comida e observou o sorriso bonito de Baekhyun, ele nunca sorria assim para si. Ao contrário, estavam sempre brigando.

— Sabe, é até fofo.

— O quê? — Quis saber o maior.

— A forma que você me olha quando pensa que está apaixonado.

O maior corou, desviando os olhos do menor que ria abertamente. Mas, diferente de todas as risadas que já presenciou, aquela não era de deboche, escárnio ou ironia. Era sincera, limpa e muito gostosa de ser ouvida.

— Por que você não está comemorando a vitória? — Mudou de assunto o outro e Baek deu de ombros.

— Algumas vezes eu me sinto sozinho, mesmo rodeado de gente. — Foi sincero.

Naquele momento Chanyeol teve certeza que Baekhyun realmente acreditava que ainda estava sob o efeito da poção, afinal, alunos da Grifinória são corajosos e independentes, nunca demonstram fraquezas. O Park até pensou se deveria mandar Baekhyun estudar mais, porque, todo mundo sabe que a Amortentia fica apenas poucas horas no corpo.

— As pessoas gostam de mim pela lenda, por ser o melhor apanhador, — Disse e Chanyeol quase o cortou, falando que estava enganado sobre isso, mas preferiu morder os lábios e continuar ouvindo. — Pelas histórias que eu conto sobre as minhas travessuras e eu realmente gosto de brincar por aqui, principalmente quando todos sabem que sou eu e não podem me culpar. — Baekhyun riu e Chanyeol o acompanhou, realmente, as histórias que ouvia sobre as aventuras do menor pela escola eram hilárias. — Mas, é legal falar com alguém que, sei lá, não espera alguma coisa, não espera uma piada, uma brincadeira, que eu conte sobre isso ou aquilo.

Baekhyun se virou para o maior e acabou corando com a intensidade do olhar do Park sobre si.

— Eu não sabia que tinha um lado assim.

— Assim como?

— Doce. — Respondeu Chanyeol levantando uma mão até a bochecha vermelha do melhor que desviou o olhar constrangido. Ele não entendia porque estava tão perdido no pequeno, mas culpava o resquício de Amortentia em seu corpo, só poderia ser isso.

Baek tinha o chamado para zoar um pouco com o Park e seu estado bobo apaixonado, não para desabafar, como tinham chegado naquela situação?

— Você também. — Rebateu o Baekhyun.

— Como?

— É fofo assim, me ouvindo e não agindo como se fosse melhor do que eu.

Chanyeol e Baekhyun implicavam um com o outro desde a primeira vez que se viram, era quase natural se odiarem, mas, naquele momento, presos em uma sala que — tecnicamente — não existe, o tempo poderia parar, uma nova realidade foi criada apenas enquanto estavam ali. Ao menos foi o que pensaram, junto com vários “e se”. E se não existisse tanta briga? E se não fossemos inimigos naturais? E se eles se beijassem de novo?

Enquanto ficaram presos no olhar um do outro, Chanyeol e Baekhyun se aproximaram lentamente. Para eles era tudo culpa da Amortentia, obviamente.

Eles se beijaram.

Era tão estranho o sentimento de beijar alguém que você deveria odiar.

Mas talvez, só talvez, bem no fundo de ambos sempre tenha existido desejos que foram reprimidos por motivos óbvios, seja suas casas rivais, seja as disputas no quadribol. Eles deveriam ser opostos, certo? Mas, não havia problema nenhum em esquecer aquilo por um momento; tinham a desculpa perfeita.

A mão de Chanyeol foi até a nuca de Baekhyun, trazendo o corpo menor de encontro ao seu, esse agarrou os ombros alheios, tentando mandar algum tipo de equilíbrio, tanto físico quanto mental, mas estava difícil. Se beijaram lentamente, ainda inseguros, ainda sem entender o que estavam fazendo.

