História The Love That Failed - Cryin

POV LARS

James estava sentado no nosso meio, estávamos no tapete, alguma música típica tocava a toda altura, mas não consegui reconhecer, talvez fosse Venom, mas minha cabeça lenta atrapalhava todo o processo de reconhecimento. James se encontrava completamente bêbado e fumava um baseado pelo que julguei ser a primeira vez na vida, já que sempre pregou contra o uso de alguns tipos de drogas, estava mais solitário do que nunca, sofrendo escondido pela última decepção amorosa, a única que o pegou de jeito.

Kirk levantou, o segui com os olhos ainda absorto nos momentos passados, não entendi ao certo o que ele fez, apenas notei quando sentou de frente para mim, seus olhos estavam fixos nos meus, a escuridão profunda de suas pupilas engoliam as minhas de forma gradativa, permanecendo encarando-me por longos minutos, até me deixar desconfortável, desviei, voltei, sua face era extremamente convidativa, desci o olhar para sua perna que agora roçava de leve na minha, subi o olhar e o encontrei sorrindo em minha direção, apenas retribuí, quando na verdade queria me lançar em seu corpo e o agarrar em mim, estava fixo em sua face e não querendo o menor desvio.

- VAMOS SAIR! – James gritou nos assustando e deu um salto ao se levantar.

- Eu não estou muito afim não, cara – desviei o olhar de Kirk, que imediatamente fez o mesmo.

- É, estou cansado também, podemos deixar para depois.

- Ahh, qual é, já tem um tempão que não curtimos juntos! – ele sorria descontroladamente.

- James, cara, você tá bem?

- MAS É CLARO!

- Certo- encarei Kirk e ele deu de ombros – Uma horinha não vai matar ninguém.

Voltei a fitar o moreno que agora tinha um olhar confuso ao contrário de James, que já estava no corredor e parecia nos esperar.

- Só vou pegar minha jaqueta – levantei completamente lesado –Pode ir descendo, Jay.

- Você não vem Kirk?

- Ah, e-eu preciso do meu casaco também.

- Tá... – James esperou alguns segundos nos encarando profundamente e logo saiu, nos deixando a sós, corri até a porta trancando a mesma e fui em sua direção, mas antes que pudesse falar algo, Kirk se pronunciou.

- Vamos mesmo sair?

- Ah, não vamos demorar muito – o pressionei levemente contra a porta já sentindo a mistura de seu cheiro de maconha com lavanda, passei meu rosto pelo seu, sentindo a textura de sua pele, toquei seus cachos, os enchendo em minhas mãos e lhe arranquei um selinho rápido, mas acabei permanecendo e adentrando seus lábios, sentindo suas mãos firmes me sustentarem contra seu corpo – Kirk – o empurrei de leve – Vamos – ele me puxou novamente e acabei o beijando novamente por mais alguns segundos – Kirk – sussurrei tentando me livrar de seus lábios – James está esperando.

- Qual é a sua? – ele perguntou risonho pegando a jaqueta no chão.

- Só quero tirar ele do nosso pé.

- Isso é impossível – abriu a porta e passei ao seu lado, fomos caminhando grudados pelo corredor e infelizmente atentos a qualquer movimentação, até adentramos o elevador vazio e me jogar em Kirk novamente, tomando seus lábios mais uma vez, sentindo a textura de sua língua e o seu toque apertado em minhas costas- Vamos combinar – ele me soltou, mas permaneci fixo a ele, deitando a face em seu peito e querendo que os andares nunca cessassem.

- Você vai embora primeiro, eu subo alguns minutos depois e nos encontramos no seu quarto – agarrei sua mão, envolvendo seus dedos e os encaixando aos meus corretamente – Daqui a uma hora – ele apenas balançou a cabeça e a porta se abriu, revelando as costas da jaqueta de James, sua mão se separou da minha e seguimos até o primeiro bar que apareceu em um silêncio absoluto.

(...)

Tinha uma bebida nas mãos, observando a agitação costumeira de uma enorme quantidade de pessoas se divertindo ou apenas tentando esquecer dos problemas e usando a bebida como válvula de escape, como era o caso de James, que já estava completamente embriagado e tinha uma garota parcialmente nua dançando em seu colo.

As luzes avermelhadas e o cheiro doce do local misturado a mais pura nicotina já estava me enlouquecendo, ao mesmo tempo que encarava Kirk, que estava sentado de frente para mim e no mesmo estado, com um copo de whiskey entre seus dedos e os olhos fixos em minha direção, nos encarávamos prestes a engolir um ao outro enquanto nossas pernas se tocavam de leve por baixo da mesa.

- James – ele olhou por alguns minutos, desviando a atenção da garota – Nós vamos indo.

- Fiquem mais –  veio em nossa direção – Vou pedir mais algumas doses.

(...)

POV KIRK

*2 horas depois*

Ainda fitava a mesma bebida de horas atrás, não havia dado um gole ao contrário de Lars que já caía de bêbado, completamente inconsciente, deslizando do momento sereno e se entregando a agitação que o persegue, irritando-me, pois parecia completamente alheio de nosso acordo e só sabia comentar com o James, o quão gostosas estavam as garotas.

- Vou dar uma volta- empurrei minha cadeira deixando o ódio transparecer no olhar e eles apenas sorriram, não dando a mínima.

Soquei a porta do banheiro, chamando atenção dos que ali estavam, joguei uma boa quantidade de água no rosto, tentando tirar a insanidade que percorria minhas veias de puro ódio de quase ter tido tudo e agora estava no nada novamente, mas ainda assim, disposto a terminar a noite.

Voltei até a mesa alguns longos minutos depois de me acalmar, encontrando apenas James, que estava jogado na cadeira com uma garrafa nas mãos, praticamente inconsciente.

- Hey cara – o cutuquei – Cadê o Lars?

James soltou um sorriso completamente embriagado – Conseguiu a melhor da noite, acredita? – apontou para o lado e foi como se alguns raios estacionassem e se chocassem completamente no topo da minha cabeça deixando-me inconsciente no momento que o vi com uma garota em seu colo, e as mãos que costumavam me tocar,  e sua boca encontrava a dela com gosto e selvageria, não a soltando por nada, fixo em seus cabelos e Lars a apertava contra ele da forma como fez comigo.

Desviei da cena, me deparando com um James risonho e fui embora, permanecendo sozinho, mas dessa vez, propositalmente, vendo a mesma sequência se repetir e repetir, e dar voltas, e nunca chegar a um ponto fixo, que é permanecer ao seu lado, algo que julguei impossível após presenciar a cena.