História The Love Together... - Capítulo 8

            Após Dimitri ir embora, procurei um meio de ocupar minha cabeça, e só havia uma alternativa. Simone. Minha linda e maravilhosa amiga de infância. Procurei ela por todos os cantos da minha casa, mas nada de Achá- lá. Resolvi ir em seu quarto, mas ela também não estava lá e assim só sobrou um lugar. O quintal. Dá janela do quarto dela mesma, eu olhei pela janela e a vi sentada na minha  espreguiçadeira na beira da piscina.

- Por que não avisou que estaria aqui. - Falei logo depois de chegar perto dela.

- Desculpe mamãe Kate. Prometo que da próxima vez eu te dou satisfação da minha vida. - Ela tirou seus óculos escuros e me encarou com um sorriso.

- Boba. - Sentei ao seu lado. - Por que não me chamou? Eu ficaria aqui tomando um banho de sol com você.

- Que aliás, você está precisando. - Simone riu enquanto colocava seu óculos de sol novamente. - Mas enfim, não te chamei porque você parecia tão cansada na hora do almoço que pensei que você iria voltar a dormir logo depois de comer.

- Era só a Minha cara de sempre. Eu não estou cansada.

- Então me desculpe. Não leio mentes. - riu ela. - Vai lá colocar seu biquíni.

       Revirei os olhos e levantei.

- Está bem.
 
       Sem perder tempo, subi as escadas, entrei no meu quarto e procurei um biquíni na minha gaveta dentro do guarda roupas. Peguei um biquíni preto tradicional bem casual, tomei um leve banho e o coloquei. Sem demora, passei protetor solar no rosto e desci.

- Ui. Que gata. - Ela olhou para mim por cima dos seus óculos escuros e assobiou. - Se eu fosse homem, eu pegava.

     Seu comentário me deixou constrangida.

- Para Simone. Eu heim. - Abri uma cadeira de praia que se encontrava ao lado da churrasqueira não tão longe dali. - Já me sinto desconfortável assim, seminua e você falando essas coisas não ajuda em nada.

- Deixa disso, amiga. Você é um pitelzinho com esse corpinho de pilão. Não devia se sentir envergonhada dessa forma. Ainda mais envergonhada por causa de mim. Por favor né

      Coloquei a cadeira ao seu lado e relaxei.

- Eu sei e não é por sua causa. É que... o cercado vivo é muito baixo e dá pra ver tudo aqui lá da casa do Dimitri.

       Simone tirou os óculos e me fitou.

- Então é por causa do Dimitri. - Seu olhar era de malícia. Dava pra ver claramente. - Vai. Desembucha. O que tá rolando entre você e o gatão ao lado? Por que você só fala que ele te ofendeu e tal, mas você não para de se preocupar com a reação dele com você.

- Não é isso.

- Para Kate. Você tá gostando dele, não é. Pode falar.

- Não estou gostando dele.

- Ah, não? - Ironizou. - Então como você me explica o que aconteceu ontem?

     Procurei em minha mente algo de interessante que aconteceu ontem de noite, mas não me veio nada.

- O que aconteceu ontem? - Senti meu estômago se embrulhar.

     Ela se aproximou um pouco mais de mim.

- Você estava gemendo dentro do seu quarto.

- O que?! Gemendo?!!

- Mas eu não conseguia distinguir se era prazer ou dor. Sei lá. - Disse ela. - Sem contar que você ficava dizendo: " Dimitri, ahh, Dimitri não vá, por favor, ahhh"  - Com aquela narração da Simone, meu rosto ficou vermelho que nem um pimentão.

- Você está me zoando, né. Por favor, diga que está me zoando.

- Desculpa Kate, mas é verdade. Sorte que Paul não resolveu dormi...

- vocês estavam falando meu nome aí?

    Eu e Simone pulamos na cadeira.

- Merda Dimitri! Que susto - Trovejou ela. Dimitri estava regando o cercado vivo com uma mangueira enquanto nos dava atenção.

      Numa tentativa falha, eu tampei minhas vestimentas.

- Desculpe. Só estou regando o cercado. Não tive intenção de assustar vocês.

- Você escutou...? - Meu rosto estava corado.

- escutei o que?

- O que a Simone falou.

        Ele intermediou seu olhar em mim e na Simone por alguns longos segundos.

- É. Escutei.

     Naquele momento eu senti tudo girar em minha volta.
     Dimitri? Havia ouvido o exemplo de gemido que eu tinha dado na noite anterior? Merda! Merda! Merda! Onde eu envio minha cara agora.

     Eu fiquei completamente sem reação diante daquilo, não sabia se corria dali ou se ficava ali apenas em silêncio, ou então falaria alguma coisa para mudar de assunto. Eu acabei escolhendo a opção dois: Ficar apenas em silêncio.

- É... - Pigarreou ele. - Bom... Desculpe por ter ouvido. Não foi minha intenção. Espero que não seja mais um motivo de briga.

- Não, não. Está tudo bem. Você não tem culpa. - Eu ainda sentia meu rosto quente.

- Dimitri. Saiba que o gemido que eu dei, foi apenas para imitar a Kate. Não vai falar besteira para o Paul.

- SIMONE! - Repreendi ela. - Dimitri, não ouve ela, ta legal. Nao vá pensar saliências com relação a mim.

- Amiga, relaxa. - Agarrei meus dedos indicador e o polegar em sua pele e torçi. - AIIIII! - Reclamou.

- Dimitri, desculpe. - Coloquei a mão no rosto para tentar me acalmar.