Os dedos longos e bonitos de Baekhyun se perderam nos fios maior, arranhando sua nuca no processo e fazendo Chanyeol estremecer, ele desceu a mãos pelo corpo bonito do apanhador da Grifinória, segurando sua cintura com força. Baekhyun arfou entre o beijo, se aproximando ainda mais do outro, escorregando pelo sofá e se acomodando no colo do Park, com uma perna de cada lado do seu corpo.

— Você vai querer esquecer isso depois, certo? — Sussurrou Baekhyun, descendo os lábios até o orelha do outro, mordiscando-a antes de continuar sua trilha de beijos até o pescoço.

— Baekhyun… — O Park chamou de forma arrastada, parte de si queria contar a verdade, dizer que a poção não estava mais no seu corpo, mas isso implicaria em admitir que estava ali, a mercê do pequeno, por livre e espontânea vontade. E isso era inadmissível.

— Eu gostei… — Disse o menor de forma forma atrevida, se deixando levar pelo momento. — De ouvir sua voz falando o meu nome, faz de novo.

— Baekhyun… — Repetiu Chanyeol, ele tentava se controlar, mas estava em uma situação complicada.

O Byun mordiscava e beijava o maior, ao mesmo tempo que o quadril bonito se movia em seu colo, arrancando suspiros longos de Chanyeol. As mãos grandes desceram até as coxas fartas, apertando-as com vontade. Logo ambos voltaram a se beijar e tudo que Chanyeol conseguia pensar era em como desejava jogar o menor em sua cama.

Um estalo alto foi ouvido na sala e os dois se viraram na direção de uma nova porta que tinha aparecido.

— O que você pensou? — Quis saber o menor divertido, mas ele se surpreendeu quando o outro apenas apertou suas pernas, levantando-o junto consigo e seguindo até lá. Chanyeol não sabia direito como a Sala Precisa funcionava, mas soube o que iria encontrar ao entrar no outro cômodo.

— No meu quarto. — Respondeu.

Baekhyun sorriu pequeno ao perceber os posters de quadribol colados na parede, assim como uma coleção de livros em uma estante no canto, uma mesa cheia de artefatos estranhos, mas isso foi apenas no segundo que percorreu os olhos no local, pois no instante seguinte foi jogado na cama que ficava no meio do quarto.

— Ele é exatamente assim? — Quis saber risonho, pois aquele não era o dormitório de Hogwarts e sim um réplica do local onde o maior vivia.

— Sim. — Sussurrou o outro, engatinhando na cama até ficar sobre Baekhyun, com seu corpo entre as penas dele. — Gostou?

— Parece normal, nada de posters de comensais da morte e de “Você-Sabe-Quem” colados. — Disse, rindo de leve.

Chanyeol revirou os olhos, mas percebeu que o Byun estava brincando.

— Aposto que o seu tem posters da Grifinória em toda parte, vocês todos tem um amor próprio exagerado.

O menor deu de ombros, mas não desmentiu, eles se encararam com um brilho no olhar. Era um momento simples, mas ao mesmo tempo aconchegante e leve, que compartilhavam.

Surpreendendo o outro, Baekhyun levou sua mão até o rosto alheio, acariciando as bochechas coradas e deslizando os dedos por toda tez do maior. Não era nenhum pecado admitir que seu “arqui-inimigo” era terrivelmente lindo, certo? Ele mordeu os lábios, não falaria isso em voz alta, claro. Porém, sempre se sentiu atraído pelo maior.

Já para Chanyeol foi uma tentação ver os o pequeno maltratar os próprios lábios, sentir seus olhos o avaliando de forma tão bonita ou sentir o carinho em sua pele.

Voltaram a se beijar, mas, dessa vez com vontade, desejo e entrega. Não pensavam em nada que não fosse aquele momento. Estavam parados no tempo. Com impaciência, Baekhyun começou a despir o maior.

Depois que saciar meus desejos, eu o esqueço, ele pensava.

