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História The Love Potion - Quando a pessoa certa toma a poção errada


Escrita por: wisheschanbaek e byunloey

Notas do Autor


OLÁ
Quando chegamos em 1k aconteceu um sorteio para os nossos seguidores e uma votação com as fics que vocês mais queriam extra, essa foi a segunda mais votada, fico muito feliz pelo carinho, espero que gostem desse extra, foi feito com muito carinho <3
Boa leitura

Capítulo 2 - Quando a pessoa certa toma a poção errada


 

Novamente uma discussão estava sendo protagonizada na frente do Salão Principal, contudo, dessa vez não era pela dupla de opostos mais complementares que Hogwarts já viu. Apesar de Baekhyun realmente estar envolvido, ele discutia com Do Kyungsoo.

— E por que eu deveria saber do seu namorado?

— Chanyeol não é meu namorado! — exclamou irritado.

— Claro que não. — ironizou.

— Por que você não cuida do seu relacionamento? Sequer sabe onde o seu namorado está.

— Jongin não precisa me falar cada passo que dá, o nome disso é confiança. Sou diferente de você, Baekhyun, que insiste em dizer que não tem um relacionamento com o Park, mas fica me enxendo o saco sobre onde ele está.

— Porque ele sempre está com o seu namorado e eu preciso falar sobre um assunto sério com ele.

— Sério? Ir para o banheiro desativado do segundo andar para ficar se agarrando com ele é sério?

— Eu não… — Baekhyun estreitou os olhos e depois riu com malícia. — Como sabe do banheiro desativado do segundar?

— Não é da sua conta. — respondeu o Do, mesmo que seu rosto estivesse corado.

Acontece que Jongin e Chanyeol são melhores amigos, então, automaticamente, Kyungsoo e Baekhyun ficavam no mesmo ambiente algumas vezes. Não que se odiassem, mas também não tinham muita paciência um com o outro.

Os dois continuaram com a discussão boba, fazendo Jongin e Chanyeol sorrirem ao chegar no Salão Principal. Para os melhores amigos a cena de certa forma era fofa, o Park tinha até esquecido que estava fugindo de Baekhyun ao ver o rosto vermelho — de pura irritação — do menor, achava-o adorável assim.

Nem parecia que tinha um soco tão potente.

— Amor, o que houve? — Jongin quis saber risonho, beijando a bochecha do Do, que relaxou a expressão raivosa no mesmo instante, afinal, apenas o sonserino conseguia acalmá-lo.

— Baekhyun queria saber onde estavam. — disse como se não fosse nada demais.

Nesse momento o olhar dos “arqui-inimigos que se beijam de vez em quando” se encontraram. Chanyeol sentiu a aura negra saindo de Baekhyun, o grifinório estava com raiva; muita raiva.

— E-eu tenho um compromisso, preciso ir. — falou o apanhador da Sonserina com um sorriso amarelo.

— Volta aqui, Park Chanyeol. — Baekhyun exclamou irritado, andando apressado atrás do moreno que já tinha virado as costas e tentava encontrar uma lugar para se esconder. Sabia que o menor queria matá-lo e de certa forma até merece aquela raiva.

— Eu estou ocupado agora, Byun.

— Chanyeol… —  disse de forma baixa e perigosa, alguns alunos já viravam a cabeça para presenciar mais uma das discussões épicas dos dois.

Baekhyun agarrou o cachecol verde e cinza, olhando o maior com fúria, quase matando-o enforcado enquanto andava pelos corredores, puxando Chanyeol pelo cachecol.

— Baekkie?

— Quieto.

— Mas…

— Eu disse quieto, Park.

Chanyeol se deixou ser puxado até o segundo andar, sabia que estava completamente ferrado simplesmente pelo fato do menor não querer brigar pelos corredores. Onde já se viu, Byun Baekhyun negar uma chance de chamar atenção?