- Está tudo bem. Não ligue para isso. Bom. Eu vou voltar para o meu trabalho. Com licença. - Ele desligou a mangueira e saiu.

      Meu olhar para Simone era de desprezo.

- Que foi? - se fez de desentendida. Com isso, me levantei e entrei para dentro de casa batendo o pé.

- Hey Kate! Espere! - Ouvi ela vindo atrás de mim. Quando cheguei no pé da escada, resolvi encará-la. - Eu falei baixo, ele não ouviu.

- Ele disse que tinha ouvido! - Protestei. - Poxa, Simone! Você sabe o que aconteceu com a gente uns tempos atrás. Ele vai acabar pensando que eu quero transar com ele.

- Primeiramente, eu assumo meu erro sobre imitar seus gemidos, até porquê eu devo ter feito alto demais, nisso eu assumo meu erro, me desculpe mesmo. E segundo você quer sim dormir com o vizinho gatão. Nisso você não pode negar, ainda mais para a mamãe aqui.

     Fiquei parada no pé da escada procurando fôlego.

- Vamos parar de falar disso. Estou ficando sem graça. - Subi as escadas e entrei no meu quarto, e lá veio Simone atrás de mim.

- Vocês são muito engraçados. - Ela riu. - Na frente um do outro, quer se morder. E por trás fica querendo ficar agarradinho um com o outro.

    Me virei bruscamente na direção dela.

- O que?

- Falei algo errado?

- Você acha que ele goste de mim também.

- Ah, isso ta na cara. - disse. - Aliás, quem fez sua tatuagem, eu sugiro que peça reembolso.

- O que? Por que?

- Quem é o maluco que faz uma lua nova encima de uma rosa gigante?

     inclinei meu pescoço para olhar a minha tatuagem. E realmente estava horrível. Na verdade, àquela lua nova era de nascença. A rosa eu fiz era para tampar a lua que estava na minha cintura, mas como em um passe de mágica, a lua sobressaiu sobre a rosa. Algo realmente bizarro.

- Eu fiz a rosa por cima dessa lua e não ao contrário.

- Vai dizer que essa lua nova ta enfeitiçada.

- Talvez. Eu não sei. - Meu coração estava acelerado, mas ficou ainda mais quando eu me recordei de um acontecimento. - Dimitri... - Sussurrei olhando para o nada.

- Dimitri é feiticeiro?

- Não! - Eu dei uma risada diante meu nervosismo. - Dimitri tem a mesma tatuagem que eu e no mesmo lugar. Não acha estranho?

- vai ver ele fez a tatuagem no mesmo lugar que você.

      Coloquei a mão na cabeça e ri alto.

- Simone, Essa tatuagem de lua é de nascença.

- Ah. Entendi.

- Isso é muito estranho. - Eu disse.

***

  Dimitri, na manhã seguinte, deixou Sophia Comigo. Brincamos demasiadamente, vimos vários filmes do Star Wars, sem contar que brincamos também com minhas miniaturas, e ainda dei um de meus posters à ela. E a semana inteira foi assim. Eu e Sophia acabamos criando um laço, laço muito forte para uma semana. Sophia meio que se tornou uma filha para mim. Me preocupava bastante com ela, com sua saúde, seus trabalhos escolares e ao meu ver, ela também gostava de ter uma atenção dessa forma, ela até me disse uma vez que a babá antiga dela não era assim, ela apenas ligava a TV para a Sophia e logo ficava pendurada no celular, e só falava com ela quando era hora do lanche ou da janta.

- Tchau Sophia. - Dei um beijo em sua bochecha quando Dimitri chegou as onze horas da noite para buscá -la.

- Obrigado por ficar com ela essa semana. - Comentou Dimitri.

- Está tudo bem. Sophia é uma ótima companhia. - Falei. - Amanhã vou ter que ficar com ela?

- Final de semana não precisa.  Ela fica na casa da avó dela.

- Ah. Ok então.

- Você pode aproveitar pra sair. - Sugeriu.

- É. Preciso sair amanhã mesmo. Tenho que comprar algumas coisas.

     Ele abriu um sorriso de lado e acariciou os cabelos da filha que bocejava.

- Está bem tarde. - Comentei. - Ela estava dormindo antes de você chegar.

     Dimitri a pegou no colo.

- Eu percebi pelo rosto amarrotado. Pelo jeito o sono estava bom. - Ele ninou Sophia que já havia voltado a dormir. Eu me aproximei e acariciei seus cabelos bagunçados por causa do sono.

- Verdade. - Eu estava com um Sorriso no rosto ao ver Sophia nos braços do pai. Quando levantei meus olhos, Dimitri me encarava, o que me fez ficar com embrulho no estômago. Me afastei.

- Simone está aí? Ou já se mudou?

- Ah, ela está aqui ainda. - Falei. - Ela e Paul decidiram ir para a casa nova quando estiver tudo mobiliado.

- Entendi. - ele deu uma pausa. - Jantou?

- Pior que não. Eu comi um sanduíche enquanto Sophia jantava e... - Fui interrompida pelo ronco da minha barriga. Fiquei com muita vergonha. - É, bom, parece que vou ter que fazer outro sanduíche.

- Que isso. Eu trouxe comida e acho que não vou conseguir comer tudo sozinho, por isso eu pensei se você quer me acompanhar nessa janta. - Encarei- o com desdém. - Prometo que não direi nada estúpido ou qualquer outra coisa que te irrite.

- Está bem então. - Fechei a porta atrás de mim e passei a chave. - Espero que seja um homem de palavra.

- Você não irá se arrepender.