Os movimentos ficaram mais necessitados, eles arfavam em busca de ar no meio tempo em que o uniforme, seja vermelho seja verde, caía aos poucos no chão até que ambos estavam apenas de cueca. A mente de Chanyeol tentava acompanhar os acontecimentos, não entendia como tinha chegado ao momento certo que Baekhyun se contorcia sob si, gemendo baixinho enquanto beijava cada parte do corpo branquinho e macio. Mas, quem precisava ser racional em um momento como aquele?

O aluno da Grifinória não ficou completamente à mercê do maior, obviamente. Enquanto Chanyeol mordiscava seus mamilos e apertava as coxas do menor, Baekhyun descia a mão sentindo o corpo forte e definido do apanhador da Sonserina, seus dedos atrevidos tocaram o pênis preso pela cueca, arrancando um suspiro arrastado do outro. O maior sorriu para Baekhyun, descendo os lábios fartos e avermelhados até chegar em sua roupa íntima. Chanyeol encarou o Byun que tinha manchas avermelhadas por todo dorso, os cabelos bagunçados e olhos brilhantes de prazer.

— Tão lindo… — Sussurrou, puxando lentamente a cueca do menor que levantou o quadril para facilitar o processo.

Ambos se sentiam culpados por aquele momento, um por fingir que ainda estava sob o efeito da poção do amor e o outro por pensar que estava se aproveitando dos efeitos da Amortentia. Mas, isso não conseguia fazê-los parar.

As mãos de Chanyeol acariciaram as coxas fartas de Baekhyun, roçando os dedos em seu testículos antes segurar a base do sexo alheio. O menor estremeceu com o toque do outro, que não demorou muito para mover os dígitos, subindo e descendo em uma masturbação lenta e prazerosa.

— Chanyeol… — Chamou arrastado, fazendo o Park suspirar apenas com a visão do pequeno se derretendo com seus toques.

O maior se inclinou colocando a língua para fora, lambendo a glande inchada do menor que gemeu antes mesmo de senti-lo, a visão do maior envolvendo com a boca ao mesmo tempo que o masturbava, era maravilhosa. O Park não deixava de observar cada reação do menor enquanto envolvia seu falo aos poucos, acomodando-o em sua boca e se deleitando com o gemido de Baekhyun. Os dedos do maior deslizaram por entre as nádegas do Byun, roçando em sua entrada enquanto a boca subia e descia, agora com mais velocidade, no sexo alheio.      

Chanyeol começou a introduzir um dedo, movendo-o lentamente enquanto Baekhyun abriu as pernas em busca de mais contato. Depois ele colocou o segundo, estocando lentamente ao mesmo tempo que sugava a glande do menor que estremeceu por completo.

— Chega de enrolação, Park. —  Ditou o Byun, sua voz era firme mesmo que tivesse um tom manhoso. — Vamos logo ao que interessa.

Chanyeol sorriu de lado, pensando que poderia ter lubrificante e camisinha ali. E, como se fosse mágica, eles apareceram ao lado na cama.

— Eu adorei essa Sala.

Baekhyun riu, pegando a camisinha e puxando a cueca do maior. O menor mordeu os lábios ao se sentar na cama e começar uma masturbação lenta em Chanyeol que gemeu com a visão, então ele deslizou a língua na glande inchada, sentindo o gosto alheio antes de colocar camisinha no falo teso. Baekhyun estava o provocando e ouvir a risada baixa do aluno da Grifinória acabou com qualquer estabilidade mental do outro.

Chanyeol empurrou lentamente o menor até se deitar na cama novamente, segurando-o pelos quadris para virá-lo na cama depois de tirar sua última peça de roupa. Baekhyun ficou de bruços e o maior despejou um pouco de lubrificante em sua cavidade, penetrando dois dedos de uma vez e ouvindo o gemido manhoso do outro. Mas o Park estava ansioso e quando o menor começou a rebolar, não perdeu mais tempo, retirando os dedos e o penetrando lentamente. Chanyeol deixou seu corpo se colar ao do menor, beijando sua nuca enquanto se movia de leve, arrancando suspiros baixos.