Sim, Chanyeol tinha descoberto naqueles poucos meses — desde que aconteceu o incidente com a poção do amor — que o loiro pode ser mais do que o garoto metido da grifinória. Mas isso era por dentro só, uma parte que quase ninguém conhecia e o sonserino, mesmo que jamais admitisse, ficava imensamente feliz em poder vê-lo em sua essência.

Ambos chegaram até o banheiro desativado do segundo andar e o maior finalmente respirou fundo sem a pressão em sua garganta.

— Mas que merda você estava pensando ontem?

— Baekkie, eu…

— Quer me fazer de idiota na frente de todo mundo? É isso? Por isso que ainda tem essa… Coisa comigo?

— Coisa? Não é coisa! Nós estamos saindo.

Saindo?

SAINDO?

Baekhyun estava mais do que irritado, contudo, ele não falaria que esperava um pedido de namoro do maior, claro que não. Jamais falaria primeiro seus sentimentos. Admitia, apenas para si mesmo, que tinha certa inveja de Kyungsoo. Afinal, Jongin o pediu em namoro no quarto encontro, enquanto ele e Chanyeol já estavam há cinco meses nesse rolo e nada!

E, para piorar a situação, na tarde anterior tinha sido o primeiro jogo entre as casas, ou seja, a primeira disputa direta entre Baekhyun e Chanyeol no quadribol. Então, quando estavam os dois no céu, empenhados em encontrar o Pomo de Ouro, o Park chegou muito perto de Baekhyun, se inclinando sobre ele. O menor achou que o sonserino queria beijá-lo e esqueceu da competitividade por um segundo — maldito coração apaixonado. Contudo, ao invés disso, Chanyeol entendeu a mão, pegando o Pomo de Ouro que estava parado atrás do Byun e o grifinório não viu, por ter se deixado levar pelo Park.

Estava furioso por ter sido enganado de tal forma, ele deu graças a Merlin por estarem longe demais da plateia, senão seria linchado pelos alunos de sua casa e zoado pelos alunos das outras.

— Chanyeol, você foi um completo babaca!

O maior suspirou, sabia que tinha sido errado, não foi sua intenção. Ao ver o menor todo sério e mordendo os lábios em concentração, realmente quis beijá-lo e era sua intenção inicial, mas ao reparar naquela bolinha dourada tão perto, não conseguiu evitar, seu lado competitivo falou mais alto e, bem, agora Baekhyun estava furioso.

— Quer saber? Já chega pra mim.

— Como assim? Está terminando comigo só porque ganhei no quadribol?

— Terminando o quê? A nossa “coisa”? Você me fez de idiota, Chanyeol!

— Baek…

O menor não ouviu, apenas desceu as escadas com raiva, saindo do castelo porta afora; o Byun gosta de ficar sozinho para pensar. Até iria para Sala Precisa, porém, Chanyeol com toda certeza iria aparecer lá. Tinha se tornado o local dos dois.

— Baekhyun, está chovendo muito, volta aqui! — gritou o sonserino, pois tinha seguido outro até a porta do castelo, contudo, o menor apenas apressou o passo sem se importar com as gotas grossas que o encharcaram em menos de um minuto.


 

(...)


 

Chanyeol sentiu seu coração apertar ao ver, de longe, Luhan entregar um papel para Baekhyun quando ele espirrou pela terceira vez em menos de cinco minutos.

Era final de semana e, conhecendo bem o grifinório, ele não iria para enfermaria. Seu rosto abatido e nariz vermelho deixava claro que tinha ficado doente com a chuva que pegou poucos dias antes; e o Park não conseguia evitar o pensamento de que, em parte, tinha sido sua culpa.

Por que Baekhyun tem que ser tão teimoso?

Eles não se falavam desde a discussão e o humor do sonserino estava péssimo, assim como o do grifinório que, cansado de espirrar, se levantou irritado.  

— Vai falar com ele. — Jongin aconselhou.

— Ele não quer me ver.

— E você vai desistir? Se fosse ao contrário você também estaria chateado, certo? Mas aposto que ficaria ainda mais triste se Baekhyun o deixasse de lado, como você está fazendo agora.