— Chanyeol, me fode direito. — Ordenou o Byun, movendo seus quadris na direção do outro que riu rente ao ouvido alheio, fazendo estremecer.

— Tem certeza que quer isso, Baekhyun? — Disse, estocando com um pouco mais de força, o menor estremeceu de prazer gemendo audivelmente, mas não não respondeu. — É assim que gosta de ser fodido? — Quis saber mais uma vez estocando com força.

— Sim… — Disse arrastado.

Chanyeol grunhiu de prazer, apoiando as mãos na cama e acelerando o movimento, Baekhyun empinou mais o quadril, sentindo o prazer percorrer seu corpo a cada nova investida do Park, o próprio sexo preso entre seu corpo e a cama gerava um atrito delicioso.

Os gemidos altos do menor denunciavam o quanto estava gostando e Chanyeol apenas conseguia se maravilhar com a expressão de prazer que Baekhyun fazia, com seu corpo suado e um único pensamento o invadia, como o menor parecia lindo se contorcendo sob os seus toques e sussurrando o seu nome.

Era enlouquecedor.

Chanyeol se afastou, ouvindo resmungos, mas logo virou Baekhyun, queria admirá-lo. Então, o menor envolveu sua cintura com as pernas e o Park o beijou, estocando-o e bebendo cada um dos gemidos do aluno da Grifinória.

Eles se encararam com desejo, mas poderiam jurar que tinha um toque de carinho no meio de movimentos lascivos e repletos de luxúria. Depois de algum tempo perdidos em prazer, Chanyeol sentiu a necessidade de alívio em seu corpo, então envolveu o falo de Baekhyun entre os dedos, masturbando-o ao mesmo tempo que o estocava com precisão e rapidez.

O menor gemia audivelmente e seus olhos se fecharam quando o orgasmo chegou forte e delicioso, todo seu corpo estremecer e só então o Park se permitiu gozar também, sussurrando o nome de Baekhyun.


 

(...)


 

Baekhyun suspirava ao andar entre os corredores da escola. Tinha acabado de sair de uma aula de Poções, e tinha certeza que ia se ferrar na prova. O menor andou até a sala comunal da Grifinória, que fica no sétimo andar, passou pelo corredor que daria no lugar onde a Sala Precisa se esconde. Olhou por um momento, mas seguiu até pintura da Mulher Gorda e sussurrou, desanimado, a senha para entrar no dormitório.

Duas semanas tinham se passado desde que transou com Park Chanyeol. Ele pensou que nada mudaria, afinal, tinha sido apenas sexo.

Mas, assim que viu o grandão no dia posterior a tudo que tinha compartilhado, o pequeno aluno da Grifinória corou até a raiz dos cabelos, virando o rosto quando Chanyeol tinha tentado falar consigo. E, desde então, estava fugindo do Park.

Porque o outro não o deixava em paz como antes? Quer dizer, porque não gritava que ele era um idiota na frente de todo mundo? Aí Baekhyun poderia sorrir irônico e rebater algo tão infantil quanto. Era assim desde sempre, um implicava com o outro.

Já tinha sido constrangedor demais pensar que depois do sexo, eles ainda tinham ficado um bom tempo abraçados, como se fossem um casal. Até Baekhyun levantar, colocando suas roupas com pressa, sua consciência pesando por tudo, e saiu da Sala Precisa correndo. Desde então Chanyeol tinha tentado falar consigo, mas o Byun não queria escutar nada. Não queria ouvir o Park falando que se arrependia de tudo, que apenas transou com ele porque estava sob o efeito de uma poção ou que o odiava.

Baekhyun pensou que não iria se importar com nada disso, mas quando se viu cara-a-cara com Chanyeol, seu coração doeu, ele temia o que o outro iria falar, não queria ouvir nenhuma piadinha dele sobre tudo que tinha acontecido. Então, virou o rosto e fugiu mesmo que não fosse de seu feitio evitar qualquer tipo de situação.

O aluno da Grifinória suspirou se jogando na cama, dormindo em pouco tempo.


 

No dia seguinte Baekhyun acordou tarde, mas não se importava, pois era final de semana e a maioria dos alunos estariam em Hogsmeade. Ele sorriu por poder usar roupas normais, era cansativo ficar de uniforme o tempo inteiro. O pequeno andava distraidamente até o Salão Principal, era quase hora do almoço e a calmaria tomava conta dos corredores da escola.

— Hey. — Chamou Baekhyun, vendo Kyungsoo sussurrando com Yixing, os dois arregalaram os olhos, na mão do garoto da Lufa-lufa tinha uma caixa de bombom. — Dá isso para a pessoa certa dessa vez. — Disse irritado. Ambos arfaram.

— V-você… Como? — Quis saber o Do. Baekhyun riu irônico.

— Eu ouvi vocês conversando, sabe como foi chato ficar com Chanyeol o dia inteiro me seguindo? E às vezes acho que ele tá com o efeito disso no corpo, porque ele não me deixa em paz!

—  O dia todo? — Quis saber Yixing, sem entender.

— Sim, por quê?

— Bem, depois do jogo o efeito já deveria ter passado, quer dizer, Amortentia funciona só por algumas horas.

— E-eu… — Baekhyun sentiu seu rosto corar. — Sério?

— Sim, tá no livro de poções, como você não sabe disso? — Perguntou o aluno da Lufa-lufa.

— Para que está fazendo isso então? — Baekhyun olhou para Kyungsoo, querendo tirar a atenção de si, sua mente estava a mil por hora.

— Não é da sua conta.

— Você fez ser da minha conta. — Rebateu risonho e o moreno lançou um olhar duro na direção do Zhang.

— Eu quero me declarar para Jongin, mas tenho medo de ser rejeitado, assim pelo menos ele vai me ouvir, sem rir de mim. — Disse Kyungsoo mordendo os lábios, seus olhos tinham um brilho apaixonado que fez Baekhyun entender seu desespero.  

— Se eu fosse você, não faria isso.  — Disse uma voz rouca que fez o Byun gelar dos pés a cabeça. — Jongin odeia mentira, se souber que você deu Amortentia para ele, vai ficar bem chateado. — Chanyeol riu baixinho e Baekhyun tentou sair de fininho, mas o maior segurou seu pulso enquanto ainda olhava para Kyungsoo. — E não precisa disso, desde que começou a assistir nossos treinos, ele está caindo por você.

— Sério? — Quis saber esperançoso e Chanyeol sorriu de lado, pensou em torturar um pouco o aluno da Corvinal, mas ele tinha o ajudado com Baekhyun, mesmo sem saber, então apenas assentiu.

— Jongin está no Salão Principal, por que não vai lá falar com ele?  

Kyungsoo saiu em disparada. Yixing bufou e se afastou, estava irritado por ter feito uma caixa de bombom batizado para nada.

— Me solta, Park. — Disse Baekhyun com a expressão irritada.

— Nós precisamos conversar.

— Você também mentiu para mim. — Rebateu, ficando corado na hora, pois se lembrou da tarde que compartilharam. — Yixing disse que a poção não dura o dia todo… Quer dizer que você sabia o que estava fazendo, deve ter rido muito de mim, não é? Com seus amigos da Sonserina, mas fiquei sabendo que isso não me afeta, na verdade, nem significou nada aquela tarde…

— Agora repete isso olhando para mim.

— O quê?

— Que não significou nada. — Disse Chanyeol, fitando seriamente o menor que o encarou por dois segundos, antes de desviar o olhar.

Era humilhante para si admitir o quanto tinha ficado afetado com tudo que tinha acontecido naquela sala.

— Me desculpa. — Chanyeol interrompeu o silêncio, fazendo Baekhyun o encarar assustado. — Eu sei que deveria ter contado que não estava mais sob o efeito da poção, mas não acha que o fato de eu ter ficado contigo, de ter feito tudo que eu fiz, não significa alguma coisa?

— Que você queria me humilhar, porque nós somos de casas rivais e…

— Não, claro que não. — O Park suspirou como se tivesse falando com uma criança. — Esqueça a Sonserina e a Grifinória por um segundo, esqueça nossas desavenças, Baekhyun, acha mesmo que eu seria tão frio a ponto de… — Chanyeol corou e mordiscou os lábios. — De dormir com você só para rir depois?

Baekhyun queria dizer que sim, que todo aluno da Sonserina é mau caráter, mas a forma intensa como Chanyeol o fitava, deixou-o desconcertado.

— Não… — Disse baixinho. — Mas, não entendo o que isso quer dizer.

— Claro, você é um pouco lento. — Implicou o maior.

— E você tem orelhas de trasgo!

Ao invés de rebater de forma irritada, Chanyeol riu e isso deixou o menor desconcertado e depois o fez rir também.

— Que tal irmos para Hogsmeade? Eu te pago uma cerveja amanteigada.

— Tipo… Um encontro? — Quis saber baixinho, seu rosto queimando e o outro suspirou, o menor ficava adorável com o rosto corado. Ele não resistiu, acariciando a face avermelhada de Baekhyun, segurando seu rosto de forma que ambos se encaravam e então se inclinou na sua direção, selando os lábios docilmente.  

—  Sim, um encontro, isso explica por que eu continuei com você naquela tarde?  

Baekhyun sorriu, seu coração estava acelerado e ele envolveu o pescoço do outro com os braços, puxando-o para si.

— Acho que não, pode me mostrar de novo?

Chanyeol riu, antes de envolver a cintura do Byun e beijá-lo com vontade.

 

Naquela tarde, enquanto andavam — de mãos dadas, fazendo vários alunos arregalarem os olhos — por Hogsmeade, Chanyeol e Baekhyun conversaram sobre as milhares de coisas que tinham em comum. Principalmente o senso de humor; e, quando não estavam usando-o para implicar um com o outro, era muito engraçado poder rir de todas as outras pessoas. Principalmente de Jongin e Kyungsoo, que aparentemente estavam em um encontro também. Os dois trocavam sorrisos tímidos e estavam tão abobalhados que Chanyeol e Baekhyun gargalhavam só de olhá-los, imitando-os de forma zombeteira.

No fim, o erro de Yixing se desenrolou da forma mais surpreendente e satisfatória possível, afinal, se Jongin tivesse bebido aquela poção, provavelmente, seu relacionamento com Kyungsoo teria acabado antes mesmo de começar, como Chanyeol disse, o goleiro da Sonserina odiava mentiras. E também, devido ao erro do desastrado aluno da Lufa-Lufa, pela primeira vez Chanyeol e Baekhyun se permitiram sentir algo que já estava em seus corações há muito tempo. Mas tinham deixado de lado devido as rivalidades supérfluas e quase perderam a oportunidade de sentirem todas aquela emoções que vêm junto com uma intensa paixão. Eles mal conseguiam acreditar na sorte — disfarçada de azar — que tiveram, afinal, quem imaginaria que tudo isso começaria apenas por causa de uma simples poção do amor?

Isso não quer dizer que Chanyeol e Baekhyun deixaram de brigar, muito longe disso na verdade. Os dois ainda protagonizavam diversas discussões pelos corredores de Hogwarts, ainda lutavam com unhas e dentes pelo Pomo de Ouro nas partidas de quadribol e um implicava com a casa que o outro pertencia. Mas agora em cada piadinha, tem um toque de carinho ou, quando cansam de discutir, eles se entregam a beijos apaixonados e se escondem na Sala Precisa. Pois, em cada gesto ou olhar está implícito o quanto são apaixonados um pelo outro, independente das rivalidades.

        

 


Notas Finais


Perfil de quem mandou esse plot lindo: https://spiritfanfics.com/perfil/miuky1409

O twitter do chanbaek wishes é: @chanbaek_wishes
E o meu é: @Byun_Re

Espero que todos tenham gostado!
Beijos e até sz


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