Chanyeol bufou, odiava o fato de que Jongin parecia sempre certo, ele era o mais velho dos dois, deveria ser o que dá conselhos, não ao contrário.

— Acho que alguém está com problemas. — Kyungsoo implicou, parando ao lado do namorado que pegou sua mão enquanto eles assistiam o Byun sair do Salão Principal em direção ao seu quarto. Iria passar todo o dia jogado na cama.

— O que eu faço? — o Park se desesperou.

— Por que não começa dizendo que quer ajudá-lo? — Jongin teve a idéia.

— Como?

— Pode pedir uma poção para Yixing. — Kyungsoo disse. — Ele tem algumas no armário de poções que ajudam a revitalizar a força, pode ajudar no resfriado. Chega no Byun e diz que quer apenas ajudar, depois conversa com ele sobre vocês.

Chanyeol ponderou sobre o assunto. Era cabeça dura e parte de si não queria dar o braço a torcer, sendo o primeiro a tomar uma iniciativa. Porém, também sabia que tinha ferido o ego de Baekhyun, talvez ele estivesse até magoado com suas atitudes.

— Está certo, vou falar com o Zhang. —  disse decidido, se afastando do casal para seguir até o lufano.

Kyungsoo não conseguiu esconder o sorriso divertido, esperava que daquela vez, pelo menos, Yixing acertasse no que foi pedido.


 

(...)


 

Chanyeol andou pelos corredores, seguindo até o reservatório de poções que fica no porão, onde lhe informaram que o lufano estaria. Bateu duas vezes, entrando na sala grande e cheia de prateleiras, estas repletas de vidrinhos com as mais diversas poções.

— Hey, Zhang? — chamou, já que o garoto estava distraído lendo um livro grande demais.

O lufano levantou os olhos preguiçoso para Chanyeol, analisando-o de cima a baixo.

— O que foi, Park?  

— Eu quero uma poção.

— Para quê?

— É algo simples, Wiggenweld* está bom, só para ajudar em um resfriado.

— Por que não vai na enfermaria?

— Baekhyun não vai querer ir até lá.

— Então, é para o Byun? — quis saber, com um sorriso malicioso nascendo em seus lábios.

Chanyeol virou o rosto, todos sabem da competitividade entre ele e Baekhyun, mas muitos também já tinham presenciado muitos dos encontros em Hogsmeade. Mesmo que ninguém tivesse coragem de zoar nenhum dos dois.

— Só me dá logo a poção. — ordenou o sonserino.

Yixing até pensou em pedir algo em troca, porém, a cara de raiva de Chanyeol, junto com a satisfação de saber que ele estava lhe pedindo um favor, já era muito bom.

— Tudo bem, mas você fica me devendo uma.

— Quando precisar de alguma coisa, fala comigo.

O lufano sorriu e depois olhou para as prateleiras, procurando entre os vidrinhos qual era a poção restauradora. Ele mordiscou os lábios, eram tão parecidas, a cor dela era verde? Ou transparente? Definitivamente não era azul.

Com uma certeza, nem tão certa, Yixing pegou um vidrinho com um líquido incolor e entregou a Chanyeol.

— Apenas algumas gotinhas, ok?

— Obrigado, Zhang.

— Sem problemas, Park.

Chanyeol saiu dali com passos rápidos, não vendo o cenho franzido do lufano, que decidiu olhar no livro de poções, só por via das dúvidas, e confirmar se deu a certa para o sonserino.


 

(...)


 

O Park se perguntava como iria falar com Baekhyun, já que ele estava em seu dormitório. Parou no corredor do sétimo andar, tentando achar uma solução para seu problema quando viu Luhan, o goleiro da Grifinória, e sorriu aliviado acenando para ele. O grifinório franziu o cenho sem entender o que Chanyeol queria consigo.

—  Park?

— Luhan, você poderia chamar Baekhyun?

— Chamar? Ele não quer te ver nem pintado de ouro.

— Eu peguei um negócio para ele, sabe? Para ajudar com o resfriado.

— Pode deixar que eu entrego.

— Qual é, você entendeu que eu quero conversar com ele. — disse irritado.

— Olha, falando com esse tom você não vai conseguir nada comigo, nem com ele, vocês dois são muito cabeça dura, sabia? Me dá tontura só de ver! Eu vou chamar o Baek só porque não aguento mais ele choramingando e resmungando pelos cantos também. Mas se prepara, ele está com raiva.

— Tudo bem. — Chanyeol disse um pouco surpreso com aquela explosão. Luhan parecia sempre tão sereno.

O grifinório deu as costas para Chanyeol, adentrando o quadro da mulher gorda. O Park mordiscou os lábios, estava um pouco nervoso. Seu coração batia descompassado, doía a ideia de não ter mais suas disputas infantis com o Byun, de saber que ele poderia odiá-lo de verdade. Por quê? Bem, Chanyeol sabia a resposta, mas orgulhoso como um bom sonserino, ele se recusava a ver.

Se recusava a ser o primeiro a se declarar.

Já dentro da sala comunal da Grifinória, Baekhyun estava jogado no sofá, fungando enquanto pensava em formas de se vingar de Park Chanyeol. Arrancaria aquelas orelhas grandes e iria fazer de comida para gato.

A cada espirro, o Byun ficava mais irritado, resmungando baixinho e fazendo seus colegas olharem para si com uma mistura de medo e curiosidade.

— Hey, Byun, você tem visita. — Luhan falou se jogando ao lado do apanhador, que lhe encarou seriamente.

— Quê?

— O Park está ali fora, quer falar contigo.

— Mande-o para a puta que o pariu.

— Não deveria falar assim da sua sogra. — brincou o mais velho, adorando ver Baekhyun tão irritado.

— Sogra? Que sogra?

— Só deixa de palhaçada, ele quer conversar e até trouxe algo pra te ajudar no resfriado.

— Sério? — tentou se manter desinteressado, porém olhou com expectativa para o amigo.

— Seríssimo, agora vai logo.

Baekhyun se levantou preguiçosamente, não querendo demonstrar que estava ansioso para ver Chanyeol. Entretanto, seus movimentos eram acompanhados pelo mais velho que ria do quanto aqueles dois eram idiotas.

O grifinório saiu pelo quadro da mulher gorda e espirrou uma vez. Chanyeol, que estava perto, sentiu seu coração apertar ao perceber que o menor estava abatido devido ao resfriado, então engoliu em seco, chegando perto do Byun e pigarreando.

— Fala o que quer, Chanyeol. — mandou, nada educado, o menor com a voz fanha e os braços cruzados.

— Eu trouxe algo para ajudar no resfriado, Yixing disse que era para beber apenas algumas gotas. — respondeu, entregando o pequeno vidro ao grifinório que abriu e tomou um gole, antes de guardar o que sobrou no bolso.

— Era só isso? — quis saber. Porém, Baekhyun começou a sentir a cabeça muito leve, como se estivesse em outro lugar.

— Não, eu queria conversar sobre nós dois e…

— Eu preciso ir. — Baekhyun respondeu, saindo andando pelo corredor.

— O quê? Byun, volta aqui, vamos conversar!

— Pode falar, eu estou ouvindo.

— Então pare um pouco.

— Eu não posso! — Baekhyun respondeu, olhando sobre o ombro para encarar o maior brevemente. — Preciso ir até o lago.

— O quê? Por quê?

— É uma sensação que eu vou encontrar o que desejo lá!

— E o que é isso?

— Não sei ainda, está confuso. — Baekhyun parou franzindo o cenho e depois encarou o Park que parecia perdido.

Contudo, o menor deu um sorrisinho de lado — que quase fez o Park suspirar, sentia falta daqueles sorrisos do menor para si —  e continuou andando. Obviamente, Chanyeol o seguiu, sem saber ao certo o que fazer, já começando a se questionar sobre a poção que Baekhyun bebeu.

— ACHEI! — gritou Junmyeon, um aluno da Corvinal.

— Que bom. — Yixing suspirou tranquilo.

Os dois correram na direção de Baekhyun e Chanyeol, fazendo o coração do Park acelerar de medo. O que estava acontecendo?

— Está querendo isso? — Baekhyun perguntou, assim que os outro dois se aproximaram.

O apanhador da Grifinória pegou o vidrinho com o líquido transparente e mostrou para Yixing, que arregalou os olhos e assentiu uma vez.

— Sim, me desculpe, eu troquei as prateleiras.

— Como? O que dei para Baekhyun? — o Park praticamente gritou.

— Ele bebeu?

— Um pouco.

— Bem, nada de ruim vai acontecer. — Yixing sorriu, pegando a poção de Baekhyun e entregando a certa, para o seu resfriado. O menor sorriu uma vez, bebendo o tônico certo, sentindo o corpo mais leve e revigorado.

— Obrigado, Yixing. — Baekhyun sorriu e continuou andando.

— O que eu dei para ele? — Chanyeol quis saber, preocupado.

— Felix Felicis, vai passar em breve.

O sonserino arregalou os olhos, agora fazia sentido, essa poção faz você ter sucesso em algo que quer, a sorte líquida,  mas o que seria? Baekhyun disse que estaria no lago, porém o maior não conseguia imaginar o que poderia ser.

Ele olhou para o lado e viu Yixing se afastando com Junmyeon.

— Obrigado, amor. — o lufano falou, beijando a bochecha do outro que sorriu e entrelaçou os dedos.

— Você é tão desastrado, Lay, precisa prestar mais atenção. — ralhou, mas seu tom era divertido.

Os namorados riram um para o outro e se afastaram.

Foi engraçado como começaram aquilo. Meses antes, quando Yixing fez o chocolate batizado com Amortentia para Kyungsoo e ele não usou, acabou entregando sem querer para Suho. Não conseguiu evitar quando o garoto da Corvinal — por quem tinha uma queda — lhe perguntou o que segurava e ao dizer que era chocolate, o outro rebateu falando que amava o doce.

Yixing esqueceu da poção do amor, entregando o chocolate para Junmyeon e, obviamente, ele foi a primeira pessoa que o garoto viu. Foi uma confusão com o Kim seguindo o lufano durante todo o dia, mas quando o efeito passou e Yixing pediu desculpa, eles perceberam que um realmente gostava do outro.

Agora, meses depois, estavam namorando. E, parando para pensar nisso, Chanyeol franziu o cenho. Era estranha aquela sensação que estava deixando algo passar. Contudo, logo se lembrou de Baekhyun — que já estava muitos passos na sua frente — e correu para seguir o menor.

Ele parou ao ver Baekhyun parado em um corredor cheio de balões em forma de coração. Não fazia sentido, não estavam perto do dia dos namorados, o que era aquilo tudo, então?

— É Leviôsa, não Leviosá! — Baekhyun repreendeu em tom suave um aluno do primeiro ano que estava com a varinha na mão.

Só assim Chanyeol entendeu, os garotos novos estavam praticando magia de levitação em balões.

Mas tinha que ser em forma de coração?

Ver o pequeno com os lábios rosados esticados em um sorriso de orgulho quando o menino fez certo, entre aqueles balões vermelhos e com uma aura leve, fez Chanyeol suspirar.

Quando o Park imaginou que suspiraria por alguém? Pior, por um aluno da Grifinória?

Não, ele balançou a cabeça, Baekhyun não estava adorável agachado ao lado daqueles alunos novos e rindo quando um balão estourava. Definitivamente seu coração não estava acelerado com a cena.

Chanyeol acordou de seus pensamentos conflitantes ao ver o outro começar a andar novamente. Se apressou para entender o que Baekhyun queria de verdade, estava curioso, então seguiu o garoto porta afora do castelo.

Novamente o menor parou, dessa vez na estufa onde a professora de herbologia cuidava delicadamente algumas flores. O pequeno sorriu e Chanyeol se aproximou para ver o que ele observava. A flor era delicada, em um suave tom de lilás, com o meio roxo e uma linha branca dividindo as duas cores.

— Essa é a flor Amor-Perfeito. — a professora contou. —  Em francês, o nome da flor é Pensée, termo que significa pensamento e os amantes davam estar flor como presente antes de se ausentarem durante tempo indefinido, como garantia de que o seu amor nunca cairia no esquecimento. Em muitas ocasiões é oferecida por aqueles que pretendem transmitir a mensagem de um amor que nunca será esquecido. Um amor poderoso, cujas lembranças permanecerão no pensamento.

— Que romântico. — Baekhyun sorriu, deslizando os dedos bonitos delicadamente na pétala aveludada.

— Sim, é a flor de amantes que estão perdidamente apaixonados um pelo outro. —  a professora sorriu para Baekhyun, depois levantou os olhos até Chanyeol, piscando uma vez.

— Eu adorei a história, tenha uma boa tarde, professora.

— Você também.

Baekhyun acenou uma vez, voltando sua caminhada até o lago, Chanyeol passou pela professora e sorriu uma vez também, contudo, logo parou ao ouvi-la chamar seu nome.

— Tome. — disse dando uma flor Amor-Perfeito para o Park.

— Pra quê?

— Você sabe, leve-a. — a mulher sorriu de forma gentil.

Chanyeol franziu o cenho mas pegou a flor, apressando o passo até Baekhyun que estava quase sumindo de vista.

Eles passaram perto da arena de quadribol e o menor parou. O Park ficou receoso, se aproximando devagar, tinha medo do Byun ainda estar chateado com o que tinha acontecido no último jogo. Porém, ao parar ao lado dele percebeu que Baekhyun encarava uma cena específica.

Alguns metros de distância, estavam Jongin e Kyungsoo. O maior atrás do namorado, com sua mão sobre a dele enquanto seguravam um bastão.

— Fica firme, Kyung, o balaço vem com muita força.

— Tudo bem.

— Ok, vou soltar.

O sonserino saiu de perto do namorado, abrindo um baú e tirando a tranca de um balaço. A bola foi com tudo na direção de Kyungsoo que arregalou os olhos, ele sentiu as pernas tremendo, entretanto, ao olhar o namorado, viu toda a expectativa brilhando ali. Então, se encheu de determinação, segurando firme o bastão e rebatendo o balaço que veio em sua direção. Bateu com tanta força que ambos olharam, abismados, a bola se perder entre as nuvens no céu.

— Isso foi demais! — Jongin parabenizou, correndo até o namorado que largou o bastão e se jogou nos braços do Kim.

— Eu sei, pensei que não iria conseguir.

— É claro que conseguiria, eu sabia! — o maior selou seus lábios aos do Do que corou, mas correspondeu o beijo. — Se continuarmos treinando você vai ficar ótimo e…

O garoto foi interrompido quando o balaço voltou com tudo, batendo em suas costas e o derrubando no chão. Consequentemente, Kyungsoo, que estava em seus braços, caiu também. Ambos rolaram na grama algumas vezes, estavam uma bagunça, as vestes sujas, o cabelo cheio de grama, mas ainda assim ao se encararem eles começaram a gargalhar.

Logo os dois se levantaram, correndo atrás do balaço fujão com o intuito de guardá-lo. Ambos riam um do outro e da situação, correndo atrás da bola que gostava de se esquivar.

Chanyeol bufou com imagem.

Jongin era realmente muito idiota, estava treinando alguém de uma casa rival, ou seja, que poderia competir consigo posteriormente.

Todavia, sua mente traiçoeira imaginou como seria se fosse ele e Baekhyun ali. Ambos correndo atrás do Pomo de Ouro, porém, sem a competitividade do jogo, apenas por diversão. Chanyeol quase conseguia ver o menor agarrando a bolinha de metal e correndo de si, dizendo: “não vou entregar” de forma brincalhona e teimosa. Obviamente, ele teria que correr atrás do baixinho e os dois iriam rir um do outro.

O Park abraçaria Baekhyun por trás, enquanto ele se debateria para não entregar a bolinha dourada. Então, quando cansassem da briga de mentirinha, eles se beijariam ali mesmo, sem o receio de alguém vê-los.

A palavra “namorados” não soava tão ruim naquele contexto.

Ao contrário, pois, quando Chanyeol olhou de esguelha para Baekhyun, ele viu aquele sorriso bonito e bobo novamente, juntamente com os olhos brilhantes e desejosos.

Seu coração acelerou.

Maldito coração sempre o entregando.

Droga, Chanyeol queria aquilo também.

Queria beijar o rosto de Baekhyun quando se esbarrassem no corredor, queria compartilhar suas paixões com ele — como quadribol —, queria chamá-lo para passar o feriado em sua casa, queria até os malditos balões de coração.

Chanyeol olhou para a bela flor em sua mão e depois para o menor que começou a andar até o lago, o seguiu com todas aqueles pensamentos confusos, com todo aquele sentimento querendo transbordar de seu coração.

Ambos demoraram tempo demais para aceitar a atração de um pelo outro devido às rivalidades supérfluas; agora, estavam sendo tolos novamente por não se confessarem, simplesmente porque nenhum dos dois queria ser aquele que falaria de seus sentimentos primeiro.

Então, quando finalmente chegaram ao lago, tudo fez sentido para o maior.

Chegava a ser clichê a cena em que se encontravam. O sol estava sumindo no horizonte, dando uma tonalidade bonita ao céu, em tons de azul, laranja e rosa. A imagem refletida no lago negro era ainda mais surreal de tão bonito que estava.

Uma brisa fresca envolvia o casal, bagunçando os cabelos de ambos e deixando o rosto de Baekhyun terrivelmente adorável com aquela coloração avermelhada, devido ao ventinho gelado.

Era o cenário lindo e mais do que perfeito para um pedido de namoro.

Ainda mais com aquela flor na mão.

Chanyeol engoliu em seco, sem saber ao certo o que fazer, mas tendo uma certeza em seu coração. Era aquele o desejo de Baekhyun e por isso a Felix Felicis fez o menor passar por diversas situações que mostraram para ambos como estavam sendo bobos por não assumirem aquele relacionamento de uma vez.

O efeito da poção estava passando, trazendo Baekhyun aos poucos para realidade. Ele encarou o maior na sua frente, sua mente repassando tudo que aconteceu desde que tomou a poção e seu coração acelerou quando ouviu a voz rouca que tanto ama, mas jamais falou isso ao seu dono.

— Baekkie… — Chanyeol umedeceu os lábios, estava nervoso, não sabia como começar. Ele seguiu até o menor, ficando bem perto, sorrindo ao ver a expectativa brilhando nos olhos bonitos que o fitavam atentos. Levantou uma mão, acariciando o rosto dele. — Céus, Baekhyun, o que você fez comigo?

— Eu?

— Sim, é tudo culpa sua. — acusou, vendo o Byun franzir o cenho. — É sua culpa isso. — continuou, pegando uma mão do menor e colocando sobre o próprio coração para que ele sentisse o quanto estava acelerado. — É sua culpa que eu esqueça qualquer coisa que preciso fazer, porque fico imaginando o que você está fazendo. É sua culpa eu começar a invejar esses casais bobos que ficam desfilando nos corredores. É sua culpa eu me sentir tão idiota agora, porque eu não sou bom com palavras bonitas, mas olhar para você me faz querer falar muitas delas.

Baekhyun sorriu com aquela declaração arrogante, não deveria esperar algo diferente de um sonserino, mas conhecia Chanyeol e saber que causava tudo aquilo nele, tudo que ele causava em si, já o deixava mais feliz.

— Então para de enrolar e diga as drogas das palavras bonitas, Park. — rebateu com o tom falsamente irritado, enquanto um sorriso brincava em seus lábios.

O maior riu baixinho, encostando a sua testa na de Baekhyun, quase juntando as bocas e fazendo os lábios roçarem a cada palavra proferida.

— Eu te amo, Baekhyun, quer namorar comigo?

— Você é um idiota por demorar tanto para pedir. — respondeu, tentando beijá-lo, porém o maior afastou um pouco o rosto.

— E por que você não pediu, baixinho?

— Porque você só sabia reclamar de quanto Kyungsoo e Jongin são grudentos, pensei que não queria namorar comigo, como eu poderia saber? Achava que tudo era só um passatempo para você e....

Chanyeol o calou com um beijo.

De fato, o casal citado é uma melação só, mas Chanyeol sabia que com Baekhyun não seria assim. Ao menos, não tempo todo. Teriam aquela competiçãozinha boba em muitas coisas, iriam implicar um com o outro antes de se entregarem aos beijos e se completariam de muitas maneiras, sem precisar, necessariamente, demonstrar de forma tão explícita aquele amor.

O sonserino entregou a flor para Baekhyun, que corou um pouco com aquele gesto de carinho. Não estava acostumado com aquilo. Não que sejam sempre rudes um com o outro, ao contrário. As carícias entre eles são singelas, mas não menos importantes.

— Ouvi dizer que essa é a flor dos amantes que estão perdidamente apaixonados um pelo outro. — brincou o maior, fazendo Baekhyun rir.

— Interessante. — respondeu o menor, andando de volta para o castelo, pois estava ficando escuro.

— Hey. — Chanyeol chamou indignado.

— O quê?

— Não vai me falar nada?

— Eu? Sobre o quê? — implicou o menor.

— Ah, baixinho, você vai se arrepender por gostar tanto de me irritar. — Chanyeol ameaçou em tom risonho.

Baekhyun gargalhou ao olhar sobre o ombro e ver o maior correndo em sua direção, então começou a correr também. Ambos têm uma boa condição física devido aos treinos de quadribol e deram diversas voltas no local. Contudo, as pernas do Park são maiores e depois de algum tempo ele alcançou o Byun que gargalhava, sem saber ao certo o que falar quando o maior jogou-o sobre um ombro.

— Diga, Baekhyun, quero uma resposta sua! — ele exigiu, rindo junto ao menor que precisava puxar o ar com força, já que não conseguia parar de rir enquanto batia nas costas largas do Park.

— Tudo bem, vou falar, vou falar! Me coloca no chão.

Chanyeol fez o que foi pedido, agarrando a cintura do menor para ele não fugir, mas isso não estava nos planos de Baekhyun. Ele tinha os cabelos bagunçados, os olhos brilhantes e um sorriso retangular que tirava o fôlego do maior.

O grifinório envolveu o pescoço do outro, ficando na ponta dos pés para sussurrar em seu ouvido:

— Eu também te amo, idiota. — então encarou os belos olhos escuros. —  Eu adoraria namorar com você, Chanyeol.

Um suspiro rendido e apaixonado escapou dos lábios do sonserino antes de se encontrarem em um beijo.

Naquele momento ambos perceberam que não era tão ruim assim ceder um pouco. Que não era humilhação ser o primeiro a confessar que sentiu saudade.

Obviamente, as discussões bobas ainda se faziam presentes. Não poderiam ser considerados o casal mais perfeito do mundo; eram opostos em muitas coisas e parecidos demais me outras para chegar em um consenso.

Ainda tinham muito a aprender, claro. Mas aquele foi o primeiro passo para um futuro lindo que tinham pela frente, recheado de tudo aquilo que as pessoas insistiam em dizer que faria o relacionamento acabar — como a competitividade tola no quadribol —, mas que para eles era apenas mais uma forma de dizer: eu te amo.



 

 


Notas Finais


~Poção Wiggenweld tem o poder que restaurar as forças de uma pessoa que está demasiada fraca por estar doente, por ter se machucado ou simplesmente por estar muito cansado.

~sigam o projeto para não perderem nenhuma das nossas fics e também como aconteceu um sorteio quando chegamos em 1k de seguidores, terá outro em 2k, estão ansiosos?

Beijos e obrigada pelo carinho sz